A melhor parte de mim. Cap 21

Um conto erótico de Phamy
Categoria: Homossexual
Contém 1432 palavras
Data: 30/11/2016 20:21:41

CAPITULO 21: CLARA

A Marina tinha atirado no Sandro. Difícil acreditar nisso. A polícia chegou e tanto eu quanto a Marina permanecemos no mesmo lugar. Nenhuma de nós de moveu. Uma policial ajudou-me a vestir-me enquanto outro policial removia a arma das mãos da Marina. Surreal! Muito surreal tudo o que tinha acabado de acontecer. Cobriram o cadáver com um saco preto enquanto aguardavam pela remoção. Os policiais começaram a fazer várias perguntas. Tantas que eu fiquei até com dor de cabeça. Na delegacia fiz o exame de corpo de delito e respondi a mais perguntas... Passei a noite toda na delegacia.

- A Senhora conhece alguém que atenda pelo nome de Claudine? -- Perguntou-me o delegado.

- Sim.

- De onde?

Contei-lhe toda a minha história. Ele ouviu atentamente e balançou a cabeça em sinal positivo.

- Ela foi cúmplice no sequestro da Marina. Sua amiga ouviu o Sandro falar ao celular com essa mulher. Checamos o celular dele e lá estava uma chamada recebida de Claudine. Investigamos e descobrimos que ela iria para o Paraguai com o Sandro. Emitimos um mandado de busca e apreensão e ela deve esta sendo apreendida nesse exato momento.

Era muita informação pra ser digerida. Minha própria tia. Irmã, amiga, confidente da minha mãe. Minha mãe confiava nela.

Cheguei em casa e dormi por horas. Eu estava exausta, só queria relaxar. Quando acordei meu corpo ainda doía, parecia que eu tinha sido atropelada por um caminhão.

- Maria Clara preciso te contar uma coisa. -- Falou Sandrinho.

- Pode falar.

- Tia Claudine era amante do meu pai.

- O que?

- Por várias vezes flagrei os dois juntos, por isso ela iria fugir com ele. Acredito que ela sempre soube de tudo. Tudo o que ele aprontava.

Fiquei pasma. Agora estava explicado.

- Isso não importa mais. O Sandro ta morto e a Claudine presa. Vamos seguir em frente.

- Você ta certa. Podemos ir visitar a Marina?

- Claro.

Passamos a visitar a Marina todos os dias. Apesar da imprensa ficar o tempo todo no meu pé eu fazia esse esforcinho por ela. Ela ainda estava muito traumatizada com tudo o que aconteceu. Partia meu coração vê-la daquele jeito.

A Marina perdeu o brilho, a alegria, a marra,... Perdeu a vontade de viver... Isso me preocupava demais. Eu não gostava de vê-la daquele jeito. E o pior, era que eu não sabia como ajudar.

- Marina?! -- Chamei-a num dia em que fui visita-la.

- Oi.

- Eu ainda não te agradeci pelo o que você fez por mim. Muito obrigada.

- Não precisa agradecer Maria Clara. Até porque você também me salvou. Se não fosse por você aquele homem teria me violentado.

- Preciso sim. Você salvou as nossas vidas.

- Não exagera.

- Marina... -- Parei por uns instantes para encara-lá. -- Eu te amo. Te amo muito. E te ver assim está acabando comigo. Me diz o que eu posso fazer para você voltar a ser como antes?

- Você pode apagar aquele dia da minha vida. -- Ela começou a chorar e então eu abracei-a.

- Amor... Meu amor... Deixe-me te ajudar... Por favor...

Ela soluçava. Eu não conseguia imaginar o que ela estava sentindo.

- Me deixe te ajudar a superar isso... -- Pedi. -- Por favor... Volte pra mim meu amor...

Ela se afastou de mim, passou as mãos no rosto enxugando as lágrimas e me olhou.

- Me ajude Maria Clara... Só você pode me ajudar...

- Como? Me diga! Eu faço qualquer coisa!

- Não sei... Juro que não sei... -- Ela fungou -- Só não me deixe.

- Eu nunca vou te deixar! Nunca! Eu prometo!

Ficamos ali abraçadas por um longo tempo. Aquela nossa conversa já era um avanço já que nem conversávamos direito depois do incidente. Ninguém nos interrompeu, ninguém ousou atrapalhar aquele momento.

O Natal se aproximava e resolvemos juntar as famílias. Dona Beatriz propôs realizar a ceia em sua casa, mas o Senhor Geraldo concordou que seria melhor fazer na minha, pois minha casa era maior e seria uma ótima desculpa para a Marina sair de casa. A família do Fabinho também ceiaria conosco. Seria uma grande festa.

No dia 24 de dezembro começamos os preparativos... Eu queria deixar tudo perfeito. Os pais e a irmã do Fabinho chegaram pela tarde. Francisco e Jovina -- pais do Fabinho -- Me deram um abraço apertado e falaram o quanto estavam com saudade e como eu tinha mudado. Tiffany, irmã mais nova do Fabinho e também minha ex namorada tentou rouba-me um beijo, mas a impedi. Ela provavelmente me causaria sérios problemas com a Marina... Meu Deus a Marina... Eu ainda não tinha comprado o presente dela e nem do meu amigo oculto. Saí as pressas deixando minhas visitas sem entender nada. Na rodovia havia um banner bem grandão que me deu uma ideia genial. Com certeza a Marina iria amar.

- É isso! -- Comemorei.

Comprei o presente da Marina e saí a procura do presente do meu amigo oculto que coincidência ou não era a Tiffany. Não sabia o que comprar pra Tiffany, pois a muito tempo eu não convivia com ela. Desde o nosso término eu sempre evitei uma aproximação. Comprei um colar que uma vendedora bem simpática me indicou.

Cheguei em casa e já fui me aprontar. Quando desci todos já estavam a minha espera, menos a família Ferraz. Começamos a conversar. Era bom ter todos ali comigo... Meus irmãos... O Fabinho... A família do Fabinho... Mas eu estava mesmo é esperando pela Marina. Aquele seria o nosso primeiro Natal juntas.

Quando os Ferraz chegaram meu sorriso foi de orelha a orelha. Vê-la ali me deixou ainda mais feliz. Fiz as apresentações, pois os Ferraz e os Coutinho não se conheciam pessoalmente, só por foto -- precisei mandar as fotos deles para cada um conhecer o seu amigo oculto.

Fiz questão de dedicar-me a Marina. Fiquei o tempo todo sentada do ladinho dela. Conversando, fazendo piadas, puxando assuntos,... Ela estava melhor desde a última vez em que conversamos. Estava voltando a ser como antes. Falou mal das roupas da mãe do Fabinho de um jeito que eu conhecia bem. Se fosse em outro tempo eu a repreenderia, mas em vez disso eu só sorri. Aquela era a Marina que eu conhecia.

A Tiffany foi se achegando pra perto de mim relembrando as fases do nosso namoro. A Marina não falou nada, só riu. Tentei ignorar o máximo, mas era quase impossível. Eu queria evitar um confronto entre as duas e consegui... Por pouco tempo.

- A gente tinha tudo pra dar certo Clarinha. -- Disse Tiffany me olhando enquanto eu tentava inutilmente ignora-lá. -- Sinto sua falta, sabia?!

Foi daí em diante que as coisas desandaram...

- Garota você é muito sem noção, né?! Eu sou a namorada da Maria Clara e é muito deselegante da sua parte ficar falando essas coisas na minha presença.

A discussão começou. Agora sim a Marina que eu conhecia tinha acabado de acordar. Eu tentei minimizar as coisas, mas só piorei. O Sandrinho deu um grito alto e firme que fez com que todos parassem.

- CHEGA! É Natal gente... Se comportem.

Todos se entreolharam e então o relógio marcou meia-noite. A Tiffany pediu desculpas e a paz voltou ao recinto. Trocamos presentes e felicitações. Senhor Geraldo que me tirou no amigo oculto me deu uma bolsa vermelha que provavelmente não foi ele que escolheu.

Peguei uma taça de espumante e pedi que todos parassem para me ouvir.

- Eu quero agradecer a todos vocês por estarem aqui comigo. Finalmente minha família está completa. Porém, não estou aqui para dizer o quanto vocês são maravilhosos e sim para fazer um pedido muito especial a uma pessoa.

Todos me ouviam atentamente. Me virei para a Marina e voltei a falar.

- Marina eu nunca vou me esquecer o que você fez por mim. Você me ensinou a amar e a viver a vida. Você me mostrou o que é o amor. Você é a mulher da minha vida Marina e eu quero cuidar de você, quero te proteger, quero ter você ao meu lado todos os dias da minha vida.

Pedi o Fabinho a caixinha com as alianças -- tive a ideia quando vi no banner um rapaz ajoelhado dando um anel pra uma moça que sorria emocionada.

- Por isso que diante de nossa família eu lhe faço a pergunta mais importante da minha vida.

Respirei fundo, me ajoelhei e perguntei:

- Meu amor, você quer casar comigo?!

Captei o exato momento em que uma lágrima caiu de seus olhos. Me aproximei e enxuguei a lágrima que desceu pelo seu rosto. Ela sorriu e então me deu a resposta que iria mudar a minha vida.

- Sim!

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Comentários

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Uhuuu! Como não amar essa história, linda demais!!😍😍😍😍

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