David e Guto, entre a razão e a paixão (II).

Um conto erótico de Apanhador de sonhos
Categoria: Homossexual
Contém 2159 palavras
Data: 25/04/2017 23:15:28

- Esse é o melhor açai da cidade. Você gosta?- perguntou Guto.

- Gosto do que você gostar, mas amo açai.

Pediram o melhor do estabelecimento, a conversa fluiu entre os dois, mas nada de chegar ao ponto principal. Guto sempre cauteloso.

- Topa tomar um sorvete como complemento?

- Claro!

No local havia uma sequência de points, e foram, então, para um dos points de sorvetes.

Tomando cada um seu belo sorvete, Guto entrou no assunto: - Olha, David, já percebi que você está afim de mim. Você anda me paquerando, me procurou no trabalho, e por isso te chamei para conversamos. - disse ele gentilmente - Eu nunca comentei com niguém, nunca comentei com minha esposa para ningém reprimi-lo, mas não quero te dar falsas esperanças. Sou um cara casado, amo minha família e...

- Mas não quero ficar com sua família nem eles me intessam. Quero é você. - interrompeu David.

- Te entendo! Mas eu não trairia minha mulher, que sempre foi companheira, amiga, presente, está a meu lado nos melhores e piores momentos. Você compreende?

- Não precisaria ela saber. Eu jamais iria destruir seu casamento.

- Olha, meu jovem, você já deve entender o que é consciência. Se eu a traisse, eu não iria ficar em paz com minha, principalmente se eu traisse ela comVeado? É isso?

- Não, eu não chamo ninguém de veado, eu ia dizer homossexual.

- Guto, eu gosto de você. Por favor, me dá ao menos uma chance. E se não for bom para você, te deixo em paz.

- David, não dificulte as coisas. Eu só quero que você me veja como um bom amigo, um vizinho que te admira, que te quer bem e vai esquecer que um dia você me paquerou.

- Eu não quero só sua amizade, é muito pouco para mim. E não precisa dizer mais nada. Não fica comigo se você não quer, mas me da o direito de lutar por você, porque eu te amo.

- Você não me ama porque nunca tivemos nada. Isso é ilusão da sua cabeça. Mas tudo bem! Você tem todo direito de lutar pelos seus objetivos, mas não cria falsas esperanças, por favor, é o que te peço.

- Certo! Muito obrigado! Mas eu te amo!

- Você é um cara jovem, bonito, boa pinta, vai encontrar um homem legal, que seja somente seu, um cara solteiro e que...

- Você não é solteiro, mas espero que esse homem legal seja você.

A conversa rendeu mais um pouco e os dois foram embora.

No percurso...

- Você se perfumou para se encontrar comigo. - afirmou David.

- Não. Me perfumei em casa antes de sair.

- Você está todo cheiroso.

- Estou não! Estou vencido! Precisando de um bom banho, isso sim.

- Gostaria de te dar esse banho. Ver você deitado numa banheira, eu te banhando pra você relaxar, levar um vinho para você beber, massagear suas costas, beijar sua nuca.

- Não temos banheira.

- Lá em casa tem. Algum dia que ninguém estiver em casa, você pode ir que te faço tudo isso e mais o que você quiser.

- Você trata assim seus namorados?

- Não tenho namorado.

- Mas nunca namorou?

- Somente um, mas não durou muito porque ele é de outra cidade.

- E quando você sai não paquera? Não fica?

- De vez enquando. Mas depois que me apaixonei por você não quis mais ninguém, não olho mas para outros homens, e não retribuo cantadas.

- Estamos perto de casa. Deixa o assunto pra lá?

Guto parou a moto frente a casa do David para deixá-lo.

- Você vai dormir bem?

- Vou sim, e com certeza vou sonhar com você.

- Está certo! Boa noite!

David entrou e Guto seguiu para casa.

Ninguém estranhara Guto deixar o David em casa porque ele era acostumado dar carona, era um cara servil. Provavelmente encontrou David em algum lugar e fez o gesto de bondade.

Havia uma estação de rádio na cidade que tinha programas onde ouvintes pediam músicas e David resolveu pedir músicas para oferecer a seu amor.

O programa "Amor e Saudade" começava às 14 hrs. Muitos na rua acompanhava por tocarem sempre músicas românticas e bonitas. David gostava de eletrônica, pop, mas também gostava muito de músicas românticas, desde antigas até atuais, e este estilo seria apropriado para oferecer a Guto. Até que certo dia...

- Essa música é a pedido de alguém que quer oferecer a Guto, motorista de ônibus da empresa X, que mora na rua Rio Branco. - anunciou o locutor.

"Quisera ter a coragem de dizer:

como é grande o meu amor!

Mas não sei o que acontece,

minha voz desaparece

quando a teu lado estou..."

Isso despertou pessoas da rua, inclusive a esposa do nobre motorista que sempre ouvia a rádio local.

Sem saber de nada, ao chegar em casa, Guto foi cercado por amigos fazendo comentários sobre a música e quem seria quem a havia oferecido.

- Não dá pra saber. Mas também não me interessa. Só tenho olhos para Elma e meu coração já lhe pertence.

Conversando com sua mulher, que também ouviu a música: - Quer dizer que me ofereceram uma música na rádio?

- Sim. Deve ser alguma mulher apaixonada por você, coitada! Sem saber que você é somente meu. - e eles não se importaram.

Dia seguinte, ao sair para o trabalho, na saída da rua, Guto parou a moto e ligou para David. - Foi você quem me dedicou a música, não foi?

- Fui eu sim, mas não me identifiquei nem dei entender que sou do sexo masculino.

- Tudo bem! Te entendo! Mas não faz isso mais não. Não pega bem pra para mim. Eu te peço.

- Você disse que eu poderia lutar por você.

- Mas isso não é lutar por mim. É causar desconfiança na cabeça de Elma.

- Podemos tomar outro açaí hoje à noite?

- Hoje não, podemos ir outro dia.

- Tudo bem. Tchau!

- Tchau!

Dia seguinte David pediu outra música:

"Se tem luar no céu,

retira o véu e faz chover

sobre o nosso amor!

Chuva de prata que cai sem parar..."

Ao chegar em casa, na casa vizinha havia uns amigos e vizinhos de Guto conversando, que, ao avistá-lo: - êêêhhhh... o cara que arrasa corações. - Guto aproximou-se e ficou converando um pouco com ele.

Entrando em casa, ouviu comentários da esposa: - essa mulher está realmente apaixonada por você. Será que a conhecemos?

- Se a conhecemos ou não, isso não importa, amor. Deixa a coitada sonhar à vontade. - os dois riram.

Algum tempo depois, Guto foi até a casa do David e o chamou no portão.

- Rapaz, para com isso. - falou cochichando e olhando no rosto do David.

- Sua mulher brigou, foi?

- Não. Ela acha que é alguma mulher apaixonada por mim, mas não se importa porque confia em mim. Não tenta me prejudicar. Leve em conta a consideração que tenho por você, cara.

- Te chamei pra sair ontem a noite e você não foi. Quer tomar um açai amanha a noite?

O jeito que o David falou deixou Guto desconfiado, e ele aceitou. E não houve mais músicas dedicadas a ele, ao menos por algum tempo.

No Point do Açai.

- Guto, eu não aguento mais. Eu preciso de você.

- Cara, me entenda. Eu sou casado, amo minha família.

- Não precisa ninguém saber.

- Mas tenho contas a prestar com minha consiência.

A conversa rendeu, David tentou mas não conseguiu.

David começou fazer cartas de amor e pedia para as amigas entregar sem que ninguém percebesse. Sempre que o via, disfarçava e soltava beijos, piscava. Algumas vezes aproveitava quando Guto saia para o trabalho para pedir carona e dar suas investidas. Isso se arrastou por uns 4, 5 meses. David não conseguia mais estudar direito por causa de sua obsessão, começou perder provas, falar aulas.

Certo dia, Suely e uns amigos resolveram fazer um passeio para o litoral por 3 dias e David obviamente foi convidado.

A empresa onde Guto trabalhava também tinha ônibus para turismo e oferecia esse serviço. Suely, de propósito, teve a ideia de contratar o serviço da empresa através de Guto, e ainda pediu que ele fosse o motorista.

A empresa concordou e designou Guto como motorista. Para Guto também seria ótimo porque lhe renderia uma grana extra. O palco estava armado para David estrear. E ele obteve sucesso.

Guto se hospedara na mesma casa que o grupo, afinal hospedagem seria por conta do contratante.

David foi discreto, mais investiu em cima de Guto o quanto podia. Até que no segundo dia à noite: - Guto, vem com a gente para o barzinho, se divertir. Aqui você está entre amigos e ninguém vai entregar você. - convidou Suely. O bar era perto.

- Pode ser que eu passe lá mais tarde. Agora vou dar uma volta pela praia, dar uma caminhada na areia. Valeu o convite!

- Está bem! Mas vá mesmo. Esperaremos você.

Seguiram para o bar e David foi com eles. Suely puxou-o pelo braço, para o canto da rua: - amigo, acorda! Por que você está vindo com a gente, doido? Aproveita pra ficar com seu amor. Vai lá. Ele vai caminhar na praia; veja como está vazia.

- Prefiro não. Ele não me dá bola. Acho que estou forçando a barra demais. Tenho medo que ele me odeie.

- Faz isso, vamos com a gente, você pega umas cervejas e leva pra ele. Aproveita! Mas tem de ser rápido para não perdê-lo e vista. É até melhor assim que ninguém desconfia de nada.

- Óitma ideia, mana!

Assim foi feito. Ao chegarem, David pediu umas cervejas em lata e voltou para casa. Saindo do bar, percebera Guto saindo com o celular no ouvido. Estava indo em direção à praia, na areia tirou os chinelos e foi caminhando pela areia da praia deserta, uma curta iluminação porque a luz provinha das lâmpadas da rua.

Ao perceber que o motorista desligou o celular: - Guto...! Espera! - gritou David.

O motorista olhou para trás e o avistou. - Oi, meu jovem, afim de dar uma volta na praia também?

- Com certeza! Mas também vim trazer essas cervejas pra gente beber, não quero te deixar sozinho.

- Está preocupado comigo? - Guto riu de leve. - Com medo que eu seja raptado? - brincou ele.

- O perigo seria eu te raptar. - e desconversando rapidamente: - aqui a cerveja pra gente.

- Obrigado, meu jovem! Mas comigo você não bebe. - falou assim, abrindo uma latinha.

- Só uma.

- Já bebeu alguma vez?

- Já, sim.

- Mas comigo não.

David obedeceu.

- Você não desiste, não é? - continuou Guto.

- De você? Nem pensar.

- Por que essa obsessão, logo por mim? O que tenho de especial, carinha?

- Você não tem nada de especial. Você que é especial. É lindo, amigável, me trata bem.

- Então vou te tratar mal.

- Ai vou me apaixonar mais.

- Você é uma onda.

- E doido pra te levar comigo para o mar.

Guto achou engraçado.

- Vamos sentar um pouco. - pediu David ao passarem por uma área atrás de um muro residencial, comprido. A visão da rua ali era mínima.

- Certo. Mas não dá em cima de mim. Vamos dar uma observada no mar, conversar sobre coisas legais, como dois amigos, e depois vamos ao encontro do pessoal.

Sentaram-se na area e papearam, enquanto o jovem oservava o rosto do Guto com semblante de rapaz apaixonado.

David olhou para um lado e outro para certificar-se que não estava vindo ninguém e resolveu criar coragem.

Alisando o pescoço de Guto: - Você tem certeza que não quer me dar uma chance?

- Carinha, para com isso. Você prometeu que não avançaria sinal.

- Não. Você pediu que eu não desse em cima de você mas não prometi nada. - e David, em fração de segundos, empurrou o motorista deitando-o na areia, sentou-se na sua virilha, segurou seus braços e robou-lhe um beijo na boca.

Guto segurou o rapaz com força, pelos ombros, tirou de cima dele e imprensando-o na areia, olhando cara-a-cara, e pela primeira vez falou sério, com autoridade e rigidez: - eu não te falei pra você não insistir, rapaz?! Como você perturba...!

David arregalou os olhos e, assustado, ficou ofegante com aquela atitude repentina. Com uma mão Guto segurou forte sua nuca, com a outra, segurou seu braço, e grudou na sua boca, dando-lhe um beijo forte e demorado, como que se fosse arrancar seus lábios.

E as lágrimas escorreram dos olhos do rapaz, completamente apaixonado e com sensação de que valeu a pena cada esforço.

Continua...

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*Chria, não estou apelando através do título - rss - apenas pedi antecipadamente para ninguém odiar o David, e o motivo deste pedido verás no decorrer da história, caso você acompahe. Beijos!

*VALTERSÓ, espero que você não odeie o David no decorrer da história, sem antes ver o seu final. Muito obrigado pelo comentário!

*Ru/Ruanito, você me fez rir. Realmente o David é uma piranha, porém entre quatro paredes, afinal, desde que seja bom e agrade o outro, tudo é permitido. Beijos e obrigado!

*Goulart, calma que você ainda não viu a continuação. Caso você acompanhe a história, por favor, não se precipite em criar raiva antes do final. O David é real. Beijos e obrigado! Ah, li seu conto, te achei corajoso em estuprar seu próprio pai.

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Comentários

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Não chego a odiá-lo ainda, mas que cara insistente e chato, o Guto casado, tem filha e tudo e o David não se toca. Kkkkk. Curioso pra ver a continuação.

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SER MUITO INSISTENTE É UMA FORMA DE AS VEZES CONSEGUIR O QUE SE QUER, MAS GOSTO DE LIMITES. ALGUÉM ESTÁ ESTRAPOLANDO. O QUE PODERIA SER UM GOSTAR, PODE SE TORNAR ÓDIO. MAS É UM RISCO A SE CORRER.

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