ACRÔNICO. #Parte 19.

Um conto erótico de Ralph.
Categoria: Homossexual
Contém 1912 palavras
Data: 07/05/2017 15:11:05
Assuntos: Gay, Homossexual

Perdemos a tarde inteira entre beijos desavisados, toques estimulantes e assuntos aleatórios. Eu implorei para tomar banho com ele quando a tarde perdeu toda a cor e a noite preguiçosa se anunciava. Eu o beijei até perdemos o fôlego quando ele voltou do quarto, tão cheiroso. Eu pedi clemência aos deuses quando sua língua áspera e quente contornou meus lábios e eu me senti pronto para invadi-lo, com força. Eu quis chorar quando me dei conta de onde estava e com quem estava. Eu ri quando ameacei tirar minha roupa e Bernardo saiu correndo alegando que aquilo seria difícil demais de suportar. Eu quis saber se fugir de mim queria dizer alguma coisa, além da pura provocação. Ele gargalhou, claro, adorando me ver esperar por ele.

Depois do banho e de peito nu, foi em seu guarda-roupa que achamos uma camiseta limpa para mim. Ela só não me vestiu melhor que os braços de Bernardo que abraçavam minhas costas, me impedindo de vestir a camiseta para continuar com o rosto colado em minha pele. E outra vez ele correu de mim quando eu me desfiz daquele abraço e ameacei acabar com aquela provocação que no fundo era divertida para ambos.

Eu quis deitar com ele e assistir o caminhar das horas entre os lençóis e seus braços, mas ele tinha que ir ao teatro. Nós tínhamos, na verdade.

Atravessar a cidade ouvindo Like A Stone, do Audioslave teve outro significado. Bernardo cantava em toda sua introspectividade somente para si quando a música pedia uma performance exagerada. Eu tive que parar onde não devia porque precisava beijá-lo naquele momento, no meio daquela música. Naquele instante universal.

A entrada do teatro estava menos cheia que na noite anterior, mas ainda assim seria um bom público. Entramos e fomos direto para os bastidores, onde encontramos Catarina já com o celular na mão, esperando o melhor momento para cobrar a nossa presença.

– E essas mãos dadas? – Ela fingiu tratar aquilo como o maior absurdo já visto.

Eu ri e só soltei a mão dele porque queria abraçá-la.

– Ela anda me perseguindo, você acredita? Até de mãos dadas ele quis entrar. Pra quê isso?

– Que sacrifício, não é? – Catarina ironizou e nosso riso foi exagerado.

Bernardo me largou sozinho porque precisava cuidar do figurino e o olhar curioso de Eric flagrou nosso selinho. Todos nós sabíamos que ele só queria ter passado uma noite comigo para saber por quem o homem que cuidava das roupas da peça era apaixonado. Bernardo não se importou muito, aparentemente, e sorriu para mim antes de sumir dali.

Eu fiquei vagando despreocupadamente enquanto a pequena equipe preparava tudo para a apresentação daquela noite. Eu vi Carlo se preparar na coxia, ensaiar alguma coisa e treinar a voz baixinho. Eu vi Sarah esticar as pernas e os braços, exibindo uma flexibilidade invejável e vi também Eric saltitar ao lado dos dois. Os três tomaram suas posições, a luzes se apagaram e a apresentação começou, arrancando o mais puro silêncio do público daquela noite.

Eu teria muitas outras noites pela frente para observar cada detalhe da peça, então eu abandonei a coxia e segui na direção da sala onde eles se vestiram. Onde eu encontraria Bernardo. O meu Bernardo.

Inevitavelmente eu me apaixonei outra vez pelo dourado do seu cabelo e da sua pele quando o encontrei entretido ao lado de uma grande mesa, de costas para a porta. Sua distração era perigosa. Alguém poderia atacá-lo como eu o ataquei.

Como um bicho feroz e muito decidido, o bote foi certeiro e eu agarrei a cintura dele já cravando meus dentes no pescoço rosado exposto aos meus instintos.

– Capturado.

– Ralph. – Sofreu em um sussurro. – Controle seu pau. Ele está me invadindo.

– Me deixa fazer isso.

– Tá maluco? – Ele tentou sair dos meus braços, mas a força que aplicava só fazia com que seu quadril forçasse o meu e sua bunda exposta pela leveza do moletom fosse preenchida com meu volume.

– Estou mesmo maluco. E excitado. E querendo muito isso.

Os meus sussurros saíram sobre a pele arrepiada do pescoço. Ele tentava me evitar, mas naturalmente oferecia-me seu pescoço ao inclinar a cabeça para o lado.

– Não estamos velhos para essas loucuras?

– Responda-me você. – E em busca das respostas eu desci minha mão pela sua cintura, passando pela coxa até sentir o que já sabia existir na região de sua virilha: uma ereção. Apertei aquilo que acordara sob o tecido e ele gemeu para mim, oferecendo-me ainda mais a pele morna às minhas mordidas amorosas.

– O que é isso aqui pulsando em minha mão?

– Ralph... – Ele suplicou em outro suspiro e aquilo não ajudava. Eu só ficava cada vez mais duro ao ouvir meu nome sair de sua boca entreaberta.

– Suplique! – Eu sugeri sabendo o que sairia de seus lábios.

– Fecha a porta!

A ordem me fez sair correndo e fechar a pesada porta de ferro daquela sala pequena. Quando voltei o encontrei de frente para mim. Sua língua já estava para fora e antes mesmo de tocá-lo, eu já estava chupando a coisa vermelha e molhada. Nosso beijo foi barulhento e muito feroz, beirando a obscenidade. Só não foi obsceno, de fato, porque esse papel já era das minhas mãos. Eu enfiei meus dedos no moletom e agarrei as duas nádegas, abrindo-as para mim, mesmo que não fosse acessar aquele espaço naquele momento. O gemido que saiu em minha boca foi tão grosso que eu tive que pedir a Bernardo que controlasse aquilo ou seríamos pegos. Vulgarmente ele empinou seu rabo para as minhas mãos que escorregaram para dentro da fenda. Estava quente ali. Tão quente que imediatamente virei meu homem e o fiz deitar o tronco sobre a mesa. Ele fez isso todo entregue e lá embaixo eu fiz seu moletom descer. Sua bunda estava exposta agora. Exposta e pronta para mim. Tão rosada e imaculada, eu a toquei com meus dedos dividindo as bandas bem repartidas. Eu fui para o meio delas e o encontrei piscando, clamando por mim. Meu dedo passeou por sua intimidade, adentrando-se levemente, os gemidos se intensificaram e eu caí de joelhos. Era a hora da minha prece.

Eu o lambi com todo meu desejo. Meu Deus, como eu o chupei. Eu o deixei molhado e pronto para mim. Eu mordi sua bunda, alarguei sua entrada, senti o gosto do macho que agora ele era e o fiz sentir o poder de um queixo inteiro no meio do seu rabo lisinho.

O riso que ele deu quando eu fiquei de pé e rocei sua entrada com meu membro foi por pura provocação, e tudo em mim pedia para fazê-lo se arrepender de fazer aquilo, mas outro lado nosso clamava por carinho e foi isso que falou mais alto: eu novamente o abri para mim, grudei nossas coxas mornas e aproveitei minha saliva para penetrá-lo. Ele enfiou o rosto numas peças de roupa jogadas pela mesa e eu aproveitei para ir até o fim.

Eu estava outra vez dentro do único homem no mundo inteiro capaz de me receber com tamanha devoção.

Seu corpo e seu íntimo abraçaram meu pau petrificado. A quentura de sua bunda confortou meu saco e em movimentos rápidos eu estava socando-o, fazendo nosso corpo produzir a música do sexo. Esse som capaz de acalentar a nós, os deuses da carne.

Bernardo, ainda deitado, colocou os braços para trás. Eu coloquei suas mãos sobre minha barriga enquanto eu entrava nele. Minha respiração ofegante fazia a mão dele dançar no meio dos movimentos e ali ele cravou as unhas. Se ele queria um pouco de dor, eu poderia dar-lhe. Arrastei minha mão pela linha da coluna e cheguei aos cabelos. Enfiei os dedos até sentir o couro cabeludo e puxei os fios, fazendo-o erguer o tronco e ficar de pé outra fez.

– Cadê o garotinho que quase sempre me deixava ficar só na masturbação?

É claro que eu estava falando com minha boca em sua orelha.

– Você está fodendo ele agora mesmo.

É claro que ele disse isso em um gemido contido, o que me deixava com ainda mais tesão.

– Então esse é seu sexo, meu menino?

– O nosso. – Ele confirmou ao bater sua bunda contra o meu quadril.

Inacreditavelmente meu pau entrava inteiro dentro dele. Até a base mais grossa que toda a extensão do membro. Eu soltei um gemido abafado pelos cabelos dele e abracei seu peitoral. Para continuar empinado eu senti a coluna de Bernardo toda torta e isso foi o que arrancou de mim todas as últimas forças. A mesma mão que estava no peitoral foi parar no pau babado dele e eu o apertei em uma masturbação violenta. Ele prendia o gemido e eu aumentava as estocadas. Ele se perdia nas respirações profundas e eu me perdia em suas profundidades, invadindo seu corpo com força.

– Goza dentro de mim, Ralph. Dentro de mim!

– Dentro de você. – As palavras saíram sussurradas como deveriam sair.

– Dentro do seu amor.

– Todo meu amor – eu repeti com dificuldade.

– Mata a saudade de gozar no âmago do seu garoto.

Eu gemi enfiando minha cara na nuca suada.

– Preenche o vazio que existe em mim – ele soltou no meio daquela respiração travada que significava seu orgasmo.

Ele gozou. Gozou desastrosamente para todos os lados e minha porra viajou para dentro do seu corpo numa explosão que me fez ficar rouco, pois o gemido não poderia sair naquele momento.

– Meu Ralph! – A lamúria o fez cair outra vez sobre a mesa. – Isso foi perigosamente delicioso.

Por um instante eu cravei meus lábios nas costas suadas de Bernardo, sugando o suor salgado que escorria, mas logo tive que levantar quando ele me entregou uma blusa qualquer.

– Limpe sua bagunça. E não esqueça do chão.

Meu riso foi contido, mas o dele foi exagerado. Eu saí de dentro dele e antes que a bagunça fosse feita eu impedi meu líquido de se derramar e o deixei limpinho outra vez. Ele reclamou algumas vezes, pois obviamente sua bunda estava dolorida, mas mostrou-se muito satisfeito com isso quando se virou para mim e chupou meus lábios com um sorriso convencido depois que eu terminei de limpar tudo que sujamos.

– Eu não sou mais um garoto. Pegue pesado comigo quando achar necessário.

– Não posso te fazer gritar no meio de uma transa escondida ¬– me expliquei. – Mas olha aqui – eu estava mordendo seus lábios e descendo aquele beijo para o queixo –, não sei quem eu amo mais, o moleque de coxas finas ou esse homem de rabo firme que você se tornou.

– Vê lá como fala comigo, rapaz – brincou ele. – Se ajuda, aconselho-te a amar o que tens nas mãos nesse momento.

Com um riso ele voltou meus lábios para os seus e beijou rapidinho.

– Podemos fugir de novo? Por favor, diz que sim. Catarina não ficará...

– Vamos fugir agora! – Ele cortou minha fala, decidido. – Como dois criminosos abandonariam a cena do crime.

– Amar nunca será crime e eu não sei de quem é essa citação.

– Essa é sua nova forma de dizer que me ama? – Ele me oferecia outro beijo enquanto terminávamos de nos vestir.

– Essa é minha forma de validar o nosso amor. Te amar é um fato incontestável e agora descobri que te foder será minha religião.

Ele gargalhou sem medo de chamar a atenção de alguém da equipe que pudesse estar do outro lado da parede, e despejou sobre mim uma quantidade incontável de beijos rápidos e molhados.

– Eu amo você, Ralph. – Que sussurro lindo.

– Eu sempre amei você, Bê.

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