O Meu Amor Pelo Fogo cap.9

Um conto erótico de Reed
Categoria: Homossexual
Contém 1595 palavras
Data: 30/04/2017 23:21:02

Não. Eu não morri. Estou viva e bem viva por sinal. Primeiramente eu gostaria de agradecer pelos comentários e pedir desculpas pelo meu sumiço, surgiram alguns problemas particulares que tomaram muito do meu tempo livre, por isso eu tive que me ausentar. Mas não se preocupem, eu estou de volta. Como eu havia dito antes, aquele capítulo ficou muito extenso, e aqui está a continuação que começa exatamente onde aquele parou.

- É melhor a gente sair daqui, antes que alguém nos veja ou a gente perca a noção do tempo e fique presa dentro da escola. – Eu falei, querendo mudar de assunto.

- Sim, vá que o fantasma da Alice venha nos assombrar. – Jade falou em tom de sarcasmo.

- Quero nem imaginar isso. – Eu respondi enquanto ria.

Saímos da sala de piscinas e fomos andando entre os corredores daquele lugar e quando chegamos na porta que dava pro jardim, na vidraça da porta, pude ver uma movimentação estranha de algumas pessoas indo e entrando ruma as salas do terceiro ano.

- Então é ali que é o famoso “País das maravilhas” no qual eles tanto falam. – Eu falei.

- É eu acho que ali vai entrando o Augusto com uma menina, que aparenta ser do terceiro ano. – Ela falou.

Comecei a procurar no meio daquelas pessoas entrando, e pude ver o Augusto com uma garota do lado, de mãos dadas e tomando cuidado para que não fossem vistos.

- Mas olha só, que aproveitador... Se não me falhe a memória, ela é do terceiro ano sim. – Eu respondi forçando a vista para reconhecer o rosto da garota.

- Sim, sim agora que eu tô observando bem, ela é do terceiro ano sim.

- Augusto aposta alto...

- Ele é bonito, e isso ajuda muito.

- Mas espera um pouco... Ela tem namorado, ele não deveria estar fazendo isso.

- Ah tá, como se VOCÊ se importasse se as pessoas têm namorado ou não.

- TINHA namorado, você TINHA. – Eu respondi.

Demos um jeito de sair dali sem que nos vissem, enquanto a Jade ia no banheiro o Fernando nos viu e veio falar comigo dizendo:

- Você tá pegando...

- Sim, eu tô sim. - Eu falei antes que ele pudesse terminar de falar.

- Ah, agora eu entendo o motivo da revolta do Alberto.

- E por falar nele, onde ele está? – Eu o indaguei.

- Até onde eu sei ele está com os amigos, saiu daqui extremamente revoltado.

- Que tenso.

Enquanto eu falava isso, a Jade apareceu e ficou do meu lado.

- Bem, vou deixar as senhoritas em paz. – Fernando falou enquanto se retirava.

Saímos dali e fiquei conversando com a Jade e algumas pessoas da sala dela. E do nada, começaram a tocar umas músicas mais lentas, as pessoas começaram a se juntar em pares pra dançar. As músicas se revezam entre atuais e algumas antigas. Eu fiquei torcendo pra que a Jade não me chamasse pra dançar, mas... Começou a tocar “There is a light that never goes out” do The Smiths.

- Eu amo essa música! Vem, a gente tem que dançar. – Ela falou empolgada.

- Dançar?! Eu não. - Eu protestei.

- Você vai, querendo ou não. – Ela falou.

Ela segurou na minha mão me levando pro meio de onde estavam dançando.

Começamos a dançar, eu obviamente estava bem travada mas aos poucos fui me soltando e enquanto ela me olhava com um sorriso no rosto eu falei:

- Talvez nós devêssemos ficar juntas.

- Devemos? Não sei você é quem tem que me dizer. – Ela falou em tom de ironia.

Depois de um tempo em silêncio eu finalmente tomei coragem e falei:

- Eu tenho que te dizer isso, e não tem momento melhor, eu não posso dizer que é amor mas, eu Estou perdidamente apaixonada por você, desde o primeiro dia em que eu te vi, e agora eu tenho certeza disso. – Falei aquilo olhando bem nos olhos dela.

- Eu também... Eu também estou apaixonada por você. – Ela respondeu sorrindo. Também me olhando diretamente nos olhos.

Nós duas naquela espécie de minueto, nos beijamos profundamente. Eu a beijei como nunca havia beijado antes. E enquanto tudo isso acontecia, voltei minha atenção na música que dizia: “E se um ônibus de dois andares Colidisse contra nós, morrer ao seu lado é jeito divino de morrer.”

Não tinha frase melhor para resumir aquela cena quase que cinematográfica. E de repente, parecia que todos que estavam ali além de nós duas tinham sumido, parecia que era apenas nós. E após ouvir aquilo naquela música eu pensei comigo mesma:

“Bendito seja o Morrissey...”

Ficamos ali curtindo aquele momento, e enquanto a Jade me abraçava forte eu reparei na minha direita um casal que não estava ali antes e quando virei para olhar pude ver o Augusto com a mesma garota que ele estava quando o vi perto das salas do terceiro ano.

A garota estava com a cabeça repousada no peitoral dele. Quando ele notou que eu os olhava, deu uma piscadinha de leve. E pra variar, fiquei extremamente envergonhada.

E assim como aquele momento mágico, a festa chegou ao fim. Enquanto todo mundo saía, parei pra conversar um pouco com o Fernando e vi a Jade saindo e enquanto ela se afastava dos amigos dela pra fazer alguma ligação eu me aproximei falando:

- Então... Quando é que a gente vai se ver de novo ?

- Não sei... Talvez só segunda feira, esse fim de semana eu tenho que viajar.

- Ah sim, até mais, eu tenho que ir. – Eu respondi indo embora antes que eu pudesse ouvir a resposta dela.

- Sim, até mais...

Enquanto eu ia embora, pude ouvir bem baixinho oque ela havia me dito e pensei comigo mesma:

“Imbecil! Imbecil! Mil vezes imbecil! Porque você não disse a ela oque você queria realmente dizer? Falou coisas completamente idiotas depois de tudo aquilo que aconteceu, que vergonha!”

Voltei pra onde estavam as outras pessoas, e vi o Fernando e o Augusto conversando e ficaram rindo enquanto eu me aproximava.

- Do que vocês dois estão rindo? – Eu perguntei aos dois.

- Eeeeeeeu rindo?! Eu não tô rindo de nada não Gab’s. – Augusto respondeu tentando segurar o riso.

- Ah tá, vou fingir que acredito...

- Você vai comigo e com o Augusto pra casa do Vini? – Fernando me perguntou.

- Não, vou deixar essa passar o dia de hoje foi cansativo.

- É pelo visto foi mesmo. – Disse Fernando, enquanto olhava maliciosamente pro Augusto que já não aguentava mais segurar o riso e ambos começaram a rir descontroladamente.

- Que vergonha... Tá todo mundo olhando pra gente. – Eu falei, já suando graças ao calor da vergonha.

- Calma Gab’s é brincadeira, a gente não queria te envergonhar. – Augusto falou. – Mas aí Fê vou deixar passar essa também tô cansado, se é que você me entende...

Os dois idiotas começaram a rir de novo. Eu já ficando irritada, saí andando dali e enquanto eu ia embora o Augusto falou:

- Pô Gab’s vai querer carona não? Espera aí! É brincadeira não precisa se irritar.

- Eu não sei oque é que vocês acham tão engraçado. – Eu falei.

- Para de rir idiota. – Augusto falou, enquanto dava uma cotovelada no braço do Fernando, que tentou ao máximo ficar sério.

Enquanto ele dizia aquilo, o motorista do Augusto chegou e enquanto entravamos no carro o Fernando gritou:

- Porra Augusto! Você falou que ia também cara.

- Foi mal é que, o meu dia também foi intenso.

E os dois começaram a rir de novo, e eu já furiosa fiquei olhando pro Augusto com um ódio profundo.

- Desculpa, eu juro que paro de te zoar. – Ele respondeu.

Entramos no carro e seguimos boa parte do caminho até a minha casa em silêncio até que o Augusto começou a querer puxar assunto:

- Então parece que você finalmente tomou coragem e veio me contar toda a verdade...

- Já estava na hora... – Eu respondi extremamente desconfortável com a presença do motorista do Augusto.

- Mas e então, vocês duas já se resolveram?

- Augusto é... – Antes que eu pudesse falar, ele me interrompeu já ciente do meu desconforto.

- Relaxa... O Iago não é o Álvaro, mas assim como ele, jurou sua lealdade. Certo Iago?

- Sim senhor. – O rapaz respondeu aparentando estar concentrado somente no trânsito.

- Viu? Oh George! Você me surpreende a cada dia que se passa. – Augusto falou em um tom extremamente ácido.

Iago apenas deu um sorrisinho meio tímido.

- Mas não... – Eu continuei dizendo. – Nós duas ainda não temos nada sério.

- Entendo, mas espero que aproveite. Aproveite até descobrir algumas verdades... – Enquanto ele falava aquilo, ele mudou completamente de humor, ficando bem sério.

- Verdades, que verdades?! – Eu falei, já confusa.

- Você pergunta demais Gab’s. Vá pra casa... Já está ficando tarde.

Saí do carro sem dar muita bola pro que Augusto tinha me dito, eu estava me sentindo feliz pelo que tinha acontecido pouco tempo atrás. E eu me lembrei da música do The Cure: "É sexta feira, e eu estou apaixonada".

Mas...

Todo aquele clima quebrou igual ao vidro quando cai no chão. Quando eu entrei em casa, vi a Alice sentada na sala de estar com o meu pai e meu sorriso se foi, sendo substituído por uma expressão de medo e pânico. Eu não estava acreditando no que os olhos viam.

- Gabriela! Que bom que você chegou, Alice veio aqui, e está te esperando tem uma hora. - Meu pai falou, animado.

- Olá, Gabriela! – Alice falou, com um sorriso no rosto.

"Ótimo, ótimo! Era só oque me faltava, tava bom demais pra ser verdade..." - Eu pensei.

Nada melhor que um capítulo como esses pra voltar hein? Hahahahaha. Mais uma vez, peço desculpas pelo meu sumiço, sério, me desculpem mesmo. Enfim, espero que tenham gostado. Até a próxima!

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