Laços Do Destino - Capítulo 24: Robert

Um conto erótico de Daniel R.M
Categoria: Homossexual
Contém 1842 palavras
Data: 26/01/2018 01:39:03

No outro dia eu decidi ir procurar Marta, era minha prioridade agora. Eu não tinha dormido a noite, meus pais não me deixaram em paz um único segundo, me fazendo perguntas que eles tinham curiosidade.

Não demorou muito pra mim chegar até a casa de Marta, eu ainda lembrava do caminho. Quando ela me viu ela quase me derrubou no chão. Claro, ela demorou alguns minutos para descobrir que era eu mesmo.

— Você mudou tanto. — Ela me olhou e voltou a me abraçar.

— Eu preciso respirar Marta. — Ela sorriu e me soltou. Marta estava diferente, com os cabelos mais curtos e claros. Um pouco mais madura. Mas continuava linda e tinha o mesmo brilho nos olhos. — Minha nossa parece que eu fiquei um século longe de você.

— Foi o que eu pensei, foi muito difícil viver longe de ti boy. — Entramos para dentro da casa. Agora ela morava sozinha, seus pais tinham tido embora, e ela bateu o pé e quis continuar aqui, por causa de Edy, eles ainda estão juntos.

— Temos tanto que falar, como é lá fora? Conheceu varios gatos? Como as pessoas falam e…

— Calma Marta, vamos ter tempo, eu não vou ir embora, não mais. Primeiro me diz como está tudo. E Carlos por onde anda?

— Ele vai bem, você não vai acreditar, ele e Beto estão juntos. — Eu fiquei surpreso, mas feliz, Beto era um cara legal, e era tudo que eu desejaria para meus amigos. — Eu e Edy estamos pensando e nos casar, sim estamos tão bem.

— Isso é maravilhoso, eu voltei na hora certa então?

— E você vai ser o padrinho é claro. — Eu sorri. — Pablo não se casou com Katarina, não ainda. — Eu me sentei desconfortável. — Ops falei demais.

— Não, tudo bem. Mas é estranho, eles não iam se casar?

— Vão, ouve muitos imprevistos esse último ano. Mas eles vão se casar. — Eu tentei não ligar, eu não fazia mais parte da vida de Pablo, mas ainda era difícil. Eu preferia que ele já estivesse casado. — Que situação que eu te coloquei agora, vamos mudar de assunto, precisamos comemorar a sua volta.

— Com uma grande festa. — Eu falei, agora eu gostava de festas, eu estava vivendo a minha vida intensamente.

Nesse último ano eu descobri que gosto de me colocar em risco, eu gostava de sentir a atrenalina. Eu fiz esportes perigosos, porque quando eu sentia a atrenalina era como sentir Pablo me trocando, eu sentia que ia morrer toda vez que isso acontecia.

— Conheço uma boate ótima.

— Então é isso, vamos pra boate.

°°°

A festa estava incrívelmente chata, bom, eu poderia estar sendo o único ali achando ela chata. A boate estava lotada de adolescentes gritando junto com a música alta, e fumaça criada por gelo seco pairava no ar. Marta tinha me mandado para cá, ela tinha ido buscar uma nova amiga que ela fez, Karol, eu lembrava dela na escola, ela era uma patricinha, que nada combinava comigo e Marta, mas de alguma forma Marta conseguiu dobrar ela. A música alta estava deixando meus ouvidos surdos.

Mas a música seguinte me agradou, era Remain Nameless da Florence + The Machine.

Enquanto eu esperava Marta fui até o bar da boate, eu recebi uma mensagem dela.

*Desculpa, vou ter que furar com você, Edy pegou uma gripe, sinto muito mesmo, eu estou a ponto de matar ele. Bjs Marta.

Ótimo levei o bolo. Mas eu relaxei e decidi ficar, não era nada de ruim, eu sei que depois de algumas doses fortes de vodka eu já iria achar aquela boate um lugar de magia.

— Oi você é o Vitor não é? — Perguntou alguém atrás de mim. Eu quase cai pra trás quando vi quem era, ele estava muito gato. Eu não o via desde a escola, ele estava bastante diferente.

— Sim, sou eu mesmo.

— Eu sou o…

— Robert! — Eu respondi por impulso

— Sim, você se lembra de mim! — Falou ele todo animado.

— Eu nunca ia esquecer um rosto tão bonito, e sei seu nome porque você é amigo da Marta! — Tentei parecer legal.

— Ah, certo. Você está esperando alguém?

— Estava mas ela não vai chegar. — Ele se sentou perto de mim.

Eu estava encantado pela sua presença, e por sua beleza. Na escola Robert era um cara agradável para os olhos, mas os últimos meses fizeram ele se tornar um Deus grego da beleza.

— Eu nunca consegui falar com você na escola.

— E por que não? Eu era tão aterrorizante?

— Não seja bobo, eu tinha vergonha. — Eu ri alto.

— Você com vergonha? Ah por favor, você era o pior aluno da sala Robert.

— Nem tanto, eu era bom o suficiente pra passar. — Ele pediu uma bedida. — Marta disse que você tinha ido embora, nunca imaginei que ia te encontrar outra vez.

— Eu voltei a alguns dias.

— E vai ficar? — Ele estava apreensivo com a resposta.

— Sim. Não pretendo sair daqui nunca mais. — Ele sorriu. Ele ficou me encarando e aquilo estava ficando incômodo.

— Você mudou, está mais bonito. Adorei seu cabelo.

Eu senti meu rosto esquentar, eu não gostava de ficar vermelho, eu ficava muito vermelho como uma pimenta.

— Obrigado Robert, você também é muito lindo. — Eu estava sendo sincero, ele era muito gato, o tipo de garoto que ficaria bem em uma revista de moda.

Ele sorriu e ficou como seu eu tivesse falado algo incrível pra ele.

— Sou bonito?

— Mas é claro que é, como se já não tivessem te falado isso antes! — Falei olhando para seus olhos. Azuis intensos.

— É, mas você falando é diferente!

Eu sorri sem graça, o que ele estava fazendo? Estava me cantando?

— Eu não imaginava que você era gay! — Eu não esperava que minha voz saisse tão surpresa.

— Bom, eu não gosto de dar pinta, meus pais sabem e me apoiam muito, mas eu não gosto de deixar na cara que sou gay!

Eu percebi que ele tinha um jeito mistérioso no olhar, e eu gostava de um mistério.

— Por que não bebemos algo? — Perguntou ele, mas antes que eu me negar ela já tinha feito o pedido ao barman. Eu estava querendo ir embora, mas claro, ele não vai deixar.

— Sabe, eu me pergunto, você é lindo mas eu vejo nos seus olhos, você é triste.

— Você percebeu. — Eu sorri. — Tenho meus motivos. — Ele me passou um copo de sei lá oque, o líquido era azul florescente, eu tomei sem perguntar o que era. Aquilo queimou minha garganta de verdade, mas eu gostei.

— Meus muitos problemas! — Falei sorrindo.

— Os problemas podem ficar mais fáceis se forem divididos! — Respondeu ele educadamente, me passando outra dose daquele líquido azul.

Ele me passava confiança acho que poderia ser um bom amigo!

— Eu não gosto de falar da minha vida. — Falei sendo sincero. Robert sorriu.

— Tudo bem, eu não vou te obrigar a nada.

— Porém, eu acho que posso confiar em você. — A música ainda estava muito alta, eu tive que me concentrar bastante antes de começar a falar. E eu tive que ser cuidadoso com oque ia dizer.

— Eu tive a sorte de me apaixonar! — Eu sorri.

— Você fala como se fosse algo ruim.

— Péssimo, se apaixonar é um castigo! — Robert riu.

— As vezes! — Ele tomou algo que estava no copo dele. — E o que aconteceu depois? Por quem você se apaixonou?

— Pelo meu primo, no começo era tudo lindo e tals, mas depois tudo ficou ruim como se um tempestade tivesse caído sobre a minha cabeça, coisas ruins começaram a acontecer tudo de uma vez só. — Eu ne lembrei de cada detalhe do meu namorado com Pablo, que durou oito meses, apenas oito meses.

— Esse é o amor, começa tudo lindo e derrepente tudo começa a desmorronar.

— Você já se apaixonou? — Perguntei curioso.

— Uma vez, mas ele nunca me deu bola, acho que eu era pouca coisa pra ele.

Agora a música estava mais lenta, e eu já estava tonto. Eu não tinha percebido as tantas doses de vodka que tomei, mas Robert não estava auterado.

A primeira vez que eu tomei um porre em Nova York eu tinha parado no hospital, claro,eu tinha uma vida emocionante.

— Eu preferia quando odiava ele sabe, era tudo mais fácil.

— Você odiava ele? — Perguntou ele surpreso.

— Por mais estranho que seja, sim.

— Bem, não dúvido, pois o ódio é uma forma de amor, mas ele prefere se esconder com sua armadura de ira! — Eu fiquei um pouco irritado.

— Você quer dizer então que eu nunca odiei meu primo?

— Talvez, mas você está usando a palavra errada, você sempre amou ele. — Revirei os olhos. — Você vai continuar me contando o que houve?

— Vou, meu primo me trocou por uma mulher, entende, se fosse por outro homem eu até ia entender melhor, mas por uma mulher.

Meu rosto estava queimando, mas não de vergonha e sim de raiva, Robert me analisava com cuidado, acho que ele estava esperando que eu surtasse.

— Que idiota, esse é o pior tipo de gay, que esconde oque é por causa da sociedade.

— Antes fosse isso! — Respondi. — Ele tem uma filha.

A boate estava quase vazia agora, só estávamos nos dois e um grupo de adolescentes que ajudavam uma garota ficar de pé.

— Não tem mais ninguém aqui. — Falei me levantando, mas eu estava tonto demais e acabei caindo em cima de Robert.

Ele me olhou dentro dos olhos, o tempo parou, ou devia ter parado. Meu coração acelerou, eu estava tão perto dele que podia sentir o hálito de menta. Eu estava a ponto de beija-lo, mas tive um momento de lucidez.

— Desculpe. — Falei me recompondo.

— Quer que eu te leve pra casa?

— Não, eu vou pegar um taxi.

— Ah você não vai achar um taxi a três horas da manhã.

Eu acabei deixando que ele me levasse.

Em poucos minutos estávamos na frente da minha casa.

— Bom, chegamos. — Falou Robert um pouco decepcionado.

— É chegamos! — Respondi também, chateado.

Eu não estava preparado para deixar Robert, não agora que viramos amigos. Ele me fazia bem. Eu olhava dentro dos seus olhos e ele me olhava também!

— Robert?

— Sim.

— Podemos sair, slá marcar mais uma vez para beber. — Eu sorri.

— Eu ia adorar Vítor, muito.

— Que tal amahã? A menos que você tenha algo programado. — Falei com uma voz baixa, a verdade é que minha cabeça estava girando.

— Eu desmarcaria qualquer compromisso só pra poder ficar com você, claro que eu quero sair com você! — Ele respondeu tão rápido, eu fiquei vermelho pelo que ele disse.

— Então esta combinado assim! — Falei abrindo a porta do carro.

— Hoje foi a melhor noite da minha vida Vitor, obrigado. — Ele se aproximou e me deu um beijo na buchecha, quase na minha boca. Eu correi e desci. Ele só foi embora quando eu fechei o portão. Eu me encostei na parede.

— Bom, Vítor até que não foi tão ruim. — Eu estava falando sozinho. Agora eu estava no quarto e muitas coisas rodavam na minha cabeça. Mas não por que eu estava bêbado mas sim, pelo efeito que Robert tinha me causado, estranho, eu já vi essa história antes.

Cai na cama e naquela noite eu sonhei com Robert.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Daniel R.M a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

VITOR CONTINUA BABACA COMO SEMPRE, NÃO MUDOU NADA. COM APENAS UM COPO JÁ ABRIU SUA VIDA PRA ROBERT. VAI GOSTAR DE SOFRER ASSIM LÁ LONGE. MUITOS ERROS NA ESCRITA. TÁ RUIM ISSO.

0 0