Sabor

Um conto erótico de Escritor
Categoria: Heterossexual
Contém 738 palavras
Data: 24/12/2017 19:46:05
Última revisão: 03/01/2018 00:30:20

Nessa noite de 24 de dezembro, pessoas no mundo todo trocam presentes. As poucas crianças que ainda acreditam em papai noel vão dormir ansiosas. As demais esperam pela meia-noite para abrir seus presentes, e demonstrar seu contentamento ao ganhar o algo tão esperado, ou, em sua sinceridade de criança, fazer um muxoxo de pouco caso. Os adultos por outro lado, presos as convenções da etiqueta e da boa educação irão trocar abraços e tapinhas nas costas, não importa quão ruins sejam os presentes que ganhem nos amigos secretos em que participam (e nos quais nem queriam entrar pra início de conversa).

Numa noite de festa não poderia faltar a boa comida, que vai desde alguma ave assada até ao arroz com uva passas, essa que gera discussões familiares e guerras termonucleares, passando é claro pela maionese, o salpicão e tantas outras iguarias.

É também uma noite de reencontros. Famílias e amigos que ficam distantes o ano inteiro se reúnem para beber juntos e contar histórias. Todos querem ir, afinal quem não vai se torna o assunto da roda.

Mas é também uma noite, que, para muitos, traz consigo uma imensa carga de tristeza e melancolia. Filhos distantes dos pais, avós distantes dos netos, casais distantes entre si, sentem na boca o gosto amargo de não terem por perto aquela pessoa tão especial. Muitas vezes até vão em alguma festa comunitária, ou da empresa, e lá tentam afogar as mágoas bebendo e dormindo em algum canto. Outros, como eu que escrevo esse texto, ficam apenas em casa reclusos, ouvindo as risadas ecoando na casa dos vizinhos, e um ou outro fogo de artifício explodindo ao longe. Faço isso enquanto converso por vídeo-chamada com ela, que assim como eu, viajou para estudar, e está no quarto trancada, se forçando a falar sem parar e com um tom falsamente entusiasmado, enquanto tentamos mutuamente nos animar. Tentamos de tudo para passar esse final de ano juntos, passar essa noite de natal abraçados e trocando beijos, mas o destino, esse tirano implacável, não deixou.

Queria que você tivesse aqui comigo, ao meu lado, com meus dedos entrelaçados em seus cabelos longos e castanhos enquanto você me puxa para beijos curtos e suaves. Queria morder de leve sua bochecha, te fazendo iluminar o quarto com seu sorriso, enquanto tira o óculos, pois sabe o que estamos prestes a fazer, e quer isso tanto quanto eu. Queria ir beijando de leve seu pescoço perfumado, sentindo a maciez de sua pele, enquanto você pressiona a bochecha contra a minha, minha barba curta te fazendo cócegas. Queria te puxar sobre meu corpo, passar minhas mãos por baixo da sua camisa de tecido leve, e fazer carinho em suas costas, seus bicos ficando duros contra meu peito.

Queria que após isso você ficasse sentada sobre mim, e tirasse a camisa lentamente, enquanto mantém os olhos fechados, meu olhar percorrendo cada centímetro de sua nudez. Queria que ao terminar, você fizesse um gesto pra mim, me convidando a me sentar, para nos beijarmos mais uma vez, dessa vez com fome um do outro, um beijo de arrancar o fôlego. Você se remexendo de propósito sobre mim, me fazendo pulsar sob seu corpo, e rindo baixinho. Queria que você me empurrasse para seus seios, desejando que minha língua passeasse alternadamente na auréola de um e de outro, enquanto me arranha as costas, demarcando seu território e me causando arrepios.

Queria você suspirando de prazer em meu ouvido, me incentivando com sua voz rouca de tesão, me puxando outra vez para o seu beijo, suas mãos sobre as minhas, conduzindo meu toque ao longo do seu corpo até chegar no seu shortinho folgado de dormir. Nesse momento você ficaria de joelhos pra que eu o tirasse, e eu o faria com as mãos espalmadas, deslizando por suas coxas. Seus cabelos caídos sobre meu rosto, ao redor da minha cabeça, roçando nos meus ombros, criam um pequeno lugar particular, onde seu olhar meigo é só meu.

Queria que você me puxasse para rolar pela cama até que eu ficasse sobre você. Dessa vez você mordendo minha bochecha, e eu correspondo beijando seu pescoço, descendo por seu colo, parando mais uma vez nos seios, e ouvindo seu sorriso de menina, me incentivando a continuar descendo, pra fazer de você meu presente de Natal, do qual apreciaria cada detalhe.

De seu corpo, o calor.

De sua pele, o frescor.

De seus lábios, o sabor.

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