Um maluco em minha vida. 12

Um conto erótico de Camilo
Categoria: Homossexual
Contém 2722 palavras
Data: 16/11/2016 20:55:45

Continuando...

Juninho se encolheu no sofá e ficou em silêncio,como se não soubesse o que falar.Então fechei os olhos e pensei no Matheus,em como ele deveria estar se sentindo.Eu estava passando por isso e não era fácil.A idéia de ir atrás dele,e tentar conversar surgiu na minha cabeça,mas logo descartei,pois eu seria a última pessoa do mundo,que ele iria querer ver agora.

Naquele momento,minha mãe e Henrique entraram pela porta.Ele pegou no ombro do irmão e eles foram juntos pra cozinha,minha mãe me deu a mão,eu me levantei e fomos também.

Juninho pegou um prato e sentou a mesa,tirando umas coxinhas de dentro de um saco de papel.Minha mãe assanhou meu cabelo,e colocou a caixa de pizza,que trazia a minha frente,e em seguida se sentou ao meu lado e ficou me observando.

-Você melhorou,querido?-Ela perguntou sem tirar os olhos de mim.

-Sim mãe!-respondi enquanto abria a caixa.

Henrique estava sentado do lado do Juninho,em silêncio,com a cabeça entre as mãos,parecendo perdido em pensamentos.Minha mãe olhava dele para mim,e eu comecei a notar,que havia uma tensão entre os dois.

-Rique,o que você tem?-Juninho perguntou enquanto colocava a mão sobre o ombro do irmão.

-Minha cota de paciência acabou.-Ele respondeu com um resmungo.

-A sua?ou você estourou a de todo mundo?-Minha mãe perguntou após dar um tapa na mesa.

-Não sou obrigado a ter que aguentar,você e sua filha,me olhando com pena.-Ele respondeu levantando a cabeça pra encara-la.

-Não estamos com pena de você,Henrique.Estamos nós solidariezando com a sua dor.Estamos mostrando a você,que pode confiar em nós.-Minha mãe disse com firmeza,devolvendo o olhar dele.

-Augusto Junior,pra o quarto agora.-Ele disse com um tom que meu deu arrepios.

Juninho olhou dele para minha mãe e pegou o prato,lançando um último olhar pra mim,ele saiu da cozinha.

-Me irrita,ver vocês imaginando coisas sobre mim.Coisas que não são reais,caralho!...E pela milésima vez,eu não estou sentindo porra de dor nenhuma,nem estou me acabando por nada.-Ele disse com frieza após alguns minutos.

-Então,você não ama a Lu.-Minha mãe disse agora ficando de pé,segurando a mesa com força.

-A amo sim,ela é minha mãe.E é por ama-lá demais,que acho que a morte é o melhor remédio.-Ele disse de uma maneira,que causou calafrios em nois dois.

-Como pode dizer isso?Que espécie de filho é você,que deseja ver a morte da propia mãe?-Minha mãe perguntou em choque,antes que eu pudesse falar alguma coisa.

Henrique soltou um murro na mesa,que abriu um buraco raso,mostrando as farpas de madeira.Eu tentei me levantar,mas minha mãe colocou a mão em meu ombro e me fez ficar sentado.Henrique então nos lançou um olhar de ódio,e saiu sem olhar pra trás.Minha mãe puxou mais a cadeira e caiu nela,com o rosto banhado pelas lágrimas.Peguei suas mãos e as segurei,sem falar nada,deixando que ela chorasse até se acalmar.

-Não dá pra conviver com ele,não dá.-Ela disse após um tempo,enquanto enxugava o rosto.

-Mãe não liga,o Henrique tem o jeito dele de pensar e de ver as coisas.-falei do jeito mais doce que podia.

-Filho,você viu o controle que ele tem sobre o irmão?O Juninho faz o que ele manda,sem reclamar.-Ela falou parecendo pensativa.

-Isso é normal,né?-perguntei tentando entender aonde ela queria chegar.

Minha mãe,abriu a boca pra responder,mas uma voz chamou seu nome e eu me virei.Na porta da cozinha,estava um homem moreno,careca e de sorriso fácil.Ele era mais alto do que eu e era cheinho,pra não dizer gordo.Nunca pensei que olhar pra ele,me trouxesse um alívio tão grande.

Aquele era o Pedro,ele tinha sido um dos melhores amigos do meu pai,e depois da morte dele passou a cuidar da gente,se tornando amigo da minha mãe e há alguns anos,eles tinham virado namorados,vivendo juntos até hoje,mesmo que eu não gostasse muito disso.Mas o Pedro trabalhava viajando,e passava muito tempo fora,o que era a melhor coisa nele.

Minha mãe se levantou e correu até ele,o abraçando.Eu pisquei o olho pra ele,e o mais rápido que pude,sai dali.Não sei se continuaria vivendo,depois de ver a minha mãe beijar outro homem.

A sala estava vazia e então fui em direção ao meu quarto,de onde vinha uma estranha melodia.Me aproximei e ao entrar,vi Henrique com um violino apoiado no ombro,encostado ao seu pescoço,enquanto o segurava com a mão direita.Ele estava de olhos fechados e corria o arco delicadamente,formando uma estranha e doce melodia.

Henrique abriu os olhos e me encarou,mas não parou de tocar.E eu me deixei ficar ali a admirar.Aos poucos me aproximei mais dele,e então notei que em seu peito havia apenas uma tatuagem,e era em cima do coração.

O violino quase a cobria totalmente,e então me afastei para o lado,para vê-lá melhor.Era um nome,o nome de uma mulher;Patrícia.

-Ele deve,ter sido muito importante pra você.-Eu disse sem pensar.

-Quem?-ele perguntou parando de tocar.

-A moça,que você tatuou o nome em cima do peito.-Respondi apontando para lá.

-Ela não foi...ela é importante.Patrícia é meu passado,presente e futuro.-Ele disse após um minuto em silêncio.

-É sua namorada?-perguntei curioso.

-Ela a única mulher no mundo,que não posso ter.-Ele respondeu sem nenhuma emoção,mas seus olhos demonstravam um enorme vazio.

-Porque?-perguntei cada vez mais interessado,já que ele não era muito de se abrir.

-Se eu fosse contar todos os motivos,ficaríamos aqui o dia todo.-Ele respondeu baixando o violino.

-Henrique,elá...-Disse enquanto o encarava.

Ele me interrompeu,dando um chute na mala,que estava aos seus pés.Ela se abriu e eu vi que estava cheia de envelopes de cartas,alguns já amarelados e outros ainda brancos.

-Trocavamos uma carta por mês,por vários anos.Mas a última,foi uma carta de despedida,ela me disse que me amava de uma forma que não era normal,mas tinha arrumado um namorado e queria ter alguém de verdade,e ela pediu que eu fizesse o mesmo.-Ele explicou observando todo aquele matérial.

-Nossa!-Disse enquanto olhava praqueles inúmeros envelopes,desejando poder ler um.

-Ela é uma das duas únicas pessoas,capazes de me fazer sentir dor,e por isso a odeio,mas também a amo de um jeito insano e desesperado.Ela é a maldição que ronda a minha vida,é o ar que eu respiro,e o sangue que corre em minhas veias...Ah,Felipe,eu tive muitas mulheres,mas em todas elas,eu procurei uma parte da Patrícia,um pedacinho que pudesse me agarrar.Ela tem sido o meu castigo,o meu inferno em vida.E tenho quase certeza,que vai acabar me matando.-Ele falou parecendo perdido em pensamentos.

-As vezes o nosso coração,faz escolhas que nem a mente mas inteligente,entende.-Disse enquanto via o D e o Matheus se formar na minha cabeça.

-A humanidade deveria vir sem coração,tenho certeza que começaria a caminhar pra frente.-Ele disse levantando o violino novamente.

Eu entendi aquilo como um sinal de que a conversa tinha acabado,então sai e fechei a porta atrás de mim.Voltei a cozinha que estava vazia,e me sentei na mesa pensativo.Definitivamente,o amor era o sentimento mais complicado que existia.

-Uma moeda por seus pensamentos.-uma voz disse ao meu lado,fazendo com que eu quase pulasse da cadeira.

-Não e nada de mais...E a mamãe como está?-perguntei ao ver que era o Pedro.

-Dormiu!-Ele respondeu com um sorriso.

-Ela tá bem chateada,com o Henrique.-disse enquanto pensava no que tinha ocorrido ali,observando o buraco que ele tinha aberto com o punho.

-A doença da Lu,mexeu muito com ela.Mas eu não acho,que ela esteja realmente com raiva.Acho que é só coisa de momento.-Ele disse enquanto se sentava a minha frente.

-O que você tá fazendo aqui?-perguntei na lata.

-Achei que tinha gostado de me ver.-Ele respondeu com um sorriso.

-Você sabe que não...E nesses três meses que esteve longe,eu tava quase me esquecendo que você existia.-Disse sem nenhuma delicadeza.

-Já eu,lembrei de você e da Alana,cada segundo.-Ele

disse com carinho.

-Você não é meu pai!-Disse sentindo uma ponta de raiva,crescer dentro do meu peito.

-Não,e pela milésima vez,eu não quero e nem nunca quis ocupar o lugar dele.-Ele disse enquanto me encarava.

-Não é o que parece,desde que meu pai morreu,você fica cercando a gente que nem urubu.Até conseguiu namorar a minha mãe!-rebati irritado.

Pedro se levantou e puxou a cadeira ao lado da minha,então pegou a minha mão e segurou com força,mesmo que tentasse puxar,ele não soltava.

-Você pode me xingar,dizer que me odeia,que quer que eu suma.Pode gritar e desejar que eu morra,ou que eu vá embora.Mas eu nunca vou deixar de amar você.Independente da escolha que faça ou da atitude que tome,eu vou amar você,do mesmo jeito que amei,quando peguei você nos braços.Mesmo que um dia o mundo te vire as costas,eu quero que saiba que vou estar lá,quando você precisar.Que vai sempre ter em mim,um porto seguro,um lugar pra onde correr.-Ele disse emocionado.

Eu também fiquei emocionado,e meus olhos encheram d'água,mas pra não dar aquele gostinho pra ele,virei o rosto e fiquei em silêncio.Pedro se levantou e dando um tapinha nas minhas costas, saiu.Aproveitei e enxuguei os olhos com a camisa.E então ele vou alegre,trazendo uma mochila e a colocando em cima da mesa.

-Eu comprei muita coisa,a caminho daqui.O chocolate que você adora,o doce preferido da Alana,o feijão que sua mãe ama,e mais essas coisas que eu sei que você ama.-Ele falou enquanto tirava várias coisas da mochila e colocava em cima da mesa.

Eu fingi que não estava olhando,mas a verdade é que tava babando por tudo,principalmente pelo chocolate,mas eu não ia da o gosto de ele saber.

-Você não quer nada?-Ele perguntou com um sorriso travesso.

-Não.-respondi tentando imitar o tom do Henrique.

-Tem certeza?Esse chocolate é uma delícia!-Ele falou alegre enquanto abria o pacote.

-Tô sem vontade!-disse tentando não olhar.

-Então vai ser um desperdício!-Ele disse enquanto colocava a barra perto de mim.

Após uma pequena discussão dos meus dois eu,peguei a barra e olhando pra ele,disse que era pra não desperdiçar.Pedro sorriu e começou a arrumar as coisas,deixando apenas umas poucas em cima da mesa.Depois de um tempo,ele trouxe mais coisas e umas panelas,colocando tudo junto.

-Lava as mãos,e vem me ajudar a preparar o jantar.-Ele disse enquanto me encarava.

-Tô sem vontade,chama outra pessoa.-Disse enquanto devorava o último pedaço de chocolate.

-A Alana foi visitar os pais do Julio,sua mãe tá dormindo e seus primos estão no quarto...Então só resta você,anda.-Ele disse com um sorriso.

Resmungando,fui até a pia e lavei as mãos.E em seguida fiz tudo que ele mandava,desde lavar alguma coisa até a mexer outra.A verdade é que foi divertido fazer aquilo junto com ele,me manteve ocupado e evitou que eu pensasse no D e no Matheus.Mas quando tudo terminou,lavei as mãos e sai,o deixando sozinho.

Là no fundo eu gostava do Pedro,mas eu tinha medo que a presença dele,acabasse fazendo meu pai virar menos que um fantasma,e isso eu não podia permitir.Alana já chamava o Pedro de pai,e minha mãe o tratava como marido,então eu tinha a sensação de que meu pai só tinha a mim pra lembrar dele.

Cheguei ao meu quarto e abri a porta,Henrique estava terminando de se vestir e não olhou pra mim.Quando ele acabou,voltamos juntos a sala e logo Juninho se juntou a nois.Depois de um longo tempo,Alana chegou com Julio e nois que tavamos em silêncio ate aquele momento,desatamos a conversar.Quem falava menos,era o Henrique que estava pensativo,com o celular na mão,o que me deixava curioso.

Logo minha mãe apareceu com o Pedro,e ele serviu o jantar.Quando acabamos,Alana e Juninho foram lavar os pratos e arrumar a cozinha.O resto de nois voltou pra sala e minha mãe sentou no sofá maior,com a cabeça no ombro do Pedro,que me deixou um pouco irritado,afinal ela não era nenhuma menininha.

-Hoje eu ouvi uma melodia maravilhosa,qual era de vocês que estava ouvindo música clássica?-Minha mãe perguntou com um sorriso.

-Ninguém,era o Henrique tocando violino.-respondi

-Você toca violino?-Minha perguntou se sentando e o encarando.

-Um pouco!-Ele respondeu sem parar de mexer no celular.

-Eu não sabia,que gostava desse tipo de instrumento.-Minha mãe disse tentando puxar conversa com ele.

-Hoje ficou claro,que a senhora sabe bem pouco sobre mim.-Ele disse enquanto se levantava,e lançava a todos nós,um dos seus olhares de desprezo.

-Esse menino é um amorzinho.-Júlio disse após ele ter saído pela porta.

A curiosidade surgiu dentro do meu peito,e alguma coisa me dizia que o Henrique tava planejando algo.Então me coloquei de pé e olhei pra todos,e falei:

-Mãe,eu vou dá um pulo no Matheus.

-Venha logo pra casa,Felipe.-Minha mãe recomendou.

Sai pela porta e passei pelo portão,Henrique descia apressado e eu sem pensar fui atrás dele.Ele entrou na esquina e continuou descendo,depois dobrou a direita e subiu um pouco.Eu tentava manter uma distância segura,pra que ele não percebesse e assim chegamos a uma rua,aonde ele dobrou a esquerda.Com a curiosidade me corroendo por dentro,caminhei ate a esquina e vi o Henrique parado,debaixo de um poste fumando.Ele não teria andado desse tanto,só pra fumar né?

Quando eu estava quase desistindo e voltando pra casa,eu vi alguém vindo de encontro ao Matheus.Era uma mulher que estava de vestido longo e branco,e era morena café com leite,mais leite que café.Seus longos cabelos pretos soltos e sendo levados pelo vento,o que deixava a imprensão que ela não caminhavá,e sim que flutuava.

A curiosidade me pinicava por dentro,e só consegui ver seu rosto,quando ela chegou próximo ao poste,e então senti meu mundo rachar aos meus pés.A mulher de branco era a enxerida namorada do Matheus,a Paty.

Paty era o diminuitivo para Patrícia,claro!Mas como eu podia imaginar que era ela?De onde eles se conhecia?Minha cabeça começou a girar,com aquele tanto de pergunta,sem resposta.

Henrique a encarou e ela também,parecendo duas estátuas e então,como se alguém tivesse apertado o botão de play,eles se jogaram nos braços um do outro,em um abraco tao apertado,que era difícil saber aonde terminava ela e começava ele.

Me sentindo um intruso,me afastei o mais silenciosamente que pude e parti pra casa.Paty tava com Henrique,e eles se amavam,mas não podiam ficar juntos.E ela namorava o Matheus,que tinha me beijado.

Eu tinha imprensão,que a minha cabeça ia explodir.

Continua...

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Olá pessoal,boa noite!

ivo/BH gostei do conselho,mas acho que ainda não preciso usar kkkkk

NinhoSilva digitar no celular e difícil,então sempre vai ter alguns erros.

Edu19>Edu15,Luny,Martines,VALTERSÓ,Ru/Ruanito,Greader,Gordo1979,Chria,Magus e Marcos Costa adorei os comentários e espero que gostem do capitulo 12,ainda temos muita emoções pela frente.

Obrigado a todos que leram,valeu pelas notas dez e até a proxima pessoal.

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Comentários

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nossa essa patricia e uma rameira de primeira kkkkkk coitado do matheus lol a única coisa que acho ruim desse conto é que quando ta ficando bom ele acaba -_- ainda bem que vc ta fazendo capitulos diariamente ^^

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Gente que final foi esse. Segredos mais do que tudo. Amei o capítulo.

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EXCELENTE. GRANDES REVELAÇÕES. PATY FICA COM HENRIQUE E VC COM MATHEUS. MAS ATÉ ISSO OCORRER MUITA ÁGUA VAI ROLAR. MUIA DOR, MUITO SOFRIMENTO. DEIXE DE SER IDIOTA. SUA MÃE TEM DIREITO A REFAZER A VIDA DELA. ELA NÃO SE INTROMETE NA SUA VIDA. SEU GRANDE BABACA.

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Matheus chifrudo kkk merece mesmo por ser idiota! Mas o Henrique é desleal!

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Que bagunça 😵😵😵😵

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