Memórias de Um submisso

Um conto erótico de Kaligula_45
Categoria: Sadomasoquismo
Contém 5325 palavras
Data: 14/12/2016 11:33:46

Bom dia a todos...

A história a seguir era para ser apenas mais um conto, mas ela foi ficando interessante e eu fui me empolgando.... se gostarem postarei mais capítulos....

Abraços. Kaligula_45@outlook.com

MEMÓRIAS DE UM SUBMISSO

CAPÍTULO I

O primeiro tapa me pegou completamente desprevenido e atingiu-me na face esquerda. Imediatamente senti meu rosto arder e um zumbido agudo invadiu meu cérebro. Mal havia endireitado a cabeça, que virou violentamente para a direita, um novo tapa, tão forte e inesperado, explodiu em minha face direita.

_ Que isso sirva de lição pra te lembrar quem é que manda aqui, seu puto! E nunca mais nessa sua vida de merda se atreva a chegar atrasado a um compromisso comigo!

Tais palavras foram proferidas por um homem forte, um metro e oitenta de altura, moreno, cabelos negros e abundantes, peito largo e peludo, braços e coxas grossas e bem definidos, de nome Victor, mas, que para mim, à partir daquele instante e nos próximos quatro dias seria SENHOR VICTOR, meu mestre.

_ Como já te disse, ao fim desse final desses quatro dias que passaremos juntos, você aprenderá a obedecer e satisfazer todos os meus desejos. Não se esqueça: você está aqui apenas porque eu quero e apenas para me servir. Mas eu te garanto que vou adestrá-lo tão bem, que para você, cumprir com o teu dever também será prazeroso. Agora me prepare uma bebida!

A situação foi tão inesperada e repentina, que eu, em meio ao zunido em meu ouvido e a sensação que brasa queimava aminha face, por uma fração de segundos cheguei a pensar que estava sonhando, de tão surreal que era aquele momento.

_ Está surdo? Te dei uma ordem!

Tais palavras me atingiram como um chicote e imediatamente me tiraram do meu estado de torpor no qual me encontrava momentaneamente. Não sei explicar como nem porque, mas tão logo as ouvi meu cérebro e corpo puseram-se instantaneamente em estado de obediência servil. Automaticamente abaixei os olhos para o chão e, sem pensar ou perceber balbuciei:

_ Desculpe senhor. Estou indo!

Como se minhas pernas tivessem vontade própria, me dirigi ao bar, peguei duas pedras de gelo de um balde de prata sobre o balcão e coloquei-as em um copo de cristal próprio para whisky. Dentre as várias garrafas dispostas nas prateleiras, escolhi uma de Chivas e despejei aproximadamente dois dedos de whisky sobre o gelo.

Victor, ou melhor, meu senhor Victor, não estava mais na sala. Ouvi um ranger suave vindo da varanda e para lá me encaminhei. Ele estava sentado em uma cadeira de balanço e tinha um cigarro apagado entre os dedos, enquanto observava o vasto gramado em frente. Estávamos em sua casa de campo, distante uns trinta quilômetros da cidade.

_ Uma coisa que me chamou a atenção desde que nos conhecemos, é que você é um bom observador - disse Victor assim que eu lhe entreguei a bebida.

Seu tom de voz dessa vez não foi ríspido nem imperioso, mas normal, quase elogioso.

_ O whisky está como eu sempre pedi nos bares quando saímos. Agora acenda meu cigarro e depois ajoelhe-se á meus pés - suas últimas palavras já soaram num tom mais acentuado, de comando.

Imediatamente peguei meu isqueiro no bolso e acendi seu cigarro. Ele deu uma longa tragada e, ao soltar a fumaça me olhou fundo nos olhos e lentamente abaixou a vista para o chão entre seus pés. De pronto entendi seu recado e me ajoelhei no local indicado.

_ Vejo que você aprende rápido, isso é bom - disse ele em meio a um leve sorriso - Quem sabe não terei tanto trabalho para te adestrar como pensei no início...

De minha posição abjeta e serviu, abaixei a cabeça e tudo que pude pensar foi...

_ Meus Deus! isso está mesmo acontecendo? Ou estou apenas sonhando? Foi tudo tão rápido! Parece que foi ontem que eu entrei naquele bar, e, em meio a luz difusa...

CAPÍTULO II

... levantei o braço e chamei o garçom.

_ Um whisky dose anos com gelo por favor - disse ao garçom tão logo ele se aproximou. Enquanto ele foi buscar minha bebida, puxei um maço de cigarro do bolso da camisa e acendi um.

Das caixas de som embutidas no teto podia-se ouvir os acordes melancólicos de uma antiga música country americana. O ambiente do bar era no estilo dos pubs ingleses, pouca iluminação e móveis de madeira pesada e escura. Nas paredes, pôsteres e fotografias de cantores de jazz, blues, country e rock ad rol antigos.

Como ainda era cedo, por volta das vinte horas, o local estava quase vazio, pois o pessoal do happy hour já havia partido quase todos e os baladeiros ainda não haviam chegado, pois a música ao vivo só começava à partir da vinte e três horas.

O garçom trouxe minha bebida e se foi, depois de perguntar se eu queria algo mais e eu responder que não. Continuei fumando e distraidamente girei o copo para que o gelo derretesse um pouco. Não gosto de whisky quente tipo "cowboy". Passados alguns instantes, comecei a bebericar.

Como eu sou um pouco hiperativo e não consigo ficar parado sem fazer nada, puxei a cadeira ao lado na qual havia colocado minha pasta, e dela puxei um relatório de um dos meus clientes. Sou executivo de uma indústria química e no dia seguinte teria uma reunião de negócios então resolvi dar mais uma olhada no relatório que eu apresentaria.

Depois de um tempo, pousei o documento sobre a mesa, esfreguei meus olhos e acendi outro cigarro. Ao correr os olhos ao acaso pelo bar, cruzei com o olhar de um homem sentado a algumas mesas da minha. Não sei explicar o porquê, mas aquele olhar tinha tanto magnetismo, que me peguei detido nele por alguns segundos. Foi só com grande esforço que consegui desviar os olhos. Disfarcei olhando para meu copo, e, visto que só restava um golo de whisky aguado, tomei-o e chamei novamente o garçom.

Enquanto aguardava a nova dose, ainda encabulado com a situação, apanhei novamente o relatório e voltei a lê-lo. Ou melhor, a tentar a lê-lo, pois, por mais que eu não visse, sentia que os olhos daquele estranho continuavam grudados em mim.

Só para esclarecer, não sou nenhum puritano, muito menos uma pessoa acanhada que se intimida facilmente. Pelo contrário, em matéria de sexo sou totalmente liberal desde que o mesmo se dê entre pessoas maduras emocionalmente, conscientes e com consentimento mútuo. O que duas ou mais pessoas nessas condições fizerem entre quatro paredes é do interesse e responsabilidade exclusiva delas. Por isso, não era pelo fato de ser um homem que me olhava, pois eu já havia flertado e ficado com homens. Sou bissexual.

Não sou lascivo nem degenerado. Curto sexo apenas pelo que ele é: sexo. Já fui a clubes de swing, já saí com casais e também com homens. Tais saídas porém se deram quando eu estava disposto e a procura delas. Então, não era recato o que eu sentia. O que estava me incomodando era a força e o magnetismo que eu senti naquele breve instante em que nossos olhares se cruzaram.

Tão logo o garçom trouxe meu copo, apanhei-o e tomei um trago sem nem ao menos me preocupar em girar o copo para abrandar o sabor do whisky, que me desceu "rasgando" a garganta. Tive que fazer força para não engasgar e tossir. Para disfarçar, pigarreei e continuei "lendo" o relatório.

Como a sensação de estar sendo observado persistia, ao tomar o próximo trago, eu deliberadamente o fiz devagar e, olhando por sobre a borda do copo, constatei que não me enganara e nem fora coincidência. O estranho continuava me olhando da mesma forma.

Dessa vez porém, houve uma mudança sutil em seu olhar, como um leve divertimento. Ele também bebia whisky, e, sem desviar o olhar ligeiramente divertido, acenou levemente com a cabeça e inclinou o copo como que num brinde, levando-o aos lábios, sem desviar um instante sequer seu olhar. Mais surpreso do que confuso, instintivamente retribui o aceno. Ele então pousou seu copo na mesa e esboçou um leve sorriso. Tudo foi feito de forma tão sutil, que, a menos que alguém nos vigiasse, ninguém no bar perceberia.

Embora eu não houvesse saído com nenhuma outra intenção a não ser tomar algo para relaxar e examinar uma última vez aquele relatório, resolvi entrar no jogo daquele atraente homem estranho para ver no que dava. Duas coisas porém me intrigavam. Uma era o fato de aquele bar não ter fama de local de "caçadas" entre homens, e a segunda era que eu nunca tinha flertado com homens a não ser em bares ou locais conhecidos para isso.

Apaguei meu cigarro e me dirigi ao banheiro que ficava nos fundos do salão. Para isso seria preciso passar por sua mesa, o que fiz sem olhá-lo. Minha intuição não falhou. Passados alguns instantes, ouvi a porta do banheiro se abrir e com minha visão periférica eu o vi se aproximar, se posicionar ao meu lado e lentamente desabotoar o botão de sua calça e correr o zíper. Como minha vontade de urinar não era tão grande quanto a curiosidade de ver se ele me seguiria, logo terminei e fui lavar minhas mãos.

_ Nada como um bom trago no fim do dia para relaxar não?

Como conhecedor do "modus operandi" nesses casos, não me surpreendi por ele puxar conversa.

_ Nem me fale, se bem que o meu "dia" ainda não terminou por completo - respondi sorrindo.

_ Pois é, percebi. Relatórios da empresa? - disse ele.

_ Na mosca! - falei sorrindo outra vez.

O curioso é que enquanto tínhamos esse breve diálogo, é que eu olhei para ele mas ele não olhou para mim, mas manteve-se fitando a parede à sua frente, com a cabeça inclinada para cima, as pernas afastadas, e, detalhe, um pouco mais longe do mictório do que o normal. Não perdi a deixa. Olhei para sua cintura e vi o que ele queria que eu visse: seu belo, grosso e grande pênis. Sei que isso pode parecer vulgar, mais é comum em flerte de homens em bares.

Com certeza ele percebeu a direção do meu olhar, pois, assim como eu, ele também não foi ao banheiro apenas para urinar. Digo isso porque, mesmo depois que terminou, ele ainda permaneceu um tempo segurando o pênis e lentamente puxou o prepúcio para trás expondo a glande enorme e vermelha.

_ Sem querer ser intrometido, você está esperando alguém? - ao dizer isso ele olhou repentinamente para mim, e eu, tão rápido quanto pude, desviei os olhos do seu pau para o espelho.

_ Não - respondi olhando-o no rosto da forma mais casual possível.

_ Eu também não - continuou - Levei o cano de um amigo que me ligou um pouco antes de você chegar. Mas como eu já havia pedido a bebida, resolvi ficar, embora destete beber sozinho - tudo isso ele disse enquanto guardava lentamente seu belo instrumento.

_ Não gostaria de beber uns tragos comigo? Isto é, se não for te atrapalhar com o relatório.

Embora eu quisesse dar mais uma olhada no relatório, não era algo tão urgente assim, ao ponto de eu não aceitar o convite.

_ Por que não? - respondi - Também prefiro beber acompanhado.

_ Prazer, Victor! - e me estendeu a mão, detalhe, com a qual a poucos instantes segurava seu pau, sem ao menos lavá-la.

_ Prazer, Hugo! - e sem titubear apertei sua mão _ não sei dizer como nem porque, mas sei que ele fez isso de propósito, como num desafio. Nosso aperto de mão foi firme. Sua mão era grande e quente, com dedos grossos e fortes.

Somente quem conhece essa linguagem muda entre duas pessoas do mesmo sexo para entende quando eu digo que naquele cumprimento, eu senti que selávamos um pacto. A forma como ele segurou firmemente minha mão por uns segundos a mais do que o necessário e o olhar penetrante com que me olhou, mexeu com as fibras mais intimas do meu ser.

Rapidamente ele lavou e secou as mãos e deixamos o banheiro. Em instantes fui à minha mesa e peguei minhas coisas, pois durante o trajeto do banheiro, Victor disse que seria melhor sentarmos em sua mesa, pois a minha ficava mais próxima da entrada e logo seríamos incomodados pelos que chegassem e eu não fiz objeção.

Tão logo sentei ele começou a me sabatinar com uma série de perguntas.

_ Quantos anos você tem Hugo?

_Quarenta e um e você?

_ Quarenta. Trabalha com o que?

_ Sou executivo de uma indústria química.

_ Casado?

_ Divorciado?

_ Tem filhos?

_ Não.

_ Não pretende ter?

_ Não.

_ Como costuma passar seu tempo de folga?

_ Gosto de pescar, ler, beber com os amigos...

E assim a sabatina prosseguiu. O engraçado é que normalmente o falador e inquiridor sou eu, porém, depois de perguntar sua idade, eu me limitei a apenas responder suas perguntas. O olhar e o tom de voz dele tinha algo que eu não consegui identificar, mas que se sobrepunha a minha vontade, meio que me subjugando.

_ Vejo que você é uma pessoa bem resolvida e de opinião Hugo.

_ Ah! Então o inquérito acabou? - pilheriei

_ Por que? Não gosta de ser inquirido? - respondeu ele com um sorriso maroto.

_ Isso não me incomoda. É que em geral estou mais acostumado a estar na sua posição - retruquei.

_ Então acertei em cheio quando disse que você é um cara de opinião. Costuma ser o ativo sempre?

Não esperava por essa pergunta. Ou melhor dizendo, não esperava que ele fosse abordar a questão sexual de forma tão abrupta e fora de contexto. Aliás, não sou muito de rótulos nem regras. Quando me relaciono sexualmente com alguém, costumo deixar as coisas rolarem, testar os limites da outra pessoa e fazê-la conhecer os meus. Até hoje não consigo explicar o porquê. Se foi o modo como ele me olhou sério no fundo dos olhos ou se foi seu tom de voz sempre muito educado porém, seco, quase autoritário. Só sei que sem pensar respondi.

_ Até o dia de hoje... sim...

Victor sorriu um daqueles seus meio sorrisos que eu viria a ver centenas de vezes.

_ Teria vontade de experimentar algo novo? - ele me perguntou de repente.

_ O bom da vida é o desafio - respondi evasivo.

- Consegue lidar bem com desafios? Levá-los até o fim?

_ Na minha profissão, temos que "matar um leão por dia" - disse com um leve sorriso.

_ Mas, e se dessa vez fosse o leão que te subjugasse? Conseguiria se submeter? _ meu pau! Que conversa mais louca era aquela? Onde ele queria chegar? E o pior, porque aquilo estava mexendo tanto comigo?

Enquanto esgrimávamos com palavras, sentia cada vez mais a força de Victor crescendo contra mim. Era cada vez mais difícil sustentar seu olhar penetrante e.... dominador! Bingo! Isso mesmo! Essa era a palavra perfeita para definir não só seu olhar e modo de falar, mas também toda sua postura. Sim, o que me desconcertara até então era a postura dominante que ele emanava.

Não existe quê, nem porquê, mas no instante que fiz tal descoberta, uma onda de excitação e expectativa tomou conta de mim. Senti meu sangue esquentar e correr velozmente em minhas veias, direto para meu púbis. Uma lenta, porém decidida ereção fez com que eu me remexesse na cadeira, apertando um joelho contra o outro. Tal fato não passou despercebido por Victor, que novamente me deu um meio sorriso.

_ E então? O que me diz?

_ Seria uma experiência totalmente nova para mim. Um desfio e tanto!

_ Volto a perguntar: Consegue lidar bem com desafios? Levá-los até o fim?

Eu sabia que a resposta àquela pergunta seria decisiva e definitiva. Embora não soubesse ainda qual seria o rumo final daquela conversa, uma luz de alerta acendeu em meu cérebro e lá no fundo eu senti que estava diante de uma nova e excitante aventura. Talvez a mais ousada da minha vida.

Não sei como ele havia aproximado sua cadeira da minha, mas ele o fez o suficiente para que sua mão alcançasse minha coxa. Quando ele me tocou, a crescente ereção que se formava atingiu seu ponto máximo. Senti seus dedos deslizarem lentamente até tocarem meu pau. Cerrei os dentes para não gemer alto.

_ Pense bem antes de responder - disse ele – pois algo me diz que sua vontade é grande.

Minha força de vontade escoava a cada palavra dita por ele. Sentia-me subjugar a cada segundo.

_ Até...até que ponto me subjugaria esse leão? – gaguejei.

_ Até o ponto em que todos os desejos dele fossem satisfeitos – ele respondeu sem tirar os olhos de mim e sem interromper a leve massagem em meu pau.

_ E a minha submissão? Até que ponto seria?

_ Total e incondicional!

Engoli em seco, minha garganta estava apertada. Caramba! Incondicional? Será que isso ele queria dizer ser passivo?

_ “É claro né seu idiota!” – respondeu meu cérebro

Passivo... passivo... Essa palavra martelava em meu ouvidos. Explicando....

Embora eu já tivesse transado com homens, pouquíssimas vezes havia feito sexo anal. Sei lá, não tem que nem porquê, eu nunca parei pra pensar muito nisso. Apenas não rolava com frequência, e para mim isso estava bom. Curto muito mais sexo oral e azaração. E mesmo das vezes que rolou, eu sempre fui o ativo. Tá bom! Já tentei ser penetrado mas não virou. Achei muito desconfortável e dolorido ao ponto de eu perder todo o tesão. E foi mais ou menos isso que eu disse para o Victor.

_ Hugo, você ainda não entendeu! – disse ele tão calmamente que quase soou terno.

_ Estou te propondo um desafio, um jogo se você assim preferir. Sou dominador e quero que você se submeta a mim. Quero que seja meu submisso! - pronto, aí estava! Não havia mais dúvidas nem conjecturas.

Rapidamente minha mente buscou toda informação que havia sobre o assunto. Vídeo da internet, livros, contos...

Chicotes, algemas, cordas, vibradores enormes, instrumentos de tortura, roupas de couro e látex, hábitos de monges com capuz, velas vermelhas e pretas... êpa! Velas o caralho! Ninguém vai enfiar uma vela acesa em meu rabo, muito menos pingar cera quente em mim! Ou me amarrar e espancar até tirar sangue! Ou pior ainda, me espetar com agulhas.... Cruz-credo!

Novamente expus o meu ponto de vista para Victor.

_ Seu tolo! – ele disse da forma mais gentil até ali – Você está confundindo dominação com sadomasoquismo. É claro que na dominação também se usa a força e a punição mas não como no SM. A dominação é muito mais emocional do que física. O dominador quer subjugar sua mente, sua vontade, muito mais do que seu corpo. É claro que nos dois casos o corpo e o sexo estejam envolvidos. A diferença é que no sado se busca o prazer advindo da dor. Tanto de quem provoca como de quem sofre. Já na dominação a busca pelo prazer envolve muito menos dor. Embora ela esteja presente, será usada mais como uma ferramenta, como um símbolo de poder, um totem para mostrar e lembrar quem é que manda. O bom dominador faz com que seu submisso transforme o corpo do seu mestre numa extensão do seu próprio corpo, ao ponto de que o prazer de um seja igualmente o prazer do outro. Ou seja, com o tempo o dominado sentirá tanto prazer em dar prazer ao seu mestre como se ele mesmo o recebesse. Não se esqueça Hugo que sexo é uma coisa puramente mental.

Ual! Que preleção sexual!

_ O grande prazer do dominador é quebrar a vontade, a têmpera do dominado. É fazê-lo abrir mão da vontade própria e passar a agir segundo a vontade do seu senhor. É dizer sim, quando a vontade é dizer não. É dar prazer de forma incondicional, sem questionar nem mesmo a si próprio. É ter o conforto e a satisfação do seu senhor como única meta. E acredite-me, é possível encontrar um imenso prazer próprio ao agir assim. E, quanto mais têmpera tiver, quanto mais forte for a personalidade do dominado, melhores serão os resultados para ambas as partes.

Suas últimas palavras me fizeram pensar em algo...

_ Por que eu? Ou melhor, o que o levou a pensar que eu poderia aceitar alo assim? – perguntei.

_ Intuição. Apenas intuição – respondeu ele.

Meu pau latejava ao toque de seus dedos. Sentia minha pulsação acelerar de forma proporcional em que a curiosidade de entrar naquele jogo aumentava.

_ Então? Já se decidiu? – Victor quis saber, e, ao falar isso retirou sua mão do meu pênis.

Quase implorei para que ele não fizesse isso, mas percebi que com essa atitude ele deixava claro que, se minha resposta fosse não, a coisa pararia por ali mesmo. O fato de ele não mais estar me tocando serviu para que eu pudesse me controlar um pouco e, embora ainda de pau duro, pude pensar com mais clareza. E foi o que eu fiz.

_ Você está certo em dizer que tenho opinião, pois tenho mesmo e ela não é fraca. E sim, consigo lidar muito bem com desafios, até procurando-os voluntariamente as vezes, e uma vez tendo aceitado, vou até o fim!

_ Isso é muito bom – interrompeu ele – continue.

_ Porém antes de aceitar qualquer desafio ou jogo, preciso saber com detalhes do que se trata. Quais são as metas a serem atingidas e os obstáculos a serem vencidos. As regras que devem ser respeitadas e as que podem ser quebradas, e, principalmente, as consequências de tais ações.

_ Excelente, pois é assim mesmo que deve ser. Nesse jogo, a regra áurea, principal, é a confiança, porém, tal não se dará se não houver transparência. Se uma pessoa quiser viver essa experiência mas não for capaz de analisá-la como você está fazendo, creia-me, ela não está apta a vivê-la. Mais uma vez vejo que minha intuição a teu respeito não falhou.

Acenei levemente agradecendo a constatação- elogio.

_ E então? Como seria? – perguntei.

Sem nem ao menos pensar e de forma tão casual como quem dita uma lista de compras, Victor passou a descrever...

_ Bem, em primeiro lugar a meta. Como eu já disse, o objetivo, ou meta se assim preferir, é o prazer. Para o submisso, em primeiro lugar o prazer do seu senhor. Os obstáculos que ele enfrentará serão muito mais psicológicos do que físicos, sendo o maior deles a luta para vencer a vontade própria, o orgulho e a altivez.

Nesse ponto ele fez uma pausa para que eu absorvesse suas palavras.

_ Quanto às regras, em linhas gerais elas serão determinadas pelo dominador, porém em alguns casos, abre-se um precedente para que o dominado também opine. Um exemplo disso é no tocante as punições. O dominado pode se recusar a ser submetido a determinados tipos de punição ou práticas de degradação sexual. Estando ambos de comum acordo, assim será.

Novamente ele fez uma pausa para que eu digerisse o que ele disse.

_ Nesse jogo não existe regra que possa ser quebrada sem que haja consequências. É claro que, como em qualquer situação da vida, quanto mais séria for a regra, piores serão as consequências. Nesse caso em particular, todas as consequências virão em forma de punição, mas não necessariamente ligadas a dor física – ele concluiu e se calou.

Acendi um cigarro, dei uma tragada e lentamente soprei a fumaça para cima, pensando em todas as coisas que eu acabara de ouvir.

Como já disse antes, sou totalmente liberal e pró-sexo. Durante minha vida sexual já experimentei quase tudo. Desde o sexo ocasional ao apaixonado, do quase tântrico ao selvagem. Já dei e levei tapas. Usei pegada forte e fui pego de forma forte. Mas tudo isso se resumia à cama e era uma via de mão dupla. Passado o enlevo sexual, tudo voltava ao normal.

O que Victor estava me propondo era algo totalmente diferente. Nesse jogo apenas a vontade dele prevaleceria. Eu teria de colocá-la acima da minha. Não seria como numa relação padrão onde eu poderia expressar livremente meus desejos. Eu seria guiado... subjugado. Embora eu nunca houvesse experimentado, não era totalmente leigo no assunto.

_ Só tem um detalhe Victor – eu disse por fim, apagando meu cigarro.

Ele limitou-se a arquear uma sobrancelha.

_ Embora eu já tenha tentado mais de uma vez, eu nunca consegui fazer sexo anal sendo passivo.

_ É porque até hoje você não encontrou aquém que despertasse em você o desejo e a motivação necessária – ele respondeu sorrindo confiantemente.

Tais palavras agiram sobre mim como o último impulso que faz com que o paraquedista salte do avião, lançando-se no vazio do ar....

_ Estou disposto a discutir os termos desse acordo – falei olhando-o bem fundo nos olhos e estendendo minha mão direita.

_ Te garanto que você não se arrependerá – tornou ele igualmente me encarando e apertando minha mão.

CAPÍTULO III

_ Tire meus sapatos! – ordenou meu senhor.

Já havia se passado alguns minutos desde que eu servira-lhe a bebida e me ajoelhara a sua frente. Lentamente tomei seu pé esquerdo e o apoiei em minha coxa. Desatei o laço do cadarço e afrouxei-o. Segurei o calcanhar do sapato e tirei-o, bem como a meia, que depositei dentro do sapato vazio, depois repeti o mesmo processo com o outro pé.

_ Massageie meus pés!

Embora a posição que eu estava não fosse das melhores, ajeitei-me o melhor que pude e, começando pelo dedo mindinho, um a um fui apertando e alongando os dedos de Victor. Seus pés eram proporcionais ao corpo, grandes e bem definidos, com dedos longos e fortes e com a curva do peito do pé bem acentuada.

Depois dos dedos, concentrei minha atenção na planta do pé, apertando, ora forte ora suavemente toda sua extensão. Embora não seja um expert em massagem, por ser frequentador assíduo de clínicas de massoterapia, sei fazer uma “boa” massagem.

Passado um tempo, Victor substitui o pé e eu dei o mesmo no trato nele.

_ Hum! Isso é muito bom – ele gemeu e eu inadvertidamente olhei para seu rosto.

_ infração número dois. Nunca olhe para meu rosto a menos que eu ordene! – disse Victor um tanto irritado – Vejo que terei que discipliná-lo de novo.

_ Desculpe! – eu falei e rapidamente abaixei a cabeça.

_ SENHOR! Desculpe SENHOR! – sibilou ele.

_ Desculpe senhor – balbuciei de pronto.

_ Como já te expliquei, não existe desculpas para o erro, apenas consequências. – ao dizer isso ele retirou o pé de minhas mãos.

_ Afaste-se! – ele ordenou.

Ainda ajoelhado, arrastei-me pra trás. Victor levantou-se da cadeira de balanço e postou-se à minha frente.

_ Abaixe minhas calças! – ele disse secamente.

Como que impelidas por molas, minhas mãos dispararam em direção ao seu cinto que estava à altura do meu rosto, mas, devido ao nervosismo, meus dedos se atrapalharam.

_ Olhe para mim! – rosnou meu mestre.

Mal levantei a cabeça e fitei-o, um novo tapa explodiu em minha face esquerda.

_ Faça isso direito seu bosta! Será que nunca abriu as calças de um macho antes?

Embora esse tapa não tenha sido tão forte quanto os dois primeiros, visto que meu rosto estava sensível, ardeu pacas e eu fiquei com os olhos rasos d’água.

_ Como hoje ainda é o seu primeiro dia, não quero puni-lo tão severamente. Porém, não serei nem um pouco carinhoso contigo. Vou te explicar uma vez apenas. Preste muita atenção pois não repetirei e, se você não seguir à risca minhas instruções, levará um tapa cada vez que cometer uma falha. Você está entendendo? – Victor proferiu essas palavras num tom calmo mas que não deixava dúvidas de que era uma ordem definitiva.

_ Sim senhor –balbuciei.

_ Mais alto! Responda alto e com convicção, não como uma bichinha mimada – ele caiu em cima de mim.

_ Sim senhor! – falei prontamente, quase gritando, como um cadê do exército.

_ Assim está melhor. Agora preste atenção. Eu vou foder a tua boca. Você vai desafivelar meu cinto, abri-lo, desabotoar e descer minhas calças, sem tirar a cueca. Vai tirar meu pau para fora pela perna esquerda da cueca e deixá-lo duro. Então você colocará ambas as mãos nas costas, abrirá bem a boca e porá a língua para fora. Vou te foder a boca, seu lixo, por tanto tempo e do jeito que eu quiser. Você não oporá a mínima resistência, nem deixará de engolir uma gota sequer da minha porra quando eu gozar. Entendeu?

_ Sim senhor!

_ Muito bem! Mãos à obra!

Novamente levei minhas mãos à fivela do seu cinto, e, concentrando-me ao máximo, segui suas instruções. Lentamente soltei-o, em seguida desabotoei e desci suas calça. Pesar de não estar duro, o pau do Victor formava um volume considerável sob o tecido fino da cueca.

Bem devagar, segurei o elástico da perna esquerda e levantei-o até que seu pau rolou livre para fora. Embora eu já o tivesse visto, tinha sido de relance, no banheiro do bar no dia em que nos conhecemos, pois nunca mais ele me deixou vê-lo. Agora, com ele ali a poucos centímetros do meu rosto, pude contemplá-lo melhor. Mesmo não estando duro era um belo pau. Grosso e grande, com uma cabeça saliente totalmente envolta pelo prepúcio de veias grossas.

Como eu, Victor também aparava os pelos pubianos abundantes. Suas bolas eram grandes e pesadas e ficavam penduradas entre sua virilha. Suas coxas eram musculosas e peludas.

Deslizei lentamente as pontas dos meus dedos da mão direita por toda a extensão daquele pau, do saco até a cabeça. A reação foi imediata! Ele pulsou e começou a intumescer. Vi o abdômen de Victor contrair-se e ouvi quando ele puxou pesadamente o ar pelas narinas. Vi que eu estava no caminho certo.

Com as unhas dos dedos da mão esquerda, comecei a acariciar seu saco.

_ Hum... – ele gemeu – Isso é bom! – e como que para endossar suas palavras, seu pau estremeceu de leve entre meus dedos. Se tem um coisa que me excita quando transo com homem, é ver seu cacete reagindo as minha provocações, ir ficando duro.

Detive os movimentos da minha mão direita e, com a esquerda envolvi suas bolas, apertando-as suavemente. Novamente ele gemeu, e novamente seu pau reagiu. Sua ereção estava atingindo o ponto máximo. A glande inchara sucessivas vezes, dobrando de tamanho e tentava libertar-se do prepúcio. Sua ponta já era visível. Achei que era chegada a hora de ver aquele belo instrumento em todo o seu esplendor.

Sem parar de massagear as bolas dele, coma mão direita segurei aquele pau grosso. Meus dedos mal se tocaram ao fecharem-se à sua volta. Sem sombras de dúvidas, aquele era um dos paus mais grossos que eu já segurara. Vagarosamente fui puxando o prepúcio para trás, vendo a glande ir surgindo, milímetro por milímetro. Quando ela já estava quase toda descoberta, inverti o sentido da minha mão e comecei a recobri-la novamente.

_ Hum... – ouvi Victor gemer um gemido frustrado, quase agoniado.

Como homem, sei que é agonizante quando o pau, já completamente duro, permanece com a glande envolta pelo prepúcio. A vontade que se tem nesses momentos, é puxá-lo ao máximo para trás, a famosa arregaçada.

Talvez tenha sido meu inconsciente que me levou a agir assim. Se eu teria que me submeter e ser punido por Victor sem esboçar a menor reação, a única forma de me vingar seria torturando-o ao máximo sempre que possível.

_ Essa tortura vai lhe custar caro mocinho – ele gemeu, porém, nem um pouco insatisfeito.

Como vi que ele tinha sacado meu joguinho, e também como eu estava louco de vontade de ver aquele maravilho pau por inteiro, novamente voltei a arregaçá-lo, e dessa vez fui até o fim.

Mantive minha mão firmemente encostada em seu púbis por alguns segundos. Por experiência, sei que, assim retesado, a pele do pau se estica, o que aumenta a sensibilidade da glande.

CONTINUA

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