Laços Do Destino - Capítulo 22: Laços do destino.

Um conto erótico de Daniel R.M
Categoria: Homossexual
Contém 1584 palavras
Data: 25/01/2018 02:48:03

— Ele vai acordar não vai?

— Sim, é questão de tempo.

Eu ouvia zumbidos que vinham da minha cabeça. Duas coisas, a primeira, eu estava vivo, e a segunda, eu me sentia morto.

Havia um gosto amargo na minha boca e eu estava com sono, quando abri os olhos senti uma queimação, eu estava vivo, falei pra mim mesmo.

— Ele acordou. — Grito uma voz estérica e esperançosa, Marta

— Como você se sente? — Um homem de branco perguntou para mim. Eu não conseguia responder ele. Eu tinha medo de abrir a boca e dela não sair nenhum som.

— Por que ele não responde?

— Acho que está em choque, vamos Vítor, tudo está bem agora. — Nada estava bem, não podia estar.

— ACORDA VÍTOR! — Eu senti a mão de Marta no meu rosto.

— Ei. — Reclamei.

— Me desculpe por isso.

Tudo tinha entrado no lugar, reconheci o quarto branco que eu tanto odiava.

— O que estou fazendo aqui?

— Salvei a sua vida, de nada! — Disse Beto.

— Como eu vim parar aqui?

Marta olhou para Beto, como se eles tivessem escolhendo um jeito melhor para me falar.

— Carlos te trouxe pra cá! — Falou Marta. — Ele estava desesperado.

— Ele trouxe você nos braços, achei tão fofo. — Comentou Beto olhando algo em uma prancheta. Eu revirei os olhos. Agora eu teria que ser grato a ele? O destino gosta de brincar comigo mesmo.

— A questão aqui é, por que você tomou todos aqueles comprimidos? Você pirou de vez?

— Não brigue comigo Marta, eu sabia oque eu estava fazendo. — Reclamei.

— Não sabia nada. — Beto agora olhava pra mim. — Me da um motivo pra mim não ligar para seus seus pais.

— Se você gosta de mim, vai me poupar desse problema. — Beto me olhou feio, ele não ia me contrariar.

— O Carlos está la fora. — Disse Marta. — Mando ele entrar? Ele esta aflito. — Eu acenti com a cabeça, eu queria ouvir ele.

— Vocês podem me deixar sozinho com ele por favor? — Tentei manter minha voz calma.

— Tudo bem, mas grite se precisar. — Beto se virou para Carlos. — E você garoto, não tente nada, estou de olho em você. — Carlos sorriu e Beto catou Marta pelo braço e os dois sairam.

— Você está péssimo. — Brincou Carlos.

— É acho que sim.

— Me desculpe ta eu... — Carlos começou a falar em uma velocidade recorde, como se me pedir desculpa fosse o mais importante agora.

— Não Carlos por favor, você não precisa se desculpar. — Eu me arrumei na cama. — Eu te desculpo, ok, você salvou a minha vida, eu não sei oque teria acontecido se você não tivesse aparecido. — Ele sorriu mostrando seus dentes perfeitos e brancos, o mesmo sorriso que eu me derretia ao ver.

— Obrigado você é o melhor. — Ele pegou minha mão, e eu sorri pela primeira vez.

— Agora me fala, como as coisas aconteceram?

— Marta me ligou,ela disse que você tinha ido falar com Pablo, mas você não atendia o celular. — Ele se sentou na cama. — Eu fui pra sua casa, eu arrombei a porta, sinto muito por isso. — Ele sorriu. — E eu encontrei você caído, no chão do seu quarto e sangrando. Você não respirava. — Olhei para minha mão, agora eu pude perceber que o corte que eu fiz nos cacos de vidro era bem fundo. — Eu trouxe você pra cá desesperado, eu não podia perder você. — Ele falou aflito e cobriu o rosto com as mãos.

— Tudo bem Carlos, aqui estou eu, são e salvo.

— E agora? — Perguntou ele.

Aquela pergunta ecoou na minha cabeça, e agora Vítor o que você vai fazer? E agora como as coisas vão ficar? E agora?

— Não sei. — Disse enfim. — Eu estou com sono, será que você poderia sair agora? — Eu não estava tocando ele, eu estava cansado mesmo.

— Ok. — Ele beijou minha testa e saiu todo feliz pela porta. Pobre Carlos, ele é um bom garoto!

Fechei meus olhos, com uma esperança de que quando eu acordasse, tudo não tivesse passado de um sonho, apenas um doloroso sonho.

°°°

Depois que carlos saiu havia se passado cinco horas, e eu continuava deitado na cama.

— Eu quero ir embora Marta. — Reclamei.

— Calma o Beto vai dar um jeito nisso. — Ela deu um leve soco no meu rosto, estávamos tentando nos distrair, Marta também não gostava de hospitais.

— Trouxe boas novas, você já pode tirar sua carcaça do hospital, outra vez. — Disse Beto entrando no quarto saltitante. Ele não parecia ser um médico sério, ele tá mais pra amigo dos paciêntes.

— Amém amém. — Agradeci.

— Não se atreva a voltar mais pra cá em, já me cansei de você. — Beto me colocou de pé.

— Tem a minha palavra, pretendo não voltar aqui. — Rimos.

Os dias foram se passando, eu não sei do meu quarto, eu apenas via o dia amanhecer e escurecer todos os dias, essa era minha rotinha, eu não saia mais, não atendia mais as ligações, não fazia mais nada a não ser ficar sentado olhando o mundo através da minha janela.

Quando eu fechava os olhos eu ainda lembrava das palavras de Pablo, palavras que cortaram meu coração em pedaços destruindo minha alma. Uma lágrima correu pelo meu rosto.

— Posso entrar filho? — Perguntou minha mãe dentro do quarto.

— Mãe a senhora já está dentro! — Falei rindo!

— Estava chorando?

— E se eu falar que não a, senhora acredita? — Perguntei abraçando ela. Fazia muito tempo que eu não a abraçava.

— Não, eu não vou acreditar. E nada da desculpa do cisco no olho! — Ela falou rindo.

— E o que a senhora quer?

— Vim ver se você acordou bem hoje.

Minha mãe nunca desistiu de mim, ela sempre teve esperança de eu me recuperar. E eu querendo ou não precisava seguir com a minha vida, eu não podia abrir mão de tudo por causa de Pablo, eu não podia deixar ele me vencer. Eu tinha que me amar em primeiro lugar.

— Estou bem mãe. — Levei ela para se sentar na minha cama. — Mãe eu vou sair da cidade. — Ela me olhou espantada.

_ E pra onde você vai? Quer que eu vou com você? Eu posso falar com seu pai...

— Não mãe, seu lugar é aqui com papai, eu preciso ficar sozinho, slá viver a minha vida, começar de novo se for preciso, eu já tenho dezoito anos. — Minha mãe estava querendo chorar.

— E pra onde você vai? — Pensei nos enumeros lugares que eu queria conhecer, mas todos eles eu fiz planos para conhecer com Pablo, afastei ele da cabeça.

— Talvez Paris, Londres, Inglaterra, qualquer lugar mãe.

— Você está tentando fugir não é?

— Claro que estou mãe, eu não posso ficar aqui nessa cidade, eu corro o risco de encontrar com Pablo ou a noiva dele. — Eu me levantei zangado.

— E quando tempo vai ficar fora?

— Bem, alguns meses. Eu não pretendo abandonar vocês mãe. — Ela sorriu.

— Tudo bem, então amanhã mesmo você vai pegar um avião pra qualquer lugar. — Ela pegou no meu rosto. — Vou arrumar tudo. — E saiu feliz pela porta. Eu ri, minha mãe só queria meu bem, mesmo eu estando indo pra longe dela, amar um filho deve ser a coisa mais difícil que existe. Você sabe que um dia vai tem que deixar ele ir.

Me olhei no espelho, eu não reconheci aquela Imagem, um garoto alto, de cabelos negros olhava para mim, ele tinha uma dor nos olhos, e ao mesmo tempo a esperança estava lá nos seus olhos claros. Amanhã vai ser um novo começo pra mim.

Eu enfim cheguei ao fim de uma parte dolorosa da minha vida, e amanhã eu estarei escrevendo outro capítulo, outro destino. Talvez estarei fazendo novos laços. Novos Laços com o destino.

°°°

O dia amanheceu belo, eu cai da cama quando tentei levantar dela as pressas. Eu tinha um vôo para Nova York as oito, eu fiquei feliz por minha mãe ter conseguido. Eu terminei de me arrumar e fazer as malas. E desci. Todos meus amigos estavam lá, Marta, Edy, e os valentões que sempre andavam com ele e Carlos. Todos enchiam a minha sala.

— Você não achou que ia embora assim, achou? — Marta correu para me dar um caloroso abraço.

— Achei que ia embora sem me despedir.

— Sua mãe arrumou tudo. — Olhei para meus pais, eles estavam em um canto afastado da sala.

— Não faça nada de louco enquanto eu estiver fora. — Falei pra Marta. E ela sorriu.

Fui até Carlos e o abraçei, ele foi pego totalmente de surpresa claro, acho que ele achou que eu estava brincando quando disse que o perdoava.

— Eu amo você. — Falei no ouvido dele. — Cuide dos meus pais. — Eu amava Carlos assim como amava Marta, eles eram meus irmãos.

— Pode deixar. — Carlos me apertou.

Depois de me despedir de todos eu pedi um taxi, não queria me despedir dos meus pais, seria muito doloroso. Eu sorri quando estava a caminho do aeroporto. Em horas eu estaria fora do país e deixado todo o caos para trás, pelo menos era oque eu esperava. Mas minha cabeça ainda me traia me trazendo as lembranças de Pablo. Mas pelo menos eram lembranças boas.

Lembrei de uma frase que ele me disse. "Os laços do destino são fortes Vítor, aconteça oque acontecer eu sempre vou estar com você, nossos destinos sempre estaram unidos". Eu sorri.

*****************************

AAAAA Tenho tanto a falar, mas serei breve.

Esse é o último capítulo da primeira parte de Laços Do Destino. Estou trabalhando no roteiro da segunda parte.

Essa fase foi difícil né hehe.

Quero agradecer a todos que leram até agora, estou grato muito grato com vocês. E não me abandonem na segunda parte hehe. 💕💕💕💕

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Comentários

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JAMAIS VOU TORCER POR CARLOS POR TUDO QUE ELE FEZ. TAMPOUCO VOU TORCER POR PABLO. O PIOR DOS SERES HUMANOS QUE EXISTE NA FACE DA TERRA. SERÁ MUITO DIFÍCIL PARA EU LER A NOVA TEMPORADA. ME DECEPCIONEI DEMAIS. APENAS TORÇO PELA FELICIDADE DE VITOR. QUE ELE ENCONTRE ALGUÉM (UM PRÍNCIPE) QUE NÃO SEJA ENCANTADO E SIM DE CARNE E OSSO QUE O FAÇA MUITO FELIZ. ELE MERECE.

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Daniel, sri que a vida não é um conto de fadas, mas não faça da vida do Vitor um caos.. Esse Pablo, ta todo errado, existem mais coisas por trás disso, ele ama o Vitor, mas é covarde...Hj vc foi econômico, pq sempre escreveu 5 capítulos por vez..kkk

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Só tomara que esse pau no cu do Pablo se foda e que o Carlos mesmo tendo errado tenha uma chance...

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