Pai, homem, carrasco, amor - pt 9

Um conto erótico de Hubrow
Categoria: Homossexual
Contém 3713 palavras
Data: 04/06/2017 08:50:00
Última revisão: 05/06/2017 00:37:14

Levantei da cama preocupado. Eu iria pela primeira vez para a obra com papai; conheceria meu novo emprego. Aquilo era uma maluquice dele, mas aceitei para não criar problema. Além do mais, eu tinha que ter algum trabalho. Aquela vida de dona de casa, dedicada a fazer uma comida gostosinha, lavar suas cuecas e estar sempre disponível para ele se saciar era uma vida estranha; sei lá, parecia ter algo de errado. Na verdade, eu adorava; diria até que cumprir aquelas tarefas domésticas me excitava, sexualmente falando mesmo. Mas não era certo; por alguma razão que não sabia, não era certo viver daquele jeito, às custas dele, sem uma ocupação. Eu tinha que trabalhar.

Além disso, eu pensava, com ele ressonando ao meu lado na cama, também me excitava a perspectiva de que conviveria com ele durante todo o dia. É certo que ele não passava o tempo todo com os operários, mas o fazia na maior parte do expediente. Quando criança, papai nunca me levou para conhecer seu trabalho – como de resto, nunca me levava a lugar algum, exceto na companhia de mamãe. Mas, depois que ele começou com a empreiteira, eu, ainda garoto, imaginava como ele devia agir, fascinado com a ideia de vê-lo determinando as coisas, planejando com seriedade, dando ordens. Meu pau endureceu quando visualizei essas cenas: ele entre os operários mandando e desmandando, dando bronca quando descobria um serviço errado; seu jeito largado impondo autoridade. Talvez até eu o visse roçando a mão na braguilha, dando aquela apertada gostosa no pau enquanto examinava o andamento das tarefas.

Levantei-me em direção ao banheiro, antes que me perdesse nesses devaneios. Desde que ele instituíra a primeira mijada do dia em mim, eu deixava para fazer a higiene mais tarde, só após ele me comer. Como já tinha feito à noite, estava suficientemente limpinho para ele meter a pica sem perigo. Mas gostava de dar uma revisada no geral, passando nas dobras do corpo um lenço úmido, desses de limpar a bunda dos bebês. Não queria o risco de estar salgadinho do suor da noite ou, pior ainda, meio melado. Em seguida, aplicava a lâmina para eliminar qualquer pelozinho que estivesse despontando, mas apenas nas partes íntimas (do restante do corpo, eu cuidava à tarde). No fim, ia lavar o rosto, escovar os dentes, dar uma arrumada no cabelo, essas coisas que todo mundo faz de manhã. E arrematava com um perfuminho leve.

Ele agora não mais me mandava ficar no chão. Com o tempo, tinha se certificado que eu não deixaria escapar nenhuma gota quando ele retirasse o membro, e então me deixava ficar na cama para dar sua mijada. Quando percebia que ele começava a despertar – não precisava de relógio para levantar-se na hora certa –, eu lhe dava um beijinho, fazia algum carinho para que ele se sentisse bem assim que abrisse os olhos, e então me punha de quatro, para que se aliviasse. Depois, eu lavava a pica com a boca e ia ao banheiro, com a porta fechada. Descarregava a urina, que via no vaso entremeada pelas ilhaszinhas da porra que me injetara antes de dormir, e aí sim fazia a higiene. Perfumava o cuzinho, e retornava para ser comido.

Esse processo no banheiro, que se seguia à mijada dele, não demorava muito, mas o suficiente para que papai pudesse tirar aquele soninho a mais de preguiça. Se no início eu estranhara aquele hábito matinal que ele havia imposto, hoje eu achava que aquilo deveria ser obrigação de qualquer um – gay ou mulher – para agradar seu homem, permitindo que ele se aliviasse sem ter o trabalho de se levantar e, assim, aproveitasse um pouco mais a cama para seu descanso. Comecei a pensar que as pessoas não faziam isso por um pudor besta, deixando de viver o prazer de proporcionar ao macho um prolongamento de seu repouso, sem ter mais a incômoda necessidade de urinar.

Quando eu voltava daquela primeira ida ao banheiro, às vezes o despertava mamando, às vezes com beijinhos; outras vezes, já o encontrava com o caralho em riste, me encarando à espera do cuzinho. Adorava quando, ao abrir a porta do banheiro, nossos olhares se cruzavam enquanto ele batia com o cacete na mão, anunciando que o dia começava e era hora de eu levar ferro. Aquela manhã não fora diferente, e pelo menos durante o tempo que tinha de atendê-lo eu não pensava no desafio que me esperava no novo trabalho. Eu temia decepcioná-lo frente aos peões.

A cidade não tinha muitos prédios e, na maioria, não passavam de quatro andares. A reforma que papai conduzia era num deles, num apartamento até bastante grande. Os trabalhos já estavam bem adiantados. Os operários eram cinco; comigo, seis. Eles já sabiam da minha chegada.

Foram bem simpáticos. Papai fez uma roda para me apresentar, disse que não era para ter cuidado especial nenhum comigo por ser filho do patrão; que era pra me pôr para trabalhar de verdade. Mas que, no início, pegassem leve comigo: eu era só um aprendiz.

- E não sabe porra nenhuma. Esse aí só viu cimento depois de seco e pintado.

Riram, e eu acompanhei o bom humor de papai. Um deles fez sinal, indicando-me a cafeteira e o copo em sua mão. Eu agradeci, mas recusei, com um sorriso. Meu pai assumiu um tom grave:

- E vou avisando: ele é viado. Mas é pra respeitar. Não quero sacanagem aqui dentro.

Fiquei estarrecido. Os próprios operários pareciam não saber o que fazer – seus olhos, creio que ficaram mais arregalados do que os meus. Fechei a cara na hora. Logo nos dispersamos, pois as instruções já estavam mesmo finalizadas. Acompanhei um deles, conforme papai determinara, para ver o que ele fazia e, conforme fosse, já depois do almoço fazer o mesmo tipo de trabalho por minha própria conta.

- Seu pai é um cara legal. Ele faz essas coisas, mas é o jeito dele – o operário me disse, com voz baixa, quando ficamos mais distantes, agachados para iniciar o trabalho.

Sorriu para mim, numa postura de camaradagem. Simpatizei de cara com ele. Chamavam-no de Machadinho – e eu ri muito, tempos depois, quando soube que esse não era o diminutivo de seu sobrenome. Era um apelido, por conta de que sua mão seria pesada demais para trabalhar no acabamento: pegava na desempenadeira como se estivesse lidando com um machado.

- Mas isso foi só quando eu comecei – desculpou-se, rindo. – Hoje não é assim não, tanto que quem aplicou massa nessas paredes todas aqui fui eu. Pergunta ao teu pai.

Era um homem bonito, embora sua pele clara, especialmente no rosto, tivesse um aspecto envelhecido pelos anos de trabalho na lavoura. A cidade ficava numa região agrícola, e ele crescera trabalhando na terra, desde muito cedo – algo muito comum por lá. Seu cabelo era sarará, num tom mais claro que o usual, e ele o usava com dreads, mas o mantinha curto. Tinha o nariz fino, alongado, e sobrancelhas também muito finas, pouco arqueadas. Seus dentes não eram bonitos – bem tortos, na realidade –, mas o sorriso cativava tanto que obscurecia esses defeitos.

Sua vaidade era evidente: além do cordão que pendia pesado do pescoço, tinha várias pulseiras num dos pulsos – de couro, tecido, trançada, lisa. Também usava alguns anéis, que tirava para o trabalho e recolocava ao fim do expediente. Mas o seu melhor era o corpo: todo saradinho, pela própria lida, com uma musculatura definida sem exageros, ombros largos e coxas grossas. O trabalho duro deixara marcas em sua aparência – algumas para o mal, mas, no mais das vezes, para o bem: era um jovem de beleza bruta ressaltada pelo contraste com seus traços finos e adereços moderninhos.

Muito por conta da forma como meu pai havia me apresentado, eu evitava encará-lo ou apreciar seu corpo mais demoradamente. Mas é claro que ele me atraía, que ele me despertava o desejo de tocá-lo e que imaginá-lo nu me excitava. Tal não era difícil: como todos os demais, de vez em quando ele ficava apenas de short, trabalhando sem camisa. O fato de isso não ser propriamente um hábito podia me decepcionar um pouco – afinal, seria muito bom trabalhar em meio a homens sempre seminus –, mas era também uma sorte: eu nunca gostei de ficar sem camisa e o fato de nunca tirá-la não chamava a atenção de ninguém. Machadinho era um belo exemplar de homem, sem ou com camisa, mas nem me passava pela cabeça trocar papai por ele, mesmo que num lance rápido.

Papai, no entanto, não pensava assim. Eu notava que ele acompanhava, calado, minha aproximação com Machadinho. A cada dia, na rotina da obra, eu demonstrava mais afinidade com ele. Mas meus olhos eram pro papai mesmo. Gostava de vê-lo caminhar entre os operários, com aquele andar meio empertigado, meio malandro, que era tão dele.

Adorava essa maneira que ele tinha de andar; nunca conheci ninguém que fizesse daquele jeito: desleixado mas charmoso; atraente mas algo ofensivo, por uma imponência que devia irritar muita gente, justamente porque era espontânea. Tinha uma certa cadência, uma ginga discreta mas patente, sem ser vulgar. Sua autoridade, no entanto, não estava no andar: eram seus olhos, seu rosto atento ao serviço, que punha todos na linha, sem se mostrar agressivo.

Ele sabia como se fazer respeitar e ao mesmo tempo ser tão querido por aqueles a quem mandava – e não escondia que gostava de mandar. Eu adorava testemunhar isso; invejava. Meu pai não levantava muito a voz para dar bronca e exigir que algum trabalho fosse refeito – e bem feito. Era sua entonação, e não o volume, que impunha obediência. Mas, horas depois, os mesmos que se viam forçados a baixar a cabeça estavam confraternizando com ele, às gargalhadas, em volta de uma garrafa de cerveja. Depois de todo o tempo que a perda de mamãe o fizera acabrunhar-se, ele voltava a ser o cara que todos queriam ter na mesa de bar, simpático, sacana, risonho, jogando uma conversa fora gostosa.

Aquela experiência na reforma não estava sendo tão ruim; de certa forma, eu até estava gostando. Não pelo trabalho em si, que me dava a maior canseira e não me interessava em nada (mas essa parte eu não dizia pro papai). Estava gostando porque me fazia ficar mais tempo com ele e, principalmente, porque esse tempo não era só comigo: era o tempo da vida dele mesmo, independentemente de mim, que eu podia presenciar, ver como era de verdade. Eu sabia que ele sempre fora mais expansivo do que em casa, com minha mãe e eu. Mas agora eu via o alcance disso, e já adulto. Acompanhava com os olhos o que ele fazia, ficava tão ansioso quanto ele quando havia algum prazo vencendo, preocupado quando algo dava errado ou tão alegre quando, relaxado, fazia brincadeiras com a peãozada ou com algum amigo que encontrávamos na rua.

Também gostei quando o vi lidando com o dono do apartamento ou com o engenheiro. Papai sabia o lugar dele, respeitava a hierarquia, mas não era subserviente. Nenhum dos dois se dirigia a ele como a um empregado, porque não sentiam margem para isso. O engenheiro – de quem ele obviamente não gostava, como todo mestre de obras – ainda se impunha um pouco mais. Afinal, era quem estava pagando a ele. Mas não se atrevia a falar grosso, mesmo quando havia alguma merda.

Com o dono do apê, papai era de uma paciência de Jó, contornando as tradicionais observações sem sentido e os pedidos absurdos com concordâncias gentis. Invariavelmente, lançava mão, em seguida, de argumentos que, com muito jeito, faziam o sujeito parar de falar. Depois, sozinho comigo no carro, resmungava um pouco, mas logo desencanava.

Nessas nossas conversas, volta e meia dizia para eu maneirar nos meus olhares, porque eu dava muita bandeira e podiam suspeitar do que se passava entre nós – como se alguém fosse sequer achar possível a ideia de que ele comia o filho! Mesmo na obra, às vezes me fazia uma careta de censura quando me pegava lhe admirando – e eu, realmente, fazia muito isso. Mas, afinal, eu contava justamente com a vantagem da minha posição: mesmo que os operários notassem, não me veriam como um gay secando um homem, mas como qualquer filho imaturo que babava pelo pai. A paranóia dele é que não lhe permitia perceber isso.

O convívio com os operários era legal, também. Havia muita camaradagem entre eles, e me tratavam bem. Claro, eu era o filho do patrão; mas também não era só por isso. Eles não me viam tão patrão assim, porque, quando papai não estava, conversavam mais, sem se sentirem vigiados pela minha presença. Trabalhavam, mas o ritmo se reduzia um pouco, mesmo comigo testemunhando. Era quase como se eu fosse um igual, e eles também me punham na roda. No tempo que fiquei lá, não houve nada, nem um risinho, uma ironia ou qualquer menção àquele comentário de mau gosto do meu pai, ao me desnudar como um viado.

Eles sabiam que não fora simplesmente uma brincadeira, mesmo que estranha. Papai falara com o semblante muito sério, não deixando dúvida que o fazia para que realmente ninguém se aproveitasse de mim por ser diferente. Então, tinham consciência que entre eles havia um gay. E pior: gay e filhinho do chefe – uma combinação perfeita para que debochassem de mim pelos cantos. Mas isso não aconteceu. Seja por mera obediência ao meu pai ou pelo jeito deles mesmo, o fato é que isso não influía em nada no modo como me tratavam. E, até hoje, eu apostaria que era mais pela segunda razão do que pela primeira.

Eu evitava contrariar papai, mas não me contive quando ficamos a sós, no carro. Para meu alívio e orgulho, ele tinha ficado satisfeito comigo naquele primeiro dia, tranqüilizado pelo comportamento que eu demonstrava com os companheiros e pelo meu empenho em aprender as tarefas. Mas, quando fez um silêncio, reclamei daquela sua grosseria.

- Mas não foi melhor? Assim já ficaram logo sabendo que tu gosta de dar a bundinha e não vão ficar criando história contigo. Íam acabar te sacaneando às escondidas, se eu não falasse logo e eles percebessem sozinhos.

- Eles não iam perceber.

- Sempre acabam percebendo. Um macho vê logo quando não está diante de outro que não é como ele.

- Não é assim, pai.

- Tu não leva jeito, não é mariquinha, mas eu vi teu tesão pelo Machadinho.

- Eu?

- Deixa de ser sonso, Mateus.

- É um cara bonito, pai, mas não tem nada a ver.

- Sei.

- Você não confia em mim, não?

- O assunto não é esse. O que eu quis foi te deixa à vontade.

- À vontade????

- Fala baixo que sou teu pai.

- Como à vontade? Me expondo daquele jeito? Você acha que é algum orgulho gostar de ser fudido?

- No teu caso, devia ser – e completou, com uma expressão risonha: - Tu faz melhor do que muita mulher; acho até que a maioria das mulheres.

Fiz uma cara enfezada.

- Pára de vergonha boba, Mateus. Eles podem saber; não tem nenhum problema eles saberem. Além do mais, falei porque estou do teu lado. Não vou ficar falando isso por aí à toa, nem quero que tu saia dizendo aos quatro ventos que é bicha. Falei na obra porque eu mando lá. Eu te protejo. Sou teu macho. E teu pai também. Por uma razão ou outra, eu cuido de você; comigo tu tá seguro; sempre vai estar.

Claro que, diante de um argumento afetuoso como esse, eu calei minha boca – mesmo continuando revoltado com o que ele tinha feito. Papai sabia exatamente como baixar minha bola: fazendo carinho.

Servir sobremesa era uma coisa rara, porque papai não fazia questão; não ligava para doce, assim como eu. Mas, naquela noite, eu pus uma compota que ele mesmo havia trazido, presenteada por uma vizinha. Foi justamente na hora da sobremesa, depois de tentar me conter durante todo o jantar, que voltei a soltar meus cachorros. Quer dizer: cachorrinhos, porque com ele eu só dispunha de cachorrinhos mesmo.

Cuidando para não ser agressivo nem levantar a voz, mostrei novamente minha irritação e indignação por ele ter me chamado de viado na frente dos peões.

- Mas tu não é?

- Mas não tinha que dizer, pai. Você me expôs.

- De novo, Mateus? Pára de frescura. Eles entenderam. Ninguém vai mexer contigo.

- Nem iam. Não precisava dizer. Você mesmo diz que eu não pareço.

- Parece o que? – fez uma pausa. – “Viado”. Você ia falar “viado”.

- Não, não ia.

- “Homossexual”... – disse, com desdém, quase separando as sílabas. – Ah, Mateus, faz favor.

- Não foi legal o que você fez. Eles mesmos ficaram sem jeito.

- Tá feito. E faço de novo, se tiver que fazer. Ninguém vai ciscar no meu galinheiro. E você é o que você é. Não tem que ficar desmunhecando por aí, mas se vive se escondendo, comigo não vai ser assim; do meu lado não tem que ter medo. Já te disse que te protejo. Te fodo e te projeto.

Fiquei doidinho por dentro ouvindo isso, mas dessa vez lutei para não me derreter. Mantive a posição:

- Eu nunca mostrei a minha orientação assim para ninguém.

- “Orientação”... – desdenhou de novo, afetando a voz. - E como é que tu arranjava teus machos? Fingindo que usava teu pau e ter que fugir da raia depois?

Era impossível. Desisti. Com ele, não adiantava mesmo. Fiz cara de emburrado. Tinha o direito, pelo menos, de ficar emburradinho.

Ele já havia terminado e deixei meu doce pela metade. Ía levantar para tirar a louça quando ele ficou de pé, antes de mim. Empurrou o prato pro lado e apoiou a mão na mesa.

- Vem cá, Mateus.

Obedeci. Temi que me desse um tapa, mas fui.

- Lambe meu saco.

Olhei para ele, meio temeroso.

- Anda.

Ajoelhei e abri sua bermuda; puxei a cueca para baixo. Pus a mão sob o saco e tirei aquela massa pesada pra fora. O pau sobrava na minha mão e não consegui contê-lo, mesmo ainda estando mole. Fui com os lábios na direção do membro, mas ele retraiu a pélvis, me deixando com a boca aberta no vazio.

- Falei pra lamber o saco.

Eu entortei um pouco a cabeça e comecei a lamber seus culhões, sem tocá-los com as mãos. Os pelos grossos não atrapalhavam, porque eu mesmo os aparava. Não cortava muito, porque ele não gostava; apenas o excesso. Ele nem queria, mas acabou me deixando aparar a cada quinze dias, depois de eu pedir e insistir, sem dispensar um certo dengo quando fiz isso.

Do ângulo em que minha cabeça estava, eu tinha como vê-lo, espichando um pouco o olhar. Num momento, nossos olhos se cruzaram; seu semblante era duro, não se alterou, mas parecia estar gostando. Comecei a apertar um pouco os ovos, acariciar, ao mesmo tempo que minha língua continuava se devotando a ele. Ouvi sua respiração um pouco mais forte e isso me animou a voltar a tentar seu cacete, agora já inchado.

Mais uma vez, ele não permitiu. Orientou minha cabeça quase num safanão e me fez voltar aos culhões. Levantou a perna e a apoiou um pé em meu ombro. Manteve-me ali, sob o peso de sua perna e apoiado nos joelhos, lambendo até que me cansasse. De fato, já estava começando a ficar com a boca dolorida quando ele tirou a perna sem aviso, quase me fazendo perder o equilíbrio. Guardou-se, fechou a bermuda e olhou para baixo, cravando nos meus olhos:

- Se tu não tem vergonha de ajoelhar na frente de outro cara e lamber saco feito esparro, não tem que ter vergonha do que tu gosta.

Essa noite, ele não foi ver TV. Seguiu direto para o quarto. Eu o segui, mas ele mandou que levasse o cigarro dele e fosse embora. Disse que eu fosse tirar a mesa e lavar a louça, porque era para ele ficar sozinho. O clima estava pesado entre nós dois, e eu já tinha me arrependido de ter insistido tanto com a história dos peões.

Enrolei bastante na cozinha, para dar tempo de ele se acalmar. De vez em quando, dava uma olhada de longe para ver se a luz do quarto permanecia acesa. Queria ainda tentar fazer as pazes antes de ele me fuder. Se estivesse bravo, ele só ia me meter forte; podia ser que não me desse carinho.

Não se manifestou quando entrei, mas também não estava mais de cara feia. Parte das costas ele apoiava na cabeceira; o resto do corpo nu estirado no lençol, as pernas bem abertas, o perfil alto do cacete mole pouco abaixo dos quadris. Fiz menção de tirar o short para me desnudar também, olhando para seu rosto como se pedisse autorização. Ele não disse nem que sim nem que não. Acendeu um cigarro.

Continuei a me despir, deixando as peças no chão mesmo. Deitei ao seu lado, peladinho, enquanto ele se deixava escorregar, apoiando a cabeça agora no travesseiro. Pus o cinzeiro mais próximo dele.

Acariciei seu peito com cuidado, sem saber se me rejeitaria. Era raro eu tomar a iniciativa. Normalmente, eu ficava à espera do momento em que ele me procurasse, assim como a foda terminava apenas quando ele decidia. Mas como ele não reagiu, avancei; beijei sua barriga, seus flancos, a mão sem o cigarro.

Levantei um pouco o tronco e apoiei-me nos meus joelhos, passando a espalhar beijinhos por todo o seu corpo. Ele se movia apenas para fumar, bater a cinza, me deixando agir. O caralho crescia lentamente. Fui descendo, beijei-lhe os pés e aos poucos me encaixando entre suas pernas, distribuindo agora os beijinhos no percurso contrário. Estendi o corpo no lençol, cuidando para que a bunda ficasse meio arrebitada, e comecei novamente a lamber seu saco.

Aquele cacete já estava em plena ereção, mas resisti em buscá-lo. Não sabia se agora eu podia. Fiquei ali lambendo seus bagos, como um cachorrinho que faz festa ao dono. Pus os olhos em seu rosto, muito rapidamente, e não entendi se a expressão divertida que dirigia a mim em meio a uma baforada era de deboche, de carinho ou de cumplicidade. Voltei para o saco, lambendo com mais dedicação ainda. Ele acariciou meus cabelos, muito ternamente.

- Eu te adoro, pai – arrisquei dizer, encarando-o.

- Eu sei. Tu sempre foi assim, desde pequeno.

Apagou o cigarro, levantou, puxou minha bunda contra si e montou.

[continua]

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Comentários

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Cara estou comentando e pontuando de trás para a frente porque devorei sua narrativa! Parabéns, mesmo! Aconselho a todos alerem até o final! Sou seu FÂ!

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Seu conto é perfeito, só temo que faça como alguns escritores que desistem e param sem terminar. Por isso tenho esperado que terminem antes de começar a ler, mas vc foi demais pra esperar. Não vejo nada tão pesado assim, vc inclui muito do universo Ds e pra quem conhece, vc é até bem tranquilo. Excelente conto! Excelente escrita! Excelente!!!100000

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ISSO É SEDUÇÃO. AMBOS ESTÃO SE SEDUZIDO. AOS POUCOS PERCEBO MUDANÇAS NOS DOIS. VÃO SE ACERTAR COM CERTEZA E VIVERÃO UMA HISTÓRIA DE AMOR. CONTINUE.

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Sempre comentarei e vou dar nota ,seu conto é muito bom .

Eu acho q o pai dele sofreu algum trauma e tem medo de demonstrar seus sentimentos com clareza

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Vejo o quanto se esforças para nos trazer algo bem escrito e distinto dos outros “tantos contos iguais” por aqui. Tens uma "caneta" precisa de grande escritor, e o admiro por isso. Seus capítulos são realistas na dose certa para que o seu leitor não tenha dúvidas: detalhes, informações precisas e clímax necessários para deixar o seu conto como deleite, itens que nos dão vontade de "bater tudo no liquidificador e beber" como suco gelado em dias de calor, ou como chocolate quente em dias frios. Sua narrativa é aquela que deixa o leitor ansioso pelas próximas linhas... desejo e coração a mil. Já tinha lido algumas “críticas bobas” nos capítulos anteriores. Pensei até em dialogar com as mesmas, mas desisti. Acredito que o escritor tem que seguir seu caminho construído em seu próprio instinto, e não na vontade de seus leitores, apesar de "escrever para eles". E por que eu te digo isso? Por que o escritor precisa ter vontade própria, escrever para si mesmo - seu melhor leitor e crítico - antes de tudo... se deleitar antes que todos, em sua escrita... e daí publicar para o mundo o "seu orgasmo": no seu caso, esse conto de delícias, de coisas tão simples, mas nunca antes ditas desse jeito que só você pode nos dizer. No mais, confie em "sua pena" e faça o que estás predestinado: nos fazer felizes! Ponto.

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Não fique triste eu li seu conto ate agora e gostei bastante do que li até agora é verdade que algumas coisas são pesadas mas é normal num conto assim continue.

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Eu já critiquei o comportamento do pai diante do filho e vice-versa, mas continuo a ler, pois gosto desse lance de incesto, embora não tivesse coragem de pratica-lo. O fato talvez é que não sei onde isso vai dar, uma vez que o pai não quer transforma-lo em sua mulher afeminando-o ou mantendo uma relação homo mesmo. Essa necessidade de ter de menosprezar o filho sempre q pode, isso não se faz necessário, já que ele tem postura pra isso sem que ele precise ofender pra conseguir i que deseja. Pra mim o conto é uma costura de vários fetiches e se perde nisso.

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Poxa, me deixaram na rua da amargura... Só o gabriel.floripa, o Atheno, o Valtersó e o guilwinsk salvaram a lavoura, no capítulo anterior... :(

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