Um Coração de Gelo em Londres

Um conto erótico de Stardust
Categoria: Homossexual
Contém 4385 palavras
Data: 14/02/2017 04:13:49
Última revisão: 14/02/2017 05:03:39

Olá meninas, bom dia, meio cedo ou tarde pra vir, porém quando tenho insônia da nisso kkkk, sei que estou sumida há um tempo, mas estou meio que voltando, digamos que estou de férias kkkk, recomendações de uma leitora aqui, reclamem com ela kkkkkkkkk. Enfim, esse ficou meio grande, mas é bom que matará a saudade. Bora pro conto?

Continuando*

Que retorno a Londres! Estou tendo a chance de trabalhar mais uma vez com a mulher que mais admiro nessa vida, mas dessa vez possuo um cargo maior e com mais responsabilidades, de sobra ainda tive a honra de conhecer o passado completo dessa deusa, sim é assim que penso dela, mulher de fibra e de garra.

Fazia muito tempo que não tinha notícias da Cris, mas espero que ela esteja mais feliz do que comigo, eu não me sinto preparada pra um relacionamento com ela, somos tão diferentes, não consegui preencher aquela alegria toda, talvez eu ainda seja meio amargurada com a vida.

Ms. Charlote e eu sempre estávamos próximas com aquela amizade, mas não acontecia mais um encontro sexual, engraçado que sempre rolava um clima, mas não conseguíamos soltar por inteiro, principalmente por parte dela.

Muita coisa estava diferente nesses últimos 4 meses, abril, época de chocolate, enfim a Páscoa, um dos melhores feriados do ano. Faltando apenas uma semana para chegar o feriado, alguém chega no consultório, enquanto, eu passava pelo corredor, e fala:

- Hey badgirl, fala mais não comigo? – Essa voz não me era estranha.

- Não acredito! Olivia, quanto tempo. – Dei um abraço nela.

- O tempo passa, mas pelo visto só mudou um pouco o cabelo e deu um retoque.

- Ai ai, gosto desse estilo, séria, elegante e badgirl.

- Ui, ui, kkkkkk. Que saudade de você. – Recebi outro abraço.

- Igualmente. Tem aprontado muito garota?

- O de sempre, mas agora vou me acalmar um pouquinho.

- Olha quem diria kkkk. Bem, sua mãe está na sala com uma visita, se quiser posso chama-la.

- Relaxe, eu vim com meu pai, vamos esperar, ela sabe que viríamos. Ah por falar nele deixe eu chamar, queria que conhecesse ele. Hey dad!!

- Oi Olivia, o que foi, estava falando com a Ilze. – Dizia Colin.

- Minha madrasta já tá com saudade, vocês tem um fogo que sei não kkkk, controla ai pai kkkk. Enfim, deixa eu te apresentar uma pessoa que tá te devendo uma visita de 2 anos. Essa aqui é a Priscila, aluna, badgirl, psicóloga e namorada da mamis.

- Namorada? Oi? – Dizia eu surpresa.

- Olá Priscila, muito prazer, a Charlote havia me falado sobre você e a Olivia mais ainda, realmente, você é igualzinha a descrição delas. – Falou me abraçando – Fico feliz por a Charlote ter encontrado alguém legal como você.

- Ah muito obrigada Mr. Colin, mas não sou namorada não kk.

- Esqueça essa formalidade toda, aposto que isso é invenção da Charlô.

- Na verdade, acho que foi costume mesmo, mas até que chamo ela de Charlô também kk.

- Que ótimo, esses títulos formais as vezes são um saco, tem aguentar por quê é o jeito, título de duque, dá nisso kkkk.

- Tá vendo paizão, foi aceitar o título, agora aguenta kkkk. – Dizia Olivia para o pai.

Eu olhava para os dois e via, Colin um quarentão com espírito de adolescente, mas todo arrumado, elegante, lindo, parecia um príncipe mesmo, cabelos bem penteados, uma barba mal feita, porém bonita, estava a cara daquele ator Colin Firth. Bem se via de onde Olívia havia puxado essa alegria toda, os dois pareciam mais irmãos do que pai e filha, tá explicado por que ela é meio maluquinha kkkk.

- Então Pri, posso te chamar assim também né? – Perguntava ele pra mim.

- Claro, sem problemas.

- Como está o seu relacionamento com a Charlô? Sei que ela é meio difícil as vezes, mas ela é amável, torço pra que continuem namorando.

- Olha, assim, não estamos namorando, somos apenas amigas, ela é minha mentora, conselheira, uma excelente pessoa.

- Esqueceu de dizer, amante, deusa, maravilhosa e que vocês estão com mimimi pra não ficarem juntas. – Dizia Olivia fazendo careta.

- Que pena, achei que estivessem juntas, você é tão legal, e pelo que Olivia fala de vocês parece até que são mais que amigas. – Dizia Colin.

- Paizão, mas elas são mais que amigas, o problema é que as duas são teimosas e não vão admitir o que sentem, tá na cara que se gostam, mas a badgirl aqui vai ficar fingindo que ainda é a mesma pegadora de antes e a mamis, vai ficar fingindo que é a Rainha da Submissão. Está na hora de vocês pararem de negar isso. – Dizia Olívia.

- Ora, ora, ora... É um complô de vocês contra mim? – Chega Ms. Charlote de surpresa.

- Mamis. – Falou Olívia, indo em direção e a abraçando-a.

- Oi meu amor, que saudade. – Falou retribuindo o abraço e beijando sua testa. – Harry meu querido, que bom que veio.

- Charlô querida, que bom revê-la, faz algum tempinho que não vem à Itália, Ilze está com saudades.

- Prometo que ao aliviar mais a tensão aqui eu irei. Mas e então, falando mal de mim vocês?

- Que nada Chalô, estávamos apenas falando da Pri e como estou feliz em finalmente conhecer uma pessoa que é tão querida de minhas amadas. – Dizia Harry com aquele grande sorriso.

- Sei... conheço vocês muito bem, espero que não estejam tentando que eu tenha um relacionamento sério. – Dizia Charlô com aquela levantada de sombrancelha fatal.

- Nada demais Charlô, estou apenas conhecendo o Colin, falou tanto dele, que estou feliz em finalmente o ver de perto. – Dizia eu tentando amenizar a situação.

- Relaxa Pri, conhece a mamãe, ela é bem intrigante e autoritária, gostar de impor medo kkkkk. – Dizia Olívia.

- E é Olívia? – Falou Ms. Charlote olhando pra ela.

- Brincadeira mãe kkkk, mas que é verdade é kkk.

- Talvez seja mesmo, talvez não. – Dizia ela com aquele olhar fatal que me derruba. – Mas sobre o relacionamento, espero que não estejam tentando mesmo.

- Ah Charlô, já entendemos. – Dizia Colin fazendo expressão de despreocupado.

- Afinal, namorar duas pessoas seria bigamia não?

- Namorar duas pessoas? – Perguntei eu confusa.

- Aêê, finalmente a mamis admitiu, boa Pri, quase conseguiu nos enganar com esse teatro de só amizade. – Falava Olivia.

- Então é oficial, vocês duas estão juntas? Parabéns, demorou, mas finalmente admitiu o namoro. – Dizia Colin feliz.

- Sim, estou namorando, mas não é com a Priscila.

- Oi? – Ficamos todos surpresos.

- Olha meu namorado chegando aí.

Do nada chega um cara com um buquê de flores, todo arrumadinho, aparentava ter uns trinta e poucos anos, no máximo 38. Chegou beijando ela. Reação de Colin e Olivia “Shii e agora? ”. Minha reação ”Quem é esse engomadinho aí que acha que pode pegar minha deusa? ”.

- Pessoas queridas, gostaria de apresentar o Henry, meu príncipe.

- Oi muito prazer, ela me falou muito sobre cada um, fico honrado em conhece-los. – Ele falou educadamente.

Rolou aquele climinha de silêncio das reações de Colin e Olivia me olharem, mas eu fiz as honras.

- Muito prazer Henry, sou a Priscila. – Falei apertando sua mão e beijando sua bochecha.

- Olá, prazer, sou Colin e esta é minha filha. – Deu um aperto de mão.

- Olá Henry. – Falou Olivia cumprimentando também.

Meu telefone toca.

- Com licença.

Fui atender e falei com uma paciente antiga do Brasil, que hoje era minha amiga, ela é piloto de avião, na verdade era advogada de um grande escritório, mas sempre fez aula de aviação, até que um dia foi chamada para participar de um programa de testes nos EUA (parece até top gun o filme kkkk).

Retornei até onde estavam todos e logo Olivia falou comigo, ela sabia que eu estava morrendo de ciúmes, mas eu sou orgulhosa e não admitir, nesse jogo eu ganho, morro mas não admito.

- Algum problema Pri?

- Não, apenas vou ao aeroporto.

- Fazer o que lá? – Perguntou Ms. Charlote em um tom, que nem parecia que havia me apresentado o “príncipe”.

- Vou buscar uma amiga que está chegando do Brasil, ela precisa de ajuda sobre uns documentos de aviação. Enfim, muito prazer, e até mais.

Eu já estava na porta chamando um táxi, quando Olivia gritou por mim:

- Pri!

- Oi?

- Fica assim não, você vai ver, ainda vão ficar juntas.

- Olivia minha linda, quem disse que eu quero? Estou muito feliz por sua mãe ter encontrado alguém, afinal eles devem ser bem mais compatíveis.

- Affs, você não percebe que isso tudo é teatrinho e que ela gosta de você?

- Ai, ai Olivia, tem que parar de achar isso, o que rolou já passou, mas deixa eu ir, preciso buscar a Andressa. – Dei um beijo na sua testa. – Se cuida.

- Pri?

- Oi.

- Salva meu número e me passa o seu.

- Ok.

- Falo com você pelo whats.

- Ok.

Me despedi dela e entrei no táxi, confesso, estou chateada e com ciúmes, mas não vou dar esse gostinho para Charlô, se ela está bem, ótimo! Posso seguir minha vida.

Fui encontra minha amiga, quem diria, ela que era uma paciente se tornou uma amiga incrível, lembro que ela chegou lá apenas pra fazer revisões de teste psicológicos pra poder continuar com a carteira de aviação.

Ao chegar no aeroporto, nem precisei entrar pra sala de desembarque, ela já me aguardava na porta.

- Priscila sua doida. – Falou me abraçando.

- Tenho mais juízo que você Andy (chamava ela assim).

- Nossa, até hoje quero entender essa combinação entre Andressa e Andy, chama de Dessa que é mais bonitinho.

- Eu sou a psicóloga e escolho o nome.

- Ok, ok, miss alteza.

- Às vezes me pergunto como você é advogada com bacharelado.

- Engraçado eu também me pergunto como você é psicóloga sendo tão arrogante.

Nos olhamos sério e começamos a rir.

- Então Andy, onde vai ficar?

- Em um hotel.

- Que isso, fica lá em casa, comprei um ap bem legal, tem aquele estilo clássico, mas você sabe, tudo aqui é clássico kkk.

- Valeu Pri, mas eu tenho que ficar no hotel mesmo, ordens do programa, fora que mais dois soldados vão chegar.

- Soldados? Você é da aeronáutica agora?

- Não exatamente, sou, porém não participo dos combates, sou treinadora dos caças e posso ser mentora durante alguma batalha.

- Isso por acaso é uma cópia daquele filme Top Gun – Ases Indomáveis?

- Quase isso, a diferença é que substituíram o Tom Cruise, por essa ruiva indomável aqui.

- Ruiva falsificada, você é loira, porém pinta de ruivo.

- Shhh, calada kkkkkkk.

- Haha, essa foi boa, ruiva indomável.

- Quem pode, pode bebê kkk.

- Tá bom, mas e então, pretende ficar quanto tempo aqui?

- Uns 4 dias no máximo.

- Hoje já é segunda, vai viajar logo na sexta da Paixão?

- Pois é, tenho que voltar logo, adoraria passar a Páscoa contigo, pra conversarmos mais, porém preciso voltar, por causa dos treinamentos e tudo.

- Entendo, mas e aí? Quer sair hoje?

- Pode ser, mas só se for a noite, por que vou até a marinha britânica, pra buscar uns papéis e aguardar os recrutas.

- Ok então, nos vemos mais tarde.

Deixei ela no hotel e fui almoçar, depois retornaria aos meus afazeres no consultório, Charlô não estava lá, havia saído com a família, eu cumpri minhas obrigações e depois fui pra casa me arrumar pra sair com a Andy.

A Andy é uma boa amiga, ela é como eu, não liga pra relacionamentos, e tem esse jeito badgirl jaqueta de couro, no caso dela, ela usa a de insígnias da aviação, é uma jaqueta bem bonita (olhem no google, Jaqueta de Top Gun), mas dessa vez, saímos no estilo formal. Ela é um pouquinho mais alta que eu, no máximo, um 5 cm, atualmente ela está ruiva, mas ela é loira natural, pele branquinha, não entendo, gosta de uma praia e ainda está assim, acredito que o protetor solar que ela usa deve ser fator 500, por que sei não, que tipo de pessoa vai à praia e não pega bronze? Ela tem olhos cinza natural e um sorriso encantador, as vezes dá até vontade de rir só de olhar pra ela. Por que na minha vida só entra gente doida? KKK.

Logo chegou a noite e nos encontramos no restaurante, ela estava tão arrumada que nem consigo pensar em alguém pra assemelhar, um vestido azul marinho, salto preto, cabelo pro lado solto e um batom vermelho, estilo chupa minha boca.

- Quer um babador Pri? – Dizia ela sentando.

- Talvez mais tarde.

- Nem preciso chamar né?

- Com certeza não.

- Ótimo.

Isso acima foi um diálogo resumido da futura transe que ocorrerá após esse jantar.

- Então Pri, fiquei sabendo do seu namoro, que pena, achei que finalmente alguém colocaria uma coleira em você.

- Que nada, não estava preparada e não era justo, fora que não me prendo muito, voltei a trabalhar com a Ms. Charlote, estou bem como antes. Mas e você, namorando?

- Ms. Charlote né? Aposto que tá rolando muita coisa ai.

- Se for sobre trabalho sim, mas sobre outras coisas não, agora ela namora e aparentemente está feliz. – Falei em um tom irônico.

- “Aparentemente”? Melhor nem falar mais sobre isso, antes que você jogue essa taça de vinho em mim.

- Por que eu faria isso?

- Ciúmes dela talvez.

- Que ciúmes o que? Estou muito bem sabia?

- Sei até de mais, quebra já a taça com essa força ai. Mas vou ficar calada sobre isso. Enfim, sobre os relacionamentos, nada como sempre. Em compensação, tenho uma supervisora que é muito irritante, sério, parece que tudo o que faço nunca está bom, toda mandona, cheia de coisa, affs, me culpa por tudo. E eu sou bem aplicada em tudo que faço, mas ela cismou comigo, só porque sou a única que respondo ela ao tom perante a qualquer pergunta.

- Acontece, são como professores, sempre haverá um chato haha.

- Verdade, a gente saí da escola e se forma, mas ela não sai da gente kkkk.

- Já deixou de andar de moto? Kkkk.

- Tá louca? Nunca, aquela Harley é minha vida também, andar nela é uma das melhores coisas que faço, tirando o sexo é claro kkkk.

- Safada kkkkk.

- Por falar em Harley, e você mocinha, quando vai comprar a sua? Nem vem com desculpas, porque habilitação A&B você tem, e dinheiro tem bastante.

- Não sei, guardei muito durante esse tempo, vendi meu ap no Brasil, o carro também, comprei um lugar novo aqui, tenho umas economias.

- Acho que você está procurando uma razão, e posso te dar uma, A VIDA. Se solta menina, sei que foram muitas coisas e principalmente o que tá acontecendo nesse seu coraçãozinho por causa de uma certa psicóloga/mentora, então se solta. Amanhã quero que venha em um lugar comigo.

- Trabalho de manhã e à tarde.

- Inventa uma desculpa e vem, vou te ajudar.

- Em que?

- Segredo... Mas agora já que acabamos, acho que quero a sobremesa lá em cima no meu quarto.

- Duas ativas juntas dão certo?

- Eu sou ativa e passiva bebê. Hoje seus dedos vão quebrar comigo.

E ela foi ela me levando pelas mãos. Então o que esperam? Isso mesmo, sessão sexo pertuba vizinhos de quarto.

- Vem Pri, me fode com muita força, pega esse dildo e coloca no meu cuzinho.

- Calada Andy, eu que mando aqui, ahhh.

- Pode mandar, mas só hoje, vem aqui me beija... isso... hum... ahhh.

- Sua ruiva falsificada, goza na minha boca, vai, quero sentir seu gosto sua ninfentinha.

- Ninfeta não, sou mais velha que você 3 anos, você que deve me obedecer.

- Manda então.

- Abre a boca. – Ela gozou em mim, que gosto delicioso. – Agora vem aqui vem.

- Sinta seu gozo.

Depois de uma sessão de 2 horas seguidas de sexo, com direito a reclamação dos vizinhos caímos no sono, acordei tão cansada na manhã seguinte que esqueci do trabalho, quando olhei pro relógio, 10:30 A.M. Ela não se encontrava mais ao meu lado, estava no banho e eu olhava meu celular, trocentas ligações, Olivia, Ms. Charlote e sei lá mais quem, nem iria arriscar ligar pra não morrer haha.

Esperei a maluca da Andy sair do banheiro e partiu banho de gato.

- Hey doida, toma banho direito.

- Tô atrasada pro trabalho.

- Pra tudo tem uma primeira vez.

- Engraçadinha.

- Nem adianta ir esse horário mais, vai pela tarde, nós vamos sair.

- Pra onde?

- Vou te levar em um lugar pra você se soltar.

- Um PUB pela manhã? Já basta o vinho de ontem, 5 garrafas, mais as doses de whisky.

- Se arruma logo e vamos, ainda temos que passar na sua casa pra você trocar de roupa e colocar uma mais casual.

Depois que sai, ainda passamos na minha casa e eu coloquei uma calça social, uma camisa branca de seda e meu blaizer.

Rodamos de táxi, até chegarmos a uma loja de motos da Harley.

- Posso saber o que estamos fazendo aqui? – Perguntei eu.

- Você já sabe o que, escolhe logo a moto que sei que quer muito.

- Idiota sabia mesmo. Mas acho que já sei qual vou querer, a Touring.

- Ótima escolha, porém, não posso deixar você levar a Touring ainda.

- Posso saber porque?

- Claro, você ainda não é um espírito livre, enquanto você não admitir o que sente por aquela Ms. Charlote, não vai se sentir assim. Cara, olha a sorte que tu tem, ela parece até uma modelo da Victoria Secret, eu daria um rim pra ao menos beijar aquela deusa, com todo respeito.

- Mas eu vou levar a moto e pronto.

- Não, não posso deixar, depois você vai entender o porquê.

- Então senhorita espírito livre, mais alguma coisa?

- Esperando você escolher outra.

- Já escolhi.

- Já?

- Sim, eu levarei a Dyna.

- Boa garota, não poderia ter sido melhor, já é o começo perfeito.

Depois daquela burocracia, da compra, óbvio faltava a jaqueta e os capacetes, são marcos da marca, não pode faltar. Agora estava motorizada, pronta pra tudo. Mandei personalizar meu capacete de primeira.

- Vamos? Te deixo na marinha antes de ir trabalhar.

- Vou de táxi.

- Me fez comprar uma moto e nem posso dar carona?

- Hoje não.

- Porque? Tá achando que sou barbeira?

- Longe disso, é seu primeiro dia com ela, você precisa andar com ela e sentir aquele vento de liberdade no seu rosto, deixe ela te guiar, vai por mim, com o tempo você entenderá.

- Eu em, que loucura, mas se tá dizendo eu vou. Mas direto pro trabalho, assim já ando com ela.

- Nada isso, vai andar com ela e amanhã tu trabalha.

- Tenho vida boa não viu? O que vou dizer pra minha chefe?

- Relaxe, eu vou lá, digo que você foi convocada pela marinha hoje para uma avaliação.

- Você acha que ela é idiota?

- Não, mas eu levarei meus recrutas lá, fique relaxada, vai passear, hoje é terça, mas é especial.

Então sai dali, nossa, tinha um tempão que não pilotava uma moto, errei umas 2 vezes até acertar o ponto certo, e quando consegui, sim, veio aquela sensação, passear em Londres e indo um pouco até depois da saída da cidade, passeando pelo campo, me fez esquecer do mundo, que coisa boa. Mas o que será que aquela maluca disse a Ms.Charlote?

**Consultório**

- A Priscila não me atende, estou preocupada, desde ontem não a vejo, ela não veio trabalhar hoje. – Falava Ms. Charlote aflita.

- Calma mãe, talvez ela só tenha amanhecido doente e tenha ido ao médico. – Dizia Olivia.

- Mesmo assim, ela daria sinal de vida, filha. – Falava Colin, tentando manter Charlote calma.

- Ela deve estar triste e preferiu ficar sozinha hoje. – Dizia Olivia.

- Triste? – Perguntava Charlote.

- Olivia! – Repreendia Colin.

- Ah pai, vai dizer que você também não pensa assim? A mamãe apresenta um namorado na frente dela e ela vai ficar bem?

Alguém bate na porta, era a secretária.

- Ms. Charlote, 3 oficiais da marinha estão aqui.

- Marinha? O que pode ser? Mandem-nos entrar.

- Olá boa tarde, sou a Tenente Andressa de Carvalho e esses aqui são meus companheiros de aviação.

- Boa tarde, em que posso ajuda-los?

- Estamos aqui pra falar da senhorita Priscila.

- Ah meu Deus, aconteceu alguma coisa com ela? Ela está bem? - Dizia Ms. Charlote aflita.

- Sim, calma, ela está bem, vinhemos aqui notificar a justa causa de sua falta hoje ao emprego. Nós somos brasileiros que estamos passando por um teste e nos foi solicitado alguém que já nos tivesse atendido antes, para a prova psicológica.

- Mas ela não avisou nada a mim ontem.

- Verdade, nem ela sabia, fomos busca-la no apartamento dela hoje bem cedo.

- Mas por que ela não ligou.

- Não se pode entrar qualquer aparelho eletrônico que não seja autorizado.

- Entendi, mas pode dizer quanto tempo ela ficará fora?

- Hoje mesmo ela retornará a sua residência e amanhã pela manhã, voltará as suas atividades regulares.

- Ah, muito obrigada então, pela notícia, foi um alívio saber que ela está bem.

- Disponha, com licença e tenham um bom dia.

**Voltando a Priscila**

Cheguei em casa à noite, aquela doida tinha razão, andar por ai é ótimo, esqueci até do mundo, pelo menos até o momento que peguei o celular e lembrei que tinha vida social.

Aquela maluca me liga contando o que fez, ora eu ria demais, ela foi vestida de marinheira e contou uma mentira muito doida a Ms. Charlote que não acredito que ela tenha acreditado e que eu teria que falar com alguém pra dar sinal de vida.

Liguei pra Olivia, minha amiguinha, com certeza essa toparia andar de moto comigo.

- Olivia boa noite... – Ela me interrompe.

- Priiii, que susto você nos deu hoje, pensamos que estivesse sido sequestrada, sorte que seus amigos da marinha foram lá.

- É né? KKK, o que vai fazer amanhã bem cedo?

- Dormir eu acho kkk.

- Quer dar uma volta comigo?

- Que horas?

- Umas 5:30 A.M.

- Tá louca é? Muito cedo, estamos na primavera eu sei, mas calma ae.

- Quero te mostrar uma coisa.

- Deve ser importante, pra logo você me pedir isso, ok eu vou.

- Eu te espero na esquina da sua casa, mas por favor, não conte a ninguém que vamos sair.

- Uau que mistério, gostando mais ainda.

- Ok então, passo ai pela manhã, beijo, boa noite.

Amanheceu, cheguei lá na esquina da casa dela, de Harley e chamei ela.

- Bora?

- Não acredito? Quando comprou?

- Ontem.

- Ué, você não estava na marinha fazendo sei lá o que?

- Era mentira, saí na noite anterior, fiquei de ressaca, acordei tarde, e aquela minha amiga que foi lá no consultório ontem mentir, foi comigo comprar a moto.

- Você mentiu pra mamãe? Se ela descobrir, você tá morta.

- Só se você contar.

- Minha boca é um túmulo, o que tá esperando? Vamos dar uma volta.

- Bora.

- Pri, uma coisa, vem passar a Páscoa lá na casa de mamis, sei que o namorado dela vai estar lá, mas não quero que fique sozinha.

- Não vou ficar sozinha, olha minha exterminadora aqui comigo pra passear.

- Você batizou a moto com esse nome? Espero que haja uma boa razão.

- Por causa do filme do Exterminador do Futuro haha.

- Faz sentido, as vezes tu parece uma máquina sem sentimentos.

- Como é? – Olhei séria.

- Brincadeirinha, bora logo.

Passamos a manhã andando, até dar a hora de eu ir pro consultório, deixei a Olivia em casa e depois passaria pra buscar ela, pra ir comigo. Passei em casa, troquei de roupa, me vesti socialmente, mas ainda peguei a jaqueta e fui buscar Olivia.

Chegamos e deixei minha moto estacionada em frente, assim da minha sala no andar de cima daria pra vê-la.

Ao chegarmos, estávamos rindo, e falando algumas bobagens, quando aquele olhar de leoa nos encara.

- Finalmente apareceu, como foi na marinha ontem? – Perguntou Ms. Charlote com aquela desconfiada de poucos amigos.

- Muito bem, me chamaram de surpresa, mas ocorreu as coisas na medida do possível.

- E você Olivia, onde esteve hoje mais cedo que não te encontramos?

- Fui fazer caminhada.

- Sozinha?

- Não, a Pri me acompanhou.

- Isso é verdade Priscila? – Perguntava ela me olhando bem nos olhos.

- Sim, estive mais cedo no portão da sua casa para esperar Olivia, foi uma caminhada boa. Voltamos assim que saíram, perdoe-me o atraso, tive que ir casa tomar banho pra vir.

- Tudo bem, e esses capacetes de quem são?

- Meus, Charlô.

- Como assim seus? Capacetes são para quem tem moto ou algum veículo semelhante, e que eu saiba, você não tem motocicleta.

- Na verdade tenho.

- Desde quando? E porque nunca a vi você com ela?

- Eu estava guardando, andava algumas vezes, porém, sempre vim ao trabalho de táxi.

- Não ia me contar sobre a compra de uma motocicleta?

- Calma mãe, quanta autoridade, ela ia fazer surpresa.

- Olivia, não me mande ficar calma, você sabe o que penso sobre motos, o quanto de facilidade elas tem de ocorrer acidentes.

- Sinto muito Charlô, não ter contado antes, seria surpresa, mas já que tudo foi esclarecido, preciso trabalhar. – Dizia eu saindo.

- Espera Priscila. – Falou Ms. Charlote.

- Eu sugiro que você se desfaça dessa moto, para o bem de todos aqui.

- Por que eu deveria fazer isso? Não estou machucando ninguém.

- Mas poderia, você andou com minha filha hoje e se tivesse acontecido algo?

- Eu sou bem prudente ao trânsito, obrigada. Enfim, Olivia é bem grandinha e acredito que possa tomar suas decisões. E eu não vou me desfazer da moto.

- Está me provocando?

- Ah mãe, para vai, por favor, affs, deixa a Pri, que coisa, você já está namorando, muito feliz ai com esse Henry, até agora quer mandar nela? Ela é uma perfeita piloto, segue mais as leis do que qualquer outra coisa, fique sossegada, não há perigo em andar com ela. – Dizia Olivia me defendendo.

- Acho bom minha filha não se machucar Priscila, recado avisado. – Charlote me avisou e saiu.

- Ufa por pouco. – Dizia Olivia.

- Sei não sua mãe parece não ter engolido bem essa história.

- Relaxe ela acreditou, enfim, domingo lá em casa viu, de preferência leva uma torta de morango.

- Favorita da sua mãe.

- Isso, olha eu sei que foi uma surpresa esse namoro e...

- Olivia é a vida, se sua mãe tá feliz, bom pra ela, agora deixa eu ir.

“ O que eu estava fazendo? Mentindo pra mim, óbvio que eu estava com ciúmes da Charlote, mas não iria admitir, ela que seja feliz. Mas será que aquela acreditou nessa história da marinha inventada por aquela louca da Andy? Minha preocupação é essa, agora é aguardar pra saber”.

Mais uma vez desculpa se ficou grande, pelo menos esse mata a saudade haha, um beijão a todas que leram, as que comentam e as que ficam no anonimato. Qualquer coisa é só perturbar no email/skype: stardustwriter@hotmail.com. Até mais.

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Comentários

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Como sempre seu conto está muito bem escrito, parabéns! Eu li este faz alguns dias mas, não comentei pois havia perdido minha senha e por esta razão o estou fazendo agora. Beijo😘

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É a segunda vez que comento num dos seus contos que sempre acompanho. E concordo com a, olivia. Esse relacionamento da Miss Charlô não passa de fachada! A pri tem que fazer alguma coisa. Com certeza ambas sentem algo uma pela outra, porém não permitem. Só falta um empurraozinho apenas.

Continua... Pfvr!

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Otimo...Ve se nao demora pra voltar tb....

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