O Gostoso e o Nerd - Parte 5

Um conto erótico de Renatozor
Categoria: Homossexual
Contém 3917 palavras
Data: 04/12/2017 11:17:33
Última revisão: 04/12/2017 13:12:34

Gente, eu tenho que agradecer muito a todos vocês que leram, e um agradecimento maior ainda pros que comentaram. Eu tô escrevendo essa história por que eu queria tirar ela do peito, mas não sabia que ia ser tão adorada assim. Gostei muito dos comentários, e eles me incentivam a continuar escrevendo. Não se preocupem, se essa história toda for bem recebida por vocês, eu não abandonarei ela, e continuarei até o fim.

E falando em comentários, deixem algumas perguntas de vocês, ou opiniões, que eu vou respondendo nas próximas partes (não sei se vão ter muitas mais, eu só vou escrevendo enquanto vou lembrando).

Continuação da 4ª parte...

Demorei tanto pra pensar que ele me alcançou e me agarrou pelos ombros. Eu queria gritar ali mesmo, mas quando olhei pra ele, não dava mais pra reagir.

- Pedro?! - Falei. - Que susto!

- Assustou porque? Cê tava doido aí no meio da rua.

- Nada... - Olhei pro lado, e o cara da academia entendeu que o "meu irmão" tava ali e foi embora. - O que ce ta fazendo aqui?

- Tava indo te buscar agora, aí você mandou mensagem que ia lá pra casa da academia e voltei. Bora?

Enquanto subíamos a rua pra chegar na casa dele, nós dois não soltamos um pio. Foi quando ele tirou a chave do portão do bolso que eu comecei a falar.

- O que você quer conversar comigo sobre?

- Vamo entrar primeiro.

- Me fala aqui fora sobre o que é primeiro.

Ele suspirou e fechou a mão.

- Sobre o que você viu hoje.

Ele abriu o portão da casa dele, e entramos. Eu sentei no sofá.

- Você não prefere conversar no quarto não? - Ele perguntou.

- Pode ser.

Subimos pro quarto, deixei minha mochila no chão e sentei na cama dele. Nem tirei meu tênis. Queria ir embora, mas queria ficar ali, com medo do cara da academia. Ele sentou na cadeira do computador, de frente pra mim.

- Eu fui malhar hoje e você não apareceu... Achei que tivesse passado mal.

- Eu não passei mal. Eu só não queria ficar mais na escola.

- Nato, foi mal, velho... Eu não sabia que você gostava da Laís...

O QUE?!

- O que? Cê acha que eu gosto dela?

- É... Não gosta?

- Não, de jeito nenhum... Quer dizer, não gosto no sentido de namoro. Gosto dela como minha amiga.

- Ah, ufa... Eu fiquei culpado por ter ficado com ela hoje, mas foi só uma ficada de nada mesmo.

- Bom, se for só isso, eu já vou indo...

Me levantei da cama dele e peguei minha mochila. Ele segurou meu braço.

- Fica aqui mais um pouco comigo. Ainda tem alguma coisa te incomodando, eu sei disso.

- Não tem nada.

- Nato, você não é de ir embora daqui de casa. Não é de ficar me ignorando, nem de ficar sendo frio comigo.

- Parece que tudo aqui gira em torno de você. Você acha que você é a melhor pessoa do mundo, a mais importante de todas do universo, e acha que eu tenho que satisfazer suas vontades de ficar aqui na sua casa, de conversar com você, de não poder ficar na minha pelo menos um dia.

De onde aquilo tudo saiu, eu não tinha ideia. Apenas saiu. Toda a raiva, todo o medo, tudo. Ele me soltou e arregalou os olhos. Ameacei chorar. Ele me segurou pelos ombros e olhou no meu rosto.

- Eu não melhor pessoa do mundo, muito menos a mais importante. Se eu me sinto importante, é porque você me faz sentir isso. Me faz ver que eu sou importante, assim como você é a pessoa mais importante do mundo pra mim. E você não tem que satisfazer minhas vontades. É que eu não gosto de me afastar de você, que me faz sentir falta de ter um amigo, um companheiro. Eu não sabia que você se sentia assim.

Eu segurei muito pra não chorar.

- Eu não me sinto assim hora nenhuma. Eu só disse pra ver o que você achava de você mesmo.

Ele sorriu. Eu abracei ele e respirei fundo aquele cheiro que exalava do peito dele. Aquilo fazia me sentir mais seguro e protegido. E eu não queria perder aquilo nunca. Se eu sou a pessoa mais importante do mundo pra ele, então ele podia me aceitar sendo gay ou não.

- Eu sou gay. - Ele falou. Ou pelo menos eu queria que ele tivesse falado. O que ele disse de verdade foi: - Você quer ir embora ainda?

- Não, deixa eu ficar aqui mais um pouco.

(Desculpa, gente, eu não me contive, tive que deixar um susto pra vocês aqui no conto ♥)

Ele me abraçou mais forte.

Quando eu soltei dele, eu perguntei porque ele tinha ficado com a Laís.

- Ah, sei lá. Eu tava com muito tesão de ter ficado esse um mês sem bater punheta, e ela tava olhando demais pra mim na aula e...

- Eu sou gay.

Ele parou de falar e olhou pra mim. Ficamos em silêncio por 15 segundos, eu com a expressão séria, com medo dele achar que fosse brincadeira.

- Como assim?

- Eu sou gay, gosto de homem, Pedro... Desculpa.

- D-desculpar pelo que?

- Por não contar isso antes, por sei lá. Fiquei com medo de estragar nossa amizade.

Ele ficou encarando o chão por um tempo. E eu tava me sentindo muito desconfortável, nervoso, ansioso... Ele deu aquela escapada de ar de quem vê uma coisa engraçada, mas nem tão hilária. Eu fiquei sem o que falar.

- Eu acho melhor eu ir embora agora... Desculpa.

Ele não falou nada. Só me acompanhou até o portão e abriu pra mim.

- Tchau. - Falei.

- Falou.

Nem um abraço, nem um aperto de mão, nada. Comecei a chorar ali mesmo quando ele fechou o portão, e sentei no meio fio pra chorar mais. Pra quem não teve nunca nem um amigo presente na vida, se envolver com uma pessoa que tem 90% de tudo em comum com você, e depois perder essa pessoa por ser alguém que você é de verdade... Isso acabou comigo. Pedro nem conseguiu olhar pra minha cara até eu ir embora.

Não sei se ele tava se sentindo assim também, mas eu não podia mais ficar ali. Levantei, limpei o rosto com a toalha que eu tinha levado pra academia e fui pra casa. Admirei cada pedra no caminho, cada árvore, cada grão de poeira, porque nunca mais ir ver aquilo de novo. Eu poderia estar sendo dramático agora, mas se vocês tivessem visto como isso tudo aconteceu ao vivo, vocês teriam ficado arrasados também.

- "Contei pra ele"

- "E ELE???"

Contei pro Gabriel tudo o que aconteceu sobre o Pedro ficar com a Laís. Eu cheguei em casa chorando muito, e minha mãe ficou me confortando, falando coisas que primeiros amores são os mais sofridos, que ajuda a preparar o coração pras muitas outras dores que virão, e fez cafuné em mim. Ela até fez lasanha pra eu jantar hoje, que ela ia sair com meu pai, que eles ganharam cupom de desconto num restaurante X.

- "Ele nem olhou na minha cara. Nada de abraços, nem aperto de mão qnd eu fui embora"

- "E como vc ta se sentindo?"

- "Pra falar a vdd, um lixo, um cu, um pedaço de merda... Mas eu to bem mais leve"

- "É isso aí, migoooooooo! Agr que vc ta solteiro, o q a senhora vai fazer hj?"

- "Ficar deitado jogando"

- "Nossa, se eu tivesse aí, viada, a gnt ia virar a noite bebendo"

Cliquei na janela de conversa do Pedro. Ele tava online. Fiquei olhando pra ela por uns 3 minutos, até aparecer que ele tava digitando.

PUTA QUE PARIU, CARALHO, ELE TA ESCREVENDO, CACETE.

Parece que ele apagou o que tava digitando e desistiu. Mas foi melhor assim. Talvez ele tenha escrito alguma coisa tipo: "Não podemos mais ser amigos" e pensou bem e não mandou, porque ele ainda quer ser meu amigo.

Fui comer lasanha e baixei uns 15 filmes pra ver durante o fim de semana enquanto jogava (minha vida fora) no computador. Foi bom, deu pra curar o vazio que ficou em mim.

Minha escola eram 5 horários de 1 hora, divididos em pares por um intervalo de 20 minutos. Em épocas de prova, fazíamos uma prova no primeiro horário e no segundo, 30 minutos de intervalo, e nos dois últimos era outra prova. Saíamos muito mais cedo, e os alunos aproveitavam muito mais. Era perfeito. Ainda mais que como não rolava muita interação com os outros, pude ficar na minha, já que o Pedro nem me cumprimentou direito no dia, só um "e aí".

A semana passou arrastando. Pedro se deu bem nas provas, por causa de todo nosso estudo de tarde, e eu consegui chegar em quase total em todas. Eu tava me sentindo muito feliz por isso. Acabou o ano, praticamente, agora era só o enem e o resto dos trabalhos, e a recuperação pra quem tomou.

Continuei frequentando a academia, mas não vi o cara que tentou me comer lá. Fiquei com um pouco de saudades dele. Talvez se eu tivesse conhecido ele melhor antes, teria rolado alguma química entre a gente.

Pedro parou de conversar comigo aos poucos... Não ia mais pra academia no mesmo horário que eu. Tranquei minha matrícula lá e a única coisa que passou a manter a gente junto foi a escola, e ela já tava quase no fim, então era só uma questão de tempo até um não passar de uma boa lembrança pro outro.

Já correram duas semanas depois que eu contei pra ele que eu era gay. Era já novembro, Enem rolou, muitos choraram, muitos sorriram (graças a Deus eu fui um dos que sorriram, e graças a Deus, Pedro também). Era quinta feira a noite. Já tava acostumando com a rotina de ficar em casa a toa de novo, só jogando. Olhei pro lado do meu monitor e vi o boneco do R2-D2 que o Pedro tinha me dado. Me deu uma vontade de chorar, mas eu tava entediado demais pra fazer isso, então só guardei o boneco na caixa e guardei na mochila.

No outro dia, na hora que o sinal bateu pro intervalo, eu decidi ficar na sala. Comecei a desenhar qualquer coisa pra passar o tempo, até que escuto um pigarro vindo de trás. Olhei pra direção, e vi Pedro sentado, mexendo no celular. Ele olhou de volta pra mim, e depois olhou de volta pro celular. Não tinha visto ele ali.

Peguei o R2, levantei e fui até ele.

- Aqui, o R2... Ele é seu. - Falei, estendendo a mão.

Ele pegou a caixinha da minha mão.

- Porque você ta me devolvendo?

- Porque ele é importante pra você.

- Ele é importante pra mim mesmo. Por isso mesmo que eu não pedi ele de volta.

Eu olhei pra ele, agora em dúvida. Ele se levantou.

- Quando eu te dei ele, o que eu falei? - Ele disse, agora de frente pra mim.

- Que ele era importante pra você, e por eu ser importante também, você queria que tudo ficasse junto.

Ele empurrou a caixa no meu peito.

- E você nunca deixou de ser importante pra mim. - Ele disse, enquanto colocava a caixa na minha mão.

Eu queria abraçar ele, mas não sabia se ele queria um abraço. Fiquei na minha e voltei pro meu lugar, com um sorriso no rosto. Ele sentou de volta no lugar dele e continuou mexendo no celular.

No final da aula, todo mundo saiu da sala. Eu fui o último, que eu gosto da calmaria pra sair da escola. Ao passar pela porta, Pedro me chamou.

- Bora lá pra casa?

- ... Tá.

Fomos andando de volta pra casa dele e eu liguei pra minha mãe, falando que eu não ia pra casa. Não trocamos uma palavra sequer no caminho todo. A empregada recebeu a gente e subimos pro quarto dele. Ele fechou a porta, e eu tirei minha blusa de frio.

- O que foi? - Eu perguntei depois que ele começou a me encarar.

Ele me agarrou, jogou na cama e pulou em cima de mim, me abraçando muito forte.

- Eu senti saudades de você, seu chato. - Ele dizia.

- Eu também senti.

Ele me apertou mais forte, até eu perder o ar.

- Não é só porque você é gay que deixou de ser meu melhor amigo.

- E não é só porque você é hetero que deixou de... Ser chato.

Ele me soltou e foi pro lado dele na cama.

- Nossa velho, tinha tanta coisa passando na minha cabeça essas duas semanas... - Ele disse. - E você se afastou de uma vez.

- Eu fiquei com medo de você não ter gostado. Quando eu contei, você nem olhou na minha cara.

- Na hora que você me contou, eu fiquei lembrando de quando você tirou os pontos do meu pau... E fiquei com vergonha, porque um hora você queria que ele ficasse duro pra tirar os pontos, e você começou a me punhetar... Mano, não sei se é porque foi o tesão de não ter batido ha um mes, ou se foi uma mão que não era minha, mas foi a melhor punheta da minha vida.

Nessa hora eu fiquei com muita vergonha.

- E tipo... Eu fiquei muito na dúvida se você tava fazendo pra tirar os pontos mesmo ou se foi pra você pegar no meu pau.

- Foi um pouco dos dois... Desculpa.

- Não tem o que desculpar. Mas aquele dia foi engraçado. Nunca bati punheta perto de ninguém assim.

Eu sorri. Eu me sentia único naquele momento.

- Mas e aí? Tu curte homem, e tem namorado? Já transou? Como é, nunca tive um amigo gay pra perguntar essas coisas...

- Hahaha! Eu gosto de homem, já fiquei com mulher também, e até gostei, mas a atração é por homem mesmo. E não, não tenho namorado, nunca transei e eu não represento o mundo gay. Não curto Lady Gaga, Taylor Swift, essas coisas... Algumas músicas são até legais, mas não sigo a carreira delas... Que mais...

- Caramba, achei que você curtisse isso tudo... Eu sou meio lerdo as vezes.

Ele sentou na cama.

- Vamo almoçar.

Descemos, servimos um prato e comemos, enquanto conversavamos igual antes.

Fomos pra sala e ele ligou o videogame. Teve uma hora no meio do jogo que ele morreu, e gritou "VIADO" e se sentiu mal. Na realidade, pra mim não faz diferença chamar ou não de viado. O problema é que a sociedade CHATA (isso conta com feminista opressor, galera LGBT que sempre acha que ta certa, etc...) impõe que chamar de viado é ofensivo. Não é. Vem de anos atrás um xingamento que, nesse contexto de agora, não era homofóbico. E eu taquei o fodas.

- Vei, pode xingar de viado. Eu sou gay, mas não sou chato.

Ele riu.

E então foi correndo o dia normalmente. Pedro passou a frequentar minha casa também, não tão espaçosa quanto a dele, mas ele não pareceu se importar. Todo dia depois da aula a gente tirava nos dados. Se saísse par, era na minha casa, ímpar, era na dele, mas se saísse 2 ou 12, a gente fazia alguma coisa, tipo ir no shopping jogar, ou ir no cinema.

Teve um dia que rolou uma coisa engraçada, mas que me deixou muito preocupado e curioso. Eu tava mexendo na internet, procurando não lembro o que, e achei uma história de um cara hetero que comeu o amigo gay dele, pros dois perderem a virgindade com alguém que amavam. E o que passou pela porra da minha cabeça? Lógico, o Pedro.

Fui dormir. Sonhei com o dia que eu tava tirando os pontos do Pedro, mas não tinham pontos, só eu batendo punheta bem de leve pra ele. Acabei chupando ele, e ele gemendo... Acordei gozado.

Será que o Pedro faria sexo comigo pra nós dois perdemos a virgindade ao mesmo tempo? Não, besteira. Chega de pensar nisso. Vou focar na viagem que tá se aproximando.

O mês passou voando. Já era final de novembro, e os alunos começaram a organizar a viagem. Olha que inteligentes: A escola deu o dinheiro do nosso "baile" de formatura (que daria pra uma festinha bem fajuta mesmo, só pra não falar que eles não fizeram nada). Mas pra termos um baile, os alunos arrecadariam o dinheiro ao longo do ano e complementaríamos, e como seria na escola mesmo, não precisaria de MUITO dinheiro pra fazer o baile.

Mas aí é que tá. Escolhemos não fazer o baile, e decidimos o sítio. A supervisora endoidou. Queria obrigar a gente a ter um baile, e nos proibiu de ir no sítio. Devolvemos o dinheiro do baile pra ela (que devia ser uns R$200,00) e continuamos com nosso dinheiro arrecadado pra ir. Ela até ofereceu o dinheiro de volta, se a escola também fosse no sítio. Negamos.

Mas porque a escola queria ter controle sobre esse sítio? Porque aí não poderíamos beber, meninos ficariam separados de meninas, ia ter horário de entrar na piscina, e não poderíamos beber (acho importante), entre outras coisas. Mas o representante de turma, o Tiago, foi mais inteligente. Ele pegou o dinheiro, alugamos o ônibus com o dinheiro, e juntamos balões que tavam sobrando, enfeites de festa, copos descartáveis, e usamos o resto do dinheiro e compramos uns refrigerantes pra fingir que tinha comida na festa. Tivemos a cara de pau de falar que as festas dos jovens de hoje ta na moda não comer nada. Assim rola mais tempo pra socializar.

E não é que deu certo? A supervisora acreditou nisso e que nessa confusão toda, não arrecadamos o dinheiro. Fizemos a festa, e acho que 10 pessoas apareceram, contando comigo e com o Pedro. Enfim, era de noite, e a escola tava vazia, a não ser pelo pessoal que tava na festa. Pedro tava bebendo refrigerante, e a galera tava muito entediada. Talvez não tivessem nada pra fazer em casa. Pedro terminou seu refri e me cutucou.

- Ou, vamo ali rapidinho.

Ele me guiou pras escadas do prédio velho (nossa escola tinha dois prédios, paralelos e entre eles havia o pátio) e o portão delas tava trancado. Ele olhou pros lados, e viu a camera de segurança que a diretora havia mencionado, mas a câmera não apontava pra entrada da escada, apontava pro prédio novo. Na verdade não tinha nenhuma camera de segurança no prédio velho. Pedro tirou uma chave do bolso e destrancou o cadeado. Subimos.

Subimos até o terceiro andar do prédio. Tava tudo muito escuro, e eu comecei a tremer. Não de frio ou de medo, mas de pensar porque o Pedro ta me levando ali, sozinhos no escuro.

Ele iluminou o caminho com a lanterna do celular, e entramos numa sala nos fundos do 3º andar. Ele fechou a porta e acendeu a luz.

- Pedro, o que a gente veio fazer aqui?

- Peraí, mas não conta isso pra ninguém, ta?

E o coração pulsando. Ele foi pro fundo da sala, tirou uma cadeira do lugar e pegou uma chave de fenda do bolso. E eu muito confuso. Ele desparafusou um alçapão que tinha ali, e eu achei que era um porão gigante embaixo da sala... Era só um compartimento pequeno. Pedro levantou a tampa e puxou uma malinha de dentro.

- O que é isso aí? - Perguntei, assustado.

- Fora da escola eu te conto. Vamo embora.

Saímos do prédio, despedimos do pessoal que tava ficando, e fomos pra casa dele. No caminho, ele abriu a mala, e tirou um alicate gigante, e me entregou. Dentro da mala tinha vários tipos de alicates, ferramentas, serras, bombinhas, peido alemão, uma garrafa com um liquido estranho que ele jogou fora, e ovos podres.

- Que porra é isso tudo? - Perguntei.

- Eu tinha uma reputação a zelar. Se a escola descobrisse que eu aprontei alguma coisa, e falasse com meus pais, meus pais iam procurar a casa inteira por alguma coisa minha. O melhor lugar pra esconder é embaixo do nariz de todo mundo. E eu acabei descobrindo esse lugar por que um menino que eu andava com ele, que era mais velho, me mostrou, e ele guardava droga lá.

- Você usava droga??

- Não, lógico que não. Já me ofereceram, mas eu prefiro ser saudável, não viciar.

Chegamos lá e ele abriu o portão. Os pais dele estavam em casa, assistindo filme na sala, abraçados no sofá. Era tão bonitinho como eles agiam como namorados o tempo todo... Porque gente casada tá tão acostumado um com o outro, que quando abraça assim acha que é obrigação. O Rogério e a Paula (os pais dele) já se abraçavam por amor, e brincavam um com o outro, e zoavam... Queria ser assim quando eu casasse com o Pedro... Ops, com alguém.

- E aí, Pedrinho? - O pai dele chamou. - E aí, Nato.

- Boa noite. - Falei.

- A gente tava na festa falsa lá da escola.

- Ah, foi hoje? Achei que ia ser sexta... - A mãe dele falou.

- Não, sexta é a entrega dos diplomas lá, e depois ir pro sítio.

- Ah, tá!

Demos boa noite pra eles, guardamos a mala no depósito e subimos pro quarto. Tomei meu banho e depois foi o Pedro. Jogamos o resto da noite, até eu pegar no sono primeiro.

Acordei no susto, no escuro, e levantei de uma vez. Eu tava na cama do Pedro, e ele dormindo do meu lado. Ele acordou e me perguntou se tava tudo bem com uma voz de sono que até me deixou com um pouco de sono também.

- Eu só acordei assustado mesmo.

- Então tá, dorme de volta.

E ele me abraçou, meio grogue, falando "tá tudo bem", e virou pro outro lado.

Achei isso tão fofo, que dormi na hora. Acordei no outro dia de manhã, com o braço dele em cima de mim de novo. Era tão gostoso sentir aquele braço quente e grosso em cima de mim, que meu pau ficou duro. Não era hora, pau. O braço dele abaixou e passou pelo meu pau. Eu tomei um susto que ele acordou de novo.

- Bom dia. - Falei.

- Bom dia, Nato!

Ele me agarrou e me abraçou do mesmo jeito que ele me abraçou da primeira vez que eu dormi lá, de conchinha. Só que dessa vez, os dois estavam conscientes. Os abraços do Pedro eram tão bons...

Ficamos uns 3 minutos abraçados assim. Ele atrás de mim, sem camisa, me abraçando forte pra mais perto dele, com o braço esquerdo por cima de mim, e minha cabeça deitada do bíceps dele, e a perna esquerda por cima das minhas pernas. Nossos quadris não estavam se tocando, porque ia ser estranho pra ele, eu acho, mas mesmo assim, meu pau tava muito duro, e eu fiquei com medo dele reparar.

Ele me soltou e eu virei pra ele. Ele me olhando com aqueles olhos cor de jabuticaba pra mim, sorrindo. O que será que ele tava pensando naquela hora?

- Eu to com muita preguiça. - Ele falou. - Mas to morrendo de fome.

- Levanta então.

- Nãooo...

- Se você não levantar, vou chupar seu pau.

Ele arregalou os olhos pra mim.

- Você duvida? - Falei.

- Você tem coragem de fazer isso comigo, seu gay!

E rimos muito. Ele levantou e saiu da cama. Quando eu levantei, vi o pau dele durasso dentro do short de pijama dele. Ele tava procurando a camisa dele pra vestir. Será que ele ficou excitado foi por causa dessa conversa?

Tomamos café, e fui pra casa logo depois. É lógico que bati muita punheta enquanto cheirava outra cueca que eu roubei dele.

Peguei minha mochila pra tirar os materiais e a roupa que eu levei, mas... Onde tava a minha cueca?

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Comentários

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Boa noite!Cara sou muito seu fã, seus contos são incríveis, é a primeira vez que fomento, porém pode ter certeza são inspiradores.Abraço

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Ôpa! Muito bom. Já quero ler o próximo. Não demore! rssPS: Não sei oq acontece com o VALTERSÓ, mas já notei q ele fica meio exaltado qnd vai comentar tanto aqui quanto nos outros contos ksksks eu não sei, mas começo a rir disso. Não repare se ele se exaltar demais com vc. ksksks Continue logo!

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As pessoas esquecem que isso é apenas um conto !!! Mas seu conto tá digno de literatura erótica

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CLARO QUE PEDRO JÁ SACOU ESSE LANCE DA CUECA. ELE NÃO É BOBO. VC SIM É MUITO BABACA.PODERIA CONFESSAR LOGO PRA ELE QUE O AMA E PITO FINAL. MAS ADORA FICAR NESSA MASTURBAÇÃO MENTAL, NESSE SOFRIMENTO. TEM MAIS QUE SE FERRAR MESMO.

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Oi Renato, comecei a ler seu conto agora. Gostei da história, muita gente de identifica com essa situação, eu mesmo fui uma dessas pessoas. Parabéns pela decisão em contar...

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Maravilhoso só falta acabar logo com esse jogo de rato de pegar a cueca um do outro "escondido" pois tenho certeza que Pedro sabe a muito tempo que vc pega as cuecas dele e agora ele pegou a sua tá na hora de vcs terem realmente uma conversa franca e falar do sentimentos reais que vcs tem um pelo outro. Acredito que só assim vcs saberão se há chances de rolar pelo menos umas mãos amigas ou algo mais.

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Tá muito bom... Ansioso pela continuação

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Cada vez melhor seu conto cara. Agora foi a vez do Pedro roubar a cueca dele. Será? Kkkkkkkk kkkkk lembrando, os seus pais são incríveis né, nem todos aceitam os filhos tão na boa.

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