Uma Fantasia de uma Tarde de Primavera - Parte 2

Um conto erótico de Ahygo C. T’vilerrã
Categoria: Homossexual
Contém 6978 palavras
Data: 13/02/2018 05:43:43

Não Gosto Muito de Você...

Depois de transar com o Beto, fomos comer algo. Ele não tinha almoçado direito ainda e eu sentia falta de ter a companhia dele na hora de comer.

Falei assim, como quem não quer nada que sentia falta dele pra me fazer companhia na hora do almoço e da janta. Mesmo sendo quase 5 horas da tarde, comemos o que tinha na geladeira. Só nos encontrávamos mesmo na hora de dormir e pra transar, sim porque, normalmente eram rapidinhas que nem sempre parecia haver amor...

Quando terminamos, ele disse que iria lavar tudo, secar e guardar. [O meu maridinho é muito prestativo e companheiro, né...] Assim que passei o prato pra ele, falei que iria pra sala ver tevê. Mas, o que tava dando não me agradou. Era uma novela de época, no Vale A Pena Ver de Novo, não prestei muita atenção ao nome ou foco da novela porque dormi deitado no sofá. Sou espaçoso então gosto de me esticar todo onde tô [inclusive em cima do Beto, ele sempre acha engraçado quando acorda e eu tô com os braços e as pernas em cima dele].

Acordei com o meu namorido beijando o meu pescoço, cada beijo me davam arrepios [um maior que o outro...]. Ele tinha levantado a minha camisa e tinha lambido a minha barriga e o meu mamilo esquerdo [por algum motivo é o preferido dele...! porque, não entendo], e eu não tinha acordado. (Na verdade, ele tinha começado me sacudindo com força, como eu não tinha acordado, ele resolveu [LITERALMENTE] se aproveitar de mim, do meu corpo e da minha castidade inconsciente!)

— Hmmm... — eu disse lambendo os lábios o sentindoele beijar a minha barriga indo ate a minha bermuda. — Se quiser me acordar de verdade, vai ter que continuar por aí mesmo... — já incentivei, mas resisti em ficar com os olhos fechados. [Se ele queria continuar, não seria eu quem iria proibir, né...]

— Acordou, né?! Pronto, o meu serviço já acabou...

— Nanãnão, — falei de repente encarando ele diretamente nos olhos. — o teu serviço ainda não terminou, não...

— Por que, como assim...? — ele custara a captar a mensagem. — Aaaaah, não...?! — ele passou a mão no meu rosto e tentou me beijar já se deitando sobre mim.

Mas, rápido, desviei e disse:

— Eu não expliquei direito?! — falei sendo bruto ao pegá-lo pelos ombros apertá-los com força. — O teu... — eu fiquei sério de repente, ele sorriu com malicia — serviço... — empurrei Beto pelos braços, usando força ate que ele ficasse na altura da minha cintura... [Nem precisaria, ele sequer resistiu...! Roberto queria tanto quanto eu o que viria a seguir...] — é me servir!

Ele ainda me encarava, mas agora debaixo, lambendo os beiços como se fosse um gato vendo o rato que ele tava caçando. E já se deitando no sofá também, baixara com sensualidade e cadencia o cós da minha bermuda.

— Porque, eu sou o teu dono! — completei assim que ele passou a boca no meu pau duro por cima da cueca.

— É... — ele disse fechando os olhos com desejo e luxuria. Tudo ele fazia devagarzinho, sem demora, sem pressa. — E o que o meu amo quer que eu faça?

— Nãããoo, vai ter que descobrir... — falei e pus os braços atrás da cabeça enquanto ele fazia o trabalho que mandei, mas sem usar palavras.

Ainda lambendo a minha cueca, ele babou todo o pano. [Não sei o que ele pretendia com isso, mas, aparentemente, ele queria fazer tudo ficar tão molhado pra quase aparecer a pele através do tecido] Mesmo assim, ele começou a chupar a cabecinha do meu pau ainda com pano e tudo. Ele estava tão excitado que às vezes mordia e depois pedia desculpa.

— Tá gostando, amo?

— Humm, tá gostoso sim. Mas queria mais que isso...

— E que t...? — antes que ele pudesse terminar, o interrompi fazendo “Shi-shi-shhh...”

— Tá falando demais e fazendo de menos... Quero ação! — falei fazendo cara de indiferente. — E a gente só sai daqui hoje se eu tiver dois orgasmos...! E não me importo com o tempo que isso vai levar... — percebi que ele ficou confuso com a minha repentina posição dominadora.

Mas, o Beto já me conhece. Ele sabe que às vezes acordo completamente diferente do que quando fui dormir, e nessas situações posso ser um Vitor mais triste que o normal; posso ser bem mais lerdo e desanimado, como posso ser mais espontâneo e aberto a coisas novas. Nesse dia, eu era o Vitor dominador, que se quisesse pegaria o Beto no colo, atirava na cama, meteria com força nele e depois – pelado mesmo – sentaria na mesa e tomaria uma cerveja coçando o saco e arrotando alto. Entretanto, eu sabia que queria ser passivo, queria sentir ele dentro de mim, mas, EU era quem iria mandar! Eu seria o PATRÃO DOMINADOR, e ele o meu SERVO SUBMISSO!

— Então, pode continuar o que começou. Porque eu ainda quero gozar bastante, mas, você é quem vai fazer isso. — falei e puxei a cabeça dele em direção ao meu pau suuuuuuuuper duro. — Pode continuar, porque hoje, sou eu quem manda, meu amor!!

Se foi a parte do “hoje eu mando” ou o “meu amor”, satisfeito ele desceu e rapidamente baixou a minha cueca e a bermuda e começou a chupar o meu pau. E Beto chupa com movimentos da língua de uma forma que quase, QUASE, QUASE fui ao céu passando pela lua! Delirei por alguns segundos quando ele fechou os olhos de novo e foi ate o meu saco chupando bola a bola e depois subindo com a língua o tronco do meu pau segurando-o com a mão esquerda [pois com a direita, ele tinha começado a bater uma no próprio pau].

HMMM!, falei quando ele deu um selinho na portinha do meu cu. Não tinha percebido a velocidade com que ele conseguiu levantar as minhas pernas e as posto pra cima quase batendo os joelhos na minha testa. Quase revirei os olhos e ele notou, mas sabia que não podia tomar o controle. Então ele só passou a língua na portinha e subiu passando pelo meu pau, parando devagar na cabecinha e ficando com ela na boca, sugando ela me instigando a gritar de súplica.

Mas ele se enganou ao pensar que eu iria me entregar tão facilmente. Fingi que ele não tinha feito nada demais ate agora, como se ele não fosse capaz de conseguir me satisfazer. Fingi pra que ele fosse alem e tivesse noção que poderia fazer melhor, não que o que ele já fez fosse ruim. Mas, o sexo com ele poderia evoluir para um patamar ainda mais alto!

Durante algum tempo, só ouvi o barulhinho da boca dele produzindo bolhas de baba enquanto chupava o meu pau. Percebi que ele queria se esforçar ao máximo para me agradar! O que é bom, porque ele tava conseguindo. Mais um pouco e eu iria gozar rapidinho, mas não chegava nem perto de ter um orgasmo. Assim que viu que eu iria gozar, Beto parou e começou a se levantar. Tirou a sua roupa completamente e eu pensei que ele fosse querer ser o ativo dominador agora.

Porem, graças aos deuses do sexo que eu estava enganado! Principalmente por ele não ter percebido que titubeei, senão, poderia perder a magia da brincadeira. Então, simplesmente me sentei no sofá virando para frente e ficando com o pau em riste. E nem quis ver qual a novela que estava passando, talvez fosse a das seis ou ate já estar dando os jornais, ou Beto poderia ter trocado de canal [liguei o foda-se e disse pra mim mesmo que não importaria nada naquele momento... {Eu só queria ser o dominador da relação usufruindo dos prazeres proporcionados pelo meu putinho, o meu namorado submisso!}]. E segurei o meu próprio membro vendo o dele babar, incrivelmente não senti vontade de abocanhar ele naquele momento.

Beto voltou ao serviço dele, dessa vez passando um pouco mais de tempo no resto do meu corpo. Mordendo a minha barriga, enquanto eu tirava a minha camisa. E logo depois de lamber o meu umbigo de novo, ele passou para o meu peito. E quase conseguira me arrancar gemidos com seus dentes em cada mamilo, caprichando no esquerdo que o próprio Beto se baba todo assim que encosta. E então, ele colocou um dedo na porta do meu anus e aí sim vi graça verdadeira no brinquedo! (Os homens têm os “apetrechos” certos para fazer qualquer pessoa delirar de prazer, mas, na maior parte do tempo ou não sabem disso ou sequer lembram...)

Ele só começou dando voltas ate que colocou o dedo lá dentro de verdade. E brincando, ele conseguiu tocar a minha próstata e foi aí que pensei ter visto um leve vislumbre do paraíso! Porque ele ainda estava lambendo o meu mamilo esquerdo, e tinha começado a morder, e o dedo dele dentro de mim cutucando a minha próstata, foi difícil eu tentar me lembrar ate do meu nome.

Quando ele colocou outro dedo a fazer companhia para o primeiro. De selvagem dominador, me tornei um selvagem maníaco por sexo (!); pondo os tornozelos nos ombros dele, quase consegui empinar a minha bunda pra ele. Meu cu piscava e isso era um bom sinal pra mim, porque agora sim talvez eu fosse ter o primeiro orgasmo...!

E aí Beto começou a mexer rapidamente os dois dedos dentro de mim, cutucando tudo, revirando os meus nervos e aflorando mais o meu lado selvagem e luxurioso! Ainda lambendo o meu peito, ele abriu os olhos e viu como eu estava, me segurando para não entregar o jogo, e rápido e sem fazer muitos movimentos bruscos, roubou um beijo meu. A partir daí resolvi ser malvado com ele, e antes que percebesse, larguei o estofado do sofá que eu estava agarrando e dei um tapa forte na cara dele.

Mas, diferente da reação de qualquer outro cara nessa situação, ele aceitou e resolveu devolver a maldade. Abaixou-se com leveza e rapidez e mordeu a parte de dentro da minha coxa direita. E beijando, de onde ele mordeu ate as minhas bolas, ele foi chegando e voltou a me chupar. E num movimento de entre e sai, ele fez de seus três dedos, agora, o pau que ele queria por em mim.

Então, com uma velocidade incrível, nos dedos e nos lábios, ele começou a se mexer fazendo um “Hmmmmmmm” assim que viu que eu estava gozando, enquanto me estremeci todo tendo o primeiro orgasmo. Com espasmos musculares dentro do cu, joguei a cabeça para traz sentindo como se uma corrente elétrica passasse por todo o meu corpo e chegasse ao meu cérebro. Assim, expulsando do meu corpo quatro fartos jatos seguidos do meu esperma. Roberto engoliu toda a minha porra, mesmo que eu não goste que ele faça isso. Eu estava todo suado, ele ainda mais.

Sentando-se no chão, ele foi tirando vagarosamente os dedos de dentro de mim. E só aí pude abrir os olhos, porque o que vi foi muito mais que o paraíso, andei pelo pasto e falei com seres divinos que eu nem mesmo conhecia. Fui ao meu próprio nirvana e voltei com a certeza que queria ir lá de novo!

Ofegante, ele me encarou e ficou satisfeito com o que havia causado. Ele sabia que já merecia poder ganhar o presente dele por isso, mas eu queria a segunda rodada. Ganhando ou perdendo, ele sabia que DEVERIA voltar ao trabelho dele! O único que ele cumpre e sempre cumpriu e vai cumpri com prazer [direto ao pé da letra]!

— Não é a ultima vez de hoje, cê sabe disso, né...? — olhei pra ele com cara de assassino matador que encara a melhor vitima da história. E ele voltou ao seu olhar de felino sedento, com sorriso de raposa dentro do galinheiro. — Pode voltar pra recomeçar tudo de novo, mas dessa vez tem que ser diferente!

— Arrã... — ofegando eu estava, mas lhe lancei um olhar de advertência indicando que ele devesse se corrigir. A começar por não poder falar, em segundo, por se permitido, me chamar por um nome característico da minha posição. — Amo.

— Agora sim... — disse em tom indiferente. — Pode voltar agora então.

Ele já sabia que teria de me desvendar sozinho a partir disso, então ele foi rápido e certeiro no que eu queria que ele fizesse. (É, eu sei... É realmente impressionante a forma rápida como alguns casais lêem os pensamentos de seus pares.) O meu namorado levantou as minhas pernas pra cima de novo e com um sorriso malicioso e pervertido, Roberto se abaixou indo direto pra onde ele PRECISAVA ir! O Beto começou a lamber o meu cu e por alguns segundos vi três estrelas. O número que ele merecia por fazer isso, mas ele sabia que deveria ir alem e fazer mais. Ele é e era capaz de conseguir mais que isso; com as minhas pra cima e enquanto metia a língua quente dele em mim, Beto massageou as minhas bolas com uma mão e com a outra recomeçou a bater punheta no próprio pau.

Quase não consegui ver a cena na posição em que estava. Porem, tava amando tudo. E queria mais! Apesar de que não iria falar, eu sabia que ele descobriria como...

— HMM...! — deixei escapar e Beto soltou um sorriso de estava. Mandei-o voltar a chupar o meu cu que prontamente atendeu as minhas ordens sem questionar ou falar uma palavra.

Beto lambeu as bordas, mordendo as bandas e metendo toda a cara, passando por elas suas bochechas com a barba que recomeça a crescer. Quando ele meteu a língua mais fundo, girando-a dentro de mim e mexendo ela, uma das estrelas emitiu um brilho mais forte e intenso, parecendo estar mais perto. Joguei a cabeça pra traz com o prazer que estava sentindo. Mas obvio, não demonstrei tanto por ainda ser o dominador. Ele apertou forte cada lado pressionando contra seu rosto, e eu não sabia dizer o que era mais gostoso nele, os dedos nervosos ou a sua língua quente.

Quando ele volta a chupar o meu pau e as coisas ficaram um pouco mais interessantes. Sugando no inicio só a cabeça e depois passando para o tronco do pau, sempre babando tudo; e então ele recomeçava tudo de novo: puxava a cabecinha e depois o tronco. Então, com sensualidade e sedução alem de silencio e malicia, ele se levantou me encarando beijando toda a extensão da minha pélvis e virilha chegando à minha barriga. Enquanto passava superficialmente as unhas nas minhas coxas, me causando leves arrepios. Ao chegar à minha barriga, ele lambeu e depois começou a me lanhar levemente, mas sempre sem deixar de me olhar e dar outro beijo em cima percorrendo o caminho para os meus mamilos.

Entretanto, ele me surpreendeu ao passar por ele e chegar ao pé do meu pescoço. Instintivamente, segurei com força sua cabeça por baixo das orelhas e disse:

— Nããããoo... — Ele fez que não, sem falar muito apenas saindo do meu poder e me dando um beijo rápido atrás da orelha direita e indo para o outro lado onde ele lambeu, e, diferente do lado direito, ele deixou um chupão. — Querendo marcar território, né filho da mãe...!? — falei e dei um tapão forte sem medo e com olhar quase furioso. — Falei que sou eu quem manda aqui, não é.

Ele não falou nada então dei outro tapa.

— Não é? — disse então segurando o rosto dele. — Te passei uma ordem, porra...

— Sim, amo! — ele falou com olhar meio cerrado, sabendo o lugar dele. DE MEU. SER-VO!!

Pela insubordinação, virei as posições e coloquei-o sentando no encosto do sofá e mandei-oele ficar quieto enquanto descia rápido e furioso para o pau dele. Ignorei completamente o peitoral inchado e tão delicioso e assim que me aproximei, comecei dando uma mordida forte na parte de dentro da coxa esquerda dele pra mostrar o que aconteceria se ele se mexesse. Ele só segurou o grito, e eu iniciei o boquete.

Nem precisei fazer esforço, sabia por prática como ele gosta que eu faça! Com vinte minutos ou mais fiz ele ficar completamente entregue a mim e já sabia que ele estava na minha mão de novo. Parei assim que comecei a sentir o gosto salgado da baba saindo do pau dele.

Ele fez uma cara que era o misto claro de indignação, raiva, decepção, amor, euforia, desejo, malicia, incredulidade, perplexidade, medo e surpresa. Fiquei feliz por dentro com o que consegui; peguei-o com mais força que antes, jogando ele deitado agora no sofá. Num movimento veloz e samurai, fui ate a prateleira apoiando a tevê e peguei um pacote de camisinha, abri e a pus no pau dele sem permitir que ele tivesse grandes reações.

Após ajeitar bem o látex no membro, apoiei ele em riste virado pra cima apontando pro meu cu. Antes de sentar falei:

— Presta bem atenção, Servo. — o chamei só olhava para o próprio pau. Apertei um mamilo dele para que olhasse nos meus olhos. — Quando eu mandar, você obedece. Ouviu?! — e sentei direto, virado para ele. Pra que visse bem ele encarando o que eu tava fazendo nele.

Subindo rápido e descendo lentamente, apertava o tempo todo o cu com esforço pra maltratar ele, a começar pelo pau. Fiz com força, como se fosse o ativo, dando uma surra de rabo nele. Como ninguém nunca já fez antes.

E no final, parei de apertar tanto o anus e diminuí a velocidade para adiantar o meu gozo. Então, sentindo que iria gozar parei a minha punheta. Apoiando as pernas, uma no chão e a outra no sofá, eu deixei que o meu corpo subisse e descesse no mesmo ritmo seguindo a própria vontade, enquanto massageava o meu mastro olhando para o Beto com maldade. Dizia que ele existe pra me servir; que ele é o meu brinquedo sexual; que aquele pau não era nada, em comparação ao meu cu! E quando ele não olhava pra mim, dava tapas nos dois lados do rosto dele para que se lembrasse de olhar no meu rosto e não para o próprio pau. Ele fazia rosto de preocupado, eu sabia com o que era, mas não me importei. Assim, ele também não deveria!

No ultimo tapa, senti a musculatura do meu pau apertar mais forte ainda que antes e o meu pênis ficar ainda mais duro, com as veias aparecendo e tudo. Por isso, sentei mais fundo, fazendo a cabeça do pau cutucar mais fundo lá dentro, quase chegando à minha próstata de novo. Ejaculei fartamente, esguichando alto e parando na cara dele, antes que ele pudesse pensar, num arquejo de prazer que ele deu, menti fundo o meu membro na goela dele. E terminei de gozar lá dentro, enquanto dizia pra ele beber tudo, porque eu tava mandando.

Ainda segurava o cabelo dele quando ele bateu na minha coxa pedindo pra que eu o soltasse e saísse de cima dele. Impressionado e com exaustão transbordando dos olhos e do corpo em forma de suor, ele olhou para o próprio corpo vendo a sujeira. Vi que ele não tinha gozado ainda, mas não considerei voltar para ajudá-lo com isso.

— Bem, que pena que só tive um orgasmo hoje, não é... — falei pra ele querendo dizer subliminarmente que ele não tinha feito o serviço totalmente direito. Ele ficou surpreso com essa. — Mas foi muito mais gostoso que das outras vezes, ponto pra você por essa. — Ele deu um sorriso de vitória, como se tivesse ganhado o campeonato. — Não fica se achando não, ta... Porque já vi melhores... — provoquei.

— HÁ-HÁ-HÁ... — riu alto de onde estava. Passou um dedo no peito gozado e levou à boca saboreando e disse:

— Vai ter volta depois, heim... Vai ter volta essa.

— Ta, ta... tudo bem. — falei indiferente. — Vou fazer a comida enquanto você faz o que for fazer agora.

E me virei. Antes que chegasse a porta da cozinha, Roberto pegou na minha cintura puxando pra ele por traz. Quando me virei pra ele pego de surpresa com a atitude, imaginei que ele fosse querer um terceiro round e já preparava a resposta.

— Não faz isso de novo, ta. Eu poderia ter... — ele nem quis imaginar essa situação, por isso não continuou. — Na próxima vez, pega a camisinha antes, né... — falou em tom de brincadeira. Eu ri do tão precavido ele tenta ser.

— Desculpa não te levar a sério, mas fica muito estranho um homem desse tamanho com preservativo no pau balançando assim... — falei e apontei pra baixo.

— Aaaaaahh, vai dizer que não acha sexy e atraente? — perguntou depois de rir do que eu falei. Ele já me soltava quando dei um beijo rápido e estalado nele.

— Hum, sim, acho. — disse enquanto saia dos braços dele e ia pra cozinha. — Mas a gente não vai transar de novo.

— O que? — ele quase gritou. — Eu vou ficar na vontade, é isso?! — Ri da cara de indignado que ele fez. Vindo correndo, ele me pegou de novo e me apertou mais forte.

— Desculpa, Servo. Mas sou eu quem manda, lembra. — falei empurrando ele com força. Ele riu, e repetiu suas palavras.

— Vai ter volta isso, tu já sabe, né...

— Sim, sim. — disse eu me virando de novo e abrindo a geladeira pra ver o que tinha. — Agora me deixa que tô vendo o que fazer de janta.

Ele riu me olhando, um pouco com desejo um pouco com diversão.

— O que foi? — perguntei de onde e na posição que estava só virando o pescoço pra traz, para encará-lo.

— Nada, só queria saber se não dá frio abrir a geladeira pelado?

Ri junto dele, porque tinha esquecido que tava nu. Olhei pra ele e vi ele ainda todo suado, sujo com a minha porra e grudento também.

— Pelo menos não sou eu quem tá todo sujo de gozo... — calei a boca dele gargalhando. Quando ele fez que iria vir correndo pra cima de mim de novo, falei firme: — Já disse que não, agora vai tomar um banho que eu estou mandando! — Ao vê-lo abrir a boca, fiz “Shhh!”, porque eu não tinha dado permissão pra ele abrir a boca. — Vai...

Quando fingi ir atrás dele para batê-lo ele correu em direção dos fundos, onde fica o nosso quarto e o banheiro.

***

Terminando de cozinhar tudo, atendi ao telefone da sala. Minha mãe disse que pretendia vir aqui em casa pra nos fazer uma visita.

O Beto saiu do banheiro assim que coloquei o gancho de volta no lugar. Roberto gosta de certas coisas antiquadas, não nego que só temos um telefone desses por causa dele. Ele perguntou quem era, disse o que aconteceu. Falei que iria tomar um banho quando ele começou a mexer nas panelas.

Tomei um banho de 5 minutos e saí secando a cabeça.

— Quem foi que deixou você começar a comer? — perguntei encarando ele com uma garfada na boca me fitando sério.

— Desculpa, é difícil falar com você sem roupa... — ele claramente me comeu com os olhos me observando de baixo a cima. — Ainda mais de banho tomado e perfumado. — Ele lambeu os lábios com malicia e largou o garfo para pegar o copo com suco. — Mesmo assim, você só pode mandar em quando é para o sexo. No resto, a gente faz tudo em conjunto, lembra...?

Me recompus e sentei-me à mesa ao lado dele.

— Sim, é verdade... — o prato ele já havia posto pra mim, só me servi com a comida. — Fez suco?

— Sim, quem mais seria? O Fantasma da Ópera... — ele riu de si mesmo.

— Ai, grosso. Só perguntei...

— Grosso é o meu pau! — e riu com malicia de novo. — Você vai ficar pelado assim mesmo...?! — ele me olhou sentado ao seu lado servindo feijão e batata depois.

— Sim, o que tem isso? — terminei de me servir e peguei um copo.

— Hmm... — ele encarou direto o meu pau que começou a ficar de mole meia bomba. — Então eu posso bolinar, né...?!

— Tô comendo agora. — falei e mesmo assim ele encheu a mão com o meu membro e apertou deixando duro. — Você também tava comendo, né.

— Tudo bem, tá limpinho. — ele sorriu. — Tá lavado, né...?! — ele perguntou me fitando, eu só ri da cara que ele fez. — E aqui? — e ele tirou a mão para enfiar um dedo no meu cu. Apertando antes uma poupa.

— Beto, vai comer, por favor. — falei tirando a mão dele e continuando a comer. — Deixa pra pensar nisso depois...

— Não, depois eu tenho serviço e só chego em casa mais de uma hora da noite. — Ele me deu um beijo na bochecha e desceu para o pescoço. — E ainda tô na vontade, vai... — Beto me mostrou como estava excitado. Mesmo assim, resisti, persisti e insisti em dizer não.

Ele acabou cedendo, apesar de a todo o momento ficar me observando com maldade na cabeça de cima e fogo na debaixo. Uma vez ou outra ele deixava suco cair pelo canto da boca me encarando, depois ele ainda deu o troco na mesma moeda.

Eu ria de tudo, ate terminar o jantar e lembrar que ainda tinha o trabalho de matemática para finalizar. Roberto foi escovar os dentes e depois veio ao nosso quarto pra trocar de roupa pra ir para a faculdade. Como ele havia rodado em algumas matérias no semestre anterior, naquela época ele fazia um horário diferenciado. Onde ele só teria de repetir as matérias que ele rodou.

Enquanto ele se trocava, ele me olhava, lambendo os lábios. Me comendo com os olhos de novo, eu devolvia mexendo a bunda ou virando ocasionalmente na direção do rosto dele. Eu ainda não tinha vestido uma roupa.

Ele veio beijando a minha boca, e eu pegando a cintura dele e colando com a minha. Demos uma rapidinha antes de ele sair para o trabalho. E ele ainda cursava vendas no IFRJ.

Tomei outro banho de novo quando ele saiu, e voltei aos meus estudos, terminando definitivamente o trabalho. Guardei tudo, caderno, livros, todo o resto do material na mochila e preparando a minha roupa para dormir. Fui à sala para ver um pouco de televisão, mas todos os canais só passavam programações chatas e sem graça. Por isso, me deitei na cama e fiquei me revirando durante quase uma hora por falta de sono.

Sonhei com o meu pai me pegando na cama com o meu primeiro namorado, Richard. Quando eu tinha ainda quinze anos, foi estranho porque isso não foi apenas um sonho, mas também uma lembrança. Quando o sonho ficou estranho de verdade, só lembro-me de fragmentos do que tive depois. Alguma coisa com pássaros voando a minha volta e bicando a minha cara. Senti o Beto se aconchegando atrás de mim e pondo os braços envolta do meu corpo e me dando um beijo carinhoso, o que me fez acordar levemente. Ouvi-o dizer que me ama, mas eu já tava voltando a dormir para responder.

Acordei muito depois num sábado chuvoso e nublado, sem graça que queria me dizer alguma coisa. Apenas pensei ter visto meu namorado se levantar para ir estudar, porem, estava sonhando. Ele se levantou no sonho, com rosto triste, choroso, disse que não me amava mais e saiu pela porta. Eu tentei alcançar ele, e não consegui abrir a porta.

Acordei assustado como se fosse real. Levantei e ele já tinha feito o café, estava quase tudo posto a mesa. Ele também tinha ido à padaria e comprado o pão de queijo que eu amo. Abracei-o por traz dando um beijo terno nele e dizendo um “bom dia” e “eu te amo” no ouvido dele. Ele ficou arrepiado, o abracei mais forte ainda.

— Vem, senta que hoje resolvi caprichar pra você... — ele falou.

Comemos tudo, tomei café forte e ele só suco de maracujá. Depois, resolvemos deitar na nossa cama pra assistir um filme de zumbis pelo notebook online. Aaaaaaamo filme com zumbis, fazem parecer que a vida falta só de um apocalipse zumbi pra ficar mais legal. O filme era um psicose de thriller, apocalipse zumbi e ação com banho de sangue, o nome algo tipo Nation Zombie: The Blood Soldiers. Sobre um cientista louco que continua a pesquisa do pai que era nazista e tentou criar um exército de mortos-vivos, mas, diferente do pai dele, ele sim conseguiu e pior do que o seu antecessor, ele era mais psicopata. Queria usar os seus exércitos zumbis para conquistar o mundo, escravizando-o, a começar pelos Estados Unidos (eles têm alguma coisa que os faz pensar que são os únicos no mundo com problemas... por isso dos filmes de lá quase sempre mostrar que de tudo de ruim que acontece, começa lá ou lá é pior). Claramente adorei o filme, apesar de ter achado que ele PODERIA ter sido melhor... Beto não gosta muito, por causa das cenas das tripas e outros órgãos sendo tirados para fora e comidos e tals, mas eu amo!

Ele teve que sair pra resolver uns problemas no serviço dele, parece que umas encomendas se perderam no caminho de entrega num trabalho passado para o Beto. E o patrão dele o chamou para esclarecer isso e ver o que aconteceu.

Assim que ele saiu, comecei a falar com uma amiga por whatsapp, era só bobagem. Ate que recebi uma mensagem de um número desconhecido perguntando se eu tava preparado. Fiquei matutando sobre isso, quando me lembrei das aulas que pedi para o Déreck. Na tarde anterior ele tinha desmarcado no final da aula e eu esqueci completamente disso, por isso pensei que pudesse ser ele. Perguntei se era, e respondeu-me que sim. Expliquei onde moro e como faz pra chegar. Vinte minutos depois, Déreck e estava batendo no portão.

Vou descrevê-lo. Ele é alto, ainda mais que o Roberto, tem 1, 85, com uns 75 quilos. Cabeça raspada, cabelo loiro aparecendo já crescendo. Corpo pouco magro, tipo de quem não faz nada – nem malha nem come – pele branca, tipo quem vai pra praia e fica vermelho feito camarão. Óculos fundos de garrafa, boca vermelha cheia de dentes e com um pouco de carne, nariz meio torto para o lado. Nerd, com tendências otakus e porte de um típico kpopeiro. Estava com as mesmas calças de jeans de sempre, mas naquele dia ele tinha uma regata branca de algodão e linho. E seus livros de matemática básica, geometria e álgebra, alem dos cadernos. Ele costuma cobrar 40 reais a hora de aula, pensei que fosse um sacrifício pequeno visto o fato que já estávamos no final do ano.

Deixei que ele entrasse, percebi que ele usava um tênis Nike novo muito bonito e cheio de estilo. Mas não falei nada. Fomos para a cozinha e lá pedi que ele se sentisse a vontade para começar e pedir o que quer que fosse, oferecendo subjetivamente suco, água ou café ou chá, sei lá.

— Olha, eu não gosto de homem, tá... — ele falou olhando para mim com olhos vidrados. — Não sou gay!

— Tá bem, eu também não vou com a sua cara... — teria rido se fosse com outra pessoa, o cara tava achando que eu tava cantando ele. — Eu não chamei aqui pra te comer ou pra te “transformar” em “mulherzinha”, se é isso o que pensou. Eu to precisando de ajuda em matemática mesmo!

— Hum, — ele soltou olhando pra mim e depois a sua volta. — bem, acho que a gente pode começar então.

Pegando a cadeira mais perto na mesa ele sentou sem virar de costas pra mim. Se não fosse por causa da nota, já teria botado esse cara pra fora.

A tarde passou super calma. Relaxante ate demais, o Beto não voltou nas duas horas que se passaram, nem na hora seguinte. Quando eu pensei que já tinha matado quase metade do conteúdo que ele estava ensinando, ele pediu um copo d’água.

— Vitor, posso fazer uma pergunta...? — A pior parte dessa situação era que ele não estava nem um pouquinho nervoso ou tremendo com a pergunta.

— Já fez uma, né, mas pode sim. Manda lá...

— Dar dói? — então fui eu quem ficou nervoso e confuso.

Quase engasguei com a careta que ele fez. Então tentei fazer graça e brincar com a situação, o que não foi o que eu consegui. Mas respondi.

— Bem, sim, muito no inicio. — disse e tomei o resto da água no meu copo e peguei o dele. — Dependendo, pode doer sempre, se você for do tipo que é mais apertado, sabe.

Lavei os copos virado para ele, pra esconder a minha cara de vergonha.

— Como assim?

— Ora, se tiver o cu mais fechado, né... — achei engraçado o tom que a conversa havia obtido. Porem, ainda mais engraçado que ele não achou graça nenhuma. — Por que da curiosidade? — devolvi sem segundas intenções. Pensava que ele só tinha curiosidade mesmo. — Tá querendo experimentar, heim...? — brinquei com ele.

— Não, não, não... — ele pareceu ficar vermelho, mas como essa já é a cor dele naturalmente, ficou pouco visível. E eu não saberia dizer se já era dele ficar com vergonha de conversas assim ou eu é que toquei num assunto delicado mesmo. — Não, é só uma dúvida mesmo.

— Hum, eu também tenho uma dúvida. Sobre a matéria... — disse e voltei para a mesa.

E quando se completou as três horas que Beto não vinha, olhei para o relógio de parede e vi o horário.

— É o seu namorado? — Déreck perguntou apontando para a foto ao lado do micro-ondas, embaixo do relógio.

— É, é sim, Roberto.

— Vocês namoram há muito tempo?

— Sim, há quase três anos.

— E desde quando vocês moram aqui?

— Há dois, o meu pai tinha me expulsado de casa por eu ser gay.

— Huuuumm, sim... — ele ainda não tinha tirado os olhos do porta-retrato. Fitando a mim agarrado no Beto que tava segurando a máquina fotográfica. Após alguns minutos estranhos, ele pergunta: — Vocês já fizeram sem camisinha? Ouvi dizer que é mais gostoso...

— Não, nunca. — ri do nível de curiosidade dele e do fato dele ter ouvido tanta coisa sobre ser gay, mas “sendo hetero”. — E nem poderia, aliás, ninguém deveria fazer sem!

— Por quê? Como assim, se as pessoas fizessem sexo só com camisinha, como a humanidade poderia continuar existindo? — Quase ri das palavras dele, e do sentindo oculto que ele não tinha entendido.

— O que eu quis dizer é que, toda pessoa que é gay deveria fazer sexo SÓ com proteção. Porque nunca se sabe, né...

— Ta, entendi... — mesmo assim ele continuou pensando — um pouco... E por que exatamente vocês nunca fizeram?

Hurg, eu não gosto de falar sobre isso sem o Beto. Porque é pessoal e uma coisa que não precisa sair por aí espalhando, né. Mas como o próprio Beto diz: “não tem problema falar sobre isso...!”

— É que... — eu pensei bem em minhas palavras — o Beto é HIV positivo...! Por isso. — falei um pouco sem graça.

Instintiva e instantaneamente Déreck retesou o corpo pra frente como se fosse se levantar. Eu olhei estranho pra ele e ele me olhou ainda mais estranho. Ia perguntar o porquê ele iria se levantar quando percebi o motivo: ele tava com medo de pegar também!

— Calma, não precisa fugir não... A casa não tá com lepra nem suja, a gente arrumou tudo direitinho.

Assim que falei “a gente” ele se levantou mesmo indo ate a porta. Pensei em mandá-lo ir embora mesmo, ate que lembrei que nessas situações o dialogo é sempre o melhor caminho.

— Olha, aqui ninguém vai te passar doença nenhuma, ta bem. — falei me erguendo da cadeira também. Ele recuou antes mesmo que eu desse o primeiro passo. — Eu não tenho doença nenhuma, Déreck. E nem vou te passar...

— Como você sabe? — ele perguntou me interrompendo.

Aí sim mesmo que me senti super ofendido, mas imaginei que o Beto numa situação dessas teria agido com calma e não partido pra ignorância. Afinal, de qualquer forma, era esse o problema que Déreck estava demonstrando, essa é a forma como ele agiu, com ignorância.

— Não, eu sei. Sei porque a cada seis meses faço todos os exames com o Beto alem de um monte de outros pra saber como tá a minha saúde! — disse eu ríspido. — Então, sim, eu tenho como saber. Por falar nisso, VOCÊ fez todos os exames? Você sabe? — perguntei com raiva e me sentei na cadeira. Ele ficou pensando e então saiu da pose auto protetora e veio ate a porta pelo menos. — Sabia que mulheres também podem passar o vírus para homens; e que nem todo homem gay tem?!

— É, mas o seu namorado tem. — pensei em levantar pra bater nele, mas me contive. — E como foi que ele pegou?

— Com o ex dele, que pelo que eu soube, pegou do pai ao nascer...

— Nossa! Mas não fizeram esse tipo de teste no ex do seu namorado quando ele nasceu...?

— Não sei, — falei mais calmo — acho que só fazem quando a mãe tem suspeita de ter contraído. — percebi que ele tinha pegado interesse na conversa — De qualquer forma, como muitas pessoas, os dois fizeram sexo sem proteção, talvez acreditando que na primeira vez não precisasse... ou que por serem virgens ainda poderiam, sei lá...

Não queria continuar falando sobre isso, mas se era para que ele parasse de achar que o Beto e eu somos dois doentes contagiosos, já adiantaria ter a conversa.

— O que eu sei, — disse olhando para a porta, mas não pra ele. — é que o Beto ficou hospitalizado depois de um tempo por ter sintomas de gripe, só que nunca passava. Então, o ex do Roberto explicou para ele que o pai tinha traído a mãe dele e pego vírus, e passado para os dois. De alguma forma o vírus tinha ficado encubado ou coisa assim no cara desde que nasceu e ele só foi descobrir quando já tinha passado para o Beto, que por sorte só pegou o vírus dele, não chegou a gerar a AIDS, que é a doença de verdade.

— Hum, sim. Agora entendi, mas e você nunca ficou com medo de pegar?

— Bem, — Eu considerei a pergunta como sendo genuína. Afinal, quem tem o vírus é o Beto não eu, ele já lida com isso há mais tempo — sim, no inicio... Porque eu não sabia direito o que era a AIDS, também pensava que pode ser passada pelo ar ou simplesmente por um espirro. — ri de mim mesmo, Déreck também rira. Só não sei de quem ou do que. — Então, por amor próprio e ao Beto também, pesquisei em vários lugares, principalmente em sites médicos e também no do Dr. Drauzio Varella. Tá tudo muito bem explicado lá, também foi lá que aprendi algumas coisas sobre outras DSTs. E o Beto não deixa passar um ano sem que eu faça todos os testes duas vezes, e sempre transamos, ele lembra de pegar camisinha mesmo. — Déreck me encarou com essas ultimas informações, já ficando mais relaxado e menos afastado. Ele voltou a sentar-se na cadeira. — Você tem que ver a cara que faz quando faço um boquete nele sem preservativo... — ri sozinho lembrando da ultima vez. — E se acontece de TALVEZ ele soltar sangue em algum lugar e eu tocar, ele já me faz começar a tomar PrEP.

— E o que é Prép? — perguntou calmamente olhando cautelosamente para todo canto, certificando-se talvez de estar tudo limpo e sem sangue.

— PrEP. é Profilaxia Pré-Exposição, uma prevenção antirretroviral, impedindo a infecção do organismo pelo vírus do HIV. E a gente limpou tudo direitinho, já disse!

Tentei mudar de assunto, voltando para os nossos cadernos. Ele tentou se desculpar, mas era tarde.

— Acho melhor você voltar para a sua casa... — falei virando para ele. Que me pegando de surpresa, me roubou um beijo rápido e ficou extasiado, sem reação. Assim como eu. — O que você fez?

— Desculpa, eu não sei... — ele disse de olhos arregalados me olhando ainda. — Só tinha sentido vontade e fiz. Acho melhor eu ir...

— É também. — disse nervoso.

Ele começou a pegar as suas coisas com as mãos tremendo. Eu também estava nervoso, talvez ate mais que ele. Por medo que o Beto chegasse e nos visse.

Ninguém falou uma palavra ate chegar ao portão.

— Oie. — disse a minha mãe parada na grade bem do lado da caixa do correio. — É colega da escola, filho?

— Sim, é sim. — falei abrindo o portão, torcendo para que ela não tenha visto nada. — Tchau Déreck. — ele não respondeu.

— Educado ele, né. — ela disse e entrou me dando um abraço apertado. Tinha esquecido que ela viria. — Ainda prefiro o Roberto.

— O que?

Ela vestia um vestido longo, ate os tornozelos, florido, lindo, com detalhes de renda e um trançado atrás que escondia o zíper. Com sapatilhas simplesinhas, ela havia prendido o cabelo num coque no alto [ela tá sempre de coque] e posto o pingente de crucifixo no pescoço. Apesar de ser muito religiosa, ela prefere acreditar que se existem pessoas gays no mundo é só porque Deus fez assim.

— Vim pra comer um bolo de laranja com chocolate. — meu bolo preferido.

— Pera, mas eu não fiz nada pra quando a senhora viesse aqui. Desculpa, mas esqueci completamente...

— Tudo bem, meu filho. Eu mesma vou fazer.

— A senhora não trouxe nada, os ingredientes, nem tem aqui...

— Sim, eu sei filho. — ela começou a mexer na bolsa procurando pela bolsinha de dinheiro. — Por isso quero que VOCÊ vá ao mercadinho aqui da esquina, do seu Carlos, e compre o que falta. — ri com ela, porque ela mesmo de longe, continua mandando em mim.

Demorei, mas voltei. :P Desculpa, carxs leitorxs. Tive N problemas no decorrer da minha vida ate agora [desde passando por um quase namoro, perda de criatividade para continuar escrevendo por um longo tempo, ate volta as aulas], e isso que eu nem falei da pior parte... de qualquer forma, tá aqui e muito obrigado a quem lê, espero que seja do agrado de quem quiser continuar lendo. Porque vou continuar escrevendo desse jeito.

Muito obrigado a quem ler, e volte sempre que quiser, vou tentar atualizar a história sempre que a minha imaginação permitir... ;)

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Comentários

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Nossa! Ate fiquei lisonjeada agora... dsa porque sou super fã de ti, StayRayy! <3 ah, agradeço os elogios, vindo de alguém que também é sempre muito bem aceito da mesma forma que de quem só lê... :*

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Nossa, qual será a desse Dereck?! Legal você falar do HIV , tem muita gente que ainda é ignorante nisso... O conto é bom , adoro a relação com o Beto, super leve, apesar da quase falta de tempo e tal... Melhor coisa do mundo é ter alguém assim ao nosso lado ♥️ eu que o diga 😍

Sobre a questão da demora, super te entendo, demorei um ano para finalizar meu conto kkk sobre ser longo, não se preocupe , todo mundo adora capítulos longos ,só tem que ser bom , e o seu é perfeito. Continua!

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BEM ESCLARECEDOR AO DERICK. GRANDE BABACA ELE. MAS É UMA ATITUDE NORMAL DOS QUE IGNORAM SOBRE O HIV. NÃO SE PODE CULPAR.

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agora é que fui perceber que esse talvez seja o maior capitulo que eu já tenha escrito na minha vida... não me impressiona só uma pessoa ter comentado, o resto nem deve ter terminado de ler ainda...! kk

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