Cap 33 - Adriana Pacheco

Um conto erótico de R Pitta
Categoria: Homossexual
Contém 1150 palavras
Data: 08/02/2017 15:08:34
Última revisão: 08/02/2017 15:31:00

Diaminha vó Luiza veio a óbito. Dedicarei essa capítulo a ela, entao, provavelmente, em alguns trechos, o que vocês iram ler será mais os sentimentos de Raquel Pitta do que o conto narrado por Adriana Pacheco.

.#.

.#.

O corpo ainda não havia chego na pequena capela, o que tinha me deixado mais aflita com toda aquela espera. Meu avô já chorava pela perda de sua nora, contagiando a todos que estavam presentes. Onde comigo não foi diferente. Meu pai andava de um lado para o outro, recepcionando os parentes e amigos que chegavam no local.

- Minha querida, ela está melhor. Parou de sofrer, tá? - Um antiga amiga de minha mãe disse ao me abraçar seguido de um "Fica com Deus" muito emocionada e seguiu rumo ao meu irmão que estava sendo consolado por sua namorada.

O Choro estava travado em minha garganta, fazendo uma dor forte me sufocar. O olho já ardia, o rosto queimava pela força que fazia para não chorar, a cabeça explodia . Todas as tentativas foram em vão no instante que olhei para trás e vi o rabecão encostando na calçada da capela. As lágrimas rolaram rosto a baixo sem o menor esforço. Simplesmente coloquei as mãos no rosto e chorei de soluçar, onde fui aparada pelo abraço reconfortante de Adriano.

O caixão foi posicionado e aberto. Um por um foram fazer a última visita/despedida para minha mãe, até chegar minha vez.

- Benção, mãe. Acho que nunca mais verei esses lindos olhos azuis...

- "...que um dia a terra há de comer" - Papai completou a frase hábitual de sua esposa. - Vai lá falar com seu irmão.

Fui procurar Drico e me deparei com Melissa chegando. Fui ao seu encontro, nos abraçamos e ali ficamos um tempo até desfazer o abraço e me virar encontrando Melissa na Porta. Só abri os braços e ela seguiu em minha direção onde dei um abraço que foi muito bem retribuído.

- Obrigada pelo ombro amigo. - Sussurrei em seu ouvido.

- Cinquenta centavos. - Sussurrou de volta.

E ali foi feito o único momento em que consegui esboçar um leve sorriso e fazer uma tentativa de piada.

-Nossa. Tá barato.

- Por um real dou até cafuné.

Sorrimos uma pra outra e desfizemos o abraço. Mel foi falar com Adriano e eu voltei para papai que estava olhando fixamente o caixão, que mais parecia ter uma boneca de cera do que o corpo de minha mãe.

Começou a juntas amigos e parentes a nossa volta nos dando os pêsames e conselhos nos quais acho que ninguém segue. Pouco tempo depois o caixão foi fechado e levado para dentro do cemitério.

Naquele instante nem Mel se aguentou e caiu nas lágrimas. Logo após a despedida dolorosa, a Ruivinha se despediu e seguiu seu rumo. Entrei no carro de papai junto com Drico e minha cunhada e fomos para casa.

" A casa parece vazia. " foi a única coisa que soou em minha mente ao abrir a porta. Meu pai mandou eu ir tomar banho e descansar um pouco. Prontamente atendi sua ordem me dirigi para o banheiro e por lá fiquei até as pontas dos dedos enrugarem. Já no meu quarto, enrolada em minha toalha branca, deitei na cama e esperei o sono chegar.

3 horas depois e eu ainda estava com os olhos vidrados no teto. Coloquei uma roupa e fui pra sala. Meu pai e meu irmão estava conversando. Não tinha mais sinal de minha cunhada.

- ...vai ser o melhor.

Cheguei a tempo de ouvir a última frase dita por Adriano.

- O que será melhor? - Perguntei.

- Senta aqui e vamos conversar.

Fui me aproximando do sofá e sentei no colo do meu irmão.

- O que está acontecendo?

- Vou tentar ser direto. Nós vamos voltar a morar em Goiânia.

Fiquei perplexa. Voltar pra Goiânia? Mudar de cidade já é difícil, imagina de estado. Ele continuou.

- Seu avô me chamou pra voltar a trabalhar com ele e eu aceitei. Era o que sua mãe queria e o que precisamos. - Ele falava e falava e falava... As palavras se embaralharam em minha cabeça. Muita informação em pouco tempo. Eu não queria, não podia. Mas o que faria? Com apenas 17 anos meu pai nunca me deixaria aqui sozinha. - Já estou vendo o mais rápido possível as coisas para a mudança.

- Vocês me pegaram de surpresa. - Olhei para meu irmão - E sua namorada? seu curso?

- Eu vou ter que sair. Lá vai valer a pena. Milena e eu vamos ter que entrar em um acordo.

- Tá bem. O senhor tem que falar no meu trabalho, pai.

- Já tinha esquecido desse detalhe. Amanhã resolvo tudo.

A campainha toca e ele vai rumo ao portão. Adriano me levanta no colo e me roda pela sala.

-PARA, MOLEQUE! AAHH!

- Vamos nadar um pouco? Apostando uma coca.

Éramos uma dupla de peixes. Desde pequenos adorávamos nadar e competir um com o outro. O abracei e concordei.

-Começaremos apostando corrida até o banheiro. certo?

-Certo.

- Valendo.

O sacana me joga no sofá e sai correndo pelo corredor até chegar no banheiro.

- Adrianooo!

Corri pro quarto de meus pais e tomei banho na suíte deles. Em pouco tempo já estávamos prontos para sair. Passamos pela sala cumprimentando as visitas e fomos para o clube.

Pelo horário estava vazio, o que foi maravilhoso. A brincadeira estava legal até o gato molhe que eu chamo seu irmão se distrair olhando as garotas chegando e esquecer de fazer a volta, batendo com a testa na beira da piscina. Só deu pra ouvir aquela porrada oca.

- Lerdo. Me deixe ver.

- Caramba, vou parecer um unicórnio.

- O chifre você já tem.

Ele levou na esportiva e saímos do clube rumo a um bar. Queríamos esconder a dor da perda recente, distrair a mente. No começo não éramos tal amigos assim, era aquela guerra entre irmãos, aquele pega pra capar. Só que depois dos meus problemas com as drogas ele se mostrou ser um rapaz muito carinhoso e prestativo. Viramos um grude.

Chegando num bar próximo tive que pagar a Coca pra ele. E por lá ficamos até o cair da noite. Conversa vai, conversa vem...

- Eu também não queria ir. Queria continuar aqui, mas papai precisa da gente agora mais que nunca. Não sei como vai ficar meu namoro, eu a amo e não quero perde-la também. - Dizia em meio as lágrimas - Só sei que não posso perder você.

- Você não irá me perder.

- Eu te amo, maninha.

- Também amo você.

- Eu pareço um gay chorando assim. Todo emotivo.

- Canceriano, meu amor. O que queria?

- Já tô achando viado e tu vem com papo de Signo.

Paguei a conta e fomos embora pra casa que era um bom caminho a percorrer.

"Pedi a Deus um novo começo, não imaginava que irá começar do zero"

###

###

S.Veneno, Obg, minha linda.

Sam, Feliz aniversário atrasado.

Menor unicórnio, parabéns para o seu novo começo tbm.

E desculpem pela demora, meus amores.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive R Pitta a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

A dor da perda é tensa e só quem já perdeu alguém próximo sabe o quanto é dificil lidar. Continue sendo sempre essa pessoa forte, que transforma a dor em inspiração e que sempre tem um sorriso lindo pra alegrar o dia de quem está a sua volta. Quero mais contos. 😘

0 0
Foto de perfil genérica

Sei como e perder alguém .nossa em algumas coisas eu relembrava do que passei a 10anos atrás, esta muito bom mesmo triste, continua. Bjs obg pro lembra mesmo atrasado.

0 0
Foto de perfil genérica

Nossa anjo essas perdas são sempre ruim,que vc cont essa pessoa alegre e cheia de viida que mesmo quando as lagrimas teimam em cair tem um sorriso lindo para conforta aos seus bjus no sz anjo *.*

0 0
Foto de perfil genérica

Sinto muito por sua perca, Pitta! Realmente é um momento muito delicado!!! Desejo muita força à vc!! Enfim... Vê se não demora muito, tah? Rs Aguardando os próximos!! 😉

0 0