Laços Do Destino - Capítulo 25: Novos caminhos...

Um conto erótico de Daniel R.M
Categoria: Homossexual
Contém 1561 palavras
Data: 26/01/2018 01:41:38

O dia seguinte foi difícil pra mim, eu estava de ressaca. Fiquei na cama um pouco mais, esperando que a dor ficasse mais suportável. Meu celular começou a tocar e no terceiro toque eu atendi.

— Alô

— Vítor? Que voz horrível.

— An, Robert?

— Que bom que você se lembra da minha voz! — Eu ouvi a risada dele e era o som mais doce que eu poderia ouvir de manhã.

— Eu nunca esqueceria uma voz como a sua. — Eu sorri.

— Cara estou com uma dor horrível.

— Você também? Não acho que seja pior que a minha, você quase não bebeu ontem.

— Você não prestou muita atenção em mim então.

— Por que me ligou?

— Eu só precisava ouvir a sua voz, eu queria ter certeza de que oque aconteceu ontem foi real.

Eu fiquei vermelho e quase deixei o celular cair da minha mão.

— Bobo.

— E saber se você ainda quer sair comigo hoje!

— Claro que eu quero.

—:Tudo bem, eu vou deixar você em paz agora, mais tarde eu te ligo.

— Tudo bem.

Ele desligou o celular. Eu fiquei bobo em cima da minha cama sorrindo igual um idiota, Robert era tão lindo, um dos rostos mais belos que eu já vi. Mas o que me deixou encantado foi a forma doce e delicada que ele me trata. Eu cai na cama e sorri.

Senti uma pontada na minha cabeça que me deixou desanimado.

— Droga de ressaca.

°°°

— Eu espero que você não tenha bebido ontem Vítor.

— Pega leve mãe, eu já tenho dezenove anos.

— Mas ainda mora na minha casa! — Eu revirei os olhos.

— Então eu vou embora.

— Não venha com ameaça garoto! — Nós rimos. — O que vai fazer o dia todo?

— Não sei, vou caçar algo pra fazer.

Eu não tinha a menor ideia do que fazer o dia todo, sem escola, sem emprego e sem as inumeras tarefas que eu tinha em Nova York. Me sentia um completo inútil.

Fui para meu quarto, eu o observei, meu quarto passava a imagem de um quarto de adolescente, com decorações e pôsters nas paredes. Mesmo eu tendo apenas dezenove anos eu tinha certeza de que o quarto não me fazia justiça. Eu arranquei as cortinas com um puxão e rasguei os pôsters. Meu quarto foi o único cômodo da casa que não foi pintado.

— Eu vou ter que dar um jeito em você. — Eu fui tomar banho. Achei o que fazer, arrumar meu quarto e deixar a minha cara. Mas eu estava em dúvida de como faria isso.

Eu fui para a praça, eu queria voltar lá mais uma vez, no lugar que eu passei bons momentos com Marta e Carlos, quando era apenas nos três. Eu ainda não vi Carlos, a única coisa que eu sei é que ele está com Beto, isso é bom, mesmo não confiando 100% em Beto e também não confiando tanto em Carlos, eu sinto que eles foram feitos um para o outro. Como será que eles acabaram juntos? Essa é uma história que eu gostaria de ouvir.

— Vítor! — Eu fui pego de surpresa por uma voz, minha tia Clara.

— Tia Clara. — Exclamei nada contente, ela não gostava de mim, e o sentimento era recípocro. Ela sorriu e me olhou de cima a baixo.

— Como você está diferente.

— Eu não acho que mudei tanto.

— Mudou sim, que bom que te achei.

— No que posso te ajudar? — Eu estava a observando com cuidado.

— Olha, eu não costumo nunca me enganar, mas eu errei feio.

— Do que se refere? — Estava confuso.

— Você era o cara perfeito para meu filho. — Eu ri alto ao ouvir aquilo, mas era um sorriso de deboche.

— Como é?

— Depois que aquela mulher apareceu, meu filho vem perdendo muito dinheiro.

— O problema é dele! — Eu não ligava nem um pouco para o dinheiro de Pablo, que no caso nem é dele no fim das contas, e sim do pai de Katarina.

— Não diga que você não se importa. — Ela sorria. Eu não estava entendendo oque ela queria.

— Olha tia, eu não ligo, pra mim ele pode perder absolutamente tudo.

— Não tenho certeza se isso é o melhor. — Agora ela estava preocupada. — Aquela mulher está sugando todo o dinheiro dele.

— Ok, não tenho nada a ver, por que não fala com ele? — Eu comecei a andar.

— Você ama ele! — Ela gritou. — Só você pode salvar ele, entenda,ele te ama! — Eu congelei no lugar, oque ela falava estava certo, até a parte de falar que ele me ama.

— Seu filho nunca me amou. — Eu estava furioso. — E se ele me amasse o problema é dele.

Voltei para casa agora preocupado, Katarina estava sugando Pablo, que por algum motivo não faz nada para se separar dela. E minha tia quer que eu o salve, como se eu pudesse. E como se esse fosse um problema meu, Pablo é muito burro, não sei oque ele ainda faz com aquela mulherzinha.

°°°

— Filho, seu amigo veio…ei que cara é essa? — Minha mãe apareceu do nada. Eu olhei feio pra ela.

— É a minha cara, o que você estava falando?

— Seu amigo está aqui. — Eu não estava com nenhum humor para falar com ninguém agora.

— Quem? — Perguntei mais irritado.

— Você vai explodir assim Vítor, ele falou que o nome dele é Robert. — Minha mãe falava calma.

Então eu sorri, como se tudo tivesse se disolvido junto com o ar, quando eu ouvi seu nome, isso é estranho.

— Você me da medo garoto. — Minha mãe foi pra cozinha, e eu fui para meu quarto, me trocar, eu precisava estar apresentavel. Quando eu abri a porta dou de cara com Robert que tapou minha boca pra abafar o grito que eu dei.

— Não faça isso comigo, ficou louco?

— Desculpa. — Ele sorriu. — Sua mãe deixou eu vim para seu quarto. — Eu me sentei na cama e respirei.

Ele me olhava preocupado, e depois sorriu de novo. Robert estava vestido todo de vermelho, eu tinha quase certeza que agora essa seria minha cor favorita.

— Veio fazer o que aqui?

— Eu disse que ia ver você mais tarde, e já é mais tarde. — Ele riu. — Eu também não consegui ficar longe de você. — Ele pegou minha mão, eu fiquei vermelho.

— Que bom que você está aqui. — Eu o abraçei, foi uma atitude sem pensar, eu só fui pensar quando já tinha feito. Senti seu cheiro amadeirado, com algo doce. Eu gostei.

— O que foi?

— As vezes eu só preciso de um abraço. — Falei, e não o soltei. Robert passou seus braços pelo meu ombro e eu encostei minha cabeça no ombro dele. Me sentia mal por dentro, eu fiquei tão mexido com a história da minha tia, eu queria ajudar Pablo, mas eu também queria que ele se afundasse, seria uma grande lição pra ele.

— Conte comigo pra tudo, eu só quero te proteger. — Ele disse baixinho, mas foi o suficiente pra mim ouvir. Me afastei dele, eu não queira passar uma imagem errada, ele é meu amigo agora.

— Olha Robert…

— Não fala nada, você só precisa sair hoje, para dançar, você não gosta de dançar? — Ele estava sorrindo, eu me derretia toda vez que ele sorria.

— Bem, eu gosto sim, mas…

— Então é isso, vamos sair pra dançar. — Ele me pegou pelo braço e me puxou pra fora do quarto.

— Robert o que esta fazendo?

— Oras te levando pra dançar. — Ele sorria, como se estivesse se divertindo com a minha cara de espanto.

— Mas eu…

— Não se preocupe com nada, você confia em mim? — Naquele minuto eu sabia que podia confiar minha vida a Robert.

— Confio, confio em você de olhos fechados.

Eu não sei oque estava acontecendo comigo, toda vez que eu via ele meu coração acelerava duas vezes mais, minhas mão suavam e meu dia ficava perfeito, mesmo se tivesse um machado rachando minha cabeça em dois, se eu visse Robert, eu não ia sentir nenhuma dor. Ele tem algo nos olhos dele que eu gosto, algo que eu nunca tinha sentido antes.

Por outro lado, eu não poderia me trair assim, não posso mentir, eu ainda amo Pablo ele ainda me deixa nervoso quando me abraça, mas ele me machucou tanto antes. Coisa que Robert não faria, eu vejo isso nele. Por outro lado, eu não conheço Robert como conheço Pablo, eu não conheço ele desde que éramos crianças, porém, eu confiava em Pablo, mas ele me traiu.

Eu não quero usar Robert como um analgésico contra dor, eu não quero usar ele pra apagar o amor que sinto por Pablo, machucar Robert é a ultima coisa que eu quero fazer na vida.

— Vítor? O que foi? Está tão calado.

— Eu só estou pensando, você não sabe o quanto me faz bem. — Eu não queria que as minhas palavras tivessem outro significado pra ele, nem queria dar esperanças a ele, no fim Robert é bom demais pra mim.

— Que bom ouvir isso, sério você salvou meu dia.

Estávamos no carro dele, eu não perguntei pra onde ele estava me levando, no fundo eu não me importava nem um pouco.

— Eu não vou te sequestrar, mesmo achando que você precise. — Eu ri.

— Muito obrigado então. — Sorrimos.

Eu não sabia se estava fazendo a coisa certa, ficar sozinho com um cara que eu só conheço de vista. E derrepente somos melhores amigos, mas eu sou Vítor Junior, eu confio em qualquer estranho que me der a mão, e esse é meu pior defeito.

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MUITO ESTRANHO PABLO NÃO TER SE CASADO. O CASAMENTO ERA PRA DOIS MESES E JÁ SE PASSOU UM ANO E NADA DE CASAMENTO. COMPLICADO ISSO. DE FATO SE VC ESTIVER USANDO ROBERT COMO VÁLVULA DE ESCAPE EU JAMAIS TE PERDOAREI POR ISSO. QUANTO A PABLO DIGO DE NOVO QUE ELE SE FODA. SE ESTÁ PERDENDO DINHEIRO, SE ESTÁ SE AFUNDANDO É PROBLEMA DELE E NÃO SEU. META-SE COM A SUA VIDA.

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