Laços Do Destino - Capítulo 21: Palavras machucam

Um conto erótico de Daniel R.M
Categoria: Homossexual
Contém 2077 palavras
Data: 25/01/2018 02:12:55

Eu estava deitado outra vez na cama. Fazia uma semana que eu não via Pablo, eu estava certo, não vi mais ele. Ele não me atende, não respode minhas mensagens, nada!

Mas eu não ia ficar de braços cruzados esperando ele cair do céu, não mais.

Eu decidi ir pra escola, eu fugia para lá todas as manhãs, isso tomava todo meu tempo livre, boa parte dele. Marta sempre estava ausente concentrada nos seus livros, e quase não falava comigo.

— Olha como você está lindo! — Meu pai falou quando eu estava descendo a escada.

— Bom dia pai, o senhor não devia estar trabalhado?

— Me deram folga hoje.

— Ah.

— Bom dia filho.

— Bom dia mãe.

— Por que essa cara? Você não me parece bem!

E não estava mesmo, eu queria gritar isso.

— Eu estou bem, só não durmi bem a noite!

— Ok!

O bom dos meus pais é que eles me entendem e não fazem milhões de perguntas, perguntas pelas quais eu não teria respostas.

Tomamos café, um evento silêncioso, ninguém tinha oque falar, de alguma forma minha família estava sofrendo junto comigo, e eu não gostava disso.

Eu estava no mundo da lua dentro da escola, pensando em Pablo.

— Você ouviu o que eu disse ? Vítor? VÍTOR!

— O que?

— Você estava a onde? Eu estava falando com você!

— Desculpa, eu estava pensando! — Falei olhando para o chão, em curtas ocasiões eu olhava para o rosto de Marta. Nós estávamos na cantina!

— Pablo não é?

— Sim.

— Como vocês estão? — Perguntou ela se sentando no muro.

— Não sei, eu não vejo ele a uma semana! — Ela viu minha frustação. Eu lutei pra parecer indiferente a toda aquela situação.

— Que diacho de namorado Pablo é? Meu Deus como ele ousa te deixar assim. — Ela me puxou pro muro!

— Não somos mais namorados! — Aquelas palavras doeram no meu peito antes de sair.

— Não fica triste, tenho certeza que te um monte de cara que mataria pra estar com você, olha pra você, é lindo, e tem uma bunda que eu invejo. — Eu ri.

— Eii, não exagere!

— Mas enfim, nossa vida era perfeita antes desse Pablo se apaixonar por você, se não fosse por ele você hoje estaria com o Carlos, ele sim é um homem!

— Ah claro que é. — O sarcasmo dominava minha voz. — Esta na hora se você saber o que o seu lindo amigo fez. — Eu respirei, e então comecei a falar. — Carlos tentou abusar de mim. — Marta ficou branca como papel!

— Como Vítor? Não pode ser!

— Ele até me bateu, coisa que eu nunca pensei que ele fizesse.

— TE BATEU? ELE FICOU LOUCO DE VEZ? QUANDO EU PEGAR AQUELE PESCOÇO DELE!

— Marta ta todo mundo olhando. — Eu a adverti. — Mas a culpa não é dele, ele estava apaixonado por mim, e por causa de Pablo nada aconteceu com nós. — Falei dando de ombro.

— EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ DEFENDENDO ELE VÍTOR, VOCÊ ESTÁ LOUCO? ELE TENTOU ABUSAR DE VOCÊ, NADA JUSTIFICA. — Os gritos estéricos de Marta fez todos da escola pararem e olharem seu espetáculo.

— Por favor, não grite. — Falei baixinho.

— Eu vou matar ele.

— Ele teve os motivos dele, eu disse, ele estava apaixonado por mim.

— Não tente justificar Vítor, você poderia ter dado um chance pra ele, tipo faz uns três anos que vocês viviam se pegando?

— Por ai, mas ele nunca me pediu em namoro!

Marta mudou a expressão dela como se estivesse me escondendo algo.

— O que foi marta?

— Sabe aquele dia no aniversário da mãe do Carlos? — Como eu ia esquecer, foi o dia em que ele brigou com o Pablo. Foi o dia que Pablo me beijou, e foi o dia que tudo começou a mudar.

— Sim, eu acabei nem indo, pobre da Rebecca, eu nunca tive a chance de pedir desculpa.

— Então, naquele dia ele ia te pedir em namoro!

— Por que você não me disse nada marta?

— Eu ia dizer, mas ele chegou na casa dele chorando e dizendo que não queria mais saber de você.

— Então por isso que você disse que eu tinha magoado ele aquele dia não é?

— Sim! — O sinal tocou e Marta se levantou num salto! — Mas ele te procurou depois, parece que a raiva dele tinha passado, mas ai ele me ligou dizendo que você tinha machucado ele de novo! — Eu ri daquilo,eu machucado ele, essa história o único machucado, o único que foi maltratado sou eu, e derrepente eu viro o culpado de tudo? Eu sei porque ele disse que eu machuquei ele, eu disse que amava Pablo.

— Eu não tenho culpa! — Já estávamos na sala!

— É eu sei. — Marta voltou a atenção dela para o celular!

O meu tinha uma mensagem, cresceu um esperança dentro de mim, mas não era Pablo e sim minha mãe.

MAMÃE: Eii filhote eu e seu pai vamos sair hoje, voltaremos na segunda que vem! Bjs mamãe te ama.

Não era mais surpresa pra mim meus pais ficarem tanto tempo fora de casa.

— O que foi? Que cara mais fechada!

— Nada Marta é só minha mãe!

Um amigo da Marta passou por nós, ele era um cara bonito, ele entrou na metade do ano eu não sabia muito sobre ele. Mas eu sabia que ele era um dos bagunceiros da sala.

— Ei Robert tudo na paz?

— Eai Marta só de boa? — Ele não reparou que eu estava ali, ou fingiu não perceber.

— Olá. — Falei educado.

Ele me olhou com espanto como seu eu tivesse dito algo que tivesse deixado ele chocado.

— O-oo-Oii. — Falou ele gaguejando.

— O que foi Robert? — Perguntou Marta rindo.

— Todos nos seus lugares. — Falou a professora Gloria, a professora de português. Robert saiu quase correndo pra mesa dele!

— Que garoto estranho. — Falei.

°°°

Lá estava eu na frente da casa de Pablo. Sim, eu estava me humilhando indo atrás dele, mas eu preciso falar com ele e descobrir oque esta acontecendo!

Essa casa agora parecia sombria e imensa, as janelas estavam todas fechadas.

Toquei a companhia com a esperança de alguém estar em casa. Uma mulher não muito jovem nem tão velha abriu a porta para mim.

— Sim. — A voz dela era horrível, maligna como o sorriso dela!

— Quem é você? — Não contive a minha curiosidade!

— Sou a nova empregada. — Ela falava como se fosse um grande triunfo.

— O que houve com a outra?

— Óbvio que se eu estou aqui a outra foi demitida.

Eu ri cinicamente pra ela.

— Quanta educação. — E entrei.

— Espera você não pode invadir a casa assim! — Falou ela me tocando!

— Eu sou muito íntimo do dono, e seu trabalho aqui não é tocar nas pessoas. — Eu tirei sua mão do meu braço.

— Minha patroa não quer que ninguém venha aqui se ela não estiver!

— Sua patroa é uma...

— Berta pode se retirar. — Falou Pablo atrás de mim. Ele estava no topo da escada, lindo como uma escultura de um anjo, mas com um olhar frio. A empregada saiu batendo o pé.

— O que você faz aqui Vítor? — Pablo perguntou seco.

— Eu vim te ver, falar com você, Pablo você não respondeu minhas mensagens nem me procurou mais!

— Venha, vamos lá pra cima. — Eu estava tão próximo dele, queria o tocar, qual seria o mal disso?

— E então, o que você tem pra me dizer? — Eu esperei com os braços cruzados!

— Eu estava ocupado preparando meu casamento. — Eu senti uma pontada na cabeça tão grande, uma dor tão grande como se ele tivesse acertado um flecha em mim. Cai no sofá, que ficava no quarto dele.

— O que? Isso é sério mesmo?

— É sim, vou me casar com Katarina. — Ele dizia com uma frieza que podia ser tocada.

— Não, você só pode estar de brincadeira com a minha cara! — Eu levantei a voz!

— Vítor, você não entende!

— O que eu não entendo é você se casar com aquela, aquela… — Achar uma palavra para qualificar Katarina era tão difícil, porque com aquela cara de santa ela engana todo mundo, menos eu!

— E não quero mais te ver, não quero que você volte a me procurar.

— Você não pode fazer isso comigo. — Minha voz soou desesperada.

— Não torne isso mais difícil Vitor.

— Isso não está sendo difícil pra você, você nem pode dizer que esta triste por mim, vai se casar com uma mulher que você não ama Pablo. — Eu gritei, ser forte naquele momento não ia me ajudar.

— E você quer que eu faça o que? Ela tem uma filha, uma filha que é minha. — Ele sentou ao meu lado, pegou a minha mão e levou ao rosto dele.

— E o que eu fui pra você? O que tivemos não conta?

— Vítor, tudo que tivemos foi uma aventura, é só oque foi, uma aventura. Você é novo vai arrumar alguém que ame você! — Ele se levantou. As lágrimas começaram a cair, não me importava em ser mais forte.

— Você não ama ela, não existe amor e vo....

— Você não sabe de nada Vitor. — Pablo estava sorrindo. — Eu amo a Katarina, ela é tudo pra mim e agora temos uma filha!

Eu não acreditava em nenhuma palavra dele, ele só podia estar brincando. Ele estava sendo frio, muito mais do que eu esperava.

— Mas não ama ela quanto me ama!

— EU NÃO AMO VOCÊ! — Ele gritou com raiva e eu estremeci de medo. — Você. — Continuou ele. — só foi uma distração pra mim, uma aventura sem importância, não achei que você pudesse ser tão tolo em achar que eu amava você, eu só queria me distrair e você parecia ser o mais fácil. Enfim, você caiu na minha armadilha.

Meu sangue fervilhava nas minhas veias. Eu dei um soco na cara dele, que fez ele cair no chão.

— Bom, um beijo com o Punho é melhor que nada! — Falou ele levando a mão a boca, estava sangrando. Eu queria pedir desculpas, eu esperava que tudo que ele me dissesse era só uma brincadeira. Mas ele se manteve firme.

— Você não passa de um nada. Eu odeio você Pablo Daniel. Você é o pior homem que existe nesse mundo, e eu quero que você seja muito infeliz nesse seu casamento de fachada. — Falei tentando ser o mais forte, mas por dentro eu estava arrasado eu queria sair da-li o mais rápido. E essas palavras eram todas falsas, eu não posso odiar uma pessoa que eu amo mais que tudo.

— Se você não tem mais nada pra me dizer, vai embora minha noiva vai chegar a qualquer momento, e eu não quero dar explicações pra ela! — Ele falou abrindo a porta pra mim.

Eu olhei pra minha mão, lá estava o anel que ele me deu de namoro, nessa mesma casa. Eu o tirei e ataquei no chão.

— Não, não tenho mais nada a te dizer! — E sai deixando o meu coração nessa casa junto com Pablo.

Desci as escadas correndo e não preciso dizer que quase cai. Berta me viu e começou a rir. Se eu não estivesse tão mal eu iria quebrar aquela jarra que ela segurava na mão na cabeça dela!

Eu não sei como cheguei em casa, mas eu cheguei. Me tranquei no quarto, dei graças a Deus por meus pais não estarem lá

Eu andava de um lado pro outro, colocando minhas mãos na cabeça me perguntando porque Pablo estava fazendo isso comigo. Fui na minha cômoda e joguei tudo que tinha lá no chão, eu achei a nossa foto do dia que começamos a namorar, eu quebrei a moldura de vidro e tirei a foto de lá, me cortei com os cacos de vidro.

Eu rasguei a foto, o sangue a manchava, lembrei da promessa que eu fiz com ele, feita com sangue, e quebrada pelo mesmo.

Eu deitei na cama, eu queria gritar, eu queria voltar lá na casa dele e falar tudo que estava preso na minha garganta. Eu tentei dormir, mas toda vez que eu fechava os olhos eu via seu rosto, e ouvia ele fazer promessas que nunca ia cumprir.

Fui até minha cômoda arruinada peguei uns comprimidos que eu usava para dormir quando não conseguia. Olhei para o rótulo,ele dizia em uma letra grande em negrito "APENAS UM COMPRIMIDO". E eu virei o frasco todo dentro de um copo d'água e o tomei. Eu poderia morrer, mas eu não me importava muito com isso, o remédio era forte, poderia derrubar um cavalo só com um único comprimido

Eu cai no chão frio, tremendo, minha garganta não estava abrindo e eu fiquei sem ar. Nada importava mais, em minutos tudo estaria acabado.

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Comentários

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PIOR DE TUDO É IMAGINAR VITOR CAINDO NOS BRAÇOS DE CARLOS. E É O QUE ME PARECE QUE VAI OCORRER, MAIS UM MOTIVO PRA EU NÃO CONTINUAR LENDO. POIS ME PARECE QUE VITOR ESTÁ JUSTIFICANDO A TENTATIVA DE CARLOS O ESTUPRAR. PARECE ATÉ QUE VITOR QUERIA MESMO QUE ISSO OCORRESSE. QUE TRISTEZA SINTO.

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CREIO QUE SOMENTE A MORTE DE PABLO ME FARÁ CONTINUAR LENDO ESSE CONTO. NUNCA SENTI TANTA DECEPÇÃO EM LER UM CONTO AQUI NA CDC. LAMENTÁVEL.

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Nossa, peguei raiva desse Pablo, todos tem o direito de ser ruim, mas não cruel.

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