As aparências enganam #05

Um conto erótico de Eduardo
Categoria: Homossexual
Contém 1689 palavras
Data: 12/01/2017 22:14:36

Oi galerinha da Casa dos Contos. Eu estou de volta pra postar a continuação dos meus contos. Esse é o quinto capítulo da saga "As aparências Enganam". que postei pela última vez em 24 de agosto do ano passado. Agradeço de antemão às leituras e aos comentários de amigos como Ru/Ruanito, Ryuho e SafadinhoGostosoo. Curtam a volta do conto, que será postada semanalmente.

##########################

ALBERTO: O que eu deveria saber, Eliana? Eduardo?

ELIANA: Eu acho que você precisa contar sua decisão a ele.

EU: Você está certa.

Não consigo imaginar a reação do Beto ao saber que eu reatei com o Ricardo.

EU: Bem... Como é que eu vou te dizer... - suspiro – eu voltei com o Ricardo.

Foi arrasador ver o rosto dele entristecer ao ouvir da minha boca o que acabei de falar.

ALBERTO: Eu não acredito nisso... - ele diz com voz baixa e com lágrimas nos olhos.

EU: Beto, eu sei que parece loucura, mas eu precisei voltar pra ele. Meu coração não me deixa esquecer dele.

ALBERTO: Juro, eu entenderia se fosse com qualquer outra pessoa. Qualquer outra! Mas o Ricardo? O Ricardo que te humilhava todo dia, o Ricardo que brincou com os seus sentimentos, O Ricardo que armou aquela cilada e que te expôs na sala de aula... Isso é um absurdo!

EU: Eu sei que parece um absurdo voltar a namorar com ele, mas preciso descobrir quem eu realmente amo.

ALBERTO: É bom você descobrir quem você realmente ama. Acho que você só vai saber disso quando você aprender a se amar. Mas não pense que eu estarei esperando por você.

EU: Beto, Beto, BETOOO! – eu gritei mas foi em vão. Ele já estava longe do meu alcance visual.

Depois das aulas, me peguei pensando nas palavras do Beto. O que será que ele quis dizer com eu teria que ‘aprender a me amar'? Mas eu me amo. O que isso teria que ver com o Beto e o Ricardo?

Nos dias que se seguiram, o meu namoro com o Ricardo estava uma maravilha. O sexo era muito bom, ele era pauzudo e era um pouco selvagem. Confesso que no início eu amava esse jeito dele, mas agora isso está me tirando o sono.

O Alberto se afastou completamente da minha vida. Desde o dia em que eu contei do meu namoro com o Ricardo, o Beto nunca mais falou comigo, não responde minhas mensagens pelo SMS, Whatsapp, Facebook, e nada dele responder.

Meu porto seguro na minha vida era a Eliana.

ELIANA: Sua vida está turbulenta, migo. Mas não é hora de dar pra trás, apesar que você já deu pra trás bem gostoso, né?! Kkkkkkkkkkkkkkkkk Aiiii! – gemeu depois de eu dei um beliscão – Essa doeu!

Eu: fique fazendo piadinhas sobre mim de novo que você vai ver!

ELIANA: Mas é sério, migo, você não pode desistir agora. Se você começou a entender seus sentimentos pelo Ricardo e pelo Alberto você terá que ir até o fim.

Eu: É verdade, miga.

ELIANA: você já descobriu quem você realmente ama?

EU: Ainda não. Está muito difícil dizer ainda. Eu amo o Ricardo, mas a cada dia que passa Ricardo vai perdendo encanto. Ele parece um cara possessivo. Eu sinto isso apesar dele nunca ter demonstrado.

ELIANA: E você já comparou o seu namoro com o Beto?

EU: Já sim, miga. Com o Beto eu me sentia como um príncipe, sendo mimado, amado, protegido. Sabe?! Sabe aquele amor pegajoso? Mas me fazia tão bem. O Ricardo é um daqueles machos rústicos, com pegada forte e tudo. Mas ainda o amo mesmo assim.

Eliana: Vixe! Você está numa situação pior do que eu imaginava.

Terminamos de conversar e fui pra minha casa. No caminho eu passei pela rua da casa do Ricardo. Eu estranhei o portão e a porta da casa dele estavam abertas. Abertas não, escancaradas! Aquilo me chamou a atenção. Eu fui me aproximando devagar da residência, sorateiramente.

Ao olhar através do portão para dentro do imóvel, quem eu vejo sentado no sofá - além do Ricardo? O Rafael! O que será que esse maldito está fazendo na casa do meu namorado? E mais por que eles estão interagindo como bons amigos apesar de Ricardo saber de tudo o que esse desgraçado fez comigo? Eu tenho que descobrir!

Ao me aproximar da porta, eu acabo pisando em um bacia pequena que estava no rol da casa, o que fez um barulho alto o suficiente para fazer os dois lá dentro pararem de falar. Então, mais do que depressa eu saí dali e me escondi numa mureta que ficava quase em frente a casa dele. Ele aparece no portão, olha para um lado e para o outro e volta para dentro da casa após fechar o portão.

Eu não sei o que o Ricardo e o Rafael conversaram, mas não gostei nada nada de ver os dois juntos.

Eu combinei de me encontrar de noite com o Ricardo. Eu precisava saber o motivo da aproximação dele com o Rafael. Não faria sentido os dois ficarem amigos depois de tudo o que ele fez comigo. Então ele chega na praça aonde eu combinei de encontrá-lo.

EU: Oi amor, tudo bem. - dei um selinho nele.

RICARDO: Oi amor. Qual a razão desse encontro aqui, na praça?

EU: Nada demais. Eu queria conversar com você. Eu vou te fazer uma pergunta, e quero que seja sincero: você me ama?

RICARDO: Oxe! Que tipo de pergunta é essa? É claro que eu te amo. Por que você me faz esse tipo de pergunta?

EU: Porque eu preciso entender o que rola entre a gente. Durante muito tempo você me ofendia, me criticava. Depois me confessou que me ama e conseguiu me comer, desculpe a expressão. Logo usou a nossa transa para me humilhar e me rebaixar. Agora você está namorando comigo de novo. Isso me deixa confuso, Ricardo. Você me ama ou me odeia?

RICARDO: EU TE AMO! - essa expressão irritada me assustou – eu te amo, amor! Não duvide disso...

Pela primeira vez eu tive medo do Ricardo. Eu automaticamente me lembrei de casos de casais héteros que terminaram de modo trágico por causa de ciúmes ou por sentimento de posse. A atitude de Ricardo fez acender um farol amarelo na minha consciência. Isso era indício de uma tragédia passional.

RICARDO: Não me olha assim, Eduardo. Eu não sou nenhum monstro. Eu fui pego de surpresa por você, por ter duvidado do meu amor por você.

EU: Ricardo, eu acho melhor a gente ir pra casa. Cada uma pra sua casa. Eu quero que você faça uma coisa: quero que você tente descobrir as razões pra me amar. E não vale dizer que é pelo meu interior. Você entendeu?

RICARDO: Entendido, amor. Eu vou pensar nisso.

Depois disso, fomos cada um pra sua casa. Eu fiquei meditando no que acabou de acontecer, naquele surto do Ricardo, na amizade entre ele e o Rafael, e na ausência do Alberto na minha vida. Minha vida estava igual a uma cidade devastada por um temporal: um caos. Era necessário retomar o controle da minha vida, e eu precisava dar o primeiro passo.

No caminho de volta, eu avistei o desgraçado do Rafael conversando com uma turma. Algo me dizia que algo ali estava errado e que eu deveria me aproximar dali pra descobrir o que é. E assim o fiz, me ocultei nuns arbustos próximos a ele.

O que eu ouviria ali foi revelador.

RAFAEL: Então tá tudo preparado, né?!

CARA 01: Tudo. As gravações estão no meu PC.

RAFAEL: Perfeito! Em pouco tempo o otário do Eduardo vai se afastar de uma vez do Ricardo.

CARA 01: Rafael, eu quero entender: por que você quer destruir o Eduardo? O que foi que ele fez para você fazer isso com o rapaz?

RAFAEL: Bom, Douglas, eu posso confiar em você, não posso?

DOUGLAS: Sem dúvidas Rafa!

RAFAEL: Então, eu quero destruir a relação do Ricardo com o Eduardo porque não era pra eles ficarem juntos. Na verdade era pra ser eu o namorado do Ricardo.

DOUGLAS: Oxe! Mas você não é viado, Rafael?

RAFAEL: E não o sou, Douglas. Eu nunca tive interesse por homens, mas o Ricardo sempre foi um cara da minha vida. Somos amigos desde a infância, convivemos juntos, sabe?! Sabemos mais um do outro do que sabemos de nós mesmos. E com o tempo eu me dei conta que sou apaixonado por ele. Só por ele. Eu não quero homens, eu só quero ele, entendeu?

DOUGLAS: Entendo, você ama o Ricardo. - Rafael afirmou – Mas então, por que você não fala isso pra ele.

RAFAEL: Eu tentei, Douglas, eu tentei. Mas o Ricardo só vive falando do idiota do Eduardo. "Ah é Edu pra cá, Edu pra lá, Edu é isso, Edu é aquilo..." E não tenho nem a chance pra confessar meus sentimentos. Por isso que quero acabar com o relacionamento deles. E como você sabe, o Eduardo é o maior mané, todo indeciso e otário. Só preciso soltar umas bombas pra quebrar a confiança dele no Rafael, e Eduardo vai mandar o Rafa pastar e eu estarei ali, pra consolá-lo. E aí eu dou o bote!

DOUGLAS: Puxa, Rafa! Você é realmente inteligente, viu?! Não se preocupe, de minha parte, vai estar tudo pronto.

RAFAEL: Perfeito! Agora vamos embora porque eu tenho outras coisas pra fazer.

Eu continuei escondido até ter certeza que todos eles haviam dispersado. Confesso que fiquei chocado com o que ouvi. Quer dizer que o Rafael fez tudo aquilo porque está apaixonado pelo Ricardo. Nunca pensei, mas até que faz sentido. Ele tenta destruir o meu relacionamento e até agora está conseguindo. Eu tento muita informação pra meditar em pouco tempo. Eu vou pra casa e vou cair nos braços de Morfeus.

Ao me aproximar de casa, eu vejo uma silhueta familiar. Cada vez que eu me aproximava do portão da minha residência, mais nítida fica. Logo eu vejo alguém que acreditei que veria depois de tanto tempo afastado.

EU: Alberto?!

ALBERTO: Eduardo!

EU: Quanto tempo! Como vai você?

ALBERTO: Eu vou levando a vida. Preciso conversar com você e é algo importante.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive R.S. a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Confesso que já tinha desistido. Pensei que não continuaria mais esse rss... Bom, o capítulo ficou muito bom. Tô curioso pra saber o que o Eduardo vai fazer depois de ter escutado a conversa do Rafael. Não demore, please!

0 0