Era Só Uma Noite. #7

Um conto erótico de Caio Alvarez
Categoria: Homossexual
Contém 1151 palavras
Data: 06/10/2016 23:54:44
Última revisão: 07/10/2016 04:05:50

A surpresa estampou o rosto de Alexandre enquanto ele me indagava:

– O quê? Dentro do banheiro?

– Sim, dentro do banheiro.

– Eu sabia – disse Alexandre enquanto forçava seu ponho contra a própria testa. – Eu sabia que não deveria ter deixado você ir no meu lugar. Que homem gostoso!

– Não seja idiota, Alexandre. Você não é do tipo que se arrepende.

Estávamos na mesma praia do último encontro. É claro que ele iria querer saber pessoalmente o que tinha acontecido naquela noite, ou não seria o Alexandre que eu conheço. Anoitecia rápido e estávamos caminhando pela extensa faixa de areia. Eu usava uma regata azul folgada demais para o meu corpo, um short laranja igualmente folgado e carregava os chinelos pendurados nas mãos. Alexandre vestia uma calça branca propositalmente surrada, uma camiseta preta que de tão comprida parecia um vestido sobre a calça e também carregava o tênis na mão. Ele estava pra lá de curioso:

– Continua, caralho!

– Você que fica me interrompendo, cretino. Como eu ia dizendo: ele me puxou para o banheiro e, bom, eu o chupei novamente.

– Se tiver ficado só nisso, não nos falamos nunca mais – Alexandre disse encenando uma expressão rude.

Eu inspirei fundo. Talvez tivesse um pouco de paciência no ar.

– Caralho, eu preciso falar. Eu o chupei e não fiquei só nisso. Tá bom pra você? Quando eu terminei lá embaixo, automaticamente ele me empurrou contra a bancada ou sei lá o que era aquilo. Você precisava ver ele me olhando enquanto roçava em mim.

– Meu Deus! – Alexandre falou tão pausadamente que parecia soletrar a frase.

– Nós transamos naquela posição mesmo. Eu com a cara forçada contra o espelho e ele me olhando pelo reflexo. Você não consegue imaginar o quão ele é gostoso. Não consegue mesmo.

– Eu juro que nunca senti tanta inveja.

– Ah, por favor, você já deve ter saído com homens muito mais bonitos e ricos que ele. – Eu terminei dando um leve empurrão em Alexandre.

– Agora pula essa parte, não quero ouvir sobre ele ter te fodido.

– Como assim? Não quer ouvir dizer que eu gemi feito um louco enquanto ele chupava meu pescoço? Que eu pedia “mais forte, vai, vais forte”? – Ao encenar meu gemido, eu me aproximei dele e gemia em seu ouvido, brincalhão.

– Me poupe dos detalhes. Não mereço ouvir tamanho desrespeito.

Rimos do quão exagerado era a sua reação e logo estávamos imersos na conversa novamente.

– Ok. Ele seduziu, arrastou pro banheiro e gozou, pelo menos?

– E muito – eu disse convencido. – Ele gozou inteiramente dentro de mim.

– Que delícia. – A voz de Alê era um sussurro.

– Então ele se limpou e saiu primeiro para o bar, obviamente eu demoraria mais. Porém ambos meio que concordamos que ainda iríamos subir para um dos quartos. É claro que eu não estava satisfeito.

– Nem eu estaria – ele disse com pressa.

– Acontece que ao sair do banheiro o bar estava completamente vazio, apenas o Barman me esperava com um papel na mão. Com a cara mais cínica do mundo ele me entregou dizendo que o cretino tinha deixado aquilo para mim.

– O que era? Anda, o que era?

Alexandre parecia uma criança diante de uma promessa qualquer.

– Era um envelope improvisado com muito, muito dinheiro dentro. Ah, e um recadinho: “você sabe o caminho da saída do hotel” – eu falei usando um tom debochado.

– Não pode ser. Que cretino!

– Muito cretino – eu concordei. – Mas vou confessar... eu sei que ele vai me chamar novamente.

– Ah, e como vai. – Despreocupadamente ele tocou minha bunda por cima do short. – Parece que ele gostou disso aqui.

– Saliente! – eu lhe devolvi como resposta, tirando a mão ousada de minha bunda.

O restaurante estava consideravelmente cheio. Eu já tinha devorado minha salada com pedaços de frango perfeitamente dourados e terminava de passar para dentro meu Crème Brûlée. Talvez eu tenha inventado esse ditado, ou não, mas como dizem “é sempre um bom dia para um bom Crème Brûlée”. Alexandre se servia de uma Panna cotta de frutas vermelhas tão sofisticada que eu jamais poderia tocar naquele prato sem causar uma catástrofe. É claro que eu ficaria no básico.

– Não olhe pro lado. Não agora, melhor dizendo – disse Alê em um quase sussurro.

– O que foi agora, Alexandre?

– Acho que o casal um tanto distante da gente parece incomodado com nosso jantar.

Ele falava com um leve sorriso brincalhão e parecia realmente se divertir com isso.

– Porque você diz isso?

– Já fomos bombardeados com o olhar uma dezena de vezes. Acredite.

Eu revirei os olhos, completamente impaciente.

– Fala sério, é só um jantar despretensioso – eu disse prendendo meu cabelo num coque despreocupado.

- Independente do que fosse, Caio, eu posso ocupar os espaços que eu bem entender.

– É. – Me servi de mais uma colherada da minha sobremesa. – É claro que você está certo.

– Vamos matá-los? – disse-me Alexandre com um olhar quase maníaco.

Eu engasguei. Por pouco não cuspi Crème Brûlée na mesa inteira.

– Você está maluco? – Eu estava sussurrando, como se o casal pudesse nos ouvir à distância.

– E você impaciente. Espere eu terminar. Vamos matá-los de raiva?

– Ah, meu Deus! Eu disse que não recusaria qualquer convite seu – concordei indiretamente com um sorriso curioso.

Alexandre cravou os cotovelos na mesa e inclinou seu corpo em minha direção e eu precisei de menos de um segundo para adivinhar o que ele iria fazer. Seus lábios tocaram os meus suavemente. Estavam doces e gelados. Eu sorri e iniciei nosso beijo afrontoso, fazendo minha língua penetrar seus lábios em busca do sabor da sobremesa que ele acabara de devorar. E ele estava lá me esperando: doce, frio, cremoso. O nosso beijo foi tão calmo que eu posso jurar que parecia apaixonado. Terminei o beijo molhado passando meus dedos suavemente na lateral de seu rosto bonito, precisamente em sua orelha gelada. Ele sorriu e eu devolvi o sorriso, igualmente divertido.

De onde estávamos podemos ver a movimentação. O marido violentamente se levantou e praticamente arrastava a mulher para fora dali. Eles pareciam furiosos. Alexandre parecia queimar de excitação.

– Tem outra coisa que eu quero fazer, mas nesse caso, não pode ser em público. – Seu sorriso era tão convidativo quanto o gosto dos lábios dele.

– É? Me dá um dica – eu disse chamando a atenção do garçom com um aceno sutil.

– Me deixe pensar. – Ele deu uma pausa desnecessária. – Para isso não precisaremos de roupa.

– Ah, não consigo adivinhar, mas juro que estou ansioso para descobrir. - Meu sorriso insinuante entregava o jogo.

É claro que sabíamos o que ia acontecer ainda naquela noite. Aliás, admito que eu já estava com saudade da maciez do corpo de Alexandre. Finalmente eu entendi o motivo que o fazia desligar o celular que insistentemente tocava quando eu estava por perto. Estar dentro dele era libertador.

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Eu sei que conto minha história de uma forma não muito convencional, então se ficar confuso ou perdido demais, por favor, me avisem. Eu posso pegar mais leve na narrativa. Se divirtam! ;)

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Comentários

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Caralho que loucura e que tesão. Quero mais hahahahha

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Aumenta o tamanho dos capítulos por favor 😭😭

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Isso é o que eu chamo de história do CARALHO! Não demora a postar ok

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