Louco Amor TP2 CP16 - Marcelo.

Um conto erótico de Lipe
Categoria: Homossexual
Contém 3941 palavras
Data: 29/11/2016 20:35:57

Bem, o cretino está de volta, bem, poderia falar os motivos pela ausência, mas estaria aí repetindo tudo que eu falei nos últimos capítulos, tempo corrido, bloqueio criativo, etc, etc. Esse é o penúltimo capítulo e amanhã se Deus quiser, postarei o ultimo. Mas rápido do que isso só se eu postasse hoje não é? Kkk

Bem, queria agradecer a todos que me acompanham pela paciência de jô que vocês tem, enfim, boa leitura meus amores.

LOUCO AMOR TP2 Penúltimo capítulo – Marcelo.

Lembrei-me que Aquiles havia me falado alguma coisa sobre Marcelo, flores e lixo e fiquei curioso a respeito disso, então fui até lá embaixo e tirei a tampa da lata de lixo, lá dentro estavam elas, um pouco amassadas, mas ainda sim belas, a retirei de lá torcendo para que o cartão estivesse junto, e para minha sorte, estava.

“Ainda não voltei para casa, minha mãe piorou, estou na cidade, na casa de meu pai, se recebeu esse cartão a tempo, irei visita-la hoje por volta das três da tarde, se quiser ir também, será bem vindo, ela iria ficar feliz em te ver.”

Mais abaixo ele tinha deixado o endereço da casa de seu pai, além de algo ousado que me deixou meio tonto.

“P.S: Eu te amo”

Continuação:

Eu não o queria ver, ainda estava com raiva dele e o fato de sua mãe está doente e dele ter me mandado flores, não ameniza em nada a situação, havia me dado apenas o endereço de seu pai e não o do hospital apenas para que eu não tentasse o evitar. Cretino!

_ Flores? De quem é? – perguntou minha mãe assim que eu entrei.

Não havia percebido que ainda estava com elas em mãos até ela mencionar.

_ Ah. Não é nada. – disse colocando-a em cima da mesinha de centro e logo me dirigindo a escada, não dando muita chance de mais especulações.

_ Como você está? – Perguntou em um tom mais elevado para que eu pudesse ouvir.

_ Bem. – gritei.

Pior do que isso, só o Aquiles voltar a me odiar.

Narrado por Aquiles:

Fomos o caminho todo basicamente calados, falávamos apenas coisas do dia, de vez ou outra, nada relacionada a toda a confusão entre ele e Lucas, ainda. Não demoramos muito e chegamos em sua chácara, já era umas três da tarde, mais ou menos e levamos nossas coisas para o quarto, nós trocamos, comemos algo e então fomos em direção a lagoa pescar, seria a hora de atacar e saber de uma vez por todas o que estava acontecendo.

_ Então foi aqui que você e o Lucas tiveram o primeiro jantar romântico. – comentei para provoca-lo e ver como sua expressão se comportava quando já estávamos sentados na beirada do píer esperando algum peixe morder a isca.

_ Pois é. – ele disse, mantendo a expressão calma, com apenas algumas leves alterações. – E a nova escola?

_ Começo próxima semana.

_ Bem, não deixe de estudar.

_ Pai. – o chamei depois de alguns segundos de silencio. – Até agora o senhor não me falou nada da minha “madrasta”. – disse fazendo sinal de aspas com os dedos.

Ele me olhou meio de lado e depois tornou a olhar pra frente, parecia procurar palavras para minha observação.

_ Ah, o que você quer saber? – disse finalmente.

_ Nome, idade, como se conheceram e principalmente que diga olhando pra mim o que sente por ela.

_ Ah... Se chama Luiza, tem quase trinta anos e nós conhecemos em uma das minhas viagens de negócio. – ele ia muito bem nas respostas, só faltava uma pra ser respondida, a mais importante de todas, aliás. – Acho que hoje vai ser ruim a pescaria.

Sua mudança rápida de assunto só piorava a situação para o lado dele, estava na cara que havia algo de errado.

_ Você a ama? – insisti.

O seu pomo de adão subiu e desceu lentamente, seus olhos se estreitaram para frente, sua mão na vara de pescar a apertaram com ainda mais força que o necessário, ele estava visivelmente incomodado com essa pergunta.

_ Foi o Lucas que te mandou perguntar isso?

_ O interesse é meu, pai. Acho que o senhor me deve essa conversa.

_ Sim, a amo. – disse quase que inaudível e ainda por cima, olhando para o outro lado.

_ Pai, eu estou desse lado.

_ E daí?

_ Queria que o senhor se por gentileza me olhasse enquanto falava comigo, e de preferencia falar um pouco mais alto, agradeço.

_ Está ousado em garoto.

_ A ama mais do que já amou o Lucas? – insisti mais uma vez. Queria pressiona-lo até conseguir algo mais concreto dele.

_ Porque isso agora Aquiles? Até onde sei o seu sonho era me ver com uma mulher e longe do Lucas!

_ Então essa é a questão?

_ Lógico que não!

_ Então qual é o problema de responder minhas perguntas?

Ele bufou algumas vezes antes de jogar a vara de pesca na agua e sair pisando fundo me deixando ali sozinho sem entender nada. Havia conseguido deixa-lo extremamente irritado, nunca o tinha visto daquela maneira, eu estava boquiaberto sem saber o que fazer, se ficar ou ir atrás dele. Seja lá o que estivesse acontecendo, era mais complicado do que eu imaginava, isso eu tinha certeza. Depois de alguns minutos ali sentado pensando no que acontecera decidi que era melhor ir atrás dele, mas quando estava próximo a entrada, avistei um movimento estranho logo mais frente onde se tinha um vegetação um pouco alta, poderia jurar que havia uma pessoa ali, mas pensei ser o caseiro, então resolvi deixar pra lá e entrei, logo o avistei no home bar bebendo algo, me aproximei apenas o suficiente para que eu pudesse falar em um tom normal e audível a ele.

_ Sério pai, o que está acontecendo? Pode confiar em mim, eu sei que há algo de errado.

Ele bebeu de uma vez a bebida em seu copo e então se virou para mim.

_ Eu amo mais do que já amei qualquer pessoa na vida. Quer que eu repita? Eu amo mais do que já amei um dia o Lucas.

Era mentira, eu sabia disso, mas mesmo tendo aquela certeza, isso não me impediu de me sentir mal.

_ Então porque esse arrodeio e esse estresse todo? Porque foi tão difícil admitir isso?

_ Porque eu não quero faze-lo sofrer mais do que já fiz. Eu sei que ele ainda gosta de mim, essas palavras podem machuca-lo.

_ Eu já disse que ele não me mandou fazer essas perguntas, ele nem queria que eu viesse. Eu não sei se você ainda lembra, mas ainda sou seu filho.

Ele balançou a cabeça vagamente para cima e para baixo sem olhar nos meus olhos e então se virou e colocou ainda mais bebida no copo. Me aproximei mais dele e me sentei ao seu lado.

_ Eu sempre te amei pai, e não é por preferir morar com o Lucas que eu deixei de te amar, eu me importo com o senhor, eu só quero ter certeza que está feliz.

_ Eu estou.

E então simplesmente lhe abracei. Realmente eu não era aquele Aquiles de antigamente, ele seria incapaz de fazer isso, estou gostando desse novo eu.

Narrado por Lucas:

Ao entrar no quarto, a primeira coisa que fiz foi me jogar na cama, não queria nunca mais sair de cima dela se possível fosse, estava prestes a começar a chora até meus olhos secarem novamente, mas não tive chance, pois meu pai bateu na porta e pediu para entrar, queria falar um pouco, perguntou se eu estava bem, me deu concelhos de vida e usou várias frases clichês, minha mãe veio logo em seguida e repetiu o discurso do meu pai, só que com outras palavras e por fim foi a vez de Vini, admiro bastante todos estarem preocupados comigo, mas não queria ser o centro das atenções, não queria que me olhassem com aqueles olhos e nem hesitassem na hora de falar e principalmente eu não queria falar de ou sobre algo relacionado a vocês sabe quem, nem preciso dizer que isso me doía bastante. No almoço fiz a linha divertido, me mascarei, mascarei meus sentimentos, dei o que eles tanto queriam e funcionou, eles relaxaram, não mais hesitavam e não mais havia aquele semblante de compaixão nos olhares, era isso que eu queria, eu não queria o peso de ter feito as pessoas que se importam comigo pararem no tempo comigo, um dia esse sentimento morrerá e eu não precisarei mais mentir sobre como eu me sinto a ninguém.

_ Tem certeza que vai ficar bem? – Vini perguntou quando já estava de partida.

_ Com certeza eu vou vini.

_ Sai um pouco, vá a festas, baladas, conhecer gente, se divirta.

_ Já estou no ritmo. – disse dançando como se estivesse em uma boate.

Ele riu.

_ É bom ver que está tentando se animar.

_ Tem que ver minha nova seleção de música, nada de românticas, só funk.

_ Tá certo. – ele disse sorrindo. – Se não fosse a faculdade, eu ficaria bem mais aqui com você...

_ Não precisa Vini, eu estou melhor, eu sei que não vai adiantar eu me trancar no quarto e ficar chorando por horas.

_ Não é isso... Eu sinto falta do senhor, é estranho aquela casa sem você.

_ Porque não vem morar aqui? Ainda temos um quarto.

Ele baixou a cabeça.

_ Mas também seria estranho morar em uma casa sem o tio Caio.

Aquilo me fez perder o equilíbrio, meus olhos arderam, e uma vontade enorme de chorar me invadiu, mas me segurei e com um suspiro tentei me controlar.

_ Me desculpa, me desculpa, eu não deveria ter falado isso. Droga!

_ Está tudo bem. – disse colocando minha mão sobre seus ombros. – Eu também me sinto estranho, mas um dia passa, a gente se acostuma, é a lei natural das coisas, não é mesmo?!

Ele deu um sorrisinho de lado e eu não resisti em não abraça-lo mais uma vez.

_ Não deveria ser. – ele disse saindo do abraço. Por fim acenou para meus pais que estavam na entrada de casa. – Tchau, se cuida.

_ Você também.

Narrado por Aquiles:

Com os nervos mais amenos, retomamos nosso dia feliz de pai e filho e fomos para a varanda jogar alguns jogos de tabuleiro, era sempre muito divertido ver sua cara de frustação sempre que perdia ou ter que aturar toda sua zoação que durava incontáveis minutos sempre que vencia. Estava tão bom que quando demos conta já era oito da noite, resolvemos entrar e comer algo enquanto assistíamos a uns filmes legais, a cada minuto que eu passava perto dele minha língua coçava para lhe pergunta mais algo a respeito de seu novo relacionamento, mas estávamos nós divertindo tanto que não quis estragar isso mais uma vez.

Já era madrugada quando assistindo ao terceiro filme daquele dia, percebi que ele estava muito calado, ao olhar para o sofá onde ele estava, o vi em sono profundo, e já que também estava cansado resolvi desligar a televisão e o chamar para subir, mas me detive na segunda parte quando vi seu celular acender sozinho ao seu lado, logo me veio a cabeça que aquilo era uma chance única de encontrar alguma informação relevante que explicasse o que eu não conseguia entender. Primeiro fui em galeria, na seção de fotos e para meu espanto, ao invés de fotos dele e sua “amada” misteriosa, haviam várias dele e de Lucas, praticamente todas que antes me embrulhavam o estomago estavam ali, nenhuma deletada. Nelas, eles estavam juntos, sendo na fazenda, em viagens ou em tarefas do cotidiano, abraçados, de mãos dadas, ou até mesmo se beijando, os olhares com que ambos se encaravam revelava um amor que jamais poderia ter acabado do jeito que acabou, cada vez mais eu só me convencia que havia algo de errado nisso tudo. Perdido em meus pensamentos não vi quando ele acordou e de maneira brusca me surpreendeu ao tirar o celular de minhas mãos.

_ O que está fazendo?

_ Nada ué, só estava olhando a hora. – menti. – inclusive já é tarde, vou me deitar, o senhor vai também?

_ Vou. – ele disse meio desconfiado enquanto guardava o celular sem ao menos olhar o que eu estava vendo, mas era apenas questão de tempo até ele saber, e apesar de não ter lhe perguntado o que significava aquelas fotos ainda estarem em seu celular para não criar mais uma situação onde ele finge que eu sou bobo, estaria o esperando para conversar a respeito quando se sentisse a vontade.

Já no meu quarto me preparando para deitar, novamente pensei ter visto alguém do lado de fora da casa quando olhei pela janela, dessa vez avisei ao meu pai que um pouco incomodado disse ser apenas o caseiro, sinceramente não liguei e fui deitar, dá uma de detetive, estava me esgotando.

Narrado por Lucas:

Eu sei o que eu havia dito mais cedo, mas acabei não resistindo, e por mais que eu justificasse a mim mesmo que era SÓ por causa de sua mãe que eu tanto admirava, eu não me convencia, a verdade é que a ausência de meu filho e de Aquiles, me deixaram solitários, não, também não era isso, eu sentia falta daquele canalha, da sua maneira com que falava comigo, dos seus conselhos, enfim, de tudo que o tornava diferente das demais pessoas, não é querendo me enganar mais uma vez, mas me recuso a acreditar que toda nossa amizade foi uma mentira.

_ Marcelo! – gritei seu nome quando o vi saindo do prédio, prestes a tomar uma direção oposta a mim. Estava a mais ou menos dez passos dele. Ele me ouviu, olhou diretamente pra mim e logo sorriu ao me reconhecer.

_ Pensei que não viesse. – comentou assim que me aproximei.

_ Decidi de ultima hora. Está indo agora visitar sua mãe?

_ Sim, mas antes... – disse erguendo o dedo. - eu queria que você sentisse algo.

_ O que? – perguntei confuso.

E de surpresa pegou em minha mão e a levou ao seu peito musculoso que ritmava freneticamente.

Constrangido, tirei bruscamente minha mão de baixo da sua que pressionava sobre o seu peito.

_ Desculpa. – ele disse antes que eu pudesse pronunciar algo. – Eu só queria te provar que não sou um completo mentiroso. Só bastou eu te ver pra eu ficar assim, me sinto um adolescente apaixonado novamente.

Eu nem queria imaginar a cor que meu rosto tomou diante daquela situação.

_ Primeiro: se eu te achasse um completo mentiroso, eu não estaria aqui. E segundo: não vamos falar disso agora tá? Pode ser?

_ Quando você quiser. – ele disse fazendo sinal para que andemos.

Alguns passos a frente e aquele silêncio já estava me mantando.

_ Fica per... _ Como você... – falamos juntos na mesma hora.

Acho que o silêncio também o incomodava.

_ Fala você. – dissemos juntos. Rimos e dessa vez ele fez sinal com a mão avisando que iria falar, apenas concordei rindo com a cabeça.

_ Agora sim, bem melhor. – disse sorrindo. – Fala você primeiro.

_ Só queria saber se é perto.

_ É sim, por isso estamos a pé, mas se estiver cansado, te levo nos braços donzela. – disse bagunçado meu cabelo com força.

_ Sai besta. – falei o afastando. Ambos riamos da situação. Era daquilo que eu estava com saudades, do seu bom humor, sabia que ele conseguiria me manter longe dos pensamentos referentes a vocês sabem quem. Foi a primeira vez desde que tudo aconteceu que meu coração pulsou sem sentir um peso de uma tonelada e meia de angustia o esmagando, mesmo que só por alguns segundos foi uma conquista e tanto. Fomos aos poucos parando de rir até que ele fez a pergunta que eu queria que ele evitasse:

_ Eu iria perguntar como você está, sabe, com tudo isso acontecendo.

_ Ah, sobrevivendo. – me limitei a dizer. – E você, como está? Sabe, com sua mãe hospitalizada.

_ Sobrevivendo. – disse com um sorrisinho de canto. – Ela vai gostar de te ver, não tanto como eu gostei, mas vai que né... – sua mordida nos lábios finalizou aquela cantada boa de se ouvir, porém preocupante dada toda a situação.

Apenas me permiti sorrir, mas logo me passou algo terrível pela cabeça.

_ Eu não quero te iludir Marcelo. – disse coçando a nuca.

_ Não se preocupe com isso, tá bem?

_ Isso é muito louco. Você não pode ser gay! Você é meu amigo hétero! – disse quando já estávamos no estacionamento do hospital, rumo a entrada.

_ Só porque eu sou gostoso, bonito, bom de papo, gostoso, pegador, e ah gostoso... – revirei os olhos. – não posso se nem ao menos bi?

_ Não. Porque não quero estragar nossa amizade, eu já passei por isso no passado (Fagner) e me sai bem, somos amigos até hoje. Não sei se consigo essa proeza de novo.

Ele parou de andar e eu também, assim que percebi, ele me encarou um pouco sério com enfiando as mãos nos bolsos da calça.

_ É bom saber que ainda tem algo que posso estragar. – disse abrindo um sorriso. – Amigos? Já é um avanço para quem até ontem achava que nunca mais iria falar comigo. E sobre ter medo de não conseguir essa tal proeza novamente, eu torço, mas torço mesmo para que não consiga... Se é que me entende.

Eu suspirei.

_ Só não minta mais pra mim, ok?

Beijando os dedos ele disse:

_ Eu juro.

E então pudemos seguir até onde sua mãe se encontrava, seu pai estava trabalhando e não pode nós acompanhar naquele dia. Ela estava bem diferente desde a ultima vez que a vi, a doença realmente estava acabando com ela, estava muito magra e sua pele que a fazia parecer mais jovem, estava agora fazendo o oposto, era como se a idade tivesse chegado para ela em questão de dias.

_ Sabe, se meu filho fosse gay, eu gostaria de ter você como meu genro. – ela disse sorrindo enquanto segurava com delicadeza minha mão. Ela era mente aberta, até me confessou que já tinha ficado com algumas meninas na adolescência, mas nunca imaginei que ela pudesse soltar uma perola daquelas.

_ E se ele quisesse, eu viraria gay na hora. – ele disse entrando na brincadeira da mãe.

_ Acho que tem alguém aqui com vergonha. – ela disse rindo.

Eu não sabia o que fazer, se ria, se falava algo ou se simplesmente mudava de assunto. Fui pego de surpresa e devo está mais vermelho que um tomate, como se não bastasse o fato dele está dando em cima de mim, sua mãe ainda ajuda, até parecia coisa combinada.

_ Seu filho é muita areia pro meu caminhão. – consegui falar ao lembrar que não a via como a mãe de um amigo e sim como uma amiga de balada, daquelas bem doidinhas que acha que falar sobre sexo é tão normal como respirar.

_ Sei que ele não teria problema em ser carregado em várias viagens. – ela disse ainda sorrindo.

Notando meu leve desconforto, Marcelo tocou em outro assunto que não envolvesse aquilo que estávamos falando, algo que agradeci profundamente.

_ Minha mãe já nós apoia, tá vendo, não falta mais nada. – ele disse assim que saímos.

Por toda a extensão do corredor havia grandes janelas que iam próximo ao chão até próximo ao teto, permitia uma vista privilegiada da cidade, foi ali que parei e encostei minha cabeça, tudo parecia tão pequeno dali de cima, as pessoas, os carros, inclusive meus problemas.

_ Se fosse tão simples assim, eu já teria pulado em seu pescoço. Se fosse tão simples assim esquece-lo, já estaríamos casados.

_ Simples não é, mas se você estiver disposto a esquecê-lo, eu posso ajudar. – disse um pouco atrás de mim.

_ Não quero que você espere eu está pronto, isso pode levar meses, não quero te prender a uma coisa que nem pode acontecer. Não quero te dá esperanças que podem ser falsas.

Ele se pós ao meu lado e também olhando pra frente, falou:

_ Só encare isso como um amigo querendo ajudar o outro, sem segundas intensões, vai soar melhor.

Desencostei minha cabeça do vidro e me virei para encara-lo, ele fez o mesmo, tinha o olhar sereno e calmo, via verdade neles, expressavam um sentimento que eu só tinha visto nos olhos de Fagner e de vocês sabem quem. Aquilo mexeu comigo tão rápido e de uma forma tão inesperada, que quando a vontade veio, eu não tentei resistir, me aproximei aos poucos dele, diminuído assim a distancia de nossos corpos que já era curta, tentei deixar claro para ele o que estava prestes a fazer para que não rolasse nenhum constrangimento. Sem afobação deslizei minha mão esquerda por entre seu braço esquerdo e abdômen enquanto a direita foi por cima de seu ombro, ambas repousaram em suas costas amplamente definidas, imediatamente ele retribuiu e o senti afundando um pouco a cabeça em meu pescoço, me permiti fazer o mesmo e relaxei, seu coração batia tão forte que dava para ouvir todo seu corpo pulsar, era como música alta que estremece tudo a sua volta, mas os segundos foram se passando e o senti mais calmo a medida em que o meu receio de deixa-lo me ajudar diminuía, em dias não sentia minha mente tão leve, dizem que quando você abraça alguém mais demoradamente seu corpo libera uma substância conhecida como ocitocina, um remédio natural contra o estresse produzido pelo próprio corpo, poderia ficar ali o dia todo, mas tive que solta-lo quando minha mente começou a fantasiar com vocês sabem quem em seu lugar, me abraçando daquela mesma maneira.

Seus olhos estavam marejados e uma lagrima que insistiu em cair, foi rapidamente limpa, ele sungou um pouco o nariz e sorriu pra mim, fiz o mesmo e notei que também estava com os olhos marejados.

_ Estava precisando disso, não aguentava mais tantas coisas em minha cabeça ao mesmo tempo.

_ Ajudou?

_ Bastante.

Ele sorriu e ficou me encarando como se eu fosse a pessoa mais importante do mundo, nunca reajo bem nessas situações, as palavras simplesmente fogem da minha mente e me vejo sem saída.

_ Vamos? – consegui pronunciar.

_ Sim, vamos. – disse como se estivesse acordando de um transe.

Apesar de ter insistido que poderia ir sozinho para casa, ele fez questão de me levar até na porta onde nos despedimos como bons amigos. Assim que adentrei na sala vi as flores em um vaso d’agua, minha mãe apareceu naquele estante vindo da cozinha e como se lesse minha mente foi logo se explicando.

_ Achei um desperdício deixa-las morrer.

Era interessante como aquela tarde com ele, me fez enxergar diferente o proposito daquelas flores. Apenas sorri para ela e balancei a cabeça.

Naquela noite, diferente das outras, eu tive algo que não era apenas passado, era algo que estava acontecendo no agora! Nem se eu tivesse mais mil anos de vida, passaria pela minha cabeça que ele me amasse daquela maneira e que estaria disposto a me esperar o tempo que fosse. Mas será que não seria burrice da minha parte, parti pra outro relacionamento, dada a minha ultima experiência? Se eu consegui me livra de todo esse sentimento por vocês sabem quem, eu vou me apegar muito rápido a ele, eu sei disso, sei como meu coração funciona. Estaria eu cometendo o mesmo erro de antes? Estaria eu dependendo novamente de algo que posso perder para ser feliz?

E foi assim a madrugada toda, Marcelo – eu te amo – Caio – sentimento – dor – lágrimas Etc. Etc.

CONTINUA...

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Comentários

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Um amor tao lindo como do caio e do lucas nao pode terminar assim axo que alguem ta chantagiando o caio pra ele ta agindo dessa forma ansiosa pra ver o final dessa historia e lipe vc escreve muito bem gostaria que tivesse outras temporadas bjs

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Venho aqui informar que por motivos de tempo estarei adiando o próximo capítulo para esse sábado ou domingo.

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Sera que a pessoa que esta vigiando a casa do Caio vai tentar algo durante a madrugada? Caio e Lucas devem ficar juntos, as foto no celular é fato. Esta demora do Caio esta deixando brechas para outro entrar no coração de lucas......anda logo caio desenrola....corre atrás do Lucas logo!

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Acompanho a saga desde o início. Gostaria de que Lucas e Caio ficassem juntos. Concordo com Catita. Será interessante ver quem está vigiando o Caio no sítio. Um abraço carinhoso,

Plutão

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PASSADO, É PASSADO. DEVIA ESTAR MORTO ENTERRADO. MAS PASSADO ASSOMBRA, NOS CAUSA MEDO DE NOVOS INVESTIMENTOS. ASSIM DEIXAMOS DE VIVER O PRESENTE E TER UM FUTURO LINDO.

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"Algo não cheira bem no reino da Dinamarca", eu acho que têm alguém chantageando o Caio, porque é muito esquisito o Aquiles ficar vendo vultos por onde eles, acho que tem uma pessoa vigiando o Caio, para ele não voltar para o Lucas!!! Só espero que o Lucas não se envolva com o Marcelo por carência e acabe magoando a si mesmo e ao outros envolvidos!!! Continua!!!👏👏👏🙌😍💓✌✊

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Acompanho o conto desde quando começou, eu acho que Caio e Lucas tem que ficar juntos. Marcelo foi sacana, claro que Aquiles contribuiu mas é óbvio que Caio ama ele ainda, alguma coisa aconteceu.

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A mas o Marcelo foi muito sacana com ele não merece ficar com ele......Ainda acho que o Caio vai voltar....

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Amoo seu conto , continua rapidooo ...bjs 💋

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