O EX-ALUNO. Capítulo 8: O DIA SEGUINTE.

Um conto erótico de rickprof
Categoria: Homossexual
Contém 3455 palavras
Data: 07/02/2018 02:58:59
Assuntos: Gay, Homossexual

Capítulo 8: O DIA SEGUINTE.

Acordei com uma leve dor de cabeça e uma sensação de exaustão e, em alguns segundos após o despertar, recordei-me de tudo que havia ocorrido na noite anterior. A formatura, a briga homérica com Sérgio, o fim do meu relacionamento de uma década, o amor explosivo e romântico que tive com Renan. Não conseguiria descrever com palavras o turbilhão de emoções que estava sentindo. Era tudo tão forte, tão intenso. Eu sabia que iria precisar lidar com tudo aquilo, sabia que as coisas a partir daquela noite nunca mais seriam iguais.

Olhei para o lado e senti a falta de Renan na cama. Desejei, no mesmo segundo, que ele estivesse ali comigo e que não saíssemos nunca mais do lado. No meu corpo havia marcas da noite anterior: arranhões e marcas vermelhas que se tornariam roxas em pouco tempo. O líquido, que foi o ápice daquela noite, estava seco e grudado nos lençóis, no meu peito e em minhas entranhas. Sorri, feito um adolescente apaixonado, daquela situação.

- Que porco! Nem tomei banho... – Falei sozinho. – Renan. – Gritei do meu quarto, mas não obtive resposta. – Renan... – Gritei de novo enquanto me levantava da cama. Sai do meu aposento e vi a porta do seu quarto entreaberta. – Renan... – Disse abrindo a porta. – Por que não me respondeu? – Perguntei assim que o avistei sentado em sua cama.

- Desculpa, não ouvi. – Ele disse sem me olhar, fitando a parede.

- Que mala é essa? – Percebi que havia uma mala em cima da cama ao lado do meu ex-aluno.

- Depois de ontem acho melhor eu não continuar aqui no seu apartamento... – Ele disse se levantando e encarando a janela.

- Por quê? – Disse incrédulo, sem conseguir entender o motivo daquela sua reação.

- Ricardo, por favor... – Ele disse, ainda, sem me olhar. – Depois de ontem não há a menor condição de continuar aqui. – Meu ex-aluno respirou forte. Parecia procurar as palavras corretas para serem ditas naquele momento. Então, ele finalmente olhou nos meus olhos. – Ricardo, você pode não lembrar de tudo que aconteceu ontem, mas eu lembro claramente de tudo, de cada detalhe, de cada palavra, de cada toque...

- Lembra? Não parece. – Falei irritado, quase berrando. Renan, então, voltou a olhar a janela! – O que tivemos ontem foi incrível. E hoje você simplesmente diz que vai embora. Ontem não representou nada? – Disse tentando parecer mais controlado.

- Tanto representou que eu decidi finalizar essa história. – Ele disse se virando e me olhando.

- Não estou te entendendo, Renan... – Disse tentando abraça-lo. Meu ex-aluno se afastou, causando-me uma estranha e intensa sensação de rejeição.

- Ricardo, eu te amo, te amo desde sempre. Eu te amo desde que era moleque. Eu te amo mais que tudo. Ontem foi a realização de um dos meus sonhos. Nunca me senti tão realizado, nunca fui tão feliz. Não quero estragar tudo! Você estava bêbado! – Ele disse com lágrimas escorrendo por seu rosto. – Você tinha acabado de brigar com o Sérgio. Em breve vocês estarão bem... É sempre assim! Eu não quero me iludir. Sem você eu não seria nada, mas não posso mais conviver com você. Não vou mais conseguir... – Ele começou a chorar insistentemente. Eu o abracei. – Eu te amo! – Ele disse e, em seguida, segurei seu queixo, olhei em seus olhos e o beijei. Um beijo doce, apesar do gosto salgado de suas lágrimas e do meu mau hálito matinal.

Abraçamo-nos! Queria que seu corpo nunca mais se afastasse do meu. Acariciei seu couro cabeludo, cheirei seu pescoço me embriagando mais uma vez com seu perfume que tinha a capacidade de me fazer esquecer todos os meus problemas e me conduzir para um mundo de calmaria.

- Renan, eu não quero e eu não vou deixar que você vá embora. – Disse olhando em seus olhos. – Acho que precisamos conversar... Temos muitas coisas para falar um para o outro. – Soltei-me do abraço. – Senta aqui. – Disse já me sentando na cama e fazendo sinal para que meu “menino-homem” se sentasse ao meu lado.

- Ricardo, eu acho melhor não falarmos mais sobre isso. Entendo que será melhor para nós dois. – Meu ex-aluno aluno disse recusando meu convite para se sentar ao meu lado. – Eu liguei para a Joice assim que acordei, pedi para ficar uns dias na casa dela...

- Renan... – Disse o interrompendo e o segurando pelo braço.

- Acho que só iremos causar mais problemas se tivermos essa conversa, Ricardo. – Renan disse parecendo estar decidido. – Com o dinheiro que tenho consigo alugar um lugar para morar...

- Você não está entendendo, cara! – Eu disse o abraçando. – Eu te amo também! – Renan me olhou assustado. – Eu te amo muito.

- Ricardo...

- Renan, eu não sei explicar meu amor por você. – Disse o fazendo sentar na cama junto comigo. – Eu, na verdade, sempre te amei. Sempre foi um amor puro, fraternal... – Renan se levantou e tentou falar alguma coisa, porém eu o fiz se sentar novamente. – Eu sempre te amei dessa forma fraternal. Porém, eu não sei em que momento esse amor fraterno se imbricou com um amor carnal. – Meu ex-aluno prestava atenção em cada palavra que eu dizia como se delas dependessem a nota de uma prova muito importante. – Por isso, eu não sei definir o que sinto por você. – Falei tentando entender as frases confusas que acabará de pronunciar.

- Ricardo, você não me deve explicações. Eu sei ‘que você ama o Sérgio. Eu sei que vocês vão voltar e manter essa relação de anos, pois sei que vocês se gostam. Apesar das inúmeras brigas e desentendimentos, percebo que...

- Eu não vou te negar que amo o Sérgio. Caso eu fizesse isso, estaria sendo desleal com você, com o Sérgio e, também, comigo... – Disse interrompendo sua fala.

- Eu sei disso...

- Mas, você não sabe de muitas outras coisas, cara! – Renan fez cara de interrogação. – Por isso, acho que precisamos tanto dessa conversa. – Abracei-o e ele retribuiu o carinho. Ficamos alguns segundos em silêncio até meu ex-aluno me soltar.

- Por que você e Sérgio se separaram? Foi por causa das coisas que ocorreram ontem na Formatura? – Renan me perguntou de uma forma que demonstrava toda a sua curiosidade para conhecer os fatos.

- As coisas que aconteceram na Formatura causaram o estopim, Renan. Digamos que foi a gota d’água que fez o copo transbordar.

- Eu não queria ter provocado essa situação. Eu perdi, totalmente, o controle na festa de ontem... – Renan disse com lágrimas nos olhos.

- Não se culpe por nada que aconteceu. – Disse passando a mão direita em seus cabelos. – Renan, como eu te disse, em um determinado momento eu simplesmente embaralhei o amor fraterno que sempre senti por você com um amor carnal, um amor que me deixou confuso e assustado. Preciso te confessar que isso ocorreu há alguns meses... – Fiz uma pausa. Olhei em seus olhos e tive vergonha de contar tudo que havia feito nos últimos meses. – Eu tentei me afastar de você por medo dos meus sentimentos...

- Eu não percebi nada, Ricardo. – Renan falou ao mesmo tempo que parecia querer entender toda aquela nova conjuntura.

- Eu sei que não! Mas, o Sérgio percebeu, Renan. Foram meses complicados...

- Eu não queria ter provocado isso...

- As coisas aconteceram. – Disse o interrompendo. Respirei fundo e continuei minha fala. – Quando me senti atraído por você, quis fugir dessa situação. Eu não queria te magoar. Eu tive muito medo, Renan. Tive ainda mais medo quando descobri que você me amava...

- Como você descobriu isso? Eu nunca falei sobre isso... – Meu “menino-homem” estava, de fato, muito curioso e eu soube, naquele instante, que não poderia deixar de falar sobre tudo. Precisa ser o mais honesto possível. Precisava contar cada detalhe, cada situação vivida por nós nos últimos meses.

- Eu tenho vergonha de te contar sobre isso, pois invadi sua intimidade...

- Não estou entendendo, Ricardo! – Renan estava com um olhar de preocupação.

- Eu li seu diário, Renan. – Pronunciei essas palavras com uma grande vergonha de ter feito aquilo.

- Você não tinha esse direito. – Renan disse, verdadeiramente, bravo. – Todas as coisas que escrevo ali são, extremamente, íntimas. São coisas minhas e eu não queria compartilhar com ninguém, Ricardo. – Era perceptível o quanto ele ficou chateado com aquilo.

- Renan, eu sei que invadi o seu espaço. Sei que agi errado. Mas, minha curiosidade falou mais alto naquele dia. Eu simplesmente não consegui me controlar.

Nossa conversa durou horas. Conversamos sobre tudo: nossos sentimentos, nossos medos, nossos desejos. Foi um bate-papo franco no qual nos libertamos de todos os segredos. Ao final, sentia-me, de verdade, mais leve. Sentia-me mais Ricardo, pois parecia que havia me reencontrado após anos desaparecido. Parecia que, finalmente após muitas mentiras, estava sendo sincero comigo mesmo. Estava sendo sincero com meus desejos e sentimentos.

- Ricardo, eu vou passar alguns dias na casa da Joice... – Renan se pronunciou após trocarmos mais um beijo apaixonado.

- Eu não acho que isso seja necessário, Renan.

- Eu acho que será bom, para ambos, esse tempo... – Renan, disse me olhando enquanto eu tentava decifrar o que se passava em sua cabeça. – Acho que precisamos pensar em tudo que aconteceu.

- Eu te entendo... Eu não queria, porém vou respeitar sua decisão. – Beijei-o novamente. – Eu te amo! – Disse assim que minha boca se separou da sua.

- Eu te amo demais, Ricardo! – Renan disse tentando controlar as lágrimas que se formaram e desejavam se libertar.

Renan pegou sua mala e partiu no início da tarde. Quis levá-lo até a casa de Joice, mas ele recusou minha oferta. Então, assim que ele partiu, tomei um longo banho no qual fiquei pensando em tudo que havia ocorrido em minha vida nos últimos meses. Apesar de tudo, sentia-me mais livre e bem menos hipócrita. A partir daquele momento decidi que nunca mais mentiria sobre os meus sentimentos, nem para mim e nem para ninguém. O amor e o desejo que nutria por meu ex-aluno nunca mais voltariam para o armário. Assim como o meu amor por Sérgio não entraria no armário. Precisa ser sincero comigo mesmo, precisava entender que não deixaria de amar o Sérgio do dia para a noite. Uma década de relacionamento não morre em um dia, uma semana ou um mês. Eu soube, debaixo do chuveiro do qual saía uma reconfortante água morna, que passaria por dias complicados. No entanto, percebia também que esses momentos difíceis originariam, em um futuro breve, certa calmaria. Era, portanto, imprescindível passar por essa tormenta.

Durante cinco dias não tive qualquer notícia de Renan, ou de Sérgio. Sentia uma assombrosa falta de ambos. Nas duas primeiras noites só consegui dormir após ingerir uma boa dose de bebida alcoólica e sessões, praticamente, intermináveis de choro. Sentia-me vazio! Sentia-me solitário! Sentia-me abandonado! O apartamento vazio e silencioso era um cenário ideal para que eu me sentisse a cada dia mais triste, mais melancólico. Ia para o trabalho me sentindo exausto e os dias pareciam intermináveis.

Ao final do quinto dia recebi um SMS de Sérgio que dizia: “Ricardo, hoje embarco para Madri. Sentirei muito a sua falta! Seja feliz... E, nunca se esqueça, eu te amo.” Não tive o trabalho de respondê-lo, apenas me sentei no sofá e chorei mais uma vez. Obviamente eu sabia que o término com Sérgio foi a melhor coisa que ele poderia ter feito por nós. Porém, não era capaz, ainda, de lidar com sua perda. Não seria possível, ainda, manter qualquer tipo de contato com Sérgio. Eu não podia! Eu não queria! Esse contato não seria saudável nem para mim, nem para ele. Precisávamos, sem dúvida, afastarmo-nos. Talvez, assim, o tempo seria capaz de cicatrizar as feridas que deixamos um no outro. Após essa mensagem, recebi ainda mais outras cinco de Sérgio, todas em um intervalo de 48 horas. Não respondi nenhuma e, ao que parece, ele entendeu que seria impossível manter contato comigo.

Na manhã de domingo, acordei febril. Minha garganta doía, meu corpo parecia carregar todas as chagas abertas durante aquela semana infernal. Novamente, chorei. As lágrimas, durante aqueles dias, eram, de fato, fartas. Estava bebendo muito, dormindo pouco, alimentando-me precariamente... Apesar de aceitar que Renan ficasse na casa de Joice durante alguns dias, não conseguia compreender sua decisão, principalmente, depois de ter me declarado para ele. Estava vivendo no meu limite. A consequência de uma semana como essa chegou no final daquela tarde.

Acordei molhado de suor e sentindo muito frio, estava batendo o queixo e sem forças para me levantar da cama. Após um forte esforço, consegui sair do apartamento. Sabia que não poderia dirigir até a Emergência do Hospital mais próximo que meu plano de saúde cobria. Desci, de elevador, até a portaria.

- Seu Antônio, você pode pedir um táxi para mim? – Pedi para o porteiro do prédio.

- Posso, seu Ricardo. Está tudo bem? – Ele perguntou já ligando para o ponto de táxi que ficava próximo ao prédio.

- Não estou me sentindo bem, vou ao Hospital... – Falei tentando parecer forte, mesmo querendo desabar.

O táxi não demorou a chegar e em menos de 15 minutos estava na recepção da emergência.

Passei a noite no Pronto Socorro e após alguns exames, o diagnóstico: uma forte infecção na garganta. Essa fez com que fosse necessária administração de medicação por via intravenosa. Só recebi alta no início da tarde de segunda-feira. Senti-me sozinho e percebi o quanto eu pouco poderia contar com qualquer pessoa. É complicado se sentir sozinho no mundo e acho que todo mundo, em algum momento da vida, já deve ter se sentido dessa forma.

Apenas quando estava na saída do Hospital e iria chamar um táxi, percebi que não havia levado o meu celular. Voltei à recepção e pedi para que a atendente me chamasse um táxi. Cheguei à casa antes das 15 horas, após ficar mais de 20 minutos dentro de uma farmácia comprando a medicação prescrita. Estava me sentindo melhor, porém ainda muito debilitado. Liguei para a diretora do Colégio, a Cristina. Expliquei a situação e avisei que o médico havia me dado um atestado de três dias.

- Ricardo, querido, não se preocupe, resolveremos tudo por aqui. Não se esqueça de me trazer o atestado na quinta-feira. – Disse Cristina.

Pedi desculpas por não ter avisado antes e desliguei o telefone, encerrando, finalmente, aquela conversa que eu não tinha a menor vontade de ter naquele momento. Fui até o quarto e procurei por meu celular. O encontrei embaixo dos lençóis e percebi que ele estava desligado, pois estava sem bateria. Coloquei-o para recarregar e fui tomar banho. Precisava de uma ducha depois de passar horas dentro daquele hospital. Foi um banho demorado e revigorante.

Estava deitado na cama, no início da noite, quando ouvi o interfone tocar. Resolvi não atender. O aparelho tocava insistentemente, porém o ignorei na mesma intensidade de seus toques. Passado alguns minutos, ouvi um barulho na porta que se abriu segundos depois.

- Ricardo! – Renan disse assim que me viu deitado na cama. – Você quer me matar do coração, seu maluco? – Falou pulando em cima de mim e me abraçando forte. – Eu liguei mil vezes, no entanto seu telefone estava desligado ou fora de área. A noite passei aqui, porque estava preocupado, e o Seu Antônio me falou que você havia ido para o Hospital... – Ele falava tudo rapidamente, praticamente, sem respirar. Não me deixando, assim, brechas para me explicar. – Você nunca mais faça isso comigo. Eu pensei mil coisas! Nunca mais faça isso, Ricardo! – Meu ex-aluno falou me soltando do abraço.

- Eu tive uma febre alta e resolvi ir à Emergência. – Falei quando Renan me deu a oportunidade de falar.

- Por que você não me ligou? Eu iria com você... – Ele disse me olhando fundo nos olhos.

- Não quis desrespeitar o tempo que você me pediu. – Falei me ajeitando na cama e tentando ficar sentado. – Não foi nada demais, apenas uma infecção na garganta. Já estou me sentindo melhor.

- Desculpe-me! – Renan disse me abraçando novamente.

- Não precisa se desculpar, meu moleque. – Falei esboçando um sorriso. – Foi você que interfonou? – Perguntei-o

- Foi...

- Você mora aqui, não precisa interfonar para entrar. – Interrompi-o demonstrando certa inquietação.

- Eu não queria invadir seu espaço... – Ele disse envergonhado.

- Eu não preciso de espaço, Renan. Preciso de você ao meu lado... Preciso de você junto comigo. – Disse olhando em seus olhos. – Eu não posso te cobrar nada, sei que não tenho esse direito, mas eu me prometi que nunca mais esconderia os meus sentimentos.

- Ricardo... – Renan tentou me falar alguma coisa, porém eu necessitava, naquele instante, expor meus sentimentos, precisava desabafar.

- Deixe-me falar primeiro, depois você fala. – Interrompi-o mais uma vez. – Eu senti muito a sua falta, Renan. Senti-me muito sozinho nesses últimos dias. Desde que você veio morar aqui, eu nunca me senti tão solitário... – Falei com a voz embargada. Renan me olhava nos olhos, esperando o momento de falar. – Como eu te falei, não posso te cobrar nada. Porém, senti falta de ter alguém comigo no Hospital. Senti falta de ter você ao meu lado enquanto minha veia era perfurada. – Comecei a chorar, compulsivamente, e ele me abraçou.

- Ricardo, desculpe-me! – Renan disse quando me soltou do abraço por perceber que eu havia me acalmado. – Eu não queria isso, não queria que você se sentisse dessa forma. Eu só achei que você precisava de um tempo para pensar... Um tempo para analisar toda essa conjuntura.

- Eu precisava desse tempo, Renan. Você não está errado e não me deve desculpas...

- Eu te amo! – Ele disse tentando me beijar.

- Não seja louco de fazer isso... – Disse me afastando rapidamente. Ele me olhou assustado. – Esqueceu que eu estou com uma infecção na garganta? Quer ficar doente para pegar atestado? – Falei soltando uma gargalhada misturada com tosse.

- Bobo! – Ele disse me dando um selinho e me abraçando.

- Eu te amo, Renan...

Ficamos deitados na cama durante um longo período, em silêncio. A forte medicação em profunda união com minha estafa emocional me fez adormecer com a cabeça no peito do meu ex-aluno.

Quando acordei, já era noite e eu estava me sentindo um pouco melhor. Olhei para a cama, novamente vazia, e acreditei que a presença de Renan ali havia sido, apenas, um sonho, um delírio febril. Fui ao banheiro, mijei e quando estava retornando para o quarto a porta se abriu.

- Finalmente a Bela Adormecida acordou... – Renan disse colocando umas sacolas de supermercado em cima do sofá e indo em minha direção. – Senta aqui, Ricardo. – Ele disse me levando até o sofá da sala. – Vou preparar uma sopa para você jantar...

- Não precisa...

- Claro que precisa! – Ele disse pegando as sacolas e levando-as para a cozinha. – Por falar nisso, o que houve na geladeira desse apartamento? – Falou enquanto a abria. – Você vai vendê-la? Só tem água e restos de bebidas...

- Eu não tive tempo de ir ao mercado essa semana... – Falei tentando parecer sério.

- Mas na birosca da esquina você foi diversas vezes, né? – Ele disse rindo.

- Eu estava com mais cede que fome... – Ri também.

Em alguns minutos a sopa ficou pronta e Renan colocou a mesa para o jantar.

- Essa sopa está uma delícia... – Renan falou rindo comendo um hambúrguer de micro-ondas. Eu apenas sorri de volta e tentei engolir mais uma colher daquele líquido nem um pouco agradável e um pouco frio. – Sei que não está muito gostoso, mas é disso que você precisa no momento. – Ele disse me olhando e tentando segurar a gargalhada.

- Obrigado, Renan. – Falei apertando sua mão direita com minha mão esquerda.

Engoli, depois, umas duas ou três colheres de sopa e não consegui mais comer. Sentia-me com o estômago embrulhado. Voltei para o quarto e me deitei. Renan retirou a mesa e lavou a louça, depois se deitou junto comigo. Novamente, adormeci com minha cabeça em seu peito.

Quando acordei já devia passar das onze horas da manhã. Não despertei sozinho, foi necessário o Renan me acordar.

- Rick... – Foi a primeira vez que ele me chamou assim. – Rick... Acorda, meu amor... – Ele dizia enquanto me dava beijinhos no pescoço. – Vem tomar café da manhã. Eu te preparei uma vitamina. – Eu abri os olhos e dei de cara com os olhos brilhantes de Renan, aquele brilho peculiar que eu já conhecia de tantos e tantos anos. – Toma o remédio, já passou uma hora da prescrição médica. – Ele falou me enfiando um comprimido na boca e me fazendo segurar um copo de água na mão. – Eu te amo!

- Eu também te amo!

#########################################

NOTA DO AUTOR:

Boa madrugada, leitores.

Quero, primeiro, pedir desculpas pelo atraso na postagem. Havia prometido postar na segunda, porém nesse fim de semana eu fiz uma viagem curta para curtir o finalzinho das férias. Então, acabei não conseguindo escrever nada. Na segunda, voltei ao trabalho e o tempo ficou mais escasso. Hoje, de madrugada, consegui finalizar o capítulo. Peço desculpas, antecipadas, pelos prováveis erros que passaram devido meu sono abundante.

Obrigado pelos votos e pelos comentários.

Pretendo, até sexta-feira, postar o capítulo 9. Caso eu falhe, postarei nos comentários avisando.

Atenciosamente,

Ricardo.

##################################

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive rickprof a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

RENAN FOI O BABACA DA VEZ. QUEM DÁ TEMPO É RELÓGIO. AS COISAS, OS PROBLEMAS DEVEM SER SOLUCIONADOS QUANDO SURGEM. SE AFASTAR, DAR UM TEMPO SIGNIFICA QUE OS PROBLEMAS ACOMPANHARÃO ONDE QUER QUE VC VÁ OU ESTEJA. NÃO ADIANTA FUGIR. BOM, SÉRGIO É PASSADO. AGORA RENAN E RICARDO DEVEM VIVER O PRESENTE.

0 0