Felipe e Guilherme - Amor em Londres - 11 - SEMPRE AO SEU LADO

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 5149 palavras
Data: 20/02/2017 23:24:58

Gente, antes de tudo quero me desculpar com os leitores que seguem a história. Início de ano sempre é corrido, então alguns capítulos podem entrar com um pequeno atraso. Para compensar estou tentando deixar os episódios maiores.

Janeiro em Londres. Guilherme e Felipe aproveitam o tempo fazendo aquilo que eles mais gostam de fazer quando estão juntos.

Guilherme: - Qual é. Você tá trapaceando? (deixando o controle do videogame no sofá)

Felipe: - Jamais. Eu ganhei honestamente.

Tchubirubas: (latindo)

Guilherme: - Quer saber… desisto. Você sempre ganha.

Felipe: (se aproximando de Guilherme) – Puxa amor. Desculpa… vem cá… não fica chateado não. (beijando Guilherme)

Leopold: (entrando na sala falando ao telefone) – Não. Eu não vou para o aniversário dela.

Felipe: (quase caindo do sofá com o susto)

Leopold - Eu já disse… não vou… não adianta. (desligando o celular) – Agora… aquela velha quer voltar depois de anos e…

Guilherme: - Pai… (acenando)

Felipe: - Er…

Leopold: - Olá. Garotos? E como foi o ano novo?

Guilherme: - Bem…

Leopold: - Guilherme… você enviou o apoio para aquele casal de idoso que ajudou vocês?

Guilherme: - Sim, pai.

Leopold: - Você está bem, filho? (olhando para Felipe)

Felipe: (nervoso) – Sim… estou ótimo.

Leopold: - E o pai da Paris? Conseguiu aquela ajuda para eles? Posso falar com uns amigos que moram na Escócia e…

Guilherme: - Eles conseguiram sim. A mãe a Paris foi até o vilarejo.

Leopold: - Ótimo. Vou para o meu quarto… sua mãe está quase chegando também, provavelmente com os seus irmãos… então… juízo. (subindo as escadas)

Guilherme: - Pode deixar.

Felipe: - Ufa. (encostando a cabeça no sofá)

Guilherme: - Ainda fica nervoso quando encontra meu pai?

Felipe: - Claro. Ele não sabe da gente e…

Guilherme: - Saber, ele sabe, né? Só falta aceitar. Ele é uma obra em processo.

Felipe: - Verdade. E ele é uma ótima pessoa, né? Se disponibilizou a ajudar na hora a família do Senhor Elliot.

Guilherme: - Sim. O papai é um cara legal.

Anastácia (entrando) – Crianças… subam agora… vão se arrumar.

Kiran: - Oi, Guilherme… oi Felipe… (correndo em direção a Tchubirubas) – Cadê o filhotinho mais lindo?! (passando a mão no cachorro.

Kiara: - O Tchubis tá aqui? (indo até Tchubirubas) – Cadê o cachorrinho mais lindo do mundo?

Tchubirubas: - Aqui… (lambendo Kiran e depois Kiara)

Anastácia: - Já viram o totozinho… agora subam… banho. Vamos jantar em 15 minutos. E sem correr.

Kiran e Kiara: (sobem as escadas correndo)

Anastácia: - Esses meninos. (sentando no sofá) – E vocês meninos? Aproveitando a folguinha?

Guilherme: - Sim.

Felipe: - Sim, senhora.

Anastácia: - Pare de formalidades Felipe. Você é quase da família. Quando vocês vão casar?

Guilherme: - Mãe!

Felipe: (tossindo) – Desculpa.

Anastácia: (rindo histericamente) - Desculpem. Brincadeira.

Guilherme: - Mãe. Sério?

Anastácia: - Sempre gostei de você Felipe. É melhor que os outros namorados do Guilherme. Pena que não pude conhecer sua mãe, mas ela recebeu todos os presentes.

Felipe: - Pois é. O John levou a mala e….

Anastácia: - Não só a mala. Eu comprei outras coisinhas. Nada muito sofisticado.

Felipe: - Ah, obrigado.

Guilherme: - Valeu mãe. (rindo) – Ahh… o papai chegou aqui estranho. Ele estava no telefone.

Anastácia: (suspirando) – Ah, filho. Esse final de semana é aniversário da tua avó.

Guilherme: - Hum. Isso explica muita coisa.

Anastácia: - Bem, pombinhos. (levantando do sofá) – Vou deixar vocês a sós. Deixa eu verificar a janta e depois checar seu pai. Ele com certeza deve estar estressado. (saindo)

Felipe: (enviando uma mensagem para o irmão) – Sua mãe mandou mais presentes? A mamãe não disse nada. (deixando o celular no sofá) – O que houve entre o seu pai e sua avó.

Guilherme: (passando a mão no cabelo de Felipe) – Eu. Eu aconteci. A minha avó é a pessoa mais preconceituosa que conheci na vida. Ela acredita que eu sou uma mancha para o nome da minha família. Meu pai por um tempo foi na onda dela, mas acabou ficando do meu lado… e… e ele não fala com metade da nossa família.

Felipe: - Nossa que barra. Da minha família… acho que a única que reagiu mal foi a minha tia evangélica… de resto… todo mundo de boa.

Guilherme: - Tem uma tia minha… ela é muito apegada ao meu pai… e sempre tenta fazer a reconciliação dos dois, mas… bem, meu pai é cabeça dura.

Felipe: - Isso você puxou dele. (rindo)

John encontrou Nick na estação do trem. Eles decidiram comer em um restaurante afastado de Londres. O ex-namorado de Guilherme mostrou e explicou toda a história de Felipe para Nick.

Nick: - Sério? Caramba. Então a gente tem a faca e o queijo nas mãos.

John: - Ainda não. Quero quebrar qualquer confiança que existir entre eles.

Nick: - Eu tenho uma ideia, mas isso pode trazer problemas para nós…

John: - Me conta e a gente pode dar um jeito.

Nick: - Podemos discutir isso no dormitório.

John: - Ótimo. Podemos sim.

Mal chegaram no dormitório de Nick, os dois começaram a se beijar. Nick adorava receber chupões no pescoço, e John sentia prazer naquilo. Eles não falavam nada, apenas se beijavam. Depois do sexo, Nick explicou todo o plano para John que adorou cada ideia.

John: - Você é genial. (colocando o casaco) – Eu também tenho algo em mente, mas preciso confirmar tudo antes. A gente vai conseguir derrubar aqueles dois. Eu fico com o Guilherme… e você com grana. Saímos felizes. (saindo do dormitório)

Nick: (pegando um lenço que John deixou cair no chão e cheirando) – Você não vai se livrar de mim tão fácil… ainda vou socar muito nesse cú.

Dylan precisou consertar parte do motorhome quando voltou para Londres. Ele contou com a ajuda de Felipe e Wong. Os três estavam bastante entrosados e conversavam sobre tudo.

Dylan: (fechando a capota do motorhome) – Acho que vai ser essa semana.

Felipe: - O que?

Dylan: - Que eu e a Kaity vamos… vocês sabem…

Felipe: - Já passei dessa fase com o Guilherme.

Wong: - Por isso que eu gosto dos gays.

Felipe e Dylan: (olham para Wong)

Wong: - Eu gosto de como vocês são destemidos. Se jogam… sabe… tipo… sem medo. Eu também já tive oportunidade de transar com Nariko e confesso que você me inspirou Felipe.

Felipe: (coçando a cabeça) – Que bom… eu acho…

Wong: - Mas conta Dylan. Vai fazer algo especial?

Dylan: - Não sei ainda. Não sou muito romântico. A primeira vez que eu transei foi dentro de uma estufa com a amiga da minha irmã. Não tem nada de romântico.

Wong: - A minha primeira vez foi com uma colega de escola. Foi demais. Dentro do banheiro.

Felipe: (entra de baixo do motorhome)

Dylan: - E você, Felipe?

Felipe: (tentando disfarçar) – Eu o que?

Dylan e Wong: (puxando Felipe) – Sua primeira vez.

Dylan: - A primeira vez dos gays deve ser muita pegação, né?

Wong: - Pegou algum colega?

Felipe: - Vocês estão curiosos demais. (levantando a sobrancelha) – Vamos terminar logo isso.

Wong: (rindo)

Dylan: - Deve ter perdido a virgindade tarde. Gay fraquinho.

Já no Centro da cidade. Guilherme, Nariko e Kaity faziam compras no shopping. Eles esperavam por Paris que havia marcado uma consulta no dermatologista.

Kaity: - Gente. Cada vez que eu tento avançar, o Dylan recua. Será que ele é gay?

Nariko: (olhando para Guilherme)

Guilherme: - Porque eu?

Nariko: - Vocês não tem o tal gaydar?

Guilherme: - Bem… eu não sei. Mas Kaity… você não acha que ele está esperando o momento certo?

Kaity: - Eu acho que o momento certo é agora… com ele.

Nariko: - E que tal a gente comprar umas peças íntimas para você apimentar a relação?

Guilherme: - Meninas. O que vocês acham se a gente der uma passada no sexshop?

Kaity: (ficando vermelha) – Como assim?

Nariko: - Eu topo… quero mesmo apimentar minha relação com o Wong.

Kaity: (ficando mais vermelha) – Apimentar? Gente… e a Paris?

Guilherme: - Ela encontra a gente lá. Na verdade a Paris que me levou nesse sexshop.

Anastácia encontrou o esposo pegando um ar na ampla sacada de seu apartamento. O homem ainda sentia raiva da mãe por não aceitar a preferência sexual do seu filho. Leopold lembrou de alguns momentos de sua infância onde a rigidez da mãe chegou a ser extrema.

Anastácia: (pegando no ombro do marido)

Leopold: - Ela nunca vai mudar. Nunca.

Anastácia: - Você fez a decisão certa, amor. O Guilherme é nosso bem mais precioso.

Leopold: - Eu tenho medo….

Anastácia: - De que, meu amor?

Leopold: - Do Guilherme não saber o quanto eu o amo… acho que eu nunca disse isso em voz alta.

John: (entra no quarto e escuta a conversa entre Leopold e Anastácia)

Anastácia: - Ele sabe Poldin. (abraçando) – A gente se distanciou dele… ainda mais naquela época, mas eu sinto que as coisas estão voltando aos eixos. Acho que deveríamos aceitar o convite da sua mãe. Irmos juntos como uma família.

Leopold: - Aquele mulher é venenosa. Acho melhor não. Ainda mais quando ela descobrir que o Guilherme está namorando aquele rapaz… o Felipe.

Anastácia: - Você sabia disso?

Leopold: - Sou um homem ocupado, mas não sou burro.

Anastácia: - Podemos ir só nós cinco. Não levamos o rapaz. Sei que o Guilherme vai entender.

John: (rindo maliciosamente)

Leopold: - Será? Tenho medo que o Guilherme se machuque. Mais uma vez.

Anastácia: - O Guilherme não é mais uma criança, amor. Ele já toma as próprias decisões. Peça para o John confirmar a nossa presença, por favor.

Leopold: - (respirando fundo) – Tudo bem. Vou ligar para o John.

John: (saindo do quarto)

John recebeu uma ligação de seu chefe para que ele entrasse em contato com sua irmã para que confirmasse a presença de sua família no aniversário de sua mãe. John decidiu ir pessoalmente na casa de Melody, tia de Guilherme. O rapaz se mostrou prestativo e começou a colocar seu plano em ação.

Melody: - Fico feliz que o Leopold quis essa aproximação.

John: - Eu também. Melody… sem querer parecer intrometido, mas… vocês… vocês já contrataram um serviço de buffet para o aniversário?

Melody: - Sim. Porque a curiosidade?

John: - Bem…. É que tem dois amigos meus que estão precisando de ajuda. E são super responsáveis, então pensei que você poderia facilitar a entrada dos dois como garçons.

Melody: - Claro. (entregando uma cartão para John) – Ligue para Pierre. Ele é o responsável pelo buffet, e avise que eu solicitei mais dois garçons. (olhando o celular) – John… agora eu preciso ir. Tenho uma reunião. E mais uma vez obrigada.

John: - O prazer é meu. Adoro ajudar. (sorrindo)

Guilherme era um garoto calmo, tão calmo que muitas vezes era tachado de arrogante, mas só quem o conhecia de verdade podia saber disso. A mãe o chamou para conversar e explicou que eles participariam da festa de aniversário de sua avó.

Guilherme: - Máe… eu… ela não gosta de mim.

Anastácia: - Amor. Ela gosta, mas…

Guilherme: - Tá vendo. Nem a senhora sabe o que dizer nessa situação.

Anastácia: - Isso é importante para o seu pai. Ele não pode passar o resto da vida dele sem falar com a mãe.

Guilherme: - Tudo bem. Vou falar com o Felipe e….

Anastácia: - Tem mais uma coisa. (pensando muito antes de falar) - Querido. Você sabe que eu e o seu pai o amamos muito, né? Sei que falhamos, e sei que você nos culpa por muitas coisas, eu não tiro a sua razão, mas… a gente conversou e… acho melhor você não levar seu namorado. Para evitar qualquer tipo de reação negativa.

Guilherme: - Uau. Eu… nem sei o que dizer.

Anastácia: - Guilherme. A gente te entende. Demorou, mas a gente conseguiu. Infelizmente algumas pessoas não entendem. (pegando na mão do filho) – E eu não quero que ninguém te machuque. Eu te amo, meu amor. E peço que faça isso pelo seu pai.

Guilherme: - Tudo bem, mãe. Eu te entendo. Sei que as pessoas podem ser maldosas.

Anastácia: - Eu tenho o filho mais lindo de todos. Eu te amo meu filho. (beijando Guilherme) – E faço qualquer coisa por você.

Felipe terminou de atender a solicitação de um grupo de estudantes e entrou em sua sala. Em seguida, Nick chegou e começou a conversar com o colega de trabalho.

Nick: - Ei, ainda tá procurando trabalho temporário?

Felipe: - Sim.

Nick: - Consegui duas vagas para garçom em uma festa que vai acontecer no sábado. Vão pagar bem.

Felipe: - Sério? É apenas uma noite?

Nick: - Vão pagar 500 euros.

Felipe: - Caramba. Por uma noite de trabalho?

Nick: - Sim. Eu já dei meu nome para o organizador. Você quer participar?

Felipe: - Claro que eu quero.

Nick: - Beleza. (pegando o celular e escrevendo uma mensagem) – O tapado topou. PS: quando vou meter no seu cuzinho?

Felipe: - Tá falando com o organizador?

Nick: - Sim. Vou te enviar a roupa que eles pediram para usar… é padrão.

Felipe: - Tudo bem. (olhando no relógio) – Tenho que ir. Está chegando um carregamento de papel toalha. Depois conversamos.

Nick: - Tudo bem.

Felipe: - Ei, Nick.

Nick: - Oi?

Felipe: - Você é um bom amigo, obrigado. (saindo)

Nick: - Vai esperando. Otário. (rindo) – Agora deixa eu ver onde o George esconde a chave da gaveta principal. (saindo)

Guilherme explicou para Felipe toda história e o rapaz entendeu o ponto de vista do namorado. Já Felipe contou para Guilherme sobre o trabalho em um casamento. Tchubirubas mais uma vez ficaria na casa de Lucy, claro que ele adorava, pois, brincava com os amigos.

Lucy: - Eu adoro ficar com esse bolinho. (fazendo carinho em Tchubirubas)

Guilherme: - Obrigado, Lucy. Foi tudo de última hora.

Felipe: - Prometemos que vamos te recompensar.

Lucy: - Não precisa bobinhos. Eu e meus cães adoramos ficar com o Tchubis.

Felipe: - Ele também adora, né campeão? (pegando em Tchubirubas que late) – Calma. Tá muito animadinho.

Guilherme: - (rindo)

Dylan preparou toda uma noite romântica para ficar com Kaity. A russa também havia se preparado, se depilou, usou uma roupa íntima sexy e fez até o cabelo. O nervosismo era aparente, mas eles queriam muito transar.

Dylan: (pegando no rosto de Kaity) – Te desejei desde o primeiro momento que eu te vi.

Kaity: - Eu também. (rindo) – Apesar de você estar passando mal.

Dylan: - Preciso agradecer muito aos meus irmãos por nos unir. (beijando)

Kaity: - Dylan.

Dylan: - Oi?

Kaity: - Estou preparada. (tirando a camisa e ficando apenas de sutiã)

Dylan: - Tem certeza?

Kaity: (tirando o sutiã e colocando a mão de Dylan em seu seio)

Dylan: (beijando Kaity)

Sim. Alguém havia se dado bem naquela noite. Enquanto isso, Felipe encontrava Nick na frente da Escola de Intercâmbio. Eles seguiriam para uma cidade perto de Londres, onde aconteceria o tal casamento.

Felipe: - Será que vai dar gente nesse casamento?

Nick: - Espero que não. Quero pegar a grana e vazar de lá. Trouxe a roupa?

Felipe: - Sim.

Nick: - E o Guilherme te liberou assim fácil?

Felipe: - Mais ou menos. Ele tem um evento esse final de semana também, então…

Nick: - Vamos que ainda temos muita estrada.

Meio contra vontade, Guilherme também seguiu para o mesmo lugar. Ele nem imaginava que Felipe também se dirigia para a casa de sua avó. A mansão da mãe de Leopold era gigantesca, o jardim daquele lugar conseguiria comportar um campo de futebol fácil. Para Guilherme nada daquilo lhe chamava a atenção, ele até lembrou de uns bons momentos que passou naquela casa, mas eram poucos.

Kiran: - Nossa tinha esquecido como esse lugar é enorme.

Kira: - Faz tempo que não vemos a vovó.

Anastácia: - Crianças… se comportem. A avó de vocês está velhinha, então sem comentários impertinentes, por favor.

Guilherme: - Verdade. Se não ela vai engolir vocês. (mudando a voz e rindo)

Leopold: (visivelmente nervoso) – Guilherme.

A irmã mais nova de Leopold estava na entrada da casa. Ela abraçou o irmão e afirmou estar com saudades da família. A mansão era realmente gigante. Eram 30 quartos, a residência foi construída pelo avó de Leonardo na década de 20.

Malody: - Irmão. Fico feliz que você tenha vindo. A mamãe vai ficar feliz também.

Leopold: - Eu não contaria com isso. (soltando um riso abafado)

Malody: (pegando na mão de Anastácia) – Querida. Quanto tempo. Ainda não esqueci aquelas férias no SPA.

Anastácia: - Vamos marcar sim.

Malody: - Meu Deus. (olhando para Guilherme, Kiara e Kiran) – Meus sobrinhos estão enormes. Guilherme, você está um homem. E os gêmeos cresceram tanto.

Guilherme: (rindo) – Oi, tia.

Kiran e Kiara: - Oi, tia.

Malody: - Vou levar vocês para os quartos. Vamos fazer um coquetel às 16h. O Robert está chegando também. Estou tão feliz. Me acompanhem por favor.

Guilherme não sentia saudades daquele ambiente. Ele nunca foi a favor da posição da família de seu pai, eles eram esnobes e não faziam questão de esconder isso. Ele encontrou duas primas que não via há seis anos

Louise: - Olha como você cresceu.

Guilherme: - Todos nós, né?

Herriet: - Vocês ficaram sabendo? O primo Clous foi pegado com drogas. O titio precisou subornar Deus e o mundo.

Guilherme: - Er.

Dorothy: - Olha só. Quem eu encontro aqui.

(Assustando os jovens)

Guilherme, Herriet e Louise: - Vovó?!

Dorothy: - Ajeitem essa postura. Nem eu aos meus 93 anos fico com uma coluna tão inclinada. (pegando no rosto de Guilherme) – Você é a cara do seu pai. Onde ele está?

Guilherme: (nervoso) – No quarto.

Dorothy: Ótimo. (saindo com a ajuda de uma empregada) – Até depois.

Em Londres, Nariko ajudava Wong a se preparar para uma competição de natação. Ele havia entrado para o time da universidade e havia uma seletiva naquele fim de semana. Eles foram para a piscina pública de Londres.

Nariko: - Não preciso entrar na água, né?

Wong: - Não. Só preciso que você verifique o tempo para mim. (tirando a blusa) – Vou tomar uma ducha e já volto.

Nariko: - Posso ir com você?

Wong: (beijando a namorada) – Isso a gente faz em casa. (saindo)

Paris era outra pessoa na frente de seus pais. Ela era centrada e totalmente discreta. Eles decidiram jantar em um belo restaurante de Londres. O pai da moça queria celebrar mais uma empresa conquistada.

Paris: - Fico feliz com a sua vitória papai.

Philys: - Seu pai é um especialista meu amor.

Maxilian: - Faço isso para os amores da minha vida. (pegando na mão da esposa e da filha)

Paris: (celular tocando) – Ah, com licença. (saindo da mesa) – Oi, amor. Estou com meus pais.

Steve: - Puxa. Queria ouvir sua voz.

Paris: - E como está a Africa?

Steve: - Ótimo. Ontem fiz o parto de uma mulher no meio da selva.

Paris: - Amor. Não vai se arriscar muito. Esse lugar é perigoso.

Steve: - Estou tendo cuidado amor. Te amo. E quando eu voltar… quero te possuir.

Paris: - Beijo, te amo. Até mais. (desligando o celular e sorrindo)

Nick e Felipe chegaram na casa da avó de Guilherme. Eles entraram pelos fundos da mansão e foram alojados junto com um grupo de pessoas. Malody explicou que o trabalho séria até que simples, e depois voltaria para dar mais explicações. Depois de conversar com as pessoas, Felipe descobriu que eles eram uma banda de baile.

Felipe: - Meu namorado canta muito bem.

Hayzo: - Sério, cara. Se um dia ele quiser fazer um som conosco… ficamos naquele bar, localizado, dentro do Parque das Flores.

Felipe: - Massa. Essa casa é enorme, né? (olhando em volta)

Gideon: - Pra mim isso é frescura. Eles não precisam de tanto lugar assim.

Hayzo: - Vai ver que é um hospício e agora estamos presos aqui! (rindo)

Gideon: - Então somos a ala pobre, né? Porque colocaram 14 pessoas no mesmo quarto. É loucura.

Nick: (colocando o travesseiro sob a cabeça)

Hayzo: - Teu amigo é sempre chato assim?

Felipe: (rindo) – Ele se esforça às vezes.

Hayzo: - Se quiser… vamos fazer a passagem de som. Pode ir com a gente.

Felipe: - Vou adorar.

Felipe e a equipe de Hayzo passaram por um corredor, mas foram barrados por dois rapazes.

Geofrey: - Empregados não devem andar pelo corredor principal.

Hayzo: - Desculpa. Nós não sabíamos.

Geofrey: - Não é novidade. Por favor. Apenas não se misturem conosco. Não se preocupem, não avisaremos a tia Malody.

Sam: - Podem ir. (se segurando para não rir)

(Felipe, Hayzo e os músicos entram no corredor de serviço)

(Guilherme e as primas chegam)

Herriet: - Eu posso saber os motivos dos risos?

Geofrey: - Estávamos brincando com os criados. Olha só. Se não é o Guilherme. Você sumiu primo.

Guilherme: - Pois é.

Louise: - Meninos… vocês não aprendem mesmo, né? Nem sei porque falam com os empregados.

Sam: - Porque é divertido, oras. Igual ano passado quando enviamos aquela caixa com ratos para a Angeline.

Herriet: - Angeline não é a empregada cadeirante que o teu pai contratou?

Sam: - Sim.

Guilherme: (pensando) – Que babacas. Quero sair daqui.

A noite chegou e todos se preparavam para começar a festa. Nick recebeu uma ligação de John que havia mandado umas fotos de Guilherme e Felipe para que ele entregasse para Doroty. O jardim transformou-se em um enorme salão de festas. Havia até um palco. Felipe e os outros garçons receberam a última orientação de Malody, irmã de Leopold. Guilherme se arrumava no quarto, ele tentou ligar para o namorado, mas não conseguiu. Ele teria que fingir uma alegria que não existia, não para aquele evento.

Guilherme: (arrumando a gravata borboleta) – Vamos lá.

Os familiares de Dorothy foram chegando. A maioria estava na mansão principal, outros chegaram em carros extravagantes. Em poucos minutos, o espaço ficou repleto de pessoas fúteis e que queriam ostentar. Aquilo deixava Leopold impaciente.

Leopold: - Bando de vermes.

Anastácia: - Amor. Controle-se.

Kiran: - Mãe. Não queremos ficar na mesa das crianças.

Kiara: - Eles são metidos. Não gostamos. Eles ficam falando em viagens, disney e essas coisas idiotas.

Guilherme: (pegando no ombro dos gêmeos) – Espera para vocês chegarem nas mesas dos adolescentes. Vai piorar.

Anastácia: - Queridos. É só por hoje, ok? Vamos apoiar o pai de vocês e ter uma noite maravilhosa. (arrumando o vestido) – Agora coloquem um sorriso nesse rosto que lá vem o fotógrafo.

Felipe ficaria responsável de levar os canapés. Ele respirou fundo e lembrou que a grana no final da noite valeria a pena. “Não vai cair”, pensou ele. A primeira rodada foi um sucesso. Guilherme sentou na mesa com seus primos. Herriet disse que havia passado um garçom gatinho, mas foi reprimida pela irmã.

Louise: - Tenha modos. Se você ficar com um garçom, o papai te deserda.

Herriet: - Foi só um comentário. Acorda.

Sam: - Vocês são muito patéticas. Ei, é verdade que o titio Walfran perdeu 25 milhões?

Louise: - Perdeu, mas recuperou. Semana passada a agência deu um retorno de 34 milhões.

Geofry: - Ainda fica 40 milhões abaixo do papai. Os lucros da empresa só aumentam. E o seu pai Guilherme?

Guilherme: (distraído, olha para o lado e vê Felipe) – Puta que pariu. (em português)

Louise: - Guilherme?!

Guilherme: (olhando para os primos) – Oi?

Sam: - Quanto o tio Leopold fatorou em 2010?

Guilherme: - Eu… eu… (olhando para o lado)

Geofry: - Os negócios foram tão ruins assim?

Guilherme: (se estressando) – Faturamos 1,5 bilhão de Euros. Isso só a empresa de enlatados. Com licença pessoal. (levantando)

Louise: - Titio sabe investir.

Sam: - Será que podemos mudar de pais? Acho que somos filhos do tio Leopold.

O coração de Guilherme bateu forte. Ele entrou na grande cozinha e viu dezenas de pessoas trabalhando e correndo. Do nada, ele esbarra em Nick. O rapaz fala que ele e Felipe estão trabalhando de garçom no evento, mas mente, diz que não sabia que aquela era uma festa da família de Guilherme.

Guilherme: - Essa não. Tudo bem. Vou atrás de Felipe.

Felipe: (pega uma bandeja e entra no corredor de serviço)

Guilherme o segue e consegue empurrá-lo para dentro de um quarto. Ele fica surpreso e pergunta o que o namorado está fazendo ali. Guilherme explicou toda a história, e não resistiu, deu um beijo em Felipe.

Felipe: - E o que vamos fazer?

Guilherme: - Eu não sei. Acho que agir normalmente, né?

Felipe: - Tudo bem. Espero que eu não fique nervoso. Sabe o que acontece, né?

Guilherme: - Deus. Eu sei. Não se machuque, por favor. Agora deixa eu voltar.

As homenagens para Dorothy Thompson continuaram durante a noite todas. Alguns dos netos foram chamados e filhos também. Guilherme e Leopold não precisaram discursar, e nem estavam preparados para tal. O clima de falsidade era quase que palpável.

Dorothy: - Com licença. (Sentando ao lado de Leopold)

Leopold: - Mamãe. Como vai? Parabéns.

Dorothy: - Vamos tirar logo essa foto. Sei que você não queria estar aqui.

Fotógrafo: - Vamos lá. Falta mais alguém?

Anastácia: (acenando para Gustavo) – Querido, a foto. Venha.

Sim, um sorriso falso fez uma bela foto. Nick colocou seu plano em ação. Ele sorrateiramente colocou a foto de Guilherme e Felipe na mesa dos primos de Guilherme. Quem viu a foto foi Geofry que cutucou o irmão e mostrou.

Geofry: - Do que adianta o titio ter bilhões no banco se o filho dele é gay. (rindo)

Sam: (pegando o celular) – Eu tive uma ideia. (tirando uma foto da foto) – Vem. (levantando)

Geofry: (levantando e seguindo o irmão)

Sim a noite prometia. Em Londres, Kaity e Dylan continuavam a transar, era a quarta vez só naquele dia. Já Nariko torcia pelo namorado que competia pela primeira vez em um torneio de natação. Paris iniciou uma conversa por vídeo com Steve que se encontrava na África fazendo trabalhos voluntários.

Dorothy estava até que gostando da noite. Até que Felipe passou em seu caminho. O jovem viu Guilherme e ficou nervoso. Ele acabou derrubando uma bandeja de salgadinhos perto da matriarca. O barulho foi tão grande que a atenção de todos voltou para ele. No mesmo momento, Sam e Geofry conseguiram conectar o celular no projetor e lançaram a foto de Felipe e Guilherme juntos.

Dorothy: - O que significa isso? (levantando com dificuldade) – Leopold?! O que o seu filho depravado está fazendo no telão?

Guilherme: (levantando incrédulo) – Mãe?

Anastácia: - Oh, céus.

Dorothy: (olhando para Felipe) – É você nas fotos?

Felipe: - Bem… eu… eu… er….

Dorothy: - Responda seu insolente?!

Guilherme: (se aproximando de Felipe) – Somos namorados.

Dorothy: - E você tem coragem de dizer isso em voz alta? Está vendo? Está vendo a criação que você deu para esse menino Leopold?

Malody: - Mamãe. Chega. A senhora está nervosa. Vamos para o quarto. (pegando no ombro da mãe)

Dorothy: - Cale a boca. A culpa é toda sua. Eu disse que não queria esse depravado aqui. Ele mancha o nome da família Thompson. Nunca… nunca houve um homossexual na nossa família. Nosso sangue era para ser puro.

Leopold: (pegando no ombro de Guilherme e Felipe) – Vamos sair daqui meninos.

Dorothy: - É assim? Você foge?

Anastácia: - Vamos embora, meus filhos. (chamando Kiran e Kiara)

Guilherme: - Quer saber vovó. O papai está indo embora agora, mas não é porque ele está fugindo… é porque ele sabe que é perda de tempo conversar com uma pessoa tão preconceituosa como a senhora.

Dorothy: - E você garçom? Não vai juntar os salgadinhos do chão. Neto meu não namora serventes. Estou lhe pagando e você fica.

Felipe: (respirando, se baixando e juntando os salgadinhos) – Pode ir. Eu fico.

Guilherme: - Vamos Felipe.

Dorothy: - Junte tudo… agora. E rápido.

Malody: - Mamãe…. Chega.

Dorothy: - Esse meu neto é tão imprestável que namora um garçom.

Ninguém pode te dizer

Que só há uma canção que vale a pena ser cantada

Eles podem tentar te convencer

Pois eles ficam perturbados ao ver alguém como você

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Leopold baixa e ajuda Felipe a juntar os salgadinhos. Dorothy fica vermelha de raiva. Guilherme também ajuda os dois. Anastácia chega em seguida pega uma bandeja e recolhe outros salgados.

Kiran: (baixando) - Aqui mãe. Tem outros.

Kiara: - Eu também quero ajudar.

Leopold: (olhando para Guilherme e sorrindo) - Ali filho.

Guilherme: - Faz tempo que não fazemos algo em família, né?

Leopold: Sim. E eu estava com saudades disso.

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Mas você tem que fazer seu próprio tipo de música

Cante sua própria canção especial

Faça seu próprio tipo de música

Mesmo que ninguém mais cante junto

Você vai conhecer

O tipo mais solitário de solidão

Poderá ser difícil

Apenas fazer o que tem que fazer é a coisa mais difícil

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Dylan acorda e fica admirando a beleza de Kaity. Ele a beija e volta a dormir. Nariko e Wong celebram a derrota dele que ficou em quarto lugar, eles vão para a London Eye e tiram várias selfies. Paris passa bons momentos conversando com o namorado, apesar da distância eles acham formas bacanas para se divertir.

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Mas você tem que fazer seu próprio tipo de música

Cante sua própria canção especial

Faça seu próprio tipo de música

Mesmo que ninguém mais cante junto

Então se você não puder pegar minha mão

E se você tem que ir

Eu vou entender

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Leopold levanta e diz para Felipe pegar suas coisas, ele mesmo pagaria sua diária. O namorado de Guilherme entra na casa para pegar seus pertences. Guilherme termina de colocar os últimos salgadinhos na bandeja.

Leopold: - Sabe mamãe. Eu deveria ter raiva da senhora. Em todas as etapas da minha vida... a senhora acreditou em mim. Mas eu agradeço tudo o que a senhora fez. Por sua causa... eu não sou um deles. (apontando para os convidados) - E quanto ao Guilherme... a senhora tem razão... eu não tenho um bom filho. Eu tenho o filho perfeito. Ele, o Kiran e a Kiara... eles... me completam de uma forma que eu pensei que não poderia ser. (olhando para os filhos) - Papai ama vocês. Mesmo que eu diga isso poucas vezes. (olhando para a mãe) - Se eu sou quem sou... é graças a Senhora. Sou uma pessoa melhor por sua causa e isso não posso evitar. (olhando para a mãe)

Dorothy: (olhando para o filho)

Leopold: (olhando para a mãe)

Dorothy: - É isso?! Acabou?

Leopold: - Esperava que o namorado do Guilherme fosse mais rápido. Malody... desculpa... você é a única nessa bagunça toda que faz algum sentido. Desculpa mesmo. (olhando para trás) - Ei rapaz da banda. (olhando para Hayzo) - Pode tocar alguma coisa. Fique a vontade... a festa acabou de começar. (levantando as mãos)

Felipe: (chega ofegante com sua mochila) - Pronto... a casa é muito grande.

Leopold: - É isso. Thompsons Ovelhas Negras. (olhando para Anastácia, Guilherme, Kiran, Kiara e Felipe) - Vamos nessa? (levando a família)

Kiara: - Pai. Podemos parar em um McDonlads? Eu estou faminta. Essa comida tá horrível.

Kiran: - Eu também. Quero um McChicken.

Leopold: - Claro. Para vocês tudo. (pegando na mão dos filhos)

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Você tem que fazer seu próprio tipo de música

Cante sua própria canção especial

Faça seu próprio tipo de música

Mesmo que ninguém mais cante junto

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Guilherme: (rindo) - Não acredito que vou fazer isso. (parando no meio da pista de dança) - Ei, vó. (beijando Felipe)

Dorothy: - Seus depravados. Saiam daqui.

Guilherme: (pegando na mão de Felipe e correndo para alcançar a família)

Leopold: - Vamos filho. O Carro está chegando.

Guilherme: - Ei, pai. Acho que fomos excluidos do testamento da vovó.

Anastácia: - Eu tenho certeza. Mas meninos... que beijo foi aquele. (rindo)

Felipe: (ficando vermelho) - Seu Leopold... Dona Anastácia... desculpem. A culpa foi minha... eu jamais poderia imaginar que...

Leopold: - Filho. Já passei dessa fase do Seu... e não se preocupe... pelo menos pude dizer o que quis para essa senhorinha mesquinha. E filho. (pegando no ombro de Guilherme) - Desculpa por tudo. Saiba que nunca deixei de te amar. Você tem todo o meu apoio. Só quero saber uma coisa?

Guilherme: - O que?

Leopold: - Quando o Felipe vai pedir a tua mão para mim? (Rindo)

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Você tem que fazer seu próprio tipo de música

Cante sua própria canção especial

Faça seu próprio tipo de música

Mesmo que ninguém mais cante junto

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Comentários

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SENSACIONAL. ACREDITO QUE O PLANO DE JOHN E NICK DEU ERRADO. QUE MARAVILHA. NÃO DEMORE MAIS TANTO ASSIM PRA POSTAR O PRÓXIMO CAPÍTULO. NÃO VOU PERDER POR NADA. EM PENSAR QUE AINDA EXISTEM PESSOAS, FAMÍLIAS COM ESSE NÍVL DE HIPOCRISIA. DEVERIAM TODOS QUEIMAR NO MÁRMORE DO INFERNO. MAS NÃO ANTES DE NICK E JOHN.

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Adorei faria a mesma coisa beijar e chamar a velha ela quase morre do coração

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