Apenas Um Ano - XII

Um conto erótico de Omar Junqueira
Categoria: Homossexual
Contém 1298 palavras
Data: 26/11/2016 23:51:17
Assuntos: Gay, Homossexual

Caminhei em passos largos até a sala, e o avistei sentando em um dos sofás a minha espera.

- Felipe? O que você está fazendo aqui? – Perguntei surpreso.

- Omar – falou com esperança e logo depois começou a chorar.

Eu não sabia o que fazer, eu não sabia o motivo por ele estar assim, mas podia imaginar, ele não superou o que a gente teve e veio tentar uma nova chance, será? Mas se for isso eu estou totalmente perdido, pois eu não o amo e seria muito difícil para mim falar isso para ele. Aproximei-me dele e sentei ao seu lado.

- O que aconteceu, porque você está assim? – Perguntei preocupado.

- Há Omar, aconteceu tanta coisa nessa última semana que eu nem sei por onde começar, a minha vida mudou completamente e eu estou sem chão – fala ao limpar as lagrimas que teimavam em cair.

- Então eu vou pedir para empregada trazer uma água para você e daí você me explica tudo o que aconteceu ok? – Falei, ele apenas assentiu coma a cabeça.

Depois que ele tomou a agua e se acalmou um pouco ele continuou a falar, ele parecia tão aflito e vulnerável.

- Omar a minha mãe morreu – falou, as lagrimas incessantes.

- Meu Deus Felipe, eu sinto muito, muito mesmo – falei o abraçando.

- Ela teve um AVC dois dias depois que você veio pra cidade, eu fiquei tão triste, tão revoltado com a vida que acabei fazendo besteira, eu estava tão arrasado e enfurecido com tudo e todos que depois do enterro eu procurei o Luís e bati nele, porque ele se negou a emprestar dinheiro pra comprar os remédio que a minha mãe precisava, eu me senti tão inútil por não ter conseguido evitar que a minha mãe morresse, eu me senti pequeno e desprezível, depois que eu o agredi ele me expulsou da fazenda e eu vim pra cidade, tentei ficar em hotéis nesse tempo, mas o dinheiro acabou e eu não sabia mais para onde ir. – Falou com a cabeça baixa.

- Eu sinto muito pelo que aconteceu com a sua mãe e por tudo que você passou, você fez muito bem em me procurar, aqui você não vai passar por nenhuma necessidade – falei levantando.

- Aonde você vai? – Perguntou levantando-se junto comigo.

- Horas aonde vou? Vou dizer para a empregada preparar um quarto de hospedes para você, me espera aqui – falei saindo.

- Mas... – não dei atenção a ele e subi as escadas que levavam ao segundo andar da mansão.

*NARRADO POR LUIZ FELIPE (FAZENDA) *

- Mas... – falei, mas Omar não me deu atenção e subiu as escadas que levavam ao segundo andar da mansão

Fiquei ali sentado naquele sofá de tecido macio e confortável, olhando cada detalhe daquela enorme sala, o que mais me chamou atenção foram os quadros que estavam pendurados na parede, eram esquisitos, mas bonitos de alguma forma, como eu não entendo dessas coisas eu não tenho condições de opinar.

- Omar... – falou um garoto tirando-me de meus pensamentos – Cadê o Omar? Era você quem estava procurando por ele? Afinal, quem é você? – Falou aproximando-se de mim.

É um garoto muito bonito, vestido com roupas finas e de bom gosto, seus cabelos são lisos e arrepiados isso dá um charme a ele, seus olhos castanhos cor de mel com seu olhar era penetrante, mas afinal, quem é esse garoto?

- Meu nome é Felipe – falei estendendo a mão para ele.

- Prazer Felipe, meu nome é Felipe... também – falou rindo ao apertar minha mão – Que coincidência.

- Então você é o famoso Felipe - falei.

- Famoso? – Perguntou confuso.

- É, já ouvi algumas histórias sobre você – balbuciei.

- Espero que boas histórias – falou sorridente.

- Nem tanto.

- Entendo – falou coçando a cabeça – Mas o que aconteceu ficou no passado, o que importa é o agora – falou meio sem graça.

- Você não precisa me dar explicações, não estou te julgado e nem te crucificando – falei tranquilizando-o.

- Mas não queria que tivesse uma má impressão de mim, você é amigo do Omar e consequentemente é meu amigo também – falou Felipe.

- Não costumo julgar ninguém, eu nem conheço você direito afinal – falei.

- Legal, já gostei de você – falou.

- Estou vendo que já se conheceram – falou Omar ao adentrar a sala.

- Sim amor, e estamos nos dando muito bem – disse Felipe virando e dando um selinho em Omar. – Felipe? – Disse Omar.

- Oi – eu e Felipe falamos ao mesmo tempo.

Rimos

- Isso é muito confuso – falou Omar rindo.

- Então, quando estivermos juntou, você pode me chamar de Luiz, que é o meu primeiro nome – falei, eu nunca disse que tinha esse nome porque nunca achei necessário.

- Desde quando você tem esse nome? - perguntou Omar confuso.

- Desde sempre, só não gosto do nome “Luiz” porque esse era o nome do meu pai, e lembrar dele não é a melhor coisa. – Falei com a cabeça baixa.

- Depois você me conta essa história, agora vamos ver seu quarto – falou Omar me puxando pela mão.

Quando chegamos ao quarto, meus olhos se encheram, era incrivelmente grande e bonito, chegava a me deixar um pouco zonzo, eu não estava acostumado a isso, e isso não era o que eu queria, eu vim até aqui com a esperança de ganhar um emprego e virei um hospede, isso era demais para mim, eu realmente não achei que merecia.

- Omar, nós precisamos conversar – falei sentando-me na enorme cama king size.

- Tudo bem, Felipe, pode nos deixar a sós por um minuto? – Falou Omar ao namorado.

- Claro, estarei no jardim.

- Então, o que quer me dizer? – Falou Omar sentando-se ao meu lado na cama.

- É que você entendeu tudo errado, eu não vim aqui atrás de teto e comida, eu vim aqui atrás de um trabalho, eu sei que a sua intenção é a melhor, mas não sei se me acostumaria a viver com todo esse luxo ao meu redor, eu sempre morei naquela fazenda, sempre dormi naquele quartinho simples e sempre fui acostumado a trabalhar, eu nunca tive nada na vida assim tão fácil e não sei se posso me adaptar a isso.

-Há... era isso, eu já havia imaginado, mas isso é só o começo, quero que você tenha tudo que nunca teve, roupas legais, comida de qualidade, conforto, você terminou o ensino médio?

- Não – falei com vergonha.

- Ensino fundamental? – Perguntou novamente.

- Também não, eu tinha que trabalhar – respondi.

- Então teremos que contratar um professor particular – falou Omar todo empolgado – Luiz Felipe, eu não estou fazendo isso para te constranger, eu estou fazendo isso por gratidão, você foi o meu único amigo quando eu não tinha ninguém ao meu lado, você foi o meu conselheiro e amante, você de alguma forma mudou minha forma de pensar e agir, e isso meu amigo, não tem preço, nem todas as coisas do mundo podem pagar isso – falou com a voz rouca, tentando deter o choro.

- Você é a melhor pessoa que eu conheci Omar, eu é que sou grato – falei derramando uma lagrima.

- Há... não seja falso – falou rindo e depois me abraçou.

- Obrigado por tudo Omar – falei anda abraçado a ele.

- Eu é que te agradeço – falou desfazendo o abraço – agora descanse, relaxe e aproveite o seu novo quarto. – Falou saindo do quarto e fechando a porta.

Eu me sentia tão sortudo por ter Omar como amigo, eu nunca pensei que essa seria sua atitude diante da minha situação, ele realmente era um cara legal, solidário e com um coração enorme, apesar de as vezes sua casca ser dura, ele é um amor de pessoa, Felipe tem sorte de tê-lo como namorado, na verdade, eles dois formam um lindo casal, e eu não podia estar mais feliz, sem perceber cai em um sono profundo naquela cama incrivelmente confortável.

Continua...

Olá galera, voltei com mais um capítulo, espero que gostem e me desculpem pela demora e também pelos erros. Se puderem comentar eu ficarei muito feliz. Bjs.

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Comentários

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Que bom que voltou!!! Esse capítulo foi muito legal!! Continua!!👏👏😍💓🙌😉

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muito bom e legal que vc esta de volta

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