Apenas Um Ano - XIV

Um conto erótico de Omar Junqueira
Categoria: Homossexual
Contém 1892 palavras
Data: 30/12/2016 00:22:46
Última revisão: 30/12/2016 00:24:15
Assuntos: Gay, Homossexual

Depois de subir uma enorme escada rolante, chegamos no salão de beleza, onde fomos recebidos muito bem pela atendente, deixei Felipe por conta dela e sai um pouco para dar um telefonema. Procurei pelo seu nome nos contatos, depois de alguns toques ele atendeu.

- Oi, Omar? – Falou surpreso.

- Oi Guilherme, como vai?

- Vou bem e você gato? – Falou simpático – Você sumiu, depois daquele dia tentei te ligar várias vezes mas estava sempre fora de área.

- Aconteceram muitas coisas, mas depois eu te conto, o motivo da minha ligação é para saber se você topa sair hoje à noite – falei.

- Claro que topo, estava louco pra repetir aquela noite com você – falou animado.

Eu ri.

- Eu não me expressei direito, estou te convidando para sair com um amigo meu, ele está passando um tempo aqui na cidade e eu achei que você seria uma ótima companhia, esqueci de te contar que voltei com meu namorado.

- Há entendi – Guilherme pareceu frustrado.

- Desculpa se dei a entender outra coisa – falei sem graça.

- Tudo bem, eu que falo pelos cotovelos – riu – Mas eu topo sim, me fala? Ele é gato?

- Sim, muito, você não vai se arrepender – falei rindo, acho que ele gostou da ideia.

- Então me fala o local e a hora – Guilherme falou animado.

- Na minha casa as 20h00, lá a gente decide para onde ir, mas eu estava pensando em ir naquela balada GLS que a gente se conheceu.

- Ok, nos vemos às 20h00 – disse e depois desligou.

Acho que um pouco de diversão era o que precisávamos, eu estava super animado com o nosso programa e não via a hora para que Felipe conhecesse Guilherme, admito que tomei essa decisão de apresenta-los como forma de fazer Felipe esquecer qualquer sentimento por mim, eu estava pensando totalmente em sua felicidade e mover meus pausinhos para que isso acontecesse não é errado, creio eu, afinal é para o bem dele, acho que Felipe e Guilherme tem tudo para dar certo.

Depois que terminei o meu telefonema, voltei para o salão de beleza onde Felipe estava, sentei-me me uma cadeira atrás dele e fiquei o observando enquanto o cabelereiro cortava seu cabelo, ele me viu pelo reflexo do espelho e sorriu pra mim, eu sorri de volta pra ele e voltei minha atenção para o celular. Estava olhando algumas fotos no Instagram pra passar o tempo, fotos que o Felipe, meu namorado posta com frequência em seu perfil, todas eles de beleza incomparável, ele tinha mesmo talento pra isso, fui rolando o seu feed para baixo pra poder ver suas publicações mais antigas, parei quando vi uma foto de seus olhos, muito vermelhos, provavelmente havia chorado muito, o vermelho forte contrastava com a cor de seus olhos, a foto era incrível porém triste, na legenda tinha escrito “Eu sou um idiota, não acredito que fiz isso com você” e vários emojis de choro, a data era de quando eu ainda estava na fazenda, ele sofreu muito, assim como eu. Segui olhando os comentários dos seus muitos seguidores, alguns diziam “ Não fique assim” outros “Isso vai passar” ou “Vai ficar tudo bem”, mas um em especial me chamou atenção, dizia: Você não é idiota é apenas humano. Realmente me tocou, aquele seguidor, que eu e provavelmente ele nem sabia quem era estava dando força a alguém que ele só conhecia por meio de fotos, é muito legal ver isso porque mostra que as pessoas ainda têm bondade em seus corações e que não são todos que usam as redes sociais para disseminar o ódio ou coisa do tipo, mas sim, disseminar o amor e apoio ao que necessitam. Fui tirado de meus pensamentos por Felipe.

- Iai, ficou bom? – Perguntou Felipe.

- Ficou muito bom – realmente havia ficado muito bonito. – Está um gato – falei e ele sorriu.

- Obrigado – agradeceu gentilmente.

- Vamos? Temos mais um lugar para ir e depois vamos pra casa, meu pai quer falar com você antes da gente sair. – Falei enquanto entregava o cartão de credito para a mulher atrás do balcão.

- Sair para onde? – Perguntou curioso.

- Vamos a uma balada GLS, eu você o Felipe e mais uma pessoa que eu chamei.

- Quem? – Exclamou.

- Uma pessoa para te fazer companhia – falei sorrindo.

- Ai Omar, não estou gostando desse mistério – falou receoso.

- Agora nós vamos em uma loja de celulares comprar um para você, é claro que isso não poderia faltar.

- Mas eu não sei usar essas coisas – como é do mato, pensei.

- Eu vou te ensinar a usar, não se preocupa – falei rindo.

...

Já era noite quando chegamos em casa, umas 18h00 para ser exato, meu pai já estava a nossa espera para falar com Felipe, aquela era a casa dele e ele deveria saber tudo o que acontecia, eu sabia que meu pai não iria se opor ao fato do Felipe estar morando aqui, mas ele achou melhor conversar com ele e tudo mais, meu pai é um homem muito sério e tudo tem que estar em seu devido lugar. Logo que entramos em casa, Mercedes a governante veio nos avisar que o todo poderoso Augusto Junqueira estava em seu escritório a nossa espera. Entregamos todas as sacolas para o mordomo, que iria levar tudo para o quarto do Felipe. Fomos então ao encontro de meu pai, quando chegamos na frente da porta eu bati.

- Pode entrar – falou meu pai do outro lado da porta.

Logo entramos e nos sentamos nas poltronas, Felipe parecia nervoso, afinal meu pai tem uma cara de bravo, mas isso é só fachada, ele é um amor de pessoa, isso quando não está bravo. Ri ao pesar.

- Muito bem, você é o Luiz Felipe... – o senhor Augusto começou falando – Pelo que o Omar me disse você trabalhava na minha fazenda, por que saiu? – Perguntou.

- Sim senhor, eu trabalhava em sua fazenda, saí porque tive um desentendimento com o capataz, depois que minha mãe faleceu – sua voz quase falhou, ele tentava não chorar.

- E quem era a sua mãe? –Indagou meu pai.

- Era a Marta, ela também trabalhava lá como cozinheira – Felipe falou com dificuldade.

- Marta... – meu pai ficou pensativo – A Marta faleceu? – Ele pareceu conhecer a mulher.

- Sim, faz pouco tempo, o senhor a conhecia?

- Você é o filho da Marta? O pequeno Felipe? Não consigo acreditar, como você cresceu – falou meu pai, parecia ter um momento nostálgico – Sua mãe era uma pessoa muito especial para mim, eu tenho uma enorme gratidão por ela, ela salvou a vida da minha esposa e do meu filho. – Falou emocionado.

- Como é? – Perguntei chocado.

- Sim Omar, a mãe do Felipe salvou a sua vida e a vida da sua mãe durante o seu parto. Nós tínhamos ido passar alguns dias na fazenda, sua mãe estava prestes a dar à luz, e em uma noite de chuva a bolça estourou e a Marta fez o seu parto, o médico disse que se não tivesse sido feito algo, você e a sua mãe teriam morrido. – Seus olhos lacrimejavam – o Felipe devia ter um ano na época, desde então eu tenho uma enorme dívida com sua mãe Felipe, sinto muito pela morte dela.

- Então ele pode ficar não é pai? – Perguntei ansioso, Felipe chorava ao lembrar da mãe e confesso que eu também fiquei um pouco mexido.

- Felipe, pode ficar aqui o tempo que quiser, vai ser muito bom tê-lo conosco. – Meu pai falou, eu sabia que ele não iria se opor e com esses fatos que meu pai acabou de contar, era mais do que nosso dever ajudar o Felipe nesse momento tão difícil.

- Mas Senhor Augusto, é que o Omar me compreendeu mal, eu não vim a sua casa a procura de um teto, eu vim aqui a procura de um emprego. Eu não gosto da ideia de ficar morando aqui as suas custas e viver na mordomia – o orgulho de caipira prevalece no final, revirei os olhos para ele.

Meu pai parou, pensou um pouco e respondeu.

- Faremos o seguinte, pense que você está aqui de férias por tempo indeterminado, eu sei que você já deu muito duro trabalhando na fazenda e é mais do que justo que você descanse um pouco. Eu vou me encarregar de conseguir um bom emprego para você, mas até lá, relaxe e aproveite a estadia – Meu pai falou, eu fiquei boquiaberto com a sua proposta à Felipe, seu Augusto realmente era um homem muito bom.

- Eu fico até sem jeito, só tenho a agradecer a vocês, não tenho nem palavras – Felipe estava emocionado.

- Você é uma pessoa admirável senhor Augusto Junqueira – falei o abraçando e dando um beijo em sua bochecha.

- Eu faço o que posso meu filho – falou sem graça, meu pai nunca lidou muito bem com elogiosEu falei que não sabia mexer nesse treco – falou Felipe impaciente tentando usar o seu celular novo.

- Calma, com o tempo você pega o jeito – falei enquanto arrumava meus cabelos de frente para o espelho.

- Iai amor, como estou? – Falei me virando para Felipe, meu namorado, que estava sentado na cama do lado do Luiz Felipe.

- Está perfeito – falou levantando-se e me dando um selinho. – Já podemos ir? – Perguntou, olhando as horas no celular.

- Calma, falta uma pessoa – na hora que eu fechei a boca, a campainha tocou – E ela já chegou – falei e fomos todos para a sala.

Chegamos na sala e lá estava ele, os cabelos loiros penteados de lado, a barba loira por fazer, vestia uma calça skinny preta com uns rasgões, uma camisa com estampa floral e um tênis de camurça branco. Estava mais lindo do que da última vez que o vi, na hora que ele me viu, abriu um largo sorriso, mostrando todos os seus dentes incrivelmente brancos e bem alinhados.

- Quando tempo – falei dando-lhe um abraço e um beijo na bochecha.

- Você que sumiu – falou em meu ouvido, o cheiro de seu perfume era sedutor.

- Aconteceram várias coisas, mas isso fica para depois – falei me afastando um pouco, vi que Felipe não gostou de meu gesto, ele sempre foi um pouco ciumento – Gui, esse aqui é o meu namorado.

- Prazer, Felipe – falou apertando sua mão.

- E esse é a pessoa que te falei – apresentei-os.

- Prazer, Guilherme Albuquerque.

- Prazer, Luiz Felipe - eles se cumprimentaram com um aperto de mãos.

- Omar, bem que você falou que ele é um gato – Guilherme pareceu interessado, Felipe apenas sorriu pra ele, acho que estava sem graça.

Continua...

Olá meninos e meninas tudo bom? Eu sei que eu dei uma sumida, mas estou aqui postando mais um capítulo do conto, estamos no capitulo 14 e já adianto que o conto terá só 20 capítulos ou menos, não sei ainda. Eu estive pensando em continuar o conto (A Obsessão), mas quero a opinião de vocês, se continuo o conto ou começo um novo, por favor me respondam, se não quiserem comentar aqui, podem me mandar um e-mail ou me chamar pelo Skype, estou à disposição para saber a opinião de vocês, só que se eu for continuar o outro conto eu farei um capítulo especial relembrando tudo pra ninguém ficar perdido, okay? Muito obrigado pela atenção, obrigado por ler.

Também quero desejar a todos um FELIZ ANO NOVO, que nesse novo ano possamos disseminar o AMOR e a PAZ, que possamos ser AMOROSOS e CARINHOSOS com todos os seres, livres de preconceitos ou discriminação. Beijos de luz amores! Muitas felicidades.

Email – luckinhass114@gmail.com

Skype – lucas_sel

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Comentários

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Em breve estarei postando a continuação, aguarde só mais um pouco Biel paixão. Bjs

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Ainda estou esperando, por favor continue.

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Adorei o capítulo! Ñ tenho nem o q comentar! Feliz Ano Novo pra vc tb!

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