O pai do meu paciente 6

Um conto erótico de DanielMG
Categoria: Homossexual
Contém 1372 palavras
Data: 07/10/2016 00:39:48
Assuntos: Gay, Homossexual

Povo, a parte mais legal de postar aqui é ver o comentário de vocês e pensar em como a história da minha vida pode ser vista de várias formas... A parte boa disso tudo é que se eu tô escrevendo aqui é porque já está tudo bem (dentro do possível). Obrigado por acompanharem e o próximo será tenso, com uma morte. Espero conseguir postar ainda essa semana. Abraços!

--

- Não. Eu não posso falhar mais. Não posso desapontar minha mãe. Eu já errei muito. Eu sou igual ao meu pai, cara. Não devia ser assim.

Seu choro passou a ser compulsivo e eu não aguentei. Puxei ele pela mão e o abracei, fazendo-o se aproximar da maca, quase que deitando junto comigo. A emoção era tão grande que não percebi quando a porta se abriu.

- Eu não acredito no que tô vendo aqui!

- Calma, André. Não tá rolando nada de mais.

- Nada de mais? Não sei se você lembra, mas o responsável por toda essa merda de vida que você tá levando é o cara que tá coladinho contigo aí.

O pivô da confusão ficava calado, só limpando as lágrimas que ainda caiam e se levantando da cama.

- Não precisa desse escândalo, cara.

- Daniel, você só pode ser um otário mesmo.

- Ei, cara, não fala assim com ele não.

- Que lindo! Já tá defendendo ele? Já são um casal?

- Ricardo, você pode nos dar licença? Depois a gente continua a conversa.

- Claro. Desculpa o transtorno dessa vez. Melhoras! Mais tarde eu volto.

Ele me abraçou de leve e saiu encarando o André, que só bufava.

- Vai me explicar essa porra agora?

- Tenho nada que te explicar. Você viu a gente conversando, o cara tava mal e eu escutando ele.

- Virou psicólogo do cara que quase fez você morrer?

- Ou do cara que me salvou de ter morrido. Depende do ponto de vista.

- Tô começando a achar que você é um pouco culpado por essa merda toda.

- Cuidado com o que você vai falar, André.

- Não, sério. Não é possível que depois disso tudo você ainda dá mole pro cara.

- Não dei mole pra ninguém, você que tá vendo coisas. Isso tudo é ciúmes?

- Daniel, eu não vou te perdoar se isso acontecer...

- Isso o quê? É uma ameaça?

- Um aviso! Se você se comportar como um puto e se envolver com aquele cara, pode esquecer que eu existo.

- Você tá me ofendendo. Melhor você ir embora.

- Já vou mesmo. Tá difícil olhar pra sua cara imaginando o que aconteceria se eu não tivesse chegado. Ah, você vai ser liberado amanhã. Começa a pensar pra onde você vai.

Ele saiu e me deixou preocupado, afinal eu ainda dependia do André. E ele estava fantasiando as coisas. Primeiro que eu não podia confiar no Ricardo. Depois daquele desabafo, eu estava era preocupado com ele e com a criança que ele e a mãe estavam educando. Segundo que eu não tinha esquecido o que ele fez comigo. Nem poderia! As consequências disso estavam latentes.

Por outro lado, confesso que o Ricardo era um cara bonito, que despertava a atenção de muita gente e, se não fosse o que aconteceu, provavelmente teria meu interesse.

Dormi um pouco, ainda pensando um monte de coisas. As horas passaram rápido demais e já estava quase na hora de sair daquele hospital. Não havia pensado em nada objetivo. Recebi a alta, vesti a roupa que estava na noite anterior (afinal, André não havia voltado ao hospital e não me levou nada). Pelo menos tinha tomado um banho, comemorava internamente.

A cabeça ainda doía um pouco, mas recebi a recomendação de que em um ou dois dias isso se resolveria. Peguei meus documentos e me encaminhei para a recepção, onde fui informado que a conta já havia sido paga. Nem questionei, afinal não teria dinheiro para arcar mesmo.

Caminhei para fora do hospital até ouvir alguém me gritando.

- O que você tá fazendo aqui?

- Oi Daniel. Eu vim ver se estava tudo bem e se precisava de algo.

- Está tudo bem sim, Ricardo. Estou indo pra casa.

- Você tá morando aonde? Posso te dar uma carona.

Travei ao perceber que não tinha como ir pra casa do André depois da discussão de mais cedo. Ele deve ter percebido minha confusão e sugeriu:

- Tive uma ideia. Vamos comer algo? Tô com muita fome e sei que a comida do hospital não é lá grandes coisas, mesmo num hospital bom.

- Falando nisso, preciso te pagar minha estadia nesse hospital.

- Depois falamos disso. Vamos comer?

Entrei no carro e fomos ouvindo músicas e em silêncio. Estava com vontade de retomar o assunto do dia anterior, mas não sabia como. Fiquei com receio de forçar o assunto e me arrepender. Chegamos a um café numa região nobre da cidade. Já sabia que ele pagaria, mas essa coisa de ser bancado estava começando a me incomodar.

- Você já veio aqui?

- Já. Inclusive, preferia um lugar mais barato.

- Relaxa. Eu convidei, eu pago.

- É isso mesmo que eu não quero.

- O que houve? Não vejo problema em pagar.

- Nunca gostei de alguém me bancando, Ricardo.

- É o mínimo que eu posso fazer, né?! Eu não esqueci do que fiz com você.

- Que bom que não esqueceu. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra.

- Como não? Estou te ressarcindo de tudo.

Opa! Aí ele pegou pesado. Desci do carro já nervoso.

- Então é isso? Tá fazendo isso por obrigação? Você não vai me comprar com uma saída pra um café.

- Não foi isso que eu quis dizer.

- Mas foi o que você disse. Eu não preciso disso. Coloca uma coisa na sua cabeça: o que você fez acabou com a minha carreira e quase com a minha vida, mas já foi! Nada pode ser feito pra resolver isso, a não ser esperar.

- Eu não consigo esquecer ou esperar, Daniel. Eu não sou um monstro.

- Vai me pagar pra eu mudar a impressão que você deixou?

- Você tá me ofendendo.

- Pelo menos não te acusei de cometer um crime, né Ricardo? Quer saber? Me deixa em paz. O André tava certo... Eu sou um burro!

- Ah, então o namoradinho tá enchendo sua cabeça? Aquele idiota acha que pode competir comigo.

- Competir? O que vocês estão disputando?

Ele ficou em silêncio e eu queria ouvir da boca dele o que estava acontecendo. Sei que André nunca foi santo e imaginava que ele havia procurado o Ricardo por algum motivo, mas não sabia ao certo.

- Esquece isso, cara. Só quero tomar um café.

- Toma sozinho!

Saí andando sem muita certeza de onde estava e Ricardo não fez menção de vir atrás. Pensando na minha reação, comecei a perceber que esperava mais do Ricardo. Esperava que ele me procurasse por gostar da minha companhia, por querer ficar ao meu lado e não por obrigação depois de tudo que ele fez. Que merda! Tava apaixonado por esse idiota. Nessa hora tive certeza.

Fui caminhando e parei em frente ao prédio do antigo consultório. Por coincidência (ou não), Julia estava na portaria do prédio, retirando algumas cartas com o porteiro. Ao me ver, me abraçou e se assustou com a mudança física que eu tive nos últimos meses.

- Você tá diferente. Continua lindo, mas tá magro.

- Tanta coisa aconteceu, Julinha. Barras pesadas, mas de agora em diante vai ser diferente.

- Soube que você tava morando com o André.

- É! Estava. Mas acabou que fui meio idiota com ele e não sei em que pé as coisas estão.

- Ai, amigo. Precisava mesmo falar com você. Aconteceram umas coisas e eu acho que fiz merda.

- Como assim?

- Acho que você não vai me perdoar pelo que eu fiz, mas no fundo você me entenderá.

- Falo logo, Julia. Tá me assustando...

- Eu tô namorando!

- Nossa. Que notícia boa! Parabéns.

Nos abraçamos, mas ela parecia constrangida.

- Então, a questão é que... Ai, nem sei como contar.

- Começa do começo uai. Pra quê esse drama todo?

- É que eu fui pedida em namoro há poucos dias, nem sei se devia criar tanta expectativa, mas estou nas nuvens. Mesmo assim, preciso da sua benção.

- Engraçadinha você... Tô longe de ser um padre.

Rimos juntos.

- Vou falar de uma vez. É que eu tô namorando o Ricardo!

Continua...

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Comentários

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É dificil lidar com uma pessoa que sabe q é gaynao aceitapor problemas pscologicos.... sao normalmente essas pessoas q trazem sofrimento para os outros e de uma forma q nao podemos avaliar pra SÍ MESMO.

Que bom q vc voltou a postar..... e no meu caso vou ter o privilégio de ler 2 capitulos sem parar....rs

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E a gente pensando que certas coisas acontecem só em séries ou filmes...

Tô no chão com o gancho do capítulo.

Continua!

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Massa o relato!!!! Eu contaria tudo pra guria, não por vingança mas por principalmente saber a sacanagem que ele vai fazer pelas costas dela.

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Meu Deus... como o Daniel suportou isso?!

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Como assim? O cara vai usar ela, não creio nisso viado!

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O Ricardo nem gosta de mulher e acho também que só fez isso pra saber mais sobre o Daniel, mas o intrigante disso é que o pedido foi feito há poucos dias, no caso, quando o Daniel estava na fossa e sem trabalho! Coitado do Daniel, merece coisa melhor e em outra cidade, um novo recomeço...

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O Ricardo nem gosta de mulher e acho também que só fez isso pra saber mais sobre o Daniel, mas o intrigante disso é que o pedido foi feito há poucos dias, no caso, quando o Daniel estava na fossa e sem trabalho! Coitado do Daniel, merece coisa melhor e em outra cidade, um novo recomeço...

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Como assim namorando a Julia.....não entendi.....

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Nossa! Sem palavras. Só não demore a postar, abracos man...

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Eita rsrs, vida didficil hein, pior q depende dos outros p tudo,acho q essa é a pior parte.

Mas se tivesse uma maneira de fugir disso tudo ,se eu fosse ele fugiria, tentar uma vida nova em um novo lugar.

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NOSSA. QUE BALDE DE ÁGUA GELADA. VOLTA CORRENDO PRO ANDRÉ.

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Que escândalo!! Será q para se aproximar do Daniel ele está usando a moça!! Eta q rapaz confuso!Está cada vez mais interessante, apesar de ter sido real e te causado muito sofrimento.

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Esse Daniel ta lascado na vida viu, ah ah... Aguardando o próximo capítulo, rsrs...

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