Projeto Charlie - 4 "Vou acabar com essa palhaçada"

Um conto erótico de Mr. Charlie
Categoria: Homossexual
Contém 2111 palavras
Data: 02/04/2017 18:44:40
Última revisão: 02/04/2017 23:15:36

Cheguei em casa e fui ver o e-mail com as conversas. Não acreditava em cada palavra que eu lia, cada baixaria. As conversas iam de sexo, mais da parte do Henrique a sentimento que era o que mais o fulano falava. Nao tive coragem para ler tudo, cabeça doía muito e minhas lagrimas já nem saiam mais de tanto eu chorar. Fui trabalhar totalmente acabado. Nem respondi as mensagens de Henrique naquele resto de noite.

Na segunda-feira logo depois do trabalho entrei em contato com Gabriel para saber se ele estava em casa.

-fala mana

-palhaço nem um pouco ne?! Ta em casa?

-to sim, por que, aconteceu algo?

-Sim, mas só tem como te dizer pessoalmente.

-hmmm, vem agora entao que to curioso.

-ok. Digo desligando e me dirigindo a casa dele.

Mostrei a ele as mensagem e ele simplesmente me olhava incrédulo. Cada coisa que ele falava só me fazia chorar mais ainda.

-voce não precisa se vingar de nada, eu mesmo vou la quebrar a cara desse filho da puta. Gabriel ate tremia de raiva por ler aquelas coisas e me ver nessa situação.

-nao, bater nao vai adiantar, so piorar as coisas e eu odeio briga. Eu preciso resolver isso de outra forma. Tava pensando no sábado na festa do pai dele quando ele o outro vão estar lá.

-vai fazer algo na frente de todo mundo? -Disse arregalando os olhos.

-nao, claro que não. Na verdade nem se eu quisesse, por dois motivos, [1] eu nao faço baixaria e [2] o pai dele ja me causa medo, imagina passar uma vergonha dessa nele na frente dos colegas de trabalho. -disse secando as ultimas lagrimas. -Na verdade minha cabeça esta a mil, mas quero que os dois estejam juntos na hora que eu for tirar satisfações.

-e eu achando que namorar homem era bem mais fácil que namorar mulher. -disse ele me arrancando um sorriso. -vem cá. -Encostou no canto da cama e me puxou pra um abraço me aconchegando em seu peito e fazendo carinho na minha cabeça.

-valeu por sempre estar comigo.

-voce é meu maninho, tenho que cuidar de você.

Naquele momento, de certa forma consegui me sentir melhor, me senti seguro ali nos braços do meu amigo, e ali em seus braços adormeci.

Acordei ja era tarde e ainda estava deitado no peito do Gabriel, só que dessa vez eu já entrelaçava minhas pernas as suas. Provavelmente depois que dormi ele se aconchegou na cama e dormiu tambem.

Levantei e peguei meu celular para ver as horas, era quase meia noite e havia umas 5 mensagens e 2 ligações de Henrique, nem dei moral.

Gabriel mora sozinho e tenho uma copia da chave de sua casa, entao nem o acordei, e fui para casa. Gabriel já me chamou varias vezes para morar com ele, mas com tantas peguetes que ele levava pra la e mesmo com outro quarto disponível, preferi continuar em casa do que ser empata foda as vezes.

Respondi Henrique assim que cheguei em casa. Agi o mais natural possível para não dar bandeira, na sexta feira fui alugar meu smoking, adorei o estilo homem serio que eu estava. Sempre achei excitante o traje social, até que curti em mim. Henrique me chamou para dormir em sua casa, mas inventei uma desculpa qualquer para não ir e ele tambem nao precisou insistir (muito).

No sábado fui dar um trato no cabelo e na barba para levantar mais minha auto estima para aquela noite.

Quando o sol já sumira completamente dando vista para um céu com lua abundante e repleto de estrelas, Henrique chega em casa e entra para poder dar uma arrumada no cabelo. Nao tinha como não olhar aquele cara lindo todo social na minha frente. Nunca tinha o visto de terno e gravata, mas minha angustia era maior que o transe que eu estava.

-voce ta lindo nesse traje, olha que delicia de bunda, vou ficar com ciúmes se todo mundo ficar olhando. -disse apertando minha bunda e dando um beijo no meu pescoço em seguida.

-você também está lindo. -aquilo saiu bem natural da minha boca, aliás era verdade.

-vamos? -ele estendeu a mão para eu acompanha-lo.

-claro. -disse eu com um sorriso de canto de boca e segurando sua mão.

No carro eu estava confiante e nervoso ao mesmo tempo, nao sabia exatamente o que fazer quando estivesse cara a cara com os dois.

-o que foi? Parece que está viajando em pensamentos. -Apenas virei o rosto para a janela do carro vendo o movimento.

-ta tudo bem. -forcei um sorriso.

-nao precisa ficar nervoso por causa dos meus pais. -Mau sabia ele que os pais dele era o menor dos meus problemas, entao apenas acenti com a cabeça.

Pouco tempo depois já estávamos chegando no local. A entrada era grande e estava tudo muito luxuoso. Uma escadaria enorme dava acesso a dois enormes pilares na entrada reluzidos por neon. A cada passo que dava pra entrar meu coração acelerava mais ainda. Se por fora ja era lindo, por dentro era mais ainda, um grande salao no centro, um lustre enorme, nas laterais havia duas escadas, uma em cada canto do salao, dando acesso a algumas portas e corredores na parte superior. Encontramos os pais do Henrique que por incrível que pareça, conseguiram ser formais comigo pela primeira vez que eu me lembre. Bruna logo me abraçou forte dizendo o quanto estava com saudade.

O garçom passou por nós e tratei logo de pegar uma champanhe para diminuir a ansiedade.

-e aí "cu" como estão as coisas? -pergunta ela. De tanto nos chamarmos de cunhado, resolvemos encurtar a palavra, mesmo não querendo causar um duplo sentido na coisa.

-uai "cu", to bem. Trabalhando muito. -dei uma olhada ao redor percebendo a calmaria e procurando duas pequenas criancinhas que geralmente são um tanto quanto escandalosas. -cadê a Sofia e o Enzo?

-Deus me livre de trazer os pestinhas pra cá. Deixei com a mãe do Rodrigo, hoje quero uma folga. -Rodrigo é o Marido da Bruna.

-falando nisso foi aniversario da Sofia essa semana ne?! -disse relembrando do convite que ela tinha feito. -desculpa, tava muito corrido essa semana.

-tudo bem "cu". Acredita que na hora de cortar o bolo todo mundo ficou perguntando pra ela de quem seria o primeiro pedaço, e eu jurava que seria pra mim?!

-Uai, e nao foi?

-nao, ela enfiou tudo na boca. -Nao tive como conter o riso.

- e o casamento, ainda encontrando cueca nos cantos do quarto?

-isso se o Rodrigo usasse cueca ne. Ta usando agora porque nao tem jeito. -Disse ela me mostrando Rodrigo arrumando os testiculos por cima da calça. -olha lá, vê se do conta de uma coisa dessas. -nao tinha como não abrir um sorriso com a Bruna.

Fiquei um tempo com Henrique, mas meus olhos só procuravam uma pessoa, o fulano. Percebia que o olhar de Henrique vez ou outra procuravam a mesma coisa dentro do salao. Resolvi voltar e continuar minha conversa com a Bruna para observar de longe.

Já tinha tomado umas cinco taças de champanhe e a ansiedade ja estava indo embora.

-ta procurando alguém? -Bruna percebera meu olhar correr pelo salão.

-nao, nao. Apenas observando o pessoal.

-Nesse momento via o Henrique encarando um ponto fixo do salão e depois disfarçando e olhando novamente.

Quando segui seu olhar, vi para quem ele estava olhando, era o fulano encarando descaradamente o Henrique. Me subiu um ódio que eu só queria ir arrebentar a cara dos dois. Henrique vez ou outra me olhava tentando ver se eu via a tensão que estava ali.

-Charlie, ta tudo bem? -pergunta Bruna vendo minha inquietude.

-sim, tudo ótimo. -respondi ainda os observando. Mas foi inevitável ela não perceber.

-Nao acredito que ele veio. -disse ela com um ar de reprovação. -voce sabe que eles não tem mais nada, mesmo o Sergio sendo um descarado que persegue meu irmão. -Até entao eu nao sabia o nome dele, na verdade nunca procurei saber ate o momento.

-se seu irmão fizesse por onde talvez esse Sergio não o perseguiria. -disse encarando eles. Ela apenas me olhou confusa e pensativa ao mesmo tempo.

-nao me diga que o Henrique... -ela já trancava a fala com certa decepção entendendo do que eu estava falando.

Notei Sergio chamando Henrique discretamente de longe pra algum outro canto, provavelmente pra conversarem pois Henrique pediu pra Sergio se afastar no dia que se falaram no telefone.

Henrique o olhava com certa furia ate que cedeu. Ele veio até mim e disfarcei e pedi pra Bruna disfarçar tambem.

-paixão, vou ali trocar uma ideia com meu pai na outra sala e já retorno.

-tudo bem, vai lá. -eu disse tomando um gole da champanhe.

Ele foi a caminho de Sergio.

-Charlie o que você vai fazer? -perguntou Bruna vendo eu tomar o restante da champanhe de uma só vez.

-vou acabar com essa palhaçada. -Entreguei minha taça a ela e sai. Ela veio logo atrás de mim.

Fui caminhando ate passar em um corredor com duas portas no final bem largas. Com toda raiva abri a porta com força fazendo um enorme barulho.

-então é isso que... -De repente vejo vários senhores me olhando incrédulos tentando entender o que acabara de acontecer. -...isso que é um evento de verdade. -realmente o pai de Henrique estava ali com seus clientes conversando sei la o que.

-ehh...ahhh...entao...tambem acho o direito constitucional muito importante pra sociedade. -e fui fechando a porta ja vermelho de vergonha vendo a cara seria que o pai de Henrique me olhava. Bruna nao conteve o riso.

Fui ate a outra porta e preferi ser mais sutil, vai saber se não dou outra mancada. Quando abri a porta lá estavam eles, tudo que eu queria falar para os dois desceu seco pela garganta. Eu nao conseguia nem me mover ou falar nada, eles estavam se beijando, bem ali na minha frente, foi apenas um segundo até eles perceberem minha presença, mas pra mim pareceu uma eternidade.

Henrique empurrou Sergio que naquele momento expressava satisfação pelo ocorrido e já vinha me explicar o que aconteceu ali na minha frente.

-Charlie, eu posso explicar. Nao é nada disso.

Apenas sai correndo dali o mais rápido possível, vendo Henrique tentando vir atrás de mim mas sendo segurado por Bruna.

-voce não vai atrás dele, nao é o momento. -foi a única coisa que ouvi ate ele a empurrar e vir atrás. Foi tempo o suficiente pra eu correr ate o banheiro e me trancar lá dentro.

Eu nao queria conversar com Henrique, muito menos ver a cara dele. Eu chorando muito encostado na porta do lado de dentro e Henrique de fora batendo na porta pedindo pra eu abrir. Certamente algumas pessoas que viam o ocorrido nao sabiam bem o que acontecia ali, mas eu nao estava nem ligando pra mais nada. Liguei meu celular e chamei um Uber pra fugir daquela situação, minha cabeça parecia que ia explodir.

Quando o aviso de que o Uber ja estava na porta me aguardando em um carro branco que nem lembro qual era, eu abri a porta empurrando Henrique e saindo dali. Ele veio atrás de mim e mais que rápido fui até a entrada do local esbarrando nas pessoas e quase tropicando na escaria. Rapidamente abri a porta do carro branco vendo Henrique se aproximando.

-mas o que se passa? -disse o motorista espantado surpreso me vendo ali chorando.

-por favor apenas sai daqui. -disse aos prantos.

Ele vendo meu desespero e Henrique praticamente já em cima do carro, travou as portas e acelerou rapido deixando apenas a imagem de Henrique no meio da rua.

Ficamos mais ou menos dois minutos rodando no carro.

-está tudo bem? -perguntou o motorista.

-vai ficar melhor... espero. -disse secando as lagrimas.

-eu preciso saber pra onde estamos indo. -disse ele.

-como assim? eu coloquei o destino na hora de chamar o Uber.

-Destino, Uber? -Ele me olhava confuso. -desculpa, mas deve haver um engano aqui.

-Engano? -tirei meu celular do bolso, abri o aplicativo e vi a foto de um senhor de idade que ate aquele momento me aguardava em um siena branco.

Abaixei o celular dando visão para um homem jovem e lindo que não tinha nada a ver com aquele senhor de idade.

Arregalei os olhos ainda o olhando quando entendi o que acabara de acontecer.

-caralho, entrei no carro errado.

...boa noite pessoal. Desculpem a demora e os erros ortográficos. Não tive muita cabeça para fazer as correções. Estou passando por um término de namoro horrível, mas vou tentar não sumir de vocês novamente.

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Comentários

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"Vou acabar com essa palhaçada" Como? Chorando e nao fazendo nada :/ espero que o personagem tome uma atitude decente depois disso

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Que foda, tomara que o Charlie ainda jogue tudo na cara do Henrique e que o Henrique sofra muito pelo que fez e esse novo personagem, esse será bem vindo, vai ter clima entre ele o Charlie?

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VALTERSÓ, foi mau o erro, já fiz a correção.

HALIAX, Charlie com certeza iria iria tirar satisfações, mas ele ficou extasiado com aquela cena, e sem conseguir falar qualquer coisa, sua reação foi simplesmente sair dalí.

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AFINAL, É RODRIGO OU HENRIQUE? MUITO SAFAQDO ESSE FDP. TEM QUE TOMAT NO RABO. TRAIÇÃO PRA MIM SÓ COM A MORTE.

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A reação do personagem foi decepcionante. Ele ja sabia de tudo. Toda aquela preparação pra quando chegar na hora ele fugir chorando como uma menininha? - Seu conto é bem escrito. Vou acompanhar...

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