Felipe e Guilherme - Amor em Londres - 01:

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 4331 palavras
Data: 16/12/2016 23:34:38
Última revisão: 20/02/2019 04:33:15

Oi, gente, tudo bom? Voltei agora com um novo conto. Ainda não comecei a escrever a segunda temporada de 'Amor de Peso', mas trabalharei nela em 2017, prometo. Esse romance que vou publicar a partir de hoje conta a história de Felipe, Guilherme e Tchubirubas. Mais uma vez, esse conto é para quem gosta de uma pegada mais romântica, então espero que gostem, compartilhem e comentem. Metade da trama vai se passar em Londres, ou seja, a maioria dos personagens falam em inglês, mas todas as falas serão em Português, quando os personagens falarem na nossa língua, vou deixar explicado no próprio texto. (complicado, mas é bem simples). Então, peço que compartilhem e comentem para saber o feedeback da história. Muitas pessoas entraram em contato comigo através do email. Se você quiser o endereço eletrônico vai estar no final desse capítulo. Obrigado. Aproveitem:

A vida pode ter caminhos tortuosos, mas será que no final a jornada vale a pena? Nessa minha trajetória, vi histórias, viajei pelos quatro cantos e conheci pessoas que fizeram o extraordinário acontecer. Você pode não perceber a minha presença, mas eu estou ali. Durante milhares de anos, eu e a minha espécie tivemos a oportunidade de ver os mais variados tipos de amor, e particularmente, eu amo fazê-los acontecer. Se você acredita ou não, deixo por sua conta. Uma coisa eu te falo, os cupidos são reais, e eu sou prova viva disso. (rindo)

A nossa história acontece na cidade de Porto Estrela. Dia 22 de Junho de 2010. O clima está bom e a movimentada cidade acorda com toda sua glória. Guilherme Thompson despertou cedo, tomou um banho e café. Ele morava sozinho em uma bela cobertura, localizada na Avenida Madame Lucardi, uma das principais áreas nobres da cidade. O jovem tinha a companhia de Celestina, sua babá desde a infância, e naquela manhã, apesar de não parecer uma comemoração, ele completava 18 anos.

Celestina: (entra com um cupcake de morango, o preferido de Guilherme) – Parabéns pra você. Nessa data querida, muitas felicidades e muitos anos de vida. Assopra a vela.

Guilherme: (apagando a vela que estava em cima do cupcake) – Só você mesmo.

Celestina: - Você fez algum pedido?

Guilherme: - Eu não acredito nessas coisas, Celestina.

Celestina: - Como assim? Precisa acreditar. A vida é muito mais do que pensamos, meu filho.

Guilherme: - Infelizmente não para algumas pessoas.

Celestina: - (rindo) – Ah, meu filho. Então, come. Tá uma delicia.

Guilherme: - Tá bom.

Celestina: - Suas coisas estão prontas?

Guilherme: - Estão sim. O motorista chega em 10 minutos. (tomando um gole de café)

Celestina: - Ainda não entendo os seus pais. Eles deveriam vir te ver. É o teu aniversário. (saindo da cozinha)

Guilherme: - Eles estão ocupados, como sempre, nem sei porque você se assusta. Sempre sou eu e você. Uma pena você não ir comigo. Lembra do ano passado? (olhando para trás) – Celestina?! Celestina?!

Celestina: - Tô aqui meu filho. (voltando com um pacote nas mãos) – Trouxe o teu presente. Eu mesma fiz.

Guilherme: (levantando, pegando o pacote e abraçando a babá) – Obrigado. Não precisava.

Celestina: - Você é o meu menino. O filho que eu nunca tive. (beijando a testa de Guilherme)

Guilherme: – E você a mãe que eu nunca vou ter. (abraçando Celestina)

Celestina: - Oxi. Não fale assim. A sua mãe é muito boa.

Guilherme: - Ela nunca mais foi a mesma depois que eu… você sabe.

Celestina: - Pulou do armário?!

Guilherme: - Sim. (ficando vermelho)

Esse é um dos grandes problemas de Guilherme. Ele não sabe mentir, o próprio corpo dele reage. Celestina ri um pouco, e lembra de quão maravilhoso o jovem é. Guilherme não tem tanta certeza, afinal, a única coisa que ele queria era uma família unida. Apesar de todo esforço de Celestina, Guilherme se sentia sozinho.

Celestina: - E como é viajar sozinho agora que é um adulto?

Guilherme: - Normal. Só que agora não preciso mais andar com aquela placa horrorosa no meu pescoço.

Celestina: - Meu menino tá virando homem. Daqui a pouco casa com um bofe lindo e esquece de mim.

Guilherme: - Nunca vou te abandonar. Você vai cuidar dos meus filhos também. (arrumando o cachecol)

Celestina: - Espero que eles não sejam arteiros como você foi.

Guilherme: (colocando o cachecol que Celestina fez) – Pode deixar. (olhando no espelho) - Adorei o presente. De verdade. (abraçando a mulher)

Celestina: - Espero que você continue assim. Não mude esse jeitinho maravilhoso que você tem. (se afastando) – Vamos parar… se não eu vou chorar aqui. E quando eu começo… (tirando os óculos e limpando os olhos)

Guilherme: - Vamos comigo. Essa viagem não vai ser a mesma coisa sem você. Compro a passagem agora.

Celestina: - Não. Eu não posso. É o casamento da prima do irmão da cunhada do meu padrasto. Eu prometi que faria a lasanha.

Guilherme: - Entendi. (celular tocando) – O táxi chegou. (levantando e pegando a mala)

Celestina: - Meu filho? Que horas é o teu voo?!

Guilherme: (olhando o horário da viagem no celular) – 10h.

Celestina: - Mas ainda são 7h30.

Guilherme: - E você não conhece o trânsito louco dessa cidade?

Celestina: - Verdade. (abraçando mais uma vez Guilherme) – Boa viagem. E se cuida. E traz aqueles cremes que eu adoro.

Guilherme: - Vou trazer uma mala cheia. (beijando o rosto de Celestina) – Deixa eu ir. O táxi tá esperando.

Celestina: - Guilherme?

Guilherme: (pegando a mala) – Oi?

Celestina: - Hoje é seu dia filho. Aproveita. E lembre-se, não importa o caminho que você vai seguir, as coisas certas acontecerão no momento certo. (sorrindo)

Guilherme: - Pode deixar. (saindo do apartamento)

Guilherme passaria o aniversário em Londres. Os pais tinham um negócio de exportação em toda Europa, então viviam viajando para lá. Ele sempre se esforçou para agradar aos pais, afinal ser o irmão mais velho trazia uma certa responsabilidade. Guilherme se formou com honra em todos os níveis de graduação, e começaria no próximo ano a faculdade de Direito.

Por causa dos pais, o jovem tornou-se mega organizado e sabia cada passo que sua vida tomava. Ao 15 anos, assumiu a homossexualidade para os seus pais, aquilo, foi um verdadeiro banho de água fria para eles. Mas o jovem contava com Maria, e exigiu dos pais a permanência da babá em seu apartamento.

Motorista: - Que trânsito lento. Não imaginava que ficaria assim.

Guilherme: - Pois é. Por isso gosto de sair com antecedência.

Motorista: (freando o carro bruscamente) – Droga. Você tá bem? (olhando para Guilherme e abrindo a janela do carro) – Você tá louco?!

Felipe: (atravessando a rua correndo) – Desculpa!

Motorista: - Você tá bem? (olhando para Guilherme)

Guilherme: - Estou ótimo. Está vendo porque eu gosto de sair no horário?

Tá. Precisamos voltar um pouco essa parte e apresentar outro personagem crucial para essa história. Ele é totalmente o oposto de Guilherme. O nome dele é Felipe Ramos, e como vimos, ele está atrasado, ele sempre se atrasa para tudo. Mas, o dia do Felipe começou um pouco antes. Em um bairro nada nobre. Felipe mora com a mãe e quatro irmãos. Ele é o terceiro filho de Dona Clara. Eles dividem um quarto, Lipe, como é conhecido pela família tem 19 anos, começou a trabalhar cedo, logo após a separação dos pais e sempre ajudou a mãe.

Mas como todo jovem, Felipe tem o sonho de dar uma vida melhor para os irmãos e sua mãe. Ele se inscreveu em um programa de intercâmbio e passou. Ele teria o desafio de morar um ano em Londres, onde receberia uma bolsa para custear os estudos. A mãe de Lipe preparou uma mala, não muito grande, mas com todas as roupas necessárias. Naquela noite, Felipe estava tão ansioso que não conseguiu dormir direito, quer dizer, até dormiu, mas acordou atrasado.

(Celular tocando)

Felipe: (pegando o celular e olhando no visor) – Nããããoooo!!! (caindo da cama e levantando) – Eu tô atrasado. Que merda. (colocando uma calça jeans) – Droga. A mamãe foi trabalhar e não me chamou. O que eu faço?

Rodrigo: (colocando o travesseiro na cabeça) – Cala boca. Quero dormir.

Felipe: (colocando a blusa) – Merda. Merda. Não vou conseguir chegar no aeroporto. (sentando e pegando os sapatos) – Cambada!!! (gritando) – Cambada!!!

Rodrigo: - Vai embora.

Steffany: - Quero dormir. Para de fazer barulho. (se cobrindo com o cobertor)

Nina: - Tchau. E traz presentes. (voltando a dormir)

Frederico: - Vai com Deus irmãozinho.

Felipe: - Bando de egoístas. (saindo do quarto e encontrando uma carta da mãe na sala)

Dona Clara: “Filho. Espero que aproveite essa oportunidade para crescer como pessoa. Infelizmente, eu não pude dar a você e seus irmãos uma vida boa, mas fico feliz que agora você terá essa oportunidade. Não tenha medo dos desafios, eles sempre vão existir. Apenas siga em frente e lembre-se de quem você é. Deixei um lanche perto da sua mochila. Os documentos estão todos na parte da frente da mochila”

Frederico: - (entregando uma foto da família para Felipe)

Felipe: - Obrigado.

Frederico: - Aproveita irmãozão. (abraçando Felipe) – Sei que você esperou muito por esse momento.

Felipe: - Cuida de todo mundo aqui, tá? (pegando no ombro do irmão)

Frederico: - E quem mais cuidaria dessa turma? (rindo)

Felipe: - Verdade. Vai ver. A gente vai conseguir sair dessa situação.

Frederico: - Vamos sim. Boa sorte. (abraçando o irmão novamente) – Se cuida.

Felipe: (olhando em volta de sua casa) – Vamos lá. (pegando a mochila e a mala) – Espero que consiga chegar a tempo. (saindo correndo de casa)

Enquanto Felipe corria literalmente contra o tempo, o terceiro personagem dessa história havia acabado de tomar um delicioso sorvete, às vezes, ele comia churros também. Era o Tchubirubas, um cachorro da raça Fox Terrier, o dono o maltratava muito, revoltado Tchubirubas o mordeu e fugiu. Por causa disso, o animal passou a não confiar nos humanos. Tchubirubas morava nas ruas de Londres, e por muitas vezes, se metia em encrenca.

Guarda: - Achei você monstrinho.

Tchubirubas: - (latindo e correndo do guarda)

Guarda: - Espere. Seu malandro. (pegando um apito e assoprando) – Vou te pegar.

Tchubirubas: (pulando sobre um banco e quase derrubando um homem) – Desculpa. (pensou o animal)

Guarda: (perdendo Tibirubas de Vista) – Droga. Eu vou te pegar monstrinho.

Tchubirubas: (escondido entre os arbustos) – Cachorro 1x Humanos burros 0. (cheirando o local)

No Brasil, Felipe correu por um longo caminho, ele já estava acostumado com os atalhos de seu bairro. Felipe finalmente chegou em uma das avenidas principais, onde passava o ônibus para o Aeroporto. No caminho, por causa de um descuido, Felipe quase foi atropelado. Seu coração bateu forte, e ele pediu desculpa do motorista. Por causa do tempo corrido, o jovem não parou e continuou sua jornada.

Felipe: (avistando o ônibus e correndo como um louco para o ponto) – Espera!!!! Espera!!!!

Motorista: (parando o ônibus e abrindo a porta) – Calma.

Felipe: (ofegante) – Es...esse… esse ônibus vai para o aeroporto, né?

Motorista: - Vai sim… vai entrar?

Felipe: (desesperando, tentando entrar com a mala, mas a mesma ficou presa) – Vou. Espera. (tentando entrar com a mala dentro do ônibus) – Mala pequena é meu… (olhando para uma senhora que está o seu lado) – Desculpa.

Velhinha: (levanta, pega a mala da mão de Felipe e consegue colocar dentro do ônibus)

Felipe: (com cara de idiota) – Obrigado. (sorriso)

O ônibus pegou todos sinais e trânsito possível. Enquanto isso, Guilherme bebia um chá gelado e curtia o friozinho que sua cidade fazia. O jovem aproveitou para colocar a leitura em dia e decidiu comprar um livro antes de embarcar no avião. Ele pegou 'Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban', a série era a favorita de Guilherme, mas com o tempo ele se desfez dos livros.

Atendente: “Senhoras e senhores passageiros do voo Europe Air Lines 2593 com destino a Londres, o embarque será feito pelo portão H. Atenção, senhoras e senhores passageiros do voo Europe Air Lines 2593 com destino a Londres, o embarque será feito pelo portão H”, anunciou.

Guilherme: (pagando o livro) – Obrigado. (pega a bagagem de mão e segue para o avião)

Não muito longe dali, Felipe continuava sua saga. O ônibus ficava mais lotado e o trânsito não cooperava. Certo momento, o ônibus pregou e todos os passageiros saíram para a rua. Felipe pegou a mala e continuou a correr. Ele não estava muito longe do aeroporto.

Felipe: (sem folego) – Senhor… (segurando em um velhinho) – Me ajuda… (tentando respirar) – Tem algum caminho que eu possa ir… aeroporto mais rápido.

Velho: - Tem um barranquinho que se você descer. (apontando para a frente) – Naquela direção… vai parar na garagem do aeroporto.

Felipe: (comemorando) Isso. Obrigado (saindo correndo e descendo no barranco sem olhar) – AAAAHHHHH!!! (fazendo cara de pânico)

Velho: - Só cuidado que o barranco é bem alto. Por isso chamamos de barranquinho.

Felipe saiu rolando o barranco e ficou todo sujo de barro. Uma mulher o ajudou a levantar. Meio tonto o rapaz levantou e disse que não tinha problemas. Felipe continuou correndo, todo sujo de barro, quando chegou perto de uma pequena ponte que ligava o aeroporto com o estacionamento percebeu que a mesma estava obstruída. Ele teve a brilhante ideia de ir por dentro de um laguinho. “Não é tão fundo”, pensou ele.

O lago tinha quase um metro e meio. Mesmo assim Felipe ergueu a mala e continuou. Desesperado, o jovem seguiu para a sala de embarque. A atendente o olhou das cabeças aos pés. Ele mostrou a passagem e os documentos. Ele passou na fila de prioridade para fazer o check-in.

Atendente: - Senhor. Os passageiros já estão todos a bordo. Só falta o senhor. Fizemos várias chamadas pelo alto-falante.

Felipe: - Trânsito ruim.

Atendente: (tentando fazer Felipe correr) – Vamos. As portas vão fechar.

Felipe: - Estou ansioso. É a primeira vez na vida que vou andar de avião.

Atendente: - Que bom senhor. Podia ser um pouco mais rápido? (correndo com Felipe)

Felipe: (olhou para o lado e viu um grande avião parado no aeroporto, mas não viu o sorvete de chocolate que estava no chão. Felipe cai)

Atendente: (assustada) – Senhor?! O Senhor está bem? (ajudando Felipe a se levantar) – Vamos.

Felipe chegou no tempo limite. Ele viu aquelas centenas de pessoas o encarando. As aeromoças comentaram o estado de Felipe e perguntaram se ele gostaria de trocar de roupa. Ele estava todo sujo de barro, com as roupas molhadas e com sorvete de chocolate por todo corpo. Guilherme olhou para Felipe e sorriu.

Guilherme: - (balançando a cabeça) – Esses brasileiros. (olhando para o livro)

Aeromoça: (guiando Felipe) – O senhor pode sentar aqui. Assim que o comandante estiver no ar volto aqui para o Senhor trocar de roupa.

Felipe: (sentando) – Claro.

Aeromoça: (pegando a mochila) – A mochila vai aqui. (colocando no compartimento de bagagens) – Tenha um bom voo e com licença. (saindo)

Felipe estava sozinho. Haviam mais dos acentos vagos. Na mesma direção, mas a uma fileira a esquerda, Guilherme lia seu livro tranquilamente. O avião começou a taxiar e o comandante explicava o que acontecia.

Felipe: - Gente. Ele precisa falar tudo o que acontece?! (olhando pela janela)

Comandante: - Atenção passageiros. Preparar para as instruções de segurança.

As aeromoças começaram a rotina de instrução de segurança, para Felipe aquilo tudo era novidade. Ele até se assustou em alguns momentos, mas para Guilherme aquilo era tedioso. O comandante avisa que o avião vai iniciar a subida. O coração de Felipe começa a bater mais forte. Ele ficou com muito medo desse momento. Guilherme também não gostava dessa parte. Ele deu uma pausa no livro e olhou para Felipe.

Guilherme: - Ei. Garoto.

Felipe: (apreensivo) – Oi?

Guilherme: - Calma. Só piora. (riso)

Felipe: - Obrigado pelo alerta. (Olhando para a janela e fechando os olhos)

Guilherme: (sorrindo)

Seriam nove horas de voo. Felipe aproveitou os primeiros minutos para trocar a camiseta suja. Ele voltou, sentou e sua barriga começou a roncar, então ele lembrou que não havia comida nada o dia todo. Felipe pegou a mochila e tirou o sanduíche que sua mãe havia feito. Já Guilherme continuava vidrado no livro até que um pequeno acidente aconteceu.

Bebê: (vomitando)

Mãe: - Meu filho. Essa não.

Guilherme: (levantando rapidamente e evitando um banho de vômito)

Mãe: - Desculpa moço.

Guilherme: - Aeromoça. (levantando a mão) – Temos um pequeno problema aqui.

Aeromoça: (analisando a situação) – Oh. Puxa. Espera um momento senhora. Vou pegar um pano. Rapaz, você pode sentar aqui?! (apontando para a poltrona ao lado de Felipe)

Guilherme: - Claro. (sentando) – Com licença.

Felipe: - Claro. Tá vazio mesmo. (oferecendo o sanduíche) – Aceita? É de queijo e presunto. Uma delicia. (comendo metade do sanduíche)

Guilherme: - Não, mas obrigado. (pegando o livro e folheando)

Felipe: - O que houve?

Guilherme: - Um bebê golfou, quase me acertou.

Felipe: - Puxa. Por causa do bebê agora você tá aqui preso comigo. Aviso logo que é a minha primeira viagem de avião, então te peço paciência.

Guilherme: - Entendi. Tudo bem. Sou paciente. (abrindo o livro)

Felipe: - Nossa que legal. Li esse umas nove vezes. Consegui ler em inglês graças aos livros do Harry Potter. Um professor me deu a coleção completa.

Guilherme: - Sério? Que bacana. Eu estou lendo pela décima vez, eu acho. Adoro esses livros de magia e mundos fantásticos. Já que na vida real nada dessas coisas acontece.

Felipe: - Faz a gente viajar, né? No bom sentido, claro.

Guilherme: - É verdade. (avião balança)

Felipe: - O que é isso? (assustado)

Guilherme: - O avião deve ter passado em cima de alguma nuvem, calma. Não se preocupa.

Felipe: - Primeira vez viajando de avião. Ainda tentando me acostumar.

Guilherme: - Ah, bacana. Vai para onde?

Felipe: - Londres. Estou tão nervoso. Vou fazer um intercâmbio.

Guilherme: - Eu também vou para Londres. Você vai adorar. É uma cidade encantadora. Temos uma casa que fica perto de uma vinícola. É linda.

Felipe: - Puxa. Deve ser mesmo. É a primeira vez que faço uma viagem, ainda mais sozinho.

Guilherme: - Aproveita. Espero que você se divirta bastante. (avião balançando)

Felipe: - Isso se a gente chegar vivo.

Guilherme: - Não se preocupa. É mais fácil você ter um ataque cardíaco do que esse avião cair.

Felipe: (rindo sem graça) – Bem. As duas opções não seriam boas para mim, então…

Felipe mexeu na tela da TV sem sucesso. Guilherme viu a dificuldade do garoto e o ajudou. Explicou para o que servia cada botão e comando. Felipe agradeceu a ajuda e assistiu a um filme. Três horas se passaram, e Guilherme adormeceu. Sua cabeça encostou no ombro de Felipe que assistia a um filme de comédia. O rapaz olhou para o lado, sorriu e evitou se mexer. Depois de alguns minutos, a aeromoça passou para entregar o almoço. Guilherme acordou e ficou mais vermelho que um pimentão ao ver que dormiu com a cabeça encostada no ombro de Felipe.

Guilherme: - Desculpa. Acordei cedo e…

Felipe: - Relaxa. Tá tudo bem. Achei fofo.

Guilherme: (ficando mais vermelho ainda) – Er. Obrigado.

Aeromoça: (sorridente) – Boa tarde. Hoje as opções são torta de frango e lasanha quatro queijos.

Felipe: - Errr…. Quero… frango… não… não… lasanha. Quero lasanha.

Guilherme: - O meu pedi online. É comida vegetariana.

Aeromoça: - Deixa eu ver. Você estava na poltrona 24 E, certo?

Guilherme: - Sim.

Aeromoça: (olhando um papel) – Hum… Guilherme Thompson. Já volto com o pedido de vocês. (saindo)

Durante a espera pelo almoço, Guilherme e Felipe conversaram bastante. Guilherme descobriu, por exemplo, que Felipe já quebrou os dois braços e as pernas também. E, Felipe, ficou sabendo que Guilherme é fera no violino e violão clássico. O bate-papo entre os dois fluiu bastante.

Felipe: - Então eu disse para o assaltante: “Por favor, eu tenho apenas a passagem do ônibus”. (disse rindo alto)

Guilherme: - Você é uma figura.

Felipe: - Vou aceitar isso como um elogio.

Aeromoça: - Com licença. (entregando os almoços) – Ah, e parabéns Guilherme. Feliz Aniversário.

Guilherme: (pegando a bandeja e ficando vermelho) – Obrigado.

Felipe: (pegando a bandeja) - Valeu. (respirando forte)

Aeromoça: (saindo) – Com licença.

Felipe: – Ah, hoje é seu aniversário? Parabéns. (pegando no ombro de Guilherme) – Vai ter bolo?! (rindo)

Guilherme: - Obrigado. (ficando mais vermelho) – Serve pudim? (pegando um pacote da bandeja)

Felipe: (animado) - A melhor parte do dia. O almoço. O que vem aqui? (abrindo a embalagem) – Nossa. (assustando Guilherme)

Guilherme: - O que foi?

Felipe: - Essa lasanha parece deliciosa. (com os olhos brilhando e devorando a lasanha em menos de três minutos)

Guilherme: (abrindo sua embalagem e comendo devagar)

Felipe: (se encostando na poltrona) – Estou cheio.

Guilherme: - E a sobremesa?!

Felipe: - Ah, sim. Claro. (abrindo o pacote de pudim) – Adoro pudim. (comendo em duas garfadas)

Guilherme: - Nossa. Comeu rápido, hein?

Felipe: - Adoro comer. Ainda bem que não sou gordinho. (batendo na barriga)

Guilherme: - (rindo) – Você é engraçado.

Felipe: (com a boca toda suja de pudim) – Eu tento, eu tento.

Guilherme: (pegando um guardanapo e limpando a boca de Felipe) – Tá sujo.

Felipe: (sem graça) – Er… obrigado.

Guilherme: - De nada.

Felipe: - E você não come carne? É vegetariano? Nunca conheci um vegetariano.

Guilherme: - Sim. Sou por opção. Estou tentando agora, tudo é um aprendizado. Largar a carne está sendo difícil, mas vou conseguir.

Felipe: - Não me imagino vivendo sem carne e frango. São deliciosos: torta de frango, frango assado, escondidinho de carne, carne guisada, strogonoff, churrasco. (com os olhos brilhando)

Guilherme: (com cara de quem está chorando) – Nem me fala. Saudades. (rindo) – Mas a gente se acostuma.

Felipe: - Será? Essa coisa não parece muito atrativa. (fazendo cara de nojo) – Se quiser deixei um pouco de lasanha para mais tarde.

Guilherme: - Não precisa. Obrigado.

A tarde chegou e Felipe ficou impressionado com o pôr do sol. Ele soltou um 'Nossa' que assustou a todos. Guilherme fez um vídeo da reação do novo amigo. Era algo novo para Felipe, ele quase chorou ao ver a cena. Ele desejava do fundo do coração que sua família estivesse ali.

Felipe: (com o rosto pressionado contra o vidro da janela) – Olha. As estrelas estão começando a aparecer.

Guilherme: (se aproximando de Felipe) – Né? Olha como elas são lindas. Olha esse pôr do sol. Somos sortudos, né? Poder ver isso.

Felipe: (com os olhos vermelhos) – É verdade. (virando e quase beijando Guilherme) – Desculpa. (indo para trás e batendo a cabeça na janela) – Aí.

Guilherme: (rindo) – Não se preocupa. (ficando vermelho)

Felipe: - Ainda falta muito para chegar?! (disfarçando o nervosismo)

Guilherme: - Acho que duas horas. Está atrasado na verdade.

(O avião treme bastante e as luzes do painel se acendem)

Felipe: (segurando no braço de Guilherme e ficando com uma expressão de pânico)

Guilherme: (olhando para Felipe) – Calma. É só uma turbulência. (o avião treme mais e dessa vez algumas pessoas gritam com o susto)

Felipe: (segurando mais forte no braço de Guilherme)

Guilherme: - Ei. Calma. (tocando no rosto de Felipe) – Está tudo bem. Acontece. (segurando na mão de Felipe) – Estou com você.

Felipe: - Desculpa. Devo parecer patético, né?!

Guilherme: - Não. Você está tendo uma reação normal de quem viaja de avião pela primeira vez. (segurando a mão de Felipe) – Quando eu fiz 10 anos, os meus pais me mandaram para Nov York para encontrar a minha avó. No meio do voo, o avião pegou fogo. Imagina, uma criança de 10 anos, sozinha em um avião em chamas.

Felipe: - Tadinho.

Guilherme: - Depois disso continuei viajando e pegando turbulências. Acabei acostumado. (fazendo carinho na mão de Felipe)

Comandante: - Senhores e senhoras passageiros passamos por uma área de instabilidade. Dentro de 20 minutos chegaremos em Londres.

Guilherme: - Viu. Eu te disse. Tudo vai dar certo.

Felipe: - Obrigado. (olhando dentro dos olhos de Guilherme)

Guilherme: - Quer saber. Vamos manter contato. Eu vou ficar pelo menos três meses aqui. Eu te mostro alguns lugares.

Felipe: - Vou adorar. Vou ficar em um prédio no centro da cidade. A motorista da Escola vai me buscar no aeroporto e se der podemos fazer algo amanhã?

Guilherme: - Vou adorar.

Depois de contatos trocados, Felipe e Guilherme se organizaram para a chegada em Londres. Felipe ficou babando pela janela ao ver as luzes da cidade. E realmente, ele estava certo, a cidade a Inglaterra era realmente um lugar maravilhoso.

Felipe: - Olha. (apontando pelo vidro) – Nossa. Nem acredito que vou morar aqui.

Guilherme: - Vai sim. E vai adorar.

Capitão: - Senhoras e senhores. Chegamos agora em Londres, são 20h. O clima na cidade é de 20 graus.

Felipe: - (respirando fundo)

Guilherme: - Nervoso?!

Felipe: - Um pouco. Na verdade muito.

No Hyde Park, em Londres, Tchubirubas ficou olhando os cachorros brincando com seus donos. Ele bocejou e pressentiu algo. Um grande avião passou bem perto da cidade. Ele olhou para cima e latiu. O cachorro chamou atenção do guarda. Mais uma vez o animal precisou correr para não ser pego. Tchubirubas se escondeu atrás de um vendedor de pipocas, que não falou nada para o guarda.

Pipoqueiro: - De nada.

Tchubirubas: (latindo) – Obrigado humano burro.

Felipe e Guilherme desceram do avião, antes de seguirem para o trem, a dupla parou para tirar uma selfie. Eles seguiram para a sala de desembarque para pegar as malas e teriam que passar no controle do aeroporto. Guilherme contou para Felipe sobre o procedimento e afirmou que era tranquilo. Mas mesmo assim, Felipe não ficou tranquilo. O jovem pegou a pasta com todos os seus documentos e seguiu para o guichê.

Atendente: - (olhando os documentos) – Vai ficar por um bom tempo, né?

Felipe: - Sim. Vou sim. É um intercâmbio, então espero aprender muito sobre a cultura de vocês.

Atendente: - Estou certo que você…. (um grande barulho assusta todos)

Um grande impacto lançou Felipe contra a parede, ele perde os sentidos por alguns segundos, e tenta levantar sem sucesso. Ele pega a pasta no chão e coloca na mochila. Felipe levanta e sai desnorteado. Uma mulher em chamas passar por ele e fica se debatendo no chão. Do outro lado, um homem chora debruçado em cima do corpo de uma garota. Felipe coloca a mão na cabeça e percebe que tem sangue em sua jaqueta. Ele encontra Guilherme caído e ajuda o amigo.

Felipe: - Guilherme?! Guilherme acorda? O que foi isso?! (colocando Guilherme em seus braços) – Guilherme?! Não faz isso comigo.

Mulher: (passando em frente a Felipe pegando fogo) – Me ajuda!!! Socorro!!! (caindo no chão se debatendo)

Felipe: - Acorda. Por favor. (chorando e olhando para Guilherme)

Homem: (com o rosto desfigurado cai perto de Felipe)

Felipe: (levantando e pegando Guilherme no colo) – Vamos sair daqui. (Uma outra explosão derruba os dois no chão)

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Comentários

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Massa !! Bastante interessante, ansioso pela continuação !

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MUITO DRAMA PRA FELIPE. MUITO ESNOBE O GUILHERME. MAS VEREMOS.

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gente eu não vou conseguir dormir de ansiedade, continua please. E continua o conto Amor de peso por favor.

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Amei. Muito esse final ai foi supreendente ansiosa pelo proximo. Continua sim vai ser demais. bjos

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