Confissões de Uma Casada 5 - Gravida do Ex Marido

Um conto erótico de André
Categoria: Heterossexual
Contém 3697 palavras
Data: 07/07/2017 12:38:33

Comecei a namorar o Carlos, poucos dias depois. Ele passou a freqüentar minha casa e não somente, me deixar na porta da frente. Meu advogado tomou consciência e de longe se via que ele tinha interesse em mim.

Comecei a estudar, me inscrevi em um curso pré-vestibular, para dar uma levantada na minha moral. E com os cursos que já tinha, consegui com muito custo, sair da perfumaria e ir para um escritório de uma multinacional. Indicação claro, da Débora, minha querida sogra.

E quando eu pensava que minha vida estava boa, namorando, estudando, trabalhando, me divorciando... lá vem Ricardo me estragar tudo de novo.

-Como assim grávida? Eu só vim aqui porque estou com dor nas costas.

-Isso é só mais um sintoma.-Meu médico fez algumas perguntas e sorriu.-Faça a ultra-sonografia, vamos marcar os exames pré-natais pra você.

-Mas eu não quero ser mãe.

-Sinto muito Julia, mas eu não sou a favor do aborto e muito menos indicaria um a você. Aconselho que pense.

-Você pode estar enganado.

-Faça o exame, veja com seus próprios olhos.

-Eu não quero ter um bebê. Não agora, que estou me divorciando.

-Converse com Ricardo. Vocês vão chegar há um acordo. De repente, esse bebê seja o que falta para unir vocês dois de novo. Pense bem Julia, é uma vida inocente. Não pode tirar, porque está com raiva do Ricardo. É desumano.

-Eu... eu vou fazer o exame amanhã mesmo. Com licença doutor.-Peguei minha bolsa e já ia me levantando, quando ele segurou minha mão.-Eu não vou tirar.Fique tranqüilo.

-Deus pode mudar a sua história. Tenha fé e faça o que manda seu coração. Deixe a mágoa de lado e dê uma chance ao Ricardo.

-Ele foi se abrir com você, não foi?

-É, digamos que nos esbarramos por aí. Mas fique tranqüila, não direi nada a ele.

-Obrigada.

Enfiei os documentos na bolsa e fui encontrar Carlos para almoçar. Quando me viu entrar no restaurante, ele ficou sério e olhou o relógio. Sentei em frente a ele sem ânimo para explicar nada no momento.

-Você demorou.

-Eu sei.-Chamei o garçom e me voltei para ele.-Você já pediu?

- Não, estava esperando você. Então, como foi?

-Está tudo bem. Vou fazer uns exames, mas estou bem.

-E por que estava chorando?

-Não estava chorando. É que sou alérgica ao perfume do médico, só isso.

-Estava cheirando o médico?

-Não. Olha, eu não sei você, mas estou com fome. Vamos pedir?

Naquela tarde voltei ao trabalho e depois saí de lá escoltada por Carlos. No dia seguinte teria julgamento. Queria estar com a cabeça desanuviada, para não cometer besteiras. E essa história de bebê, ainda não havia descido pela minha garganta.

-Preciso dormir cedo.-Falei quando Carlos perguntou se não ofereceria mais um drinque.

-Você parece estar fugindo de mim.-Ele me olhou com um tom reprovador.-O que tem? Por acaso te fiz mal?

-Não estou fugindo de você. Só estou cansada e amanhã preciso levantar cedo. É a primeira audiência.

-Ainda não entendo porque dispensou o outro advogado.

-Coisa da minha sogra. Não pude negar. Espero que não fique chateado.-Falei já abrindo a porta e ele me segurou pelo pulso.-Preciso ir.

-Não vai me dar um beijo antes?-Ele me puxou para um beijo um tanto violento e quando se afastou, sorriu.-Boa noite querida. Tenha lindos sonhos.

-Boa noite.

Saí do carro procurando as chaves. Quando cheguei à porta, vi um bilhete preso a minha caixa de correio.

“Preciso falar com você, urgente. Me liga a hora que puder. Ricardo”.

Nem precisava ter assinado. Eu reconheceria aquela letra em qualquer lugar. Entrei pensando se ligaria ou não. Até que me lembrei da consulta. O médico era amigo dele. Mas que droga, porque eu fui justamente naquele médico? Com certeza o cretino contou ao Ricardo.

Subi correndo e fui em direção ao telefone. O mesmo tocou quando eu ia pega-lo. Tomei um baita susto. Eu estava ficando com mania de perseguição. Esperei dois toques, respirei fundo e atendi, sabendo que era ele.

-Alô.

-Finalmente te encontrei. Preciso falar com você, posso ir aí?

-Não. O que quer?

-Então venha aqui, mas não é um assunto para tratar pelo telefone.

-Está tarde, prefiro deixar pra amanhã, depois do julgamento.

-Julia, se não vier aqui eu serei obrigado a ir aí.

-O que você quer afinal?

-Você achou que eu não ia saber? Que ele não perderia a oportunidade de me falar? Como é, conversamos aqui ou aí?

-Aqui. Você tem vinte minutos pra chegar aqui, falar o que quer e meter o pé. Como é?

O telefone emitiu um som de ligação cortada. Fui tomar um banho rápido e colocar o conjunto de moletom cor de rosa que havia comprado. Com certeza, ele não teria segunda intenções com aquelas roupas. Ele nunca gostou de me ver de pijama.

Arrumei meus documentos sobre a mesa de centro da sala. Estava nervosa. O maldito médico havia falado com ele. Eu o mataria no outro dia, com certeza. Como explicar agora? Teria que dizer que o filho era do Carlos para ganhar tempo. Mas e se isso me complicasse?

A campainha tocou me dando um susto tremendo. Fechei os olhos e suspirei. Abri a porta e lá estava Ricardo, todo amarrotado, com cara de preocupação. Ele entrou casa adentro e parou no meio da sala, com os braços cruzados.

-Então, não tem nada a me dizer?

-Sim. Está tarde. Você fala o que quer e vai embora.

-Por que fez isso? Podia ter feito tudo, menos isso.

-Isso o que?

-Ainda pergunta? O que tinha que ter ido pedir ajuda ao Fernando?

-Então é isso?-Eu ri, estava tão nervosa a toa.-Tenho o direito de escolher o advogado que me interessar ora.

-E o quanto ele te interessa?

-Muito. Ele vai me ajudar a me livrar de você.

-O que está dando em pagamento?

-Isso é assunto meu. Agora se puder se retirar.

-E meu também. Afinal, aquele pilantra vai dormir com você na primeira oportunidade...

Calei a boca dele com um tapa. Ele me olhou furioso, colocou a mão sobre o rosto. Fiz um belo trabalho, ficou vermelho na hora.

-Se você pensa que está falando com aquela biscate com quem você trepa, está muito enganado. Não me confunda com qualquer uma. Diferente de você, eu não fico pulando de cama em cama, todos os dias, com homens diferentes. E se eu quiser dormir com ele, será um problema meu. Eu não sou um objeto de disputa. Durmo com quem quiser, quando quiser. Estou separada de você. Mais que merda Ricardo, some daqui!

-Espera.-Ele me segurou pelo pulso e respirou fundo.-Desculpe. Eu só estou com medo de perder você pra ele. Sei que ele só vai te usar pra me deixar com ciúmes.

-Eu sei disso.-Cruzei os braços.-Mas e você? Me usou pra que mesmo? Ah sim, pra ser cabide de chifres. Não sei como não empalhou minha cabeça e não pendurou na sala.

-Você vai continuar com isso? Eu preciso conversar com você. Sem essa tensão toda. Ao menos terá me ouvido antes de assinar os papeis.

-Não tenho nada pra ouvir de você Ricardo. Fiquei lá... esperando explicações por anos e você não se explicou. Por que agora eu tenho que te escutar?

-Não é a mesma coisa. O que me levou a fazer aquilo...

-Eu sei que vai dizer que fui eu. Mas não foi. Sei disso, porque fui até boazinha de mais pra você.

-Eu sei. Não foi você. Fui eu. Eu estava com um pensamento totalmente infantil sobre casamento e... fui pela cabeça do André... Eu sei que errei, eu assumo. Mas é que nos casamos rápido... eu achava que todo casamento era igual... é tanta coisa que preciso te explicar.

-Você passou um minuto do seu tempo. Rua.-O empurrei para a porta.-Explica para o juiz amanhã.

Bati a porta na cara dele e tranquei a chave. Senti orgulho de mim naquele momento. Fui para o quarto cantarolando um trecho da música de Alcione.

Sou mulher de te deixar

Se você me trair

E arranjar um novo amor

Só pra me distrair...

Me balança mas não me destrói

Porque chumbo trocado não dói

Eu não como na mão

De quem brinca

Com a minha emoção...

Sou mulher capaz de tudo

Prá te ver feliz

Mas também sou de cortar

O mal pela raiz...

Não divido você com ninguém

Não nasci prá viver num harém

Não me deixe saber

Ou será bem melhor prá você

Me esquecer...

Chegamos cedo ao tribunal, apesar de as audiências só começarem as nove. Fernando sorriu ao me ver entrar e veio me cumprimentar.

-Bom dia. Você está linda. Radiante. O que aconteceu com você?

-Não sei. Mas é bom que você tenha notado.-Tirei os óculos escuros e entramos em um corredor.-Novidades?

-Algumas.-Ele pigarreou.-Não tenho certeza, mas o juiz responsável pelo caso, será o tio Cláudio.

-Como é? Não acredito. Ele não... não é justo. Ele vai dar toda razão ao Ricardo. Afinal, é filho dele.

-Bom, supõe-se que sim. Mas tenha fé, vamos ganhar essa. Eu só vou precisar da sua colaboração. Você corre o risco de ser difamada, acusada e agredida verbalmente. Tente manter a calma e não discutir.

-Discutir é o de menos.-Eu temia era chorar feito uma idiota na frente de todo mundo.-Quando você esteve com o Ricardo?

-Não estive com ele, conversamos pelo telefone ontem à noite. Como sabe?

-Ele me procurou ontem à noite. Foi até minha casa e tudo.

-Vocês se reconciliaram?

-Não!-Olhei pra ele com raiva.-Também não sou tão imbecil assim.

-Não sei porque, mas parece que está me escondendo algo.

-Não dormi com Ricardo. Pra falar a verdade, com ninguém ultimamente. Mas eu acho que isso não é da sua conta.

-Não os detalhes. Mas a informação é relevante.-Ele ajeitou o óculos sobre os olhos verdes e sorriu.-Eu sei que tem mais. Você está com um sorriso de Monalisa no rosto.

-Acho que meu segredo não é relevante.

-Envolve Ricardo e o divórcio?

-De certa forma.

-Então é relevante sim.-Ele indicou um canto mais afastado.-Vamos conversar ali.

-Todo esse povo está aqui pra pedir anulação de casamento?

-Sim. Há muitos casais infelizes hoje em dia.-Ele me encaminhou para o final do corredor e dobramos a direita.-Agora diga, o que está escondendo. Sou advogado há dez anos e vejo nos seus olhos que tem uma bomba prestes a estourar na minha mão.

-É tão fácil assim?

-Você é transparente igual água rasa. Vamos, pare de enrolar, já vai começar. Seja o que for, eu direi se usaremos ou não contra Ricardo.

-Está me saindo um fofoqueiro de primeira.-Ele fechou o semblante e eu suspirei.-Tudo bem. Se é importante... Fui ao médico ontem, estava com uma dor esquisita nas costas.

-E? É algo grave?

-Estou grávida.-Falei e olhei em volta, me certificando que ninguém escutasse.-Antes que me pergunte, é, só pode ser do Ricardo.

-Isso... é... complicado. Existem muitos prós e contras. Podemos provar que Ricardo não tem caráter, ele por sua vez tem dinheiro, o que não ajudaria caso ele resolvesse entrar com o pedido de guarda...

-O que?!

-Estou apenas divagando. Ricardo parece relutante em dar o divórcio. O pai dele é o juiz em questão. Vamos manter isso em segredo por enquanto.

-Eu prefiro.

-O que é segredo?-Ricardo apareceu pouco atrás de Fernando e cruzou os braços.-Algo que eu deva saber?

-Se é um segredo, você não precisa ficar sabendo.-Fernando passou o braço sobre meus ombros.-Vamos entrando? Quero pegar um bom número.

Ricardo ficou se mordendo e eu gostei. Relaxei até a confirmação de que realmente seria um julgamento difícil.

Meu ex-sogro era um homem de dar medo. Eu até gostava dele, mas não era chegado a demonstração de afeto. Desde a morte da filha mais velha, ele vestiu aquela armadura e se escondeu atrás daquela capa de homem da lei sério e rígido. Eu sabia que ele me comparava a filha que perdeu. Todos diziam que eu me parecia com ela. Não cheguei a conhecê-la, ela morreu anos antes de eu conhecer Ricardo.

O julgamento começou com a leitura do processo. Não demorou o juiz estava falando em termos que eu não entendia em nada. Mas sabia que depois daquela etapa, bastava assinar os papeis e estava tudo acabado.

-...sendo que uma das partes não está interessada em divórcio e não havendo acusação com provas de agressão física ou moral, não posso autorizar o divórcio.

-O que ele quis dizer?-Perguntei a Fernando.

-Eu já esperava por isso. Ricardo disse que não quer o Divórcio. Vamos passar por uma burocracia danada. Isso vai levar tempo.

-Levando em conta a situação e o flagrante, a senhora Julia Machado terá direito a uma indenização por parte da senhorita Raquel Teixeira e por parte do senhor Ricardo Machado.

-Quem é essa?-Perguntei a Fernando.

-A outra.-Ele falou e sorriu.-Me certifiquei disso.

-Mas eu não quero isso. Só quero acabar com tudo...

-Acredite, será um favor para você. Apenas ouça e seja boazinha.

-...sendo assim, o casal terá três meses de terapia ouvida, aonde eles procurarão a reconciliação ou um acordo comum, com um oficial de justiça treinado. Nesse tempo o casal deve estar morando juntos, provando que estão de boa vontade, tentando a reconciliação.

-E se eu não quiser passar por tudo isso?-Perguntei ao Fernando.

-Você sai sem receber nada. E acredite, agora que terá um bebê, é necessário que tenha uma boa renda.

-Mas daqui a três meses, vai estar em evidência. Não quero que ele saiba.

-Se quiser, posso contestar. Mas se fizer tudo como o juiz deliberou, você terá o que lhe é de direito. E pense bem, não estamos falando de pouca coisa. Estamos falando de um império. Do qual seu filho fará parte. Você não pode negar isso a ele.

Ele estava certo. E me fez ficar confusa. Afinal, era o que ele queria. E só eu não havia percebia ainda, que caía em uma armadilha.

No final do dia, saí da sala de exames cansada e emocionada. Realmente tinha um bebê dentro de mim. E eu não conseguia parar de olhar as fotos da ultra-sonografia.

Ao menos algo de importante Ricardo fizera.

Carlos estava louco para saber o resultado do julgamento. Quando chegou a minha casa, percebeu que não saíram às coisas como ele imaginava.

-Está esperando alguém?-Ele me viu com uma roupa formal e estranhou.

-Meu advogado e meu ex marido chegarão daqui a pouco.

-O que eles vêm fazer aqui? Algum acordo?

-Mais ou menos. Na verdade, pra que eu consiga ganhar alguma coisa nesse divórcio, terei que fazer terapia de casal com Ricardo, por três meses.

-Por que isso?

-Ele não quer o divórcio. Então o juiz achou por certo tentarmos nos dar uma segunda chance.

-E o que você acha de tudo isso?

-Bem, não estava nos meus planos...

-Mas você gostou.

-Não estou te entendendo.-Cruzei os braços e me irritei.

-Não se faça de sonsa. Sei que ta doida pra voltar praquele almofadinha do seu marido.

-Eu nunca disse isso. Agora, se você interpreta dessa forma o azar é seu.

-Não precisa dizer.-Ele me segurou pelo braço com força e aquilo começou a me assustar.-Está escrito na sua cara. Agora, se você vai dar uma de idiota e voltar pra ele, o azar é seu. Lembre-se, quem trai uma vez, trai sempre.

-Carlos, acho melhor você ir embora.

-Eu também acho.-Ele falou endireitando a gravata.-Me acompanha até a porta?b

-Não.-Lhe dei as costas.-Eu não quero que você volte.

Ele saiu batendo a porta com tanta força, que fez a casa estremecer. Respirei aliviada. Estava começando a ficar com medo dele. De uns tempos pra cá, ele vinha agindo de uma forma possessiva. Queria saber todos os meus passos e muitas vezes gritava comigo por bobeira.

Eu é que não ia agüentar outra gaiola na minha vida.

A campainha tocou minutos depois, abri e encontrei Ricardo sozinho. Ele me olhou de cima a baixo e sorriu.

-Você está linda. O que anda aprontando?

-Nada. Sou linda naturalmente. Você nunca percebeu porque estava admirando a outra.-Sai da frente da porta.-Tem notícias do Fernando?

-Ele não vai poder vir. Falou pra você ligar pra ele. Suas malas já estão prontas?

-Não. Eu não vou me mudar pra sua casa de novo. Você, se quiser, pode dormir aqui... no sofá da sala.

-Mas em casa tenho meu escritório... temos três quartos livres além da suíte. Por que temos que ficar aqui nesse apertamento?

-Porque fica perto do meu emprego.

-E você vai continuar com o emprego?

-Claro. E vou continuar levando minha vida normalmente. Não vai se animando. Para inicio de conversa, estamos nos divorciando ainda.

-Por favor Ju, vamos pra casa.-Ele se aproximou devagar, deslizou as mãos pela minha cintura.-O freezer está cheio de sorvete de chocolate. Tem uma porção de filmes novos nos esperando no cinema.

-Ricardo, você está me confundindo com a outra de novo.

-Por quê?

-Nós não freqüentamos cinemas. E eu quase não tom sorvete de chocolate.

-Mas são coisas que você gosta de fazer.-Ele tocou meu rosto.-Me pede o que for que eu faço. Faço o que for pra ter você de volta.

-Faz mesmo?

-Já vi que te dei a carta que queria.-Ele sorriu.

-A informação valeu.-Tirei as mãos dele da minha cintura e dei um passo atrás.-O negócio é o seguinte, precisamos fazer uma coisa que eu não quero, que é fingir que estou casada com você. Em três meses quero aqueles papéis assinados. Ou você acha que só porque seu pai disse que devemos ficar casados, eu vou obedecer?

-Olha, realmente, eu não te conheço mulher.

-Sendo assim, eu moro aonde eu quiser. E eu não quero ir pra sua casa hoje. Então, se quiser ficar tudo bem, caso contrário, a porta continua aberta.

1X0 pra mim. Ele ficou no sofá da sala a noite inteira. E ter o controle das coisas em minhas mãos foi tão bom, que comecei a planejar o que podia fazer contra ele, só pra que ele se sentisse o mínimo do jeito que me senti.

E logo pela manhã, comecei a perturbá-lo. Levantei, tomei um banho, me arrumei normalmente como se nada estivesse diferente e fui tomar café. Encontrei a mesa posta, diversas iguarias que me deixaram com água na boca. Peguei uma caneca de viagem, enchi de café e quando Ricardo saiu do banheiro, eu estava arrumando minha bolsa pra sair.

-Bom dia.-Ele me viu pegando a carteira e o celular e fechou a cara.-Não vai tomar café?

-Estou atrasada.-Peguei um sonho que estava me chamando, dei uma dentada e fui pra porta com a bolsa e a caneca de café.-Tem uma cópia da chave aqui na porta. Você pode usá-la. Mas não quero que traga seus amigos pra cá. Detesto eles.

Saí sem dar bom dia. Fiquei com pena dele, afinal, eu me sentia péssima quando ele fazia isso comigo. Mas era bom, ele via o que eu passei e eu lembrava, o que era mais importante. Assim, ele desistia da idéia de continuar casado comigo e eu não caía na tentação de pular na cama com ele.

Apesar de ter visto, eu não me sentia grávida. Ou a ficha ainda não havia caído. Não sentia enjôo, não sentia náuseas. Só a dor nas costas, porque ficava muito tempo em pé no trabalho. Estava com medo de contar e ser demitida, então, deixei as coisas fluírem normalmente.

No final do dia, Letícia passou no meu serviço para irmos dar uma volta no shopping.

-Então, como foi à noite?

-Tranqüila. Por quê?

-Ué, Ricardo não dormiu com você?

-Não, dormiu lá em casa. Mas isso não quer dizer que tenha dormido comigo. Ele passou a noite no sofá, com o ego dele.

-Ah.- E por que não foi pra casa dele?b

-O juiz disse que devíamos morar juntos, mas não disse aonde.

-O juiz disse é?-Ela riu, o que me deixou intrigada.-Tudo bem, vamos ali que quero te mostrar umas coisas que eu adoro.

Entramos em uma loja de lingerie e fiquei encantada. Era tudo tão... sexi. Eu nunca havia vestido uma coisa daquele tipo. Corpete, corset, tangas, vermelho, preto, rosa, parecia outro mundo.

-Então, o que acha?

-Tem cada coisa linda.-Ela tirou um conjunto do cabide e colocou a minha frente.-Mas não sei se vale a pena comprar. Não tenho pra quem mostrar.

-E o que importa isso? você tem que se sentir sensual, mesmo que não vá mostrar pra ninguém.-Ela me olhou cheia de malícia.-Te desafio.

-Ai não.

-Desafio você a jogar toda sua lingerie fora e usar só o que eu for comprar.

Ela foi tirando coisas e jogando nas minhas mãos. Eu nem sabia quanto aquilo ia dar, sabia que a Débora estava pagando, mas não sabia com que finalidade. Na verdade, eu sabia, só não acreditava.

Leticia, como toda boa filha de deus, me deixou escolher algumas coisas enquanto escolhia algo para si. Parei no balcão e um catálogo me chamou atenção. Tinha uma grávida na capa, vestindo lingerie. Dei uma folheada e encontrei cada coisa linda. E me imaginei daquele jeito. Com um barrigão. Chamei a vendedora e perguntei por algumas peças. Ela me mostrou algumas, não resisti e comprei.

Cheguei em casa aquela noite cansada, e com muito sono. Havia vindo do curso e estava achando que não daria conta de estudar e trabalhar grávida. Era tanto sono, que fiquei com medo de dirigir até em casa. Fui na cozinha, fiz um café e fui para o quarto arrumar minha nova coleção de lingerie. Fiquei apaixonada por cada peça.

Tomei um banho, coloquei meu robe e juntei todas as calcinhas e sutiã que tinha, inclusive os que usara naquele dia, enfiei em um saco de lixo e joguei fora.

Contato: avidaerotica@gmail.com

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Comentários

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Continua.....peloamooor !!! Está lindo!!

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