"O Cretino Irresistivél" Parte 4

Um conto erótico de Dany Bennitiz
Categoria: Homossexual
Contém 4680 palavras
Data: 07/04/2017 00:06:42
Última revisão: 07/04/2017 00:08:12

BENNETT...

Pânico. O sentimento que tomava conta de mim enquanto eu praticamente corria para minha sala só poderia ser descrito como puro pânico. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Sozinho com ele naquela pequena prisão de aço – seu cheiro, seus sons, sua pele – fizeram meu autocontrole evaporar. Eu estava me desintegrando. Essa homem tinha um poder sobre mim diferente de qualquer coisa que eu já tivesse experimentado. Finalmente, na relativa segurança da minha sala, eu desabei no sofá. Afaguei meus cabelos, tentando me acalmar e reduzir minha ereção.

As coisas estavam indo de mal a pior.

Desde o segundo em que ele me lembrou da reunião daquela manhã, eu sabia que de jeito nenhum eu conseguiria formar qualquer pensamento coerente, muito menos realizar uma apresentação inteira, não naquela maldita sala de conferência. Não poderia nem sentar naquela mesa. Encontrá-lo inclinado contra a janela, mergulhado em pensamentos, fora suficiente para me deixar duro novamente.

Inventei uma desculpa qualquer para a reunião ser transferida para outro andar, e é claro que ele me repreendeu. Por que ele tinha de brigar comigo sempre? Fiz questão de lembrá-lo quem era o chefe. Mas, assim como em todas as nossas discussões, ele jogou tudo de volta na minha cara.

Tive um sobressalto quando ouvi uma batida alta do lado de fora do escritório. Seguida de outra. E mais uma. Que diabos estava acontecendo? Levantei e fui até a porta, abri e encontrei o sr. Bennitiz jogando suas pastas em diferentes pilhas. Cruzei os braços e encostei na parede, apenas assistindo por um instante. A visão dele tão irritado não estava melhorando nem um pouco a situação dentro das minhas calças.

– Você se importa em me dizer qual é o seu problema?

Ele olhou para mim como se eu fosse o diabo em pessoa.

– Você está louco?

– Nem um pouco.

– Desculpe se estou um pouco nervoso – ele disse rispidamente, pegando uma pilha de pastas e jogando em uma gaveta.

– Eu não estou exatamente contente com...

– Bennett! – disse meu pai, entrando de repente em meu escritório. – Bom trabalho na reunião. Henry e eu acabamos de conversar com a Dorothy e o Troy e eles estavam... – ele parou e ficou olhando para a sr. Bennitiz, que estava todo tenso apertando os punhos até os nós dos dedos ficarem brancos. – Dan, você está bem?

Ele se ajeitou e esticou os dedos, assentindo. Seu rosto estava lindamente corado, seus cabelos, graciosamente desarrumados. Por minha causa. Engoli em seco e me virei para olhar pela janela.

– Você não parece bem – meu pai disse, andando até ele e colocando a mão em sua testa. – Você está quente – Apertei a mandíbula enquanto via o reflexo dos dois pelo vidro – uma estranha sensação subia pelas minhas costas. De onde isso está vindo?

– Na verdade – ele disse –, estou mesmo me sentindo um pouco estranho.

– Bom, você deveria ir para casa. Com uma agenda de trabalho como a sua, e tendo acabado de terminar o semestre na faculdade, sem dúvida você...

– Temos um dia cheio hoje – eu disse, virando para encará-los. – Pensei em terminar a Beaumont, sr. Bennitiz – eu disse entre meus dentes cerrados.

Meu pai virou seu olhar profundo para mim.

– Tenho certeza que você pode se virar sozinho, Bennett – então, virou-se para ele. – Você pode ir para casa.

– Obrigada, Elliott – a sr. Bennitiz olhou para mim, levantando uma sobrancelha. – Vejo você amanhã de manhã, sr. Ryan.

Assisti enquanto ele saía e meu pai fechava a porta. Ele se virou e olhou para mim com fogo nos olhos.

– O que foi? – perguntei.

– Você podia ser mais gentil com ele, Bennett – ele se aproximou e sentou na ponta da mesa. – Você tem sorte de tê-lo, sabia?

Revirei os olhos e balancei a cabeça.

– Se a personalidade dele fosse tão boa quanto sua habilidade com o Power Point, nós não teríamos nenhum problema.

Ele me cortou com um olhar pesado.

– Sua mãe ligou e pediu para lembrar do jantar hoje à noite. Henry e Mina vão aparecer com o bebê.

– Estarei lá.

Ele se aproximou da porta, parou e olhou para mim novamente.

– Não se atrase.

– Não vou. Deus! – ele sabia muito bem que não me atraso para nada, nem mesmo algo tão simples quanto um jantar em família. Henry, por outro lado, vai chegar atrasado até para o próprio funeral. Finalmente sozinho, entrei na minha sala e desabei na cadeira. Certo, talvez eu estivesse um pouco nervoso. Abri minha gaveta de cuecas destruídas e roubadas do Daniel e puxei a primeira de dentro, uma preta com o cós meio prateado, quando notei a etiqueta. Era da Armani. Ele tinha gastado um bom dinheiro. E isso despertou minha curiosidade. Abri a gaveta para examinar as outras. Gucci. Bom, esse homem levava suas cuecas a sério. Talvez eu devesse parar em uma loja oficial da Dolce Gabana e pelo menos checar o quanto minha coleção estava custando para ele. Passei a mão no cabelo e joguei as cuecas de volta, fechando a gaveta com força. Eu estava oficialmente ficando maluco.

Por mais que me esforçasse, não consegui me concentrar em nada durante o dia todo. Mesmo após um almoço vigoroso, ainda não conseguia tirar minha mente dos eventos da manhã. Às três da tarde, eu sabia que tinha de sair dali. Andei até o elevador e resmunguei ao lembrar dos detalhes. Então optei pelas escadas – só para depois perceber que aquele era um erro ainda pior. Desci correndo os dezoito andares. Mais tarde, ao chegar à casa dos meus pais, senti um pouco da tensão ir embora. Entrei na cozinha e fui imediatamente envolvido com o cheiro familiar da comida da minha mãe e com o som da conversa animada dos meus pais na sala de jantar.

– Bennett! – disse minha mãe quando entrei na sala. Abaixei e beijei seu rosto, parando por um breve instante para deixá-la tentar arrumar meu cabelo. Quando ela finalmente deu sossego, peguei uma grande vasilha que ela carregava e a coloquei na mesa, roubando uma cenoura como pagamento. – Onde está Henry? – perguntei, olhando em direção à sala de estar.

– Eles ainda não chegaram – meu pai respondeu enquanto entrava. Henry já era conhecido por seus atrasos, mas, com sua esposa e filha, teriam sorte se algum dia conseguissem sair de casa. Caminhei até o bar da sala para preparar um dry martini para minha mãe.

Vinte minutos depois, um som caótico surgiu no saguão principal e eu me dirigi até lá para cumprimentar meu irmão e a família. Um corpinho pequeno e instável com um sorriso cheio de dentes se atirou em meus joelhos.

– Benny! – gritou a pequena garota.

Levantei Sofia no ar e enchi seu rosto de beijos.

– Deus, você é patético – resmungou Henry ao passar do meu lado.

– E você não?

– Vocês dois deveriam calar a boca, se querem minha opinião – acrescentou Mina, seguindo seu marido até a sala de jantar.

Sofia era a primeira neta e a princesinha da família. Como de costume, ela preferia passar o jantar sentada no meu colo e eu tentava comer fazendo meu melhor para evitar sua “ajuda”. Eu definitivamente era louco por ela.

– Bennet, eu queria te pedir uma coisa – disse minha mãe, me passando a garrafa de vinho. – Você poderia convidar o Daniel para jantar na semana que vem e fazer seu melhor para convencê-lo a aceitar?

Grunhi em resposta e recebi de meu pai um rápido chute na canela.

– Deus. Por que todo mundo quer tanto que ele venha aqui? – perguntei.

Minha mãe se ajeitou, mostrando sua melhor expressão de firmeza maternal.

– Ele está sozinho numa cidade estranha e...

– Mãe – interrompi –, ele mora aqui desde a faculdade. Ele tem 26 anos. Já não é uma cidade estranha para ele.

– Você está certo, Bennett – ela respondeu com uma rara irritação na voz. – Ele veio para estudar na faculdade, se formou com honras, trabalhou com seu pai por alguns anos e se mudou para o seu departamento, e é o melhor funcionário que você já teve. E tudo isso enquanto frequenta a escola à noite para o MBA. Eu acho o Dani fantástico e gostaria de apresentar uma pessoa para ele.

Meu garfo congelou no meio do caminho para minha boca enquanto eu digeria aquelas palavras. Minha mãe queria arrumar um namorado para Daniel? Tentei lembrar de todos os homens gays solteiros que conhecíamos e tive de descartar todos imediatamente. Brad: baixinho demais. Damian: trepa com qualquer coisa que se mova. Kyle: 100% passivo e delicado demais o Daniel iria palitar os dentes com seus ossos. Scott: burro. Bom, isso era estranho. Senti um aperto no peito, mas não tinha certeza do que era. Se pudesse nomear isso, seria... raiva? Por que eu sentiria raiva por minha mãe querer arrumar alguém para ele? Provavelmente porque você está dormindo com ele, seu burro.

Bom, na verdade, “dormir” não era exatamente o que fazíamos. “Transar” era uma palavra mais apropriada. Certo, eu tinha transado com ele... duas vezes. Mas dizer que eu “estava transando”insinuaria uma intenção de continuar fazendo isso. Ah, e também passei a mão nele no elevador e tinha uma coleção de suas cuecas na minha gaveta. Pervertido.

Passei as mãos no rosto.

– Certo. Vou conversar com ele. Mas não fique muito animada. Ele é tão charmoso quanto uma porta, portanto não vai ser fácil vender o seu peixe.

– Sabe – meu irmão acrescentou –, acho que todos aqui concordam que você é literalmente o único que tem dificuldade para se dar bem com ele.

Olhei ao redor da mesa, franzindo a testa ao vê-los concordando com meu irmão idiota. O resto da noite consistiu em mais conversa sobre como eu deveria tentar ser mais gentil com Daniel, e sobre o quanto todos adoravam ele, e sobre o quanto ele iria gostar do Joel, que era filho do melhor amigo da minha mãe. Eu tinha esquecido completamente do Joel. Certo, ele até que era razoável. Fora o fato de que até os quatorze ele brincava de Barbie com sua irmã e que chorava como uma menina quando levava uma bolada na oitava série. A Daniel iria comer ele vivo. Ri para mim mesmo ao pensar nisso.

Também conversamos sobre as reuniões que teríamos naquela semana. Uma das grandes, na qual eu acompanharia meu pai e meu irmão, estava marcada para quinta-feira à tarde. Eu sabia que o Daniel já tinha preparado tudo com antecedência. Por mais que odiasse admitir, ele sempre estava dois passos adiante e tinha tudo que eu precisava pronto para quando eu chegasse.

Fui embora prometendo que faria meu melhor para convencê-lo a aceitar o jantar, embora, para ser honesto, eu nem sabia quando iria vê-lo de novo. Eu tinha reuniões por toda a cidade e duvidava que, nos breves momentos que passaria no escritório, eu teria algo de bom para falar.

Na tarde seguinte, enquanto cruzávamos a avenida South Michigan, eu encarava a janela, imaginando se meu dia poderia piorar. Eu odeio ficar parado no trânsito. O escritório ficava a apenas dois quarteirões e eu estava seriamente considerando sair do carro e andar a pé. Já passava das quatro da tarde e tínhamos percorrido apenas três quarteirões nos últimos vinte minutos. Perfeito. Fechando os olhos, encostei a cabeça no banco e relembrei a reunião que acabara de ter.

Nada em particular deu errado, muito pelo contrário. Os clientes ficaram entusiasmados com nossa proposta e tudo ocorreu sem maiores complicações. Mas acontece que eu não conseguia escapar do meu mau humor. Henry ficou me lembrando a cada quinze minutos que eu estava me comportando como um adolescente temperamental e, quando chegou o momento de assinar os contratos, eu queria dar uma surra nele. A toda hora ele ficava me perguntando qual era o meu problema e, francamente, não posso culpá-lo. Até mesmo eu tinha de admitir que vinha sendo um cretino nos últimos dois dias. E, vindo de mim, admitir isso é uma grande coisa. E, claro, Henry tinha de dizer, no final da reunião, que meu problema era falta de sexo. Se ele soubesse...

Fazia apenas um dia. Apenas um dia desde o incidente no elevador que me deixava duro como pedra e com um desejo de tocar cada centímetro da pele dele. Se você visse o jeito como eu estava agindo, realmente iria pensar que fazia meses que eu não transava. Mas não, um dia sem tocá-lo já era suficiente para me transformar em um lunático.

O carro parou novamente e eu pensei que iria gritar. O motorista baixou o vidro que separava a cabine e o banco de trás e sorriu pedindo desculpas.

– Desculpe, sr. Ryan. Sei que o senhor deve estar indo à loucura aí atrás. Faltam apenas quatro quarteirões, será que não prefere ir andando? – olhando pela janela escurecida, notei que paramos bem em frente a uma loja da Armani. – Posso estacionar bem ali...

Saí do carro antes que ele pudesse terminar de falar.

De pé na calçada esperando para atravessar a rua, percebi de repente que não fazia ideia de por que eu entraria naquela loja. O que pensava que iria fazer? Iria comprar alguma coisa ou estava apenas me torturando?

Entrei na loja. O assoalho era feito de madeira cor de mel, o teto estava preenchido por luminárias redondas agrupadas ao longo do grande saguão. A iluminação fraca banhava todo o interior com um brilho suave, iluminando as mesas e prateleiras cheias cuecas caras. Algo nos tecidos e nas cores despertava um desejo muito familiar em mim.

Passando os dedos por uma mesa que ficava perto da porta, percebi que já tinha chamado a atenção da equipe de vendas. Um loiro alto se aproximou.

– Bem-vindo à Armani – ele disse, olhando-me de cima a baixo como uma leão admirando um filé suculento. Lembrei que um homem nesse ramo sabe quanto meu terno custa e saberia também que minhas abotoaduras eram feitas de diamante puro. Seus olhos praticamente se transformaram em cifrões. – Posso ajudar a encontrar alguma coisa? Talvez um presente? ou para uso próprio? – ele acrescentou, deixando escapar um flerte insinuado na voz.

– Não, obrigado – respondi, de repente me sentindo ridículo por estar ali. – Estou apenas olhando.

– Bom, se mudar de ideia é só me chamar – ele disse, piscando o olho antes de se virar e voltar para trás do balcão. Observei enquanto ele se afastava e me arrependi imediatamente por não ter nem tentado conseguir seu telefone. Merda. Eu não era um total cafajeste, mas um homem lindo numa loja famosa de cuecas tinha acabado de flertar comigo e nem me ocorreu flertar de volta. Deus. O que havia de errado comigo?

Eu estava prestes a ir embora quando algo chamou minha atenção. Passei os dedos por uma cueca branca de algodão com o cós preto com as letras Armani escrita em relevo meio emborrachada, depois foi que percebi que além de não ter costura ela tinha tipo umas pequenas fachas que passavam por baixo da bunda. Nunca tinha percebido que existiam esse tipo de cueca, (as minha eram de marca também, mais nunca me apeguei a escolha do modelo).

– Encontrou algo que gostou?

Eu me virei com um sobressalto por ouvir uma voz atrás de mim.

Merda.

Era o sr. Bennitiz.

Mas eu nunca tinha visto dessa maneira antes. Ele estava bem-vestido como sempre, mas completamente casual. Usava uma calça jeans preta bem justa uma camisa básica de uma banda de rock vermelha, e um tênis Nike branco casual Seu cabelo estava escondido num boné com aba virada pra trás, e de óculos de grau coisa que em quase 1 ano trabalhando juntos nunca tinha visto usar, ele não parecia ter mais de vinte anos é isso foi suficiente pra meu pau ir na lua e voltar.

– O que você está fazendo aqui? – ele perguntou, enquanto seu sorriso falso desaparecia.

– Isso não é da sua conta.

– Estou apenas curioso. As cuecas que você roubou de mim não são suficientes? Você precisa começar uma coleção própria? – ele me encarou e fez um gesto com a cabeça em direção à cueca que estava na minha mão.

Rapidamente larguei a peça.

– Não, não, eu...

– O que você faz com elas, exatamente? Guarda em algum lugar como lembrança das suas conquistas? – ele cruzou os braços sobre o peito, e no movimento afastando as pernas e mostrando um volume delicioso. Meus olhos caíram diretamente em seu pau e o meu pulsou com força dentro da calça.

– Deus – eu disse, balançando a cabeça –, por que você tem de ser odioso comigo o tempo todo? – podia sentir a adrenalina percorrendo minhas veias e meus músculos ficando tensos enquanto eu literalmente tremia de desejo e raiva.

– Acho que você desperta o melhor de mim – ele disse. O Daniel se inclinou para frente e seu peito quase encostou no meu. Olhando ao redor, percebi que estávamos chamando atenção das outras pessoas na loja.

– Olha – eu disse, tentando me recompor –, que tal se você se acalmar e abaixar o tom de voz? – eu sabia que tinha de sair dali logo, antes que algo acontecesse. Por alguma razão doentia, brigas com esse homem sempre acabavam com sua cueca indo parar no meu bolso. – O que você está fazendo aqui, afinal? Por que não está no trabalho?

Ele revirou os olhos.

– Eu trabalho com você já faz quase um ano, então você deveria se lembrar que eu me encontro com meu conselheiro do MBA a cada duas semanas. Acabei de sair de lá e pensei em fazer umas compras. Talvez você queira colocar uma pulseira de rastreamento no meu tornozelo para poder me seguir o tempo todo. Ou talvez nem seja preciso, já que conseguiu me encontrar mesmo sem isso.

Encarei-o de volta, lutando para encontrar algo para dizer.

– Você está sempre bravinho comigo.

Ótimo, Ben. Muito esperto.

– Venha comigo – ele disse, agarrando meu braço e me puxando para os fundos da loja. Viramos num canto e entramos em uma cabine de prova de roupas. Ele obviamente estivera ali por algum tempo: havia pilhas de cuecas, sungas e camisas nas cadeiras e outro monte emaranhada nos cabides. Havia música tocando nos alto- falantes acima, e fiquei aliviado por saber que não precisaria manter a voz baixa quando soca se a cara dele. Ele fechou a grande porta espelhada em frente a uma poltrona de veludo e ficou me encarando com um olhar feroz.

– Você me seguiu até aqui?

– Por que eu faria isso?

– Então você estava simplesmente passeando por uma loja de cuecas, sendo que até hoje quem compra roupa intima pra você e sua mãe,Por acaso isso é mais um dos seus passatempos pervertidos?

– Vai se foder, sr. Bennitiz.

– Sabe, ainda bem que você tem esse pau grande para compensar essa boca suja.

Comecei a me inclinar para frente e sussurrei:

– Tenho certeza que você adoraria minha boca também.

De repente, uma intensidade tomou conta de tudo. O peito dele subia e descia rapidamente e seu olhar focou minha boca enquanto ele mordia os próprios lábios. Agarrando lentamente minha gravata, ele me puxou para perto. Abri a boca e senti sua língua macia.

Agora já não dava mais para me afastar, então passei uma mão em seu queixo e a outra em sua cabeça, arranquei seu boné. Agarrei os fios com força e puxei sua cabeça para melhor acomodar meu beijo. Eu precisava de mais. Precisava dele por inteiro. Ele gemeu e eu puxei com mais força.

– Você gosta disso.

– Deus, sim.

Ao ouvir aquelas palavras, eu não me importei com mais nada: onde estávamos, quem éramos ou o que sentíamos um pelo outro. Nunca em minha vida eu sentira uma química tão forte com alguém. Quando estávamos juntos daquela maneira, nada mais importava.

Minhas mãos deslizaram por sua lateral e eu agarrei a bainha da sua camiseta, levantando-a e tirando-a por cima da cabeça, interrompendo nosso beijo por apenas um segundo. Sem ficar para trás, ele puxou meu casaco dos meus ombros e o deixou cair no chão.

Meus polegares faziam círculos em sua pele enquanto eu movia as mãos até a cintura de sua calça jeans. Após um rápido movimento, a calça também caiu no chão e o Daniel a chutou para longe, junto com seu tênis. Beijei-o, descendo por seu pescoço até chegar aos ombros.

– Deus... – gemi. Olhando para cima, pude ver seu corpo perfeito refletido no espelho que ia do chão ao teto. Já tinha fantasiado sobre o Daniel nu mais vezes que gostaria de admitir, mas a realidade, em plena luz do dia, era ainda melhor. Muito melhor. Ele vestia uma cueca box preta tipo sunga de praia. Os músculos das longas e tonificadas pernas se flexionaram quando ele ficou na ponta dos pés para poder alcançar meu pescoço. Aquele visual, junto à sensação de seus lábios molhados em mim, fizeram meu pau pressionar firmemente contra o confinamento das minhas calças. Ele mordeu minha orelha com força e suas mãos pousaram nos botões da minha camisa.

– Eu acho que você gosta de um pouco de força também.

Abri minhas calças e cinto, jogando-os para o chão perto do meu casaco, e então puxei o Daniel para a poltrona de veludo.

Um tremor percorreu meu corpo quando minhas mãos se moveram até o cós da cueca dele puxando enquanto eu beijava seus mamilos rosados e o seu longo pescoço.

Seus quadris avançaram sobre mim, e nada além da minha e da sua cueca ambas estufadas nos separavam. Enterrei meu rosto em seu peito e suas mãos agarraram meus cabelos, puxando-me para mais perto.

– Você quer me chupar? – ele sussurrou, olhando para mim com olhos gelados. Então puxou meus cabelos com força suficiente para afastar minha cabeça de sua pele.

Eu não consegui pensar em nenhuma resposta espertinha, nenhum comentário que o fizesse parar de falar e simplesmente me foder. Eu queria sim chupar seu pau. Queria mais do que qualquer outra coisa que já desejei na vida.

– Sim.

– Então peça com educação.

– Foda-se a educação. Me solte.

Ele gemeu, inclinando-se e permitindo que eu chupasse um mamilo perfeito, o que o fez puxar meu cabelo novamente. Deus, aquilo era bom.

Muitos pensamentos voaram em minha cabeça. Não havia nada neste mundo que eu quisesse mais do que me enterrar dentro dele, mas sabia que, quando tudo terminasse, eu odiaria a nós dois. Ele, por me enfraquecer, e eu, por permitir que a luxúria tomasse conta do meu bom senso. Mas também sabia que não seria possível parar. Eu me transformei num viciado, vivendo apenas para a próxima dose. Minha vida perfeitamente construída estava desmoronando ao meu redor, e tudo que eu queria era senti-lo por dentro.

Deslizando minhas mãos por seu corpo, deixei meus dedos percorrerem o cós da sua cueca. Um arrepio surgiu em sua pele e eu fechei os olhos ao segurar o tecido, tentando me convencer a parar.

– Vá em frente e rasgue... você sabe que quer fazer isso – ele murmurou em meu ouvido e então mordeu minha orelha. Meio segundo depois, o cós não era nada além de um tecido rasgado no canto do provador. Agarrando seus quadris, eu o levantei e segurei a base do meu pau com a outra mão, então a puxei para baixo. A sensação foi tão intensa que eu precisei segurar seus quadris no lugar para não gozar imediatamente. Se eu me perdesse agora, ele iria jogar isso na minha cara mais tarde. E eu não daria essa satisfação a ele. Quando senti que tinha o controle de volta, comecei a mover seu corpo para cima e para baixo. Nós ainda não tínhamos estado nessa posição – ele por cima, cara a cara – e, mesmo odiando admitir, nossos corpos se encaixavam com perfeição. Abaixando as mãos até suas pernas, agarrei uma em cada mão e envolvi meu quadril com elas. A mudança de posição me colocou ainda mais fundo dentro dele, e precisei enterrar meu rosto em seu pescoço para não soltar um gemido alto demais.

Eu estava ciente dos sons e vozes ao nosso redor enquanto as pessoas entravam e saíam dos outros provadores. Mas pensar que poderíamos ser pegos a qualquer momento apenas deixava o sexo ainda melhor. Ele soltou um gemido, arqueando as costas, e sua cabeça pendeu para trás. A maneira como ele mordia os lábios insinuava uma falsa inocência que estava me deixando maluco. Mais uma vez, observei por cima de seu ombro a imagem de nós dois no espelho. Nunca tinha visto algo tão erótico em toda a minha vida. Ele puxou meu cabelo mais uma vez, guiando minha boca de volta para a dele, nossas línguas se enfrentando, igualando o movimento de nossos quadris.

– Você fica lindo em cima de mim – sussurrei em seus lábios. – Vire-se, você precisa ver uma coisa – eu o levantei e o virei para que pudesse enxergar o espelho. Com suas costas contra meu peito, ele se inclinou para trás.

– Oh, Deus...Ben – ele disse. Sua respiração ficou pesada quando encostou a cabeça no meu ombro, e eu não estava certo se era por causa do meu pau entrando nele ou por causa da imagem no espelho. Ou as duas coisas. Agarrei seus cabelos e forcei sua cabeça a levantar.

– Não desvie os olhos, quero que você veja tudo – rugi em seu ouvido ao encontrar seu olhar através do espelho. – Quero que você assista. E amanhã, quando estiver todo dolorido, quero que se lembre de quem fez isso.

– Pare de falar – ele disse, mas eu podia sentir seus arrepios e sabia que ele adorava cada palavra. Suas mãos subiram e se esticaram para trás procurando meus cabelos.

Toquei cada centímetro de seu corpo e beijei toda a parte de trás de seus ombros. No espelho, podia ver a mim mesmo entrando e saindo de dentro dele e, por mais que não quisesse essas lembranças na minha mente, eu sabia que nunca me esqueceria daquela visão. Então, movi minha mão e agarrei seu pau que que escorria um fio de pré - gozo.

– Oh, merda – ele sussurrou. – Por favor.

– Desse jeito? – perguntei, apertando e movimentando mais rápido.

– Sim, por favor, mais, por favor, por favor.

Nossos corpos estavam agora cobertos por uma fina camada de suor, que fazia seu cabelo grudar levemente na testa. Seu olhar não se afastou mais enquanto continuávamos a nos mover um contra o outro, e eu sabia que estávamos muito perto do clímax. Eu queria encontrar seus olhos no espelho, mas então imediatamente entendi que isso mostraria mais do que eu pretendia. Eu não queria que ele visse tão claramente o que estava fazendo comigo. As vozes ao nosso redor continuavam, completamente alheias ao que estava acontecendo naquela pequena cabine. Se eu não fizesse alguma coisa, nosso segredo não duraria por muito tempo. Os movimentos dele se intensificaram e suas mãos apertaram ainda mais meus cabelos, então eu pressionei minha mão contra sua boca, abafando seus gritos quando ele gozou vigorosamente em cima de mim, melando todo o chão da cabine.

Abafei meus próprios gemidos em seu ombro e, com mais algumas estocadas, explodi num orgasmo intenso dentro dele. Seu corpo caiu sobre mim e eu me recostei contra a parede.

Eu precisava me levantar. Precisa me levantar e me vestir, mas não achava que minhas pernas bambas conseguiriam me sustentar. Eu estava perdendo qualquer esperança de que o sexo se tornasse menos intenso, e de que assim eu pudesse superar minha obsessão.

A razão começou a voltar devagar para minha mente, junto à frustração de ter mais uma vez sucumbido à fraqueza. Eu o tirei do meu colo antes de me abaixar para alcançar minha cueca. Quando ele se virou e olhou para mim, eu esperava ver raiva ou indiferença, mas havia uma vulnerabilidade em seus olhos. Então ele desviou o olhar. Vestimos nossas roupas em silêncio. A cabine do provador de repente parecia quieta demais e pequena demais, e eu podia ouvir cada respiração dele. Ajeitando minha gravata, apanhei a cueca rasgada do chão, guardando-a em meu bolso. Fui abrir a maçaneta, mas parei. Estiquei o braço e passei a mão ao longo da cueca causadora de toda a discórdia pendurada em um dos ganchos na parede.

Olhei o Daniel nos olhos e disse:

– Compre essa também – e, sem olhar para trás, saí do provador.

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Comentários

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UAU. CADA CAPÍTULO MELHOR QUE O ANTERIOR. SENSACIONAL. FETICHE POR CUECAS É BOM.

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