POR AM❤R - Capítulo 37 - Meu colega de classe - [ÚLTIMAS SEMANAS]

Um conto erótico de Vitor Gabriel ☑
Categoria: Homossexual
Contém 7882 palavras
Data: 22/10/2016 03:10:21
Última revisão: 22/10/2016 03:12:17

Gente, bom dia! Depois de não dar as caras por alguns dias aqui na CDC, eu voltei.

Quero pedir perdão MAIS UMA VEZ, como vocês sabem, estou atolado de coisas para fazer, tanto pessoais como profissionais. O bom é que as semanas de provas já passaram, acho que eu disse isso para vocês, graças a Deus me dei bem em quase todas as disciplinas, sim, eu disse quase, porque tirei nota baixa em uma disciplina particular. Não que isso seja motivo, mas acredito que o professor influencia muito na aprendizagem do aluno numa faculdade, não só em uma universidade, mas em escolas também. Se o professor é bom, com certeza você pode tirar um bom proveito dele, mas quando ele é ruim, eu acho que acaba afetando no rendimento do aluno. Não sei se alguém concorda comigo, mas enfim, eu tenho certeza que recupero essa nota e passo sem ir para a tão temida FINAL. Deus me ouça!

► RETA FINAL:

Como vocês já devem saber, #PorAmor já está em seus últimos capítulos, por isso que as coisas estão começando a esquentar. Falta apenas MAIS UM capítulo para o PENÚLTIMO do livro, então ainda tem muito tiroteio que está por vir. Ah, após a postagem do ÚLTIMO CAPÍTULO que será logo logo, irei anunciar NOVIDADES para vocês, acho que vão gostar. Fiquem ligados!

► COMENTÁRIOS:

Eu estava morrendo de saudades de conversar com vocês.

★ ARTHURZINHO,

Louca? Tem gente que faz muitas loucuras por amor, se é que chamamos isso que ela sente de AMOR, não é? Eu acho que você vai me bater pela demora, mas antes tarde do que nunca, não é? Hahahaha. Beijo!

★ CATITA,

Calma, amore! Se a Kelly atirasse essa coisa fofa que é a sobrinha de Lucas, com certeza eu entrava na história e matava até aª encarnação dela HAHAHA. Sobre esse filme, eu acho que já vi, eu vou até procurar para ver se é esse mesmo que estou pensando. Você gosta de assistir filmes? Eu amo filmes de terror, um dos meus preferidos é Olhos Famintos, principalmente o 2, o que eu acho interessante e nunca tenho paciência para assistir, são essas sérias que as pessoas tanto falam, não é? E olhe que eu tenho Netflix e SKY, mas nunca me interesso, mas eu já disse aos meus amigos, quando eu entrar de férias, eu vou acompanhar algumas, promessa de escoteiro HAHAHA. Beijo!

★ MAGUS,

Luan? Se algo acontecer com a nossa princesa, não é só ele, mas o Lucas, Luan e até eu, sim, eu mesmo entraria e mataria até aª encarnação da loira HAHAHAHA. Quer dizer que a minha história é boa o suficiente para ficar 10 horas na frente do computador ou celular lendo? Hahahaha. Fico até lisonjeado! Calma que esse capítulo está bem grandinho, acho que você vai gostar. Beijão!

★ SAFADINHOGOSTOSOO,

Calma, Safadinho! Tenha paciência comigo, a história está ficando quente, é só aguardar os acontecimentos. Beijo!

★ RODRIGOPAIVA,

Você acha o Max um vilão? Acho que o capítulo de hoje vai deixar você mais confuso ainda hehehehe. Mas porque você não gosta do Hugo? Ele é tão gente boa. Sobre a Kelly, acredita que já me falaram através de uma mensagem que tinham medo da vilã? Hahaha. Misericórdia! Beijos.

★ NAYARAH,

Você me deu uma ótima idéia HAHAHA. Calma que a Kelly uma hora vai se atrapalhar toda, é só esperar. Hugo pisou na bola mesmo com o nosso protagonista. Será que tem conserto? Beijo!

★ VALTERSÓ,

Mas essa é a minha intenção, tem que ter drama queen, Valter! Hahahaha. Não se assuste se o Lucas morrer neste capítulo. Brincadeira, acho que se eu fizesse isso eu morreria junto HAHAHAHA. Tudo que acontece na vida do nosso protagonista, tem um motivo aparente, ou seja, no caso do irmão, tem todo passado nebuloso por trás para ele não só desconsidera o Lucas como irmão, mas sim, toda a família e amigos do morro. Claro que não é motivo o suficiente para fazer isso, mas como todos nós seres humanos, estamos sujeitos a errar e aprender com a vida, aliás, você não percebeu o que a vida armou para juntarem os irmãos? Na obra, a vida sou eu mesmo, perceba na história. Sobre o Hugo, ele pisou MESMO na bola do nosso protagonista, mas ainda vai passar muita água nesse rio. Nós temos também que entender o lado dele. Assumir é uma palavra tão forte e expressiva, não é? Uma palavra que causa medo também, até pavor, ainda mais numa condição que Hugo se encontra. Só digo uma coisa para lhe dizer, tome um calmante para as cenas do próximo capítulo, ah, e não me mate, por favor, tenho que terminar a história completa HAHAHA. Beijão!

★ WILLIAM26,

Acho que a maioria dos homossexuais já passaram por isso. Eu tava comentando agora pouco, ASSUMIR é uma palavra tão forte e expressiva, não é? Uma palavra que causa medo também, até pavor, ainda mais numa condição que Hugo se encontra, não é fácil para ele jogar tudo para cima e viver um amor de contos de fadas, a vida real não é contos de fada, além do mais, qual é o real sentimento do Hugo por Lucas? O que se passa no coração dele? E o Luan? Esse também nos faz gemer de raiva, não é? Mas tem todo o passado escuro na vida do irmão mais velho de Lucas. Claro que não é motivo o suficiente para fazer o que ele faz, mas como todos nós seres humanos, estamos sujeitos a errar e aprender com a vida, aliás, você não percebeu o que a vida armou para juntarem os irmãos? Luan já vive numa vida que a sua consciência o pune por si só. Sempre quis saber a sua história com seu ogrão, na verdade você até postou um resumo do que aconteceu, mas eu acompanharia uma história que você narra o nascimento de um amor verdadeiro que é esse seu e do seu ogrão. Ah, estou amando a sua história, tá? Acompanho sempre! Adoro. Já digo logo, sou #FerMarcos até morrer.

★ FEFEHH,

Calma, nos próximos capítulos que virão a seguir, o bonitão vai aparecer mais. Aguarde! Beijão.

★ RED,

Será que você vai ficar mais "besta" com este capítulo também? Quero ver você comentando no próximo. Beijo!

★ NETERUSSO,

Essa Kelly é uma pedra no sapato de todo mundo, não é? Hahahaha. Nos próximos capítulos o bonitão do Max vai aparecer mais. Aguarde! Beijos.

★ PVP552,

Matar? Mas isso é ser muito radical, não? Acho que todo ser humano merece uma chance. Imagina ela terminando a história bastante rica tomando um suco geladinho na beira da piscina num Resort no Caribe? Hahaha. Aguarde! Beijos.

★ USETAM,

O que essa louca vai aprontar dessa vez, hein? Eu já disse logo, se ela fizer alguma coisa contra a nossa pequena, eu mesmo entro na história e mato até aº geração da louca. Eita, você é um #LuMax roxo, não é? Acho que se fosse pelos fãs do casal, Hugo já tinha ido para o quinto dos infernos HAHAHA. Calma que o Max vai aparecer mais nos capítulos que estão por vir, e quem sabe, eu disse quem sabe, os dois não reatam? Beijo!

★ WORLD,

A Bel acertou quando ela chamou de Vaca, não é? Hahahaha. Eu detesto esses tipos de evangélicos, não respeitam a fé alheia e ainda zombam. E quando você está na boa dentro do busão e eles sobem? Aff, só faltam dar na cara da gente de tanto gritarem, eu acho isso uma falta de respeito e de educação, creio que Deus não quer isso para os seus filhos. Sobre o Edson e Lucas, a resposta estará neste capítulo, mas pode ser que não seja o que você quer. É só ler! Beijos.

• Boa leitura para vocês e espero que gostem, eu caprichei neste capítulo.

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✪ Narrado por Lucas

— O que aconteceu?

Perguntei aflito vendo Denise pelos corredores desesperada.

— A Laurinha! – Falava quase sem fôlego — Eu não sei o que aconteceu, eu estava conversando com a minha mãe no celular, quando dei por mim, a minha filha não estava junto comigo e a porta estava aberta.

— Calma! – Pedi, mas também estava a beira de um colapso. — Vamos acha-la!

— Eu tenho medo! Estamos no 15° andar, e se a minha filha resolver se pendurar em alguma janela?

Não esperei ela dizer o resto, simplesmente andei, andei sem rumo algum atrás da minha sobrinha, parecia que meu coração me guiava para algum lugar que não sabia o que era, nem entrar no elevador eu entrei, simplesmente subi pela escada até um andar acima de onde eu estava e fui direto a uma espécie de varanda para fumantes, eu não sei, eu não sabia como eu tinha chegado ali, parece que algo tinha me guiado.

— La-Laurinha?

Meu coração veio até a boca quando vi uma das imagens mais aterrorizantes da minha vida.

— Oi, Luquinhas! Venha ver essa paisagem magnifica com a gente.

Laurinha estava em cima de uma espécie de tela de vidro que era um pouco grossa, sendo segurada na cintura por nada menos que Gleyce Kelly.

— Tio Lucas, eu estou com medo – Disse dirigindo seu olhar amedrontado para mim.

Minhas pernas pareciam gelatinas de tanto que tremiam. Sentindo que eu poderia desabar a qualquer momento, lentamente fui me aproximando da Kelly que segurava a minha sobrinha pela cintura em quanto olhava sem piscar para a paisagem de arranha-céus. Senti meu coração apertar mais ainda ao pensar que poderia acabar tudo tragicamente. Não sei o que poderia acontecer ali, mas estava com o coração na mão. Eu queria chegar o quanto antes, mas parecia que tudo estava em câmera lenta. Parecia que eu estava vivendo um pesadelo.

— Laurinha!

Tomei a minha sobrinha dos braços da Kelly rapidamente, apertava cada vez mais o corpinho dela. Não queria solta-la nunca mais. Abracei ela como um pedaço de mim, como se fizesse vários séculos sem vê-la, mas não fazia sequer um mês que havia conhecido a pequena.

— Laurinha, minha filha!

Luan apareceu no final do corredor e correu em minha direção, a tomou dos meus braços e ficou abraçado com a própria cria. Eu entendia o lado dele, eu entendia o amor fraterno. Se eu, que conheço esse pingo de gente há poucos dias, já fiquei desesperado, imagina Luan que é o pai?

— Obrigado, irmão! – Luan me abraçou com a filha nos braços — Muito obrigado mesmo. E você, sua danadinha – Olhou para a pequena inocente — Nunca mais faça isso com o pai, com a mãe e com o... – Ele olhou para mim sem piscar — Com o Tio Lucas também – Disse com os olhos cheios de água.

— Eu não queria ver o céu – Disse apontando para cima — Foi ela – Apontou para Kelly.

A loira esbugalhou os olhos.

— Não – Ela se aproximou para explicar — Eu só queria mostrar os prédios e o rio a essa princesa.

Laurinha escondeu seu rosto no pescoço de Luan.

— Era para você ter nos avisados, Kelly! Imagina o susto que tomamos? – Reclamou.

— Mas Luan, a menina estava andando pelo corredor e aproveitei para mostrar a paisagem a ela.

— Eu não queria ver – Laurinha falou num tom birrento.

— Além do mais, ela morre de medo de alturas, ela até agora pouco estava tremendo, né amor?

Acariciou o cabelo da neta da Dona Josefa.

— Desculpa! – Kelly pediu — Eu não sabia, eu juro! Não foi minha intensão

A minha colega de trabalho parecia sincera, mas algo me mandava ficar em alerta com ela.

(•••)

— O que houve? - Max cruzou com a gente enquanto chegávamos à sala.

— Essa fujona – Luan se referia à filha — Foi só a gente se distrair que ela saiu por aí.

— Cuidado com criança por aqui, Luan! Você a trouxe com você para trabalhar?

— Não, minha mulher que trouxe, porque ela esperneou para me ver, não é filha? – Acariciou.

Max acariciou o cabelinho da criança e virou-se na minha direção.

— Eu queria falar com você, Lucas!

Disse enquanto Luan nos deixava a sós, indo em direção ao departamento que trabalhávamos.

— Pode dizer! – Disse olhando para ele.

— Sobre a gente – Disse me encarando — Nós temos que resolver essa questão da gente.

— Max, não é hora e nem lugar para isso – Cortei — Eu estou cheio de coisa para fazer, desculpa.

Disse a verdade.

— Quando você vai deixar de ficar fugindo de mim? – Perguntou.

— Eu não estou fugindo de você, eu só disse a realidade, estou atolado de trabalho. Bom, eu preciso ir.

Ele suspirou e se deu por vencido.

— Uma hora a gente vai ter que conversar e eu te garanto que você vai ser só meu – Sussurrou para mim.

Engoli em seco e segui na direção da sala no qual fazia parte.

(•••)

► NO MÊS SEGUINTE...

— Menino, acorda para Jesus – Izabel deu um peteleco no meu ouvido me fazendo abrir os olhos.

— Já começou a prova? – Perguntei assustado.

— Ainda não – Falou — Mas daqui a pouco a professora chega.

— E aí, Lucas! Estudou para a prova de hoje?

Edson, que estava sentado numa carteira atrás de mim, perguntou.

— Muito pouco – Disse a verdade — Era para eu ter dado uma revisada quando cheguei da faculdade, mas eu estava tão cansado que o sono me venceu e eu fui dormir – Lastimei.

— Pior que eu também, Lucas! – Carol se meteu na conversa — Ontem o Richard foi lá para casa...

— E o bicho pegou, não foi safadinha? – Izabel interrompeu gargalhando.

— Não foi isso – Carol ficou vermelha que nem tomate — Mas tive que dar atenção a ele.

— Eu também gosto de ser chamada atenção – Falou na safadeza.

— Para com isso, Edson! – Até Carol riu.

— Pior que a prova de hoje só valerá de zero a cinco e o trabalho também valerá até cinco.

Todos nós suspiramos.

— Você vai ficar mesmo de fazer o slide, Lucas? – Edson perguntou.

— Sim, eu me ofereci, então eu vou fazer – Disse — Vocês tem algo a acrescentar? Qualquer coisa, por favor, me avise para que eu possa incluir – Olhei para os três — Ah, Bel, conseguiu se inscrever no site que eu disse que estavam chamando para uma seleção lá na empresa? – Perguntei.

— SIM – Gritou chamando a atenção de todos — Me ligaram ontem e tenho entrevista já marcada para amanhã – Sorriu — Mas a pessoa que ligou, ela me adiantou dizendo que serão três etapas antes da entrevista pessoal – Disse.

— É assim mesmo, comigo foi a mesma coisa. Enfim, relaxa que você vai passar, já falei de você lá.

— Ai, amigo! – Apertou minhas bochechas — Muito obrigada!

— Vamos lá pessoal – A professora chegou chegando — Uma fila sim, outra fila não, uma cadeira sim e outra cadeira não – Já chegou dando ordens.

— Essa bruxa – Izabel resmungou — Aposto que ela não transa.

— Cala a boca, menina! – Carol a repreendeu.

— Todos virados para frente e só quero apenas CANETA em cima da cadeira, entendidos?

(•••)

— E aí? – Perguntei para a minha amiga — Se deu bem?

— Me dei bem? – Gargalhou — Eu me fodi lindamente, meu querido!

— Eu também não fiz boa prova – Lamentei — Espero que o nosso trabalho nos ajude mesmo.

— Edson ainda passou algumas questões para mim, mas não sei se estão certas – Izabel falou.

— Olha aí, lá vêm eles – Me referia a Edson e Carol que saíam da sala de aula com uma cara nada boa.

— Pessoal – Edson estava sério — Temos que tirar nota máxima nesse trabalho, porque o negócio foi tenso.

Após comentarmos as questões da prova, cada um de nós seguiu o seu rumo. Quando eu estava preste a sair do prédio da faculdade, me veio àquela lembrança do dia que flagrei o Max me esperando na frente da instituição de ensino.

• FLASH BACK

Eram 22 horas em ponto quando a professora nos liberou.

— Tchau, gente! Até amanhã. – Izabel se despediu.

— Tchau, Bel! – Retribuí — Tchau, Edson! Tchau, Carol!

Após me despedi de todos, continuei andando em direção ao portão principal da Faculdade, mas para a minha surpresa, uma figura estava encostada na grade e olhando para o seu celular, era ele, nada mais e nada menos que Maximiliano Albuquerque.

— Merda! – Disse parando imediatamente sentindo meu celular vibrar.

A sorte é que eu tinha colocando meu aparelho em silencioso. Ele não poderia me ver ali, eu não quero que ele me veja. Eu não queria estar fugindo dele, mas eu quero evitar qualquer tipo de desentendimento e questionamentos, é duro ficar lembrando todos os acontecimentos que resultou no que deu, ainda guardo mágoas, infelizmente eu sou ser humano e tenho sentimentos. Então lentamente, fui caminhando de costas até me virar e caminhar para bem longe da entrada principal, quando virei no corredor principal da instituição me bateu um alívio, no entanto, não deixei de andar apressadamente.

— Lucas? – Francisco estranhou em me ver — Eu pensei que já tinha ido embora – Sorriu.

— E estou indo, vou sair por trás da faculdade – Disse a verdade.

— Eu sempre saio por lá – Disse me acompanhando — Gosto de caminhar na orla e ver o mar.

— É isso mesmo que vou fazer – Sorri.

Então nós saímos do prédio, atravessamos a avenida e ficamos caminhando pela beira-mar conversando, depois atravessamos novamente a avenida e fomos para outra que passam os coletivos, foi bom que o ponto de ônibus que ele costuma pegar é um pouco mais distante do que os outros, ou seja, o risco de me encontrar com o atual presidente da Emmiah era mínimo, ainda mais que o ônibus logo passou.

(•••)

Após lembrar de todo esse acontecimento, me peguei pensando que de alguns dias para cá, não sei se era loucura minha, mas tenho tido sensação de que alguém estar me observando, ainda mais depois que aconteceu esse flagra. Então para evitar qualquer tipo de encontro inesperado, dei as costas para o portão principal do prédio e segui para o portão dos fundos que dava acesso a beira-mar.

Após alguns minutos, chego ao Morro e dou de cara com Paulão e de tira colo, seu braço direito, Hugo, descendo o morro. Eu odeio a idéia de baixar a cabeça, acho que quem não deve nada para o outro, nunca deve baixar a cabeça, nem para aquele que te humilha, porém, eu não segui o meu próprio conselho e fiz o que não era para fazer, baixei a cabeça. Para piorar tudo, os dois vinham na mesma calçada que eu estava subindo e vivi nessa guerra interna de "Mudo ou não mudo de calçada?", mas meu orgulho falou mais alto e simplesmente mudei de calçada, sob o cumprimento de Paulão.

— E aí, Luquinhas? – Paulão gritou assim que eu desci da calçada.

— E aê, Paulão! Tudo firme e aí? – Cumprimentei sob os olhares atentos do Hugo.

— Tudo na paz! – Sorriu.

— Massa!

Vocês perguntam; Você também cumprimentou o Hugo? A resposta é não! E não me julguem, até porque ele também me cumprimentou, discretamente, mas cumprimentou, entretanto, não dei a mínima. Fingi que não tinha escutado.

(•••)

► Alguns dias depois...

NO MAXIMUS ALBUQUERQUE TRADE CENTER...

— Luan – Chamei a atenção do meu irmão — Eu vou comer alguma coisa lá em baixo – Avisei.

— Vai lá – Meu irmão olhou para mim — Tem dinheiro para lanchar? – Perguntou me fazendo estranhar.

— Tenho – Disse já me virando para sair. — Obrigado – Dei um sorriso amarelo.

Quando abri a porta para sair, na mesma hora Izabel se preparava para bater na porta.

— Izabel! – Disse surpreso.

— Que susto, menino! Eu já ia bater – Disse me abraçando.

(•••)

► Na lanchonete...

— E aí, passou? Vai trabalhar na Emmiah a partir de quando? – Perguntei.

— Danou-se, menino! Queria eu que fosse tão rápido assim – Disse mordendo um pedaço da coxinha.

— Vai dar tudo certo, você será a nova estagiária do Grupo Emmiah – Previ — Pode anotar!

— Deus te ouça! Huuum – Fechou os olhos — Essa coxinha daqui é muito divina! — Disse tomando um copo de suco em seguida — SIM, MENINO... – Gritou.

— Isso, grita mais para todo mundo perceber que você é uma "morta-fome" – Zombei.

— Vai se foder! – Falou de boca cheia — Sim, deixa eu te contar, hoje foi o último dia de seleção, aquele Luan foi que entrevistou a gente – Se referia aos outros candidatos também.

— E aí, como foi? – Perguntei curioso.

— Foi bom! – Limpou os lábios com o guardanapo — Aquele Luan é uma delicinha! – Falou.

— E ele é casado – Alertei.

— E o que é que tem? Eu não posso elogiar mais homem nenhum? Achar bonito não arranca pesado, por exemplo, você eu acha bem bonitinho e nem por isso estou querendo chupar o seu p...

— Para com isso! – Interrompi antes que completasse — Faz poucos meses que eu te conheço, mas já sei a peça que você é – Disse a verdade — E se eu facilitasse para você, com certeza me pegaria – Gargalhei.

— Saí daí! Você se acha, não é? Triste das costa oca! - Disse mordendo um pedaço da segunda coxinha — Sim, eu conheci a tal da Kelly que você me falou uma vez - Fez uma pausa — Constatei que ela é uma vaca, aliás, vaca não que é até uma ofensa para o animal – Falou sozinha olhando para cima.

— E é assim? Bateu os olhos e você diz logo que a pessoa não presta?

Perguntei ao mesmo tempo em que ria.

— Meu amor, você acha mesmo que nós – Apontou para si — mulheres, lindas, independentes não sabemos sentir cheiro de mulher desqualificada de longe? Jamais! Rapariga a gente conhece pelo faro – Disse.

Se ela soubesse da real história em que estou envolvido, com certeza ela iria cair para trás.

— Só você mesmo – Gargalhei — E aí, falaram quando iriam dar a resposta?

— Disseram que até a próxima Sexta-feira me comunicaria. Mal vejo a hora da gente trabalhar juntos.

— Junto entre aspas, não é? Até porque a seleção é para trabalhar na parte financeira e eu trabalho na parte de Recursos Humanos – Falei — Bom, eu preciso ir embora terminar de conferir e digitar uma pilha de relatórios – Disse me levantando da cadeira.

— Mas vamos nos ver nos corredores, aliás, você vai me ver sempre linda, não é? – Gargalhou.

— Só porque você quer, não é, Bel? – Sorri junto com ela.

(•••)

► Na semana seguinte...

Era Sábado, após Bel ser aprovada nas entrevistas, onde foi uma das escolhidas para trabalhar no Departamento Financeiro da empresa, Izabel propôs uma comemoração do feito. Aproveitamos a ocasião para finalmente irmos para uma balada, já que ficávamos combinando a nossa saída na night, como Izabel dizia, mas sempre dava para trás. Tínhamos combinado de nos encontrarmos em frente à casa noturna que combinamos de ir. Edson tinha oferecido ser o "amigo da vez" e levar todos nas suas casas, claro que ajudaríamos na gasolina, mas achei mais cômodo se todos nós pegássemos Táxi, Ônibus ou Uber para chegar ao lugar, até porque o programa era divertimento e acho que não seria justo o meu amigo da faculdade não se divertir, beber ou fazer outra coisa. Tinha dado a sugestão e todos acataram. Principalmente o Edson!

— Que merda – Falei para mim mesmo — Olha o tamanho dessa fila! – Pensei alto.

Fui o primeiro da turma a chegar e fiquei impressionado com a quantidade de gente que iria entrar.

— E olhe que ainda não está grande! – Disse um rapaz ao meu lado que ouviu o questionamento.

— Sério? – Perguntei espantado — Minha nossa!

Após alguns minutos passar, observei o Edson se aproximar, aliás, por falar nele, o mesmo estava mais lindo do que nunca. Usava uma camiseta cinza com algum símbolo que não consegui identificar, uma calça jeans azul escuro que moldava as suas pernas e deixava o pacote maior ainda, gente, eu tenho que parar de ficar olhando o pacote dos outros, é sério. Não me lembro de ter visto o Edson usar uma camiseta que valorizava seu corpo alguma vez, ele sempre gostava de usar camisas um pouco largas, só assim eu tive a certeza mesmo que o seu torso era bastante trabalhado.

— E aí, bunda de tanajura! – Me abraçou gargalhando — E essa fila? – Perguntou.

— Bunda de Tanajura? – Gargalhei perguntando.

— Sim, tu nunca percebeu que essa tua bunda – Deu um tapa sem vergonha alguma — é um tesão?

— Para com isso, Edson! – O repreendi ficando ruborizado — Já bebeu antes de vir para cá?

— Pior que bebi mesmo – Sorriu lindamente — Tomei uma dose cowboy lá em casa.

— Cachaceiro – Brinquei.

— Tenho outros atributos também – Piscou para mim.

— Cadê as meninas? – Olhei em volta — Se elas não chegarem logo, isso aqui vai ficar maior ainda.

— SEU IDIOTA!

Ouvimos uma voz muito conhecida a poucos metros de nós.

— Izabel! – Falamos em uníssono.

— VAI AGARRAR A TUA MÃE, DESGRAÇADO!

— Eu hein? – Carol se aproximava junto.

— O que foi?

Edson inflou para demonstrar um tipo de macho alfa e foi em direção das duas, o que fez o carinha que estava embaçando em Izabel sumir rapidamente, para a alegria das meninas.

— Aquele menino – Apontou para o garoto que sumia das nossas vistas — Ficou enchendo meu saco invisível desde que desci do táxi, quase que jogava ele na lata de lixo que tinha ali. Idiota!

— O amiguinho dele ficou dando em cima de mim também, mas eu nem dei trela – Carol disse com desdém.

— E quem disse que eu dei trela, meu amor? – Bel disse olhando para ela.

— Ah, deu não? Você pensa que eu não notei você rebolando mais do que devia quando aquele ser começou a encharcar você? Não nasci ontem, meu bem.

— Eu não posso fazer nada se eu sou gostosa. Me processa, fofa! – Falou jogando seus cabelos loiros.

— Izabel – Edson olhou a minha amiga de cima a baixo sem vergonha alguma — Você vestida assim, não dá para eu me controlar, eu não resisto. Juro a você! – Disse na lata.

— Não precisa resistir, gato! – Disse caminhando na direção do meu amigo da faculdade — Vem que tem Bebel para todo mundo – Disse com uma voz bem sensual passando a mão no corpo dele.

— Não me chame não, viu? Não me chame não, que eu vou! – Edson flertou a minha amiga.

— Vocês vão começar? – Carol revirou os olhos — Isso aqui tá lotado! – Reclamou olhando para a fila.

— Pois é! – Disse olhando para ela — Cadê o Richard? – Perguntei.

Eu tinha notado que o namorado da Carol não estava acompanhando ela.

— Ele resolveu ficar em casa estudando para o concurso do próximo Domingo – Disse.

— Isso que é namorado! – Izabel gritou agarrada no pescoço do Edson.

— Confia plenamente na sua namorada. Gosto assim! – Edson acompanhou.

— Acho bonito essa confiança que existe entre casais – Disse a verdade.

— Pois é! – Ela sorriu — Nós confiamos um no outro. Às vezes quando ele quer sair e não estou muito afim, ele vai sozinho com os amigos dele e eu nem me preocupo. Eu sei que ele é meu! – Disse com orgulho.

— Gente, eu não quero entrar nessa boate "amundiçada" não. Deve estar uma desgraça lá dentro.

Izabel reclamou já se soltando do pescoço do meu amigo.

— E para onde nós vamos? – Perguntei.

— Que tal irmos para a The City? – Carol proferiu.

Gelei na hora.

— Já que o Richard não veio e ele não gosta de lá, não vejo problemas de a gente não ir.

— Eu topo! – Izabel disse na mesma hora — Adoro ir para lá. Além de ser bem animado, eu fico mais a vontade e não tem esses homens sem noção que fica enchendo o saco, querendo pegar e praticamente dar uma chave de braço na gente. Uó! – Revirou os olhos — Sempre que vou lá pinta uns gatinhos também.

— Por isso mesmo que estava pensando nessa possibilidade – Carol sorriu alegremente.

— E aí, gente? Vamos pegar um Uber? – Izabel perguntou olhando para nós.

— Só se for agora! – Edson gargalhou alegremente esfregando uma mão na outra.

Então todos nós fomos em direção da avenida. Não é preconceito meu, mas jamais imaginaria que eles pudessem curtir esse tipo de programa, ainda mais o Edson que parecia ser hetero. Então resolvi comentar.

— Edson... – Murmurei para ele.

— Fala, Luquinha! – Ele diminuiu os passos e me abraçou de lado.

— Err... A The City não... Não é uma boate... Gay? – Perguntei.

— Eu sabia! – Gargalhou — Eu sabia que essa cara de assustado não era à toa.

— Eu não estou assus...

— A The City é sim considerada uma boate gay – Me interrompeu — Mas hoje em dia é frequentada por todos os tipos de pessoas, seja ela homo ou hetero, assim como muitas boates gays. Entende?

Eu olhava para ele curioso.

— Você ouviu o que a Izabel disse? Ela falou que não gosta de ser assediada pelos marmanjos quando está numa boate, gosta de curtir o som e ficar a vontade. Se rolar algo, irá rolar naturalmente. Por isso que eu gosto de frequentar boates desse tipo, afinal, as mulheres mais bonitas e estilosas são amigas dos gays – Gargalhou — Não é porque você está em uma pista de dança que está tocando Lady Gaga ou Beyoncé, que você obrigatoriamente tem que entrar na onda. Sim, você será paquerado, mas é só falar que é hetero que ninguém mexe mais. Em balada gay, o respeito fala mais alto. Não, é não.

Pior que eu gosto da Lady Gaga e Beyoncé — Pensei.

— Ei, menino! – Edson bateu na minha cabeça.

— Oi! – Despertei.

— Isso é mais comum do que você imagina. Só completando, as moças gostam de balada gay porque são ambientes animados onde elas podem ficar a vontade, longe dos caras sem noção, enquanto bebem, dançam e escutam as músicas em paz. – Disse sorrindo.

— Cara, você é um expert quando o assunto é pegar mulher – Disse a verdade.

— Não só em pegar mulher – Disse me encarando.

— Vocês vão ficar aí parados fofocando para sempre? – Izabel nos interrompeu.

(•••)

Confesso que fiquei bastante apreensivo quando eu vi a fachada do prédio. Não sabia bem o que ia encontrar lá dentro e nem como se comporta em baladas do gênero, mas quando entrei, vi que não era diferente das boates que a gente costuma ver em televisão e até em uma que já fui no ano passado. DJ, música alta, gelo seco, laser nos olhos, e claro, gente. Não estava extremamente lotada, mas também não estava vazia. Menino beijando menino. Menina beijando menina. Tá, esses últimos já é mais incomum em outras boates, mas aí que está justamente a graça. Bota graça nisso!

— Cara, o negócio vai ser muito bom!

Edson exibia um sorriso de ponta a ponta enquanto olhava para mim e ao redor da casa noturna.

— Vamos para o bar, gente! Quero beber o mais rápido possível – Izabel foi puxando a gente.

A boate possui uma espécie de moeda própria, composta por cédulas rosa de valores variados, criativamente batizadas de "Pink". Izabel tinha me dito que tem gente que comparece tanto que acaba trocando todo o dinheiro de verdade pela grana gay.

— Vai querer o quê? – Edson me perguntou.

— Qualquer coisa com Vodca – Disse.

— Eita! – Carol, Izabel e Edson gritaram em uníssono.

— Quer afogar as mágoas, migo? – Izabel perguntou pegando em um dos meus ombros.

Entregaram-me um copo com a bebida e em seguida brindamos entre nós.

— VAMOS BRINDAR, GENTE! Vamos brindar o sucesso da Bel! – Edson gritou.

— AO NOSSO SUCESSO! – Izabel corrigiu.

Após os copos tocarem um no outro, viramos os copos e a bebida desceu rasgando pela minha garganta, nunca tinha tomado uma bebida tão forte em toda minha vida, eu fiquei até tonto por alguns segundos.

— Calma, cara! – Edson sorriu e deu uma tapinha nas minhas costas — Vai com calma aê.

— Deixa o menino aproveitar as oportunidades que a vida dá! – Izabel repreendeu.

Ficamos nós quatro parados enquanto tocava uma música qualquer pelo DJ da noite.

— Bom gente, chegou a minha hora da minha "caçada" do dia – Edson inflou os peitos

— Vai lá, Edson! – Izabel deu uma tapinha nas costas do amigo — Boa sorte!

Edson olhou para mim e deu um sorriso discreto.

— Bora caçar juntos, Lucas! Hoje o dia está ótimo – Disse ainda exibindo o sorriso de canto de boca.

— Eu vou ficar por aqui ainda, daqui a pouco eu apareço por lá – Falei já um pouco sem graça.

Ele olhou para Izabel que retribuiu o olhar na mesma hora.

— O que foi, Carol? Ficou muda de repente – Bel estranhou o momento bipolar da amiga.

— Acho que vou pegar uma bebida – Carol se apressou em direção ao bar.

— Eu hein? – Bel disse olhando para a amiga que pedia uma bebida no bar.

Lá estava eu. Sai de casa sem a mínima desconfiança que eu iria parar numa boate gay. Com um copo na mão, olhava para todas as pessoas que frequentavam aquele lugar, via homem beijando homem, mulheres beijando mulheres e também via muitos casais de sexo distintos se pegando também. Inclusive, Edson já estava na cola de uma loira bonita, conversava pertinho do ouvido dela que até me deu uma ponta de ciúmes, ou melhor, acho que era mais uma inveja mesmo.

— E aí? Tá gostando, Lu? – Bel perguntou me olhando.

— Estou sim – Disse a verdade — Nunca tinha vindo para uma balada gay – Não menti.

— Tudo tem a sua primeira vez, não é? – Izabel sorriu.

— Você vem com frequência? – Perguntei.

— Geralmente quando eu quero ir para uma boate, sempre venho para essa, eu fico super tranquila, mas nunca mais tinha vindo aqui, me faltava tempo e dinheiro também – Sorriu olhando o movimento.

— Mas você conhece muita gente daqui?

— Algumas pessoas – Disse dando um gole na bebida. — Inclusive eu conheço as gays e os espertinhos que vêm para pegar mulheres como o Edson, mas já fiquei com muitos gays aqui, e te digo, eles são melhores que muitos heterossexuais. Eles sabem os seus limites! – Disse — Aliás, vou te dizer quem é gay, os que cortam os dois lados e o que só estão aqui para nos pegar – Gargalhou apontando para si.

— Tá vendo aquele ali, Lucas? – Apontou para um rapaz com uma camisa vermelha que estava dançando.

— Estou vendo – Confirmei.

— Gay. Aquele outro? – Apontou para outro rapaz — Gay. Gay. Menina. Libélula ensandecida. Gay. Viado... Aquele outro é gay, mas já fiquei com ele, inclusive adorei ficar com ele, super carinhoso, cheiroso e tem pegada. Não irei negar de jeito algum se ele quiser ficar comigo hoje, porque eu sou dessas.

— Essa Izabel! – Sorri sozinho.

Enquanto conversávamos, notei uma cena um tanto engraçada. Ele era alto, magérrimo, mostrava sinais de calvície precoce ao mesmo tempo em que exibia um penteado inaceitável, estilo Playmobil, composto dos restos de cabelos crespos que partiam do meio da cabeça e chegavam quase aos ombros. Vestia camisa e calça apertadíssimas, valorizando seu corpo esquelético. Ele dançava! Dançava como se ninguém estivesse ali, ninguém que pudesse julgá-lo ou achar graça de uma figura tão exótica. Dançava para todos e não estava ligando para nada, nem aí para o que os outros achavam.

— Parece uma lagartixa – Izabel gargalhou ao notar o que eu estava olhando.

— Voltei! – Carol voltou com um copo de alguma bebida de cor azul na mão.

— Eita! – Izabel deu um gritinho — Edson pegou!

— Pegou...

Foi aí que segui o olhar da minha amiga e lá estava Edson, beijando a mesma loira que ele estava dançando a algum tempo atrás, tenho que admitir, o filho da mãe é um exímio pegador. Confesso que senti até um pouco de inveja e mesmo que não o conheça profundamente, também senti um dedinho de ciúmes.

— Mulher, o que houve com você? – Izabel perguntou para a amiga — Até algumas horas atrás estava mais animada que todo mundo e agora tá essa múmia. Parece que morreu e nos esquecemos de te enterrar.

— É impressão sua, Bel! – Disse ao mesmo tempo em que procurava alguém — Só estou na minha – Sorriu.

— E você quer achar quem que desde hoje só vejo você procurando – Disse olhando na mesma direção.

— Ninguém, ué! – Olhou para a amiga — Só estou procurando o Edson.

— Ele está ali, amiga! – Virou a cabeça da Carol com as próprias mãos na direção do Edson.

(•••)

— Lucas, né por nada não, mas acho que alguém está gamado em você.

— Ahn? – Disse olhando para ela.

— Ai Lucas, como você é demente – Suspirou — Acompanha o meu olhar.

Maldita hora que eu fui acompanhar o olhar dela. Meus olhos deram de cara com um negro muito bonito, que usava uma camiseta branca que cabia perfeitamente no seu corpo não muito magro e também não tão gordo, em outras palavras, no seu corpo gostoso. Também usava uma calça slim preta.

— Desde hoje ele te encara e você nem aí – Bel revelou — Que inveja!

— Deve ser para você, Bel! – Fiquei ruborizado — Vai lá!

— Eu? – Gargalhou — Teve uma hora que eu fui falar com a Carol e ele não tirou os olhos de você.

Fiquei muito sem graça quando tornei a olha-lo e percebi que ele queria falar com os olhos.

— Vai lá menino! Tem que fazer novas amizades – Sorriu — Ou quer que eu chame para...

Ele ergueu as mãos na tentativa de chamar o negão, mas eu praticamente pulei no braço dela.

— Que isso, jovem! – Ela não parava de gargalhar — Isso tudo é medo de conhecê-lo mais profundamente?

— Para, Bel! – Virei o resto da bebida que estava no copo — É sério, não me faça passar vergonha.

Izabel gargalhou mais ainda.

— Acho que vou pegar mais dessa bebida, gostei dela – Disse sentindo meu corpo ficar mais leve.

— Já tá no brilho, não é danado? – A loira piscou para mim.

— Ainda não – Menti — Quem tá bêbada é tu, disgrama!

— Jamais! – Se achou — E tu, mulher? Vai mesmo não me contar o que tá pegando?

— Já disse que eu estou na minha, relaxa! – Bufou — Eu vou ao banheiro, volto já.

Assim que Carol saiu, começou tocar We Found Love da Rihanna na pista e levou a galera à loucura!

— ADORO ESSA MÚSICA! – A minha amiga gritou — Bora pro meio, Lucas!

A minha amiga saiu me arrastando até o meio da pista e lá nós pulamos e cantamos, quer dizer, eu tentei cantar, mas isso não mudou o tanto que eu gosto dessa música. Enquanto curtíamos a música, Edson estava a certa distância da gente, ainda beijando a tal mulher, a tal loira. Para o meu desespero, o rapaz que estava me paquerando a distancia se aproximou de mim, o que me fez gelar dos pés a cabeça, quando eu vi, ele já estava do meu lado, colado em mim.

— Opa! Tudo bem? – Falou um pouco mais alto no meu ouvido, quase beijando.

— Oi! – Cumprimentei totalmente sem graça — Tudo, cara! E você?

— Tudo na paz! – O sorriso dele era lindo — Eu sempre frequento a The City e nunca vi esse rostinho por aqui, isso não é um flerte, ouviu? Só estou falando a verdade. É a sua primeira vez?

Sorriu mais uma vez.

— É a minha primeira vez sim! – Falei no ouvido dele enquanto tocava uma música eletrônica

Como ele estava cheiroso.

— Que bom, cara! Espero que esteja gostando. Ah, meu nome é Luan! – Apresentou-se.

Me surpreendi.

— Estou gostando muito, Luan! – Me empolguei — Meu nome é Lucas! – Apresentei-me.

— Mentira? – Luan se espantou — Lucas é o nome do meu irmão mais velho – Gargalhou.

— E Luan é o nome do meu irmão mais velho – Revelou.

Os dois gargalharam!

— Lucas, eu vou ficar um pouco com a Carol, ela voltou do banheiro, acho que ela não está bem – Deu um sorriso sem-vergonha para mim e também para o meu novo "amigo" da balada — Qualquer coisa estou ali – Disse apontando para Carol — Juízo vocês dois – Gargalhou.

— Liga para ela não – Disse sem graça — Ela é doidinha assim.

— Lucas, o que acha de a gente ir para um canto mais reservado? – O negro tomou a iniciativa e olhou diretamente nos meus olhos e segurou o meu braço — Nós podemos combinar em tantas outras coisas que pode até nos surpreender – Disse no meu ouvido.

— Lucas, eu estava te procurando! – Edson chegou de repente fazendo questão de nos separar.

— Edson...

— Eu perco você de vista por um minuto e você já está com outro? – Interrompeu fazendo cara de bravo.

O que porra está acontecendo?

— E aí, cara! – Apertou a mão do rapaz — Relaxa que ele está comigo!

Foi terminar de dizer isso que o braço esquerdo do Edson deu a volta na minha cintura e puxou para si.

— Ah! – Luan me olhou totalmente sem graça — Desculpa!

O rapaz deu um sorriso falso e estendeu a mão para mim.

— Foi um prazer, Lucas!

— A gente se vê por aí – Apertei prontamente a sua mão — Desculpa qualquer coisa!

— Que isso, cara! Se "aperrei" não – Sorriu.

Tocava outra música, não tão agitada que nem as anteriores, mas as pessoas curtiam também.

— "Se aperrei não" – Disse imitando o mulato que já tinha saído. — Se eu não chegasse a tempo, ele iria te levar para o abate, sabia? – Gargalhou — Quem só pode te levar para o abate sou eu.

Disse no meu ouvido.

— Eu só estava conversando com ele – Disse no ouvido dele — Está com ciúmes? – Zombei.

— Se eu estou com ciúmes? – Repetiu a minha pergunta — Mas é claro que sim, Lucas! Muito.

Senti minha barriga se revirar quando seus lábios molhados tocaram na minha orelha.

— Você gosta da outra fruta, rapaz! – Zombei — Cadê a loirona gostosa? – Perguntei.

Ele deu um sorriso sapeca, mas quando ele foi falar alguma coisa, de repente, uma pessoa passa por trás do meu colega de classe e passa a mão na retaguarda dele.

— Êpa! – Edson dá um pulo e em seguida grita — Aqui não, viu?

— Você é uma delícia – Um pervertido sem graça deu em cima do Edson na maior cara de pau.

— Eu sei que sou – Modesto ele, não? — Mas só ele pode me tocar, meu namorado, né mô?

Disse apontando para mim. Eu não estava acreditando que ele tinha feito isso.

— Mas se quiser uma coisa diferente, eu estou por aqui, tá? – Disse olhando para nós dois e saiu.

— E aí, Lucas? Topa? – Me abraçou de lado e deu um beijo no meu pescoço.

— ALÔ, ALÔ, GRAÇAS A DEUS!

De repente, todas as atenções foram direcionadas ao discreto palco da The City. Uma batida eletrônica começava a surgir lentamente, dançarinos descamisados exibindo seu corpo sarado e uma mulher, um tanto estranha, que vestia uma espécie de biquíni bem, digamos assim, sensual, azul bebê que brilhava.

OH LÁ, LÁ, LÁ, LÁ, LÁ, LÁ, OH!

NÃO TEM TERROR, NÃO TEM CAÔ! – Todos cantavam com ela.

— Eu não acredito que essa mulher está aqui – Gargalhei muito alto — Não é ela que é a Inês Brasil?

— É ela! Não sabia que hoje tinha show dela aqui na The City – Sorriu — Essa mulher é uma figura!

Edson gargalhou.

— Sempre choro de rir com os vídeos dela – Disse a verdade.

ME CHAMA QUE EU VÔÔÔÔÔ!! — Inês gritava e todos iam para a loucura!

— E ai, Lucas? O carinha foi embora e a gente perdeu essa chance – Edson zombou.

— Eu... Eu vou ao banheiro – Disse temendo o olhar predatório do meu colega de classe.

— Eu também vou, bora! – Disse pegando na minha mão.

Então eu fui logo andando na frente, sentindo uma das suas mãos pegarem levemente na minha cintura.

(•••)

✪ Narrado pelo autor

— Eita, Carol! – A loira cutucou a amiga — Agora sim, Edson vai levar o nosso amigo para o abate.

Gargalhou.

— Carol? – Izabel percebeu que a amiga estava longe em seus pensamentos. — Carol! – Chamou.

— Oi! – Olhou rapidamente para a amiga — Desculpa!

— Você não vai mesmo me contar o que está acontecendo? – Izabel perguntava pela milésima vez — É difícil acreditar que não é nada, Carol! Você estava animada há pouco tempo atrás e de repente fica parecendo uma mosca morta? Vai, desembucha!

— Eu já disse que não é nada, só estou com dor de cabeça e fico chata quando estou com dor de cabeça.

— Conta outra, Carol! Não vai mesmo me contar o que está pegando? Eu te conheço.

A preocupação da amiga aumenta ainda mais quando Carol começa a chorar.

— Eu sabia que tinha coisa aí – Izabel se aproximou da morena — O que aconteceu, amiga?

Carol, novamente, começa a procurar algo com os olhos pela boate.

— Eu posso estar até paranoica, mas eu tenho quase certeza que eu vi o Richard agarrado numa mulher.

— O quê? – Izabel perguntou assustada.

(•••)

✪ Narrado por Lucas

— Meu Jesus! – Pensei alto — Até parece que entrei num quarto de um motel. – Eu ri.

Me referia a alguns gemidos que vinha de uma das cabines do banheiro.

— O que foi? – Disse levantando a camisa até acima do peitoral e se aproximou do mictório de INOX — Isso acontece em boates heteros, principalmente em baladas que tem banheiro unissex, você acha que não acontece aqui? – Gargalhou.

SEGURA A MARIMBA, MONAMU! — Inês Brasil continuava se apresentando lá no palco.

— Sei lá – Disse a verdade — É meio chocante a pessoa transar dentro de um banheiro – Sorri.

— Que cuzinho gostoso! E é só meu! – Alguém se deliciava dentro da cabine.

— Vai devagar, caralho! Tá doendo, Gustavo! – O parceiro reclamava em sussurros.

Além dos gemidos, escutávamos em alto e bom som os contatos de pele a pele do casal, e não era nada devagar. Rimos discretamente, mas perceptível o suficiente para sessarem os gemidos do casal, mas o barulho do sexo ainda estava lá, um pouco mais discreto, mas estava. Logo depois, um rapaz chega ao banheiro com um leve sorriso debochado na cara e grita;

— Vão transar num motel, Léo e Gustavo! - Disse e em seguida sai correndo porta a fora.

— Vai tomar no cu, Thiago! – Os dois que estavam lá dentro gritaram nos fazendo gargalhar.

Não deixei de notar de perto que o corpo do meu amigo, que ainda estava sendo exposto, o quão gostoso ele é. Além de tudo isso, o desgraçado ainda tinha um "caminho da felicidade" que iria direto para o seu parque de diversão que ficava lá em baixo.

— É muito excitante transar dentro do banheiro – Disse abrindo o zíper da sua calça.

— Vo-Você já transou? – Perguntei fazendo força para não olhar a sua ferramenta.

— Não exatamente – Disse olhando para cima — Mas já pagaram um boquete fenomenal para mim.

Disse me encarando enquanto eu escutava a cachoeira de urina entrar em contato com o mictório.

— Ué? Você não vai mijar? Vai ficar manjando minha rola aí mesmo? – Zombou.

— Eu... Eu vou sim – Disse indo para a cabine e abrindo a porta da mesma — É que só mijo aqui.

— Ahhhhh – Gargalhou — Criado com vó da porra!

— Não é isso, eu sou assim desde pequeno – Disse a verdade — E eu não estava manjando a sua rola.

— Deixa de frescura que eu não quero ver essa torneirinha aí – Falou.

Eu deixei a porta da cabine aberta em quanto me preparava para tirar o cinto e despejar a urina na privada. Foi aí que tudo aconteceu. De repente Edson entra com tudo, fecha a pequena porta da cabine, agarra minha cintura, me fazendo dar um pulo de susto, em seguida ele me prende entre o corpo dele e a divisória de madeira. O cheiro de perfume junto com o hálito de pastilha entrava pelas minhas narinas.

— O... O que você está fa-fazendo, Edson? Está lo-louco? – Gaguejei sentindo minhas pernas falharem.

Edson puxou o meu corpo para bater de propósito na sua musculatura quente.

— Agora a conversa é entre nós! – Disse com seus lábios a um centímetro do meu.

Continua...

▬ ▬ ▬ ▬ ▬ ▬ ▬ ▬ ▬ ▬

Por hoje é só, meus bolos de chocolate com recheio de brigadeiro no meio! Gente, eu estou morrendo de vontade de comer esse tipo de bolo, mas não posso quebrar a minha dieta. Maldita dieta!

Ah, querem uma prévia do 38º capítulo? A meta é o seguinte, se até às 23h59min deste Domingo, 23 de Outubro, o conto atingir 20 votos cravados, postarei uma prévia das melhores cenas do que vai acontecer no capítulo seguinte na Segunda-feira, dia 24 de Outubro. Combinado? Já estou com o dedo coçando para soltar à prévia. Confio em vocês!

Até Segunda-feira!

。◕‿◕。

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Comentários

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CONTINUAAAAA. KKKK MAS GOSTO MAIS DO MAX ...BJS❤❤❤

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Agora vai. tava doido pra ter cena de sexo com o Edison. Vai ser cagado assim na China, só dá gostoso atrás do Lucas. Sobra nada pras colega?

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Aaaaaah, que maldade! Você parou só na parte que mais esperei deste capítulo. Muito bonito isso, hein?! Estou muuuuuuito curioso pra ver no que isso vai dá. Eu já disse que amo seu conto? Acho que já, né?! Mas vou dizer de novo: Amo seu conto, cara!

Ps: Você é muito mau! Parou na melhor parte...

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Inês Brasil?! Leo e Gustavo?! Sexo no banheiro?! Compensou a sua demora! Tá fantástico!

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Boa noite Vitor, me divertir demais com seu último comentário do meu conto cara, sério você deve ser muito engraçado cara.Enfim, não sei o que falar desse capítulo, alis sei sim...Incrível, escrita perfeita, me prendeu novamente.Só não gostei da atitude do Edson, aliá , não gosto nenhum pouco dele, tenho a impressão que ele vai se aproveitar do Lucas, não é segredo pra quem eu torço não é?Enfim, notei o Max um pouco menos emotivo nesse capítulo, um pouco mais centrado, pelo menos na parte dele, sensacional cara.A Kelly, da vontade de mandar bate canteiro pra ver se el toma vergonha na cara,Hugo é covarde o que pra mim é irrelevante, já que também não gosto dele, é engraçado como algumas pessoas vivem no armário. Luan está me saindo melhor que a encomenda, acho sim que ele ama Lucas ( e não é como irmão), qual é incesto não é pecado, quer dizer pra sociedade hipócrita sim...A o meu ogrão ´meu primo, estamos juntos há dois anos, logo após eu terminar Ação e Reação contarei minha história aqui na CDC, mas já digo, pra mim contar a história dele vou contar a minha com o Gabriel.Amigo, me desculpe estar comentando tão tarde, mas hoje fui monitor de visita técnica , paguei meus pecados srsrs...

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Este Edson é um enrustido, espero que Lucas não caia na onda deste amasso....Poxa, o Max não traiu! Pra que isto!? O Lucas tá parecendo um garotinho cheio de frescura.... Depois o Max mete um pé na bunda dele, ai eu quero ver Lucas chora! Este capitulo me deu muita raiva.

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Olha me surpreendeu muito, amando ........

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👏🏻👏🏻👏🏻 merece palmas 👏🏻 👏🏻

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