Gelo no Coração ou Coração de Gelo? cap 08

Um conto erótico de Stardust
Categoria: Homossexual
Contém 2064 palavras
Data: 22/09/2016 21:29:55
Última revisão: 22/09/2016 21:37:25

Então meninas e meninos (se algum tiver acompanhando), como eu disse postaria dois hoje, eu sei que ainda não rolou cena de sexo com quem deveria, até o momento só com a Flávia. Mas acho que é bom dar aquele envolvimento com o conto, é como um seriado, você cria expectativas. Eu tenho um tom sério as vezes, que remete até no que escrevo aqui, algumas podem pensar que é frieza da minha parte, mas não é, se fiz alguém achar isso de mim, desculpa. Bora pro conto?

Continuando ...

Logo Cristina foi me abraçando, eu tava começando a me acostumar com aquele ser humaninho.

- Está há muito tempo aqui Priscila? (Perguntou Norma)

- Não muito...

- Ela está desde as 19:00 em ponto, vocês demoraram. (Falou Pâmela)

- O trânsito estava péssimo de lá pra cá filha. Mas já que estamos todos aqui, vamos ao jantar. (Falou Raul).

- Eba, bora logo que tô com fome. (Falou Henrique todo animado).

Todos jantamos, rimos, eu tinha esquecido de como era bom mesmo ter uma família unida, há tempos não vejo a minha, desde que saí de casa. Era alegre pra mim ver que mesmo com todos possuindo defeitos, eles eram unidos, a Pâmela apesar de se sentir ignorada pelos pais as vezes, eles são bem próximos nas refeições, nem preciso citar as duas crianças (Cristina e Henrique kkk). Mais uma vez ficamos na varanda, era muito bom estar com aquelas pessoas, me sentia em casa, feliz, era estranho pra mim isso, mas ao mesmo tempo bom. Já passava da meia noite quando todos começaram a se recolher, passou tão rápido que nem vi a hora, eu iria embora, até a Cristina me chamar:

- Onde vai?

- Pra casa bonequinha (me acostumei a chama-la assim, sei nem por que), tá tarde já.

- Vai não, dorme aqui, amanhã é sábado e podemos ir à praia, ou melhor, você podia passar o fim de semana aqui, meus pais não vão se importar.

- Essa proximidade com as pessoas não faz meu forte e você sabe disso.

- Mas não parece, eu vi você rindo, se divertindo, qual o problema?

- Nada, apenas preciso ir, tá tarde.

- Pelo menos dorme aqui, é perigoso esse horário, por favor fica.

- Desculpa, melhor não.

- Ah é? (Tomou a chave da minha mão)

- Me devolve, parou a brincadeira.

- Amanhã eu te devolvo, agora você vai dormir aqui.

- Chega de graça (Tava começando a me irritar).

- Se quiser vai ter que vir pegar. (Ela saiu correndo pra dentro do jardim).

Comecei a correr atrás dela, até a hora que caímos juntas e eu disse:

- Você realmente parece uma criança.

- Sou sua bonequinha lembra?

- Minha não, mas de porcelana é, cuidado pra não se quebrar de novo.

- Eu tenho uma psicóloga chata, insuportável, meio antipática, mas que no fundo gosta de mim.

- Gostar de você? Tá pirando mesmo.

- Admita que no fundo você gosta.

- Deve estar bem no fundo mesmo.

- Admita (Ela ficou em cima de mim me obrigando a dizer isso).

- Não vou admitir nada, sai de cima.

- Não, só quando você disser.

- Pois, vai ficar ai a noite toda, não falarei nada.

- Anda sua chata, diz logo, se não jogo sua chave fora.

- Para de graça e me dá essa chave logo. (Virei-a e fiquei por cima, segurando seus braços).

- Aiiii, machucou sabia?

- Isso foi pra você parar de ser fresca, agora me dá isso. (Tirei a chave de sua mão e por alguma razão eu deitei do seu lado e fiquei olhando as estrelas).

- Ué, a maluca psicopata não ia embora?

- Eu ia, mas mudei de ideia. A visão das estrelas por aqui é perfeita.

- Também gosto muito, apesar de todas as luzes da cidade, por alguma razão dá pra ver o suficiente daqui. Você gosta de estrelas é? Pensava que curtia, quarto sádico, sangue, mortos.

- Que impressão sua de mim, uma mistura de Christian Grey com The Walking Dead. Que mais?

- Sei lá, é tão calada, misteriosa.

- É só meu jeito, já disse isso.

- Alguma coisa te magoou no passado?

- Muitas.

- Algum amor fez isso?

- Sério que tô falando da minha vida com você? Melhor eu ir mesmo.

- Fica ai sua insuportável.

- Sai de cima ou eu te jogo de novo.

- Então joga que eu quero ver. Vamos, joga!

- Argh, chega, me deixa ir numa boa.

- Não, vai dormir aqui e vamos conversar.

- Só pra lembrar, você não manda na minha vontade não.

- Deita ai, a grama é limpa. Agora vamos conversar.

- Sobre?

- Você é claro. Por que é assim comigo?

- Sou assim com todos.

- Nem sempre, quando estamos todos aqui juntos, você sorri, brinca, até piada faz.

- Olha, não quer dizer que eu não saiba sorrir, sua família é legal, há tempos não via o que é ter uma família unida.

- Você tem problemas com a sua?

- Todos temos, mas o que importa?

- Importa que eu quero saber sobre você, gosto de ti, não apenas por ter salvo minha vida, mas por alguma razão eu te aturo.

- Por alguma razão eu também te aturo e gosto de você, (Ficou fazendo cara de feliz ao ouvir isso) mas minha vida foi complicada, talvez seja. Você tem irmãos ótimos, pais amorosos, pessoas unidas, te apoiaram quando se assumiu bissexual, sempre estiveram ao seu lado, eu não tive essa sorte. Meus pais não me apoiaram, me expulsaram de casa, o Rodrigo e sua família abriram os braços pra mim, mas não é a mesma coisa, por mais que o carinho seja enorme e o amor de “tios” também, você não se sente a mesma, falta algo. (Eu sempre seguro as lagrimas bem forte, pra não expressar nada, eles não merecem minhas lágrimas)

- Eu não sabia, desculpa, não perguntarei mais nada, quer subir pra deitar?

- Espere. Tinha me perguntado se tive um amor.

- Sim, teve?

- Tive. Durou 2 anos, depois fui pra Londres. Foi amor no começo, mas depois não existiu respeito, eu era frágil e me deixava levar na primeira desculpa. Um dia eu cansei, acordei pra tudo na vida, mudei totalmente e estou bem assim.

- Você ainda vê e fala com ela?

- Sim.

- Posso saber o nome, se quiser dizer.

“Silencio um pouco, mas tudo bem”

- Flávia. O nome é Flávia.

- Vem vamos subir, eu empresto umas roupas minhas se couberem, você tem mais corpo eu kkkkkk. Melhor, eu pegarei uma de minha maninha, ela não vai se importar.

Subimos, vesti as roupas da irmã dela e quando eu acho que poderia dormir em paz no quarto de hóspedes, ela pede pra ir ao dela:

- Dorme aqui comigo.

- Pra que?

- Olha acho melhor não, gosto de ti e tudo, mas transar? Eu não sou taradona não, as vezes, mas nem sempre.

- Ai como é convencida viu, quem falou em transar? Eu te chamei apenas pra dormir, contar histórias, essas coisas, você que é a tarada e já pensou em sexo.

- Também né, chama a pessoa pra dormir junto, vou pensar o que?

- Pelo menos admitiu que gosta de mim, 1 a 0, chupa sua chata.

- Queria chupar outra coisa (Falei bem baixinho).

- Nossa como você é tarada hahahaha.

- Então vou dormir lá no outro quarto, é melhor.

- Não sua chata, vem cá, vamos conversar mais.

- Você não cansa não?

- Não, agora deita aqui, vou falar um pouco sobre mim também.

Caramba ela fala viu, não sei o que tá acontecendo comigo, mas eu tô me deixando levar, eu não sou assim há tempos, do nada eu tô feliz de estar conversando com a bonequinha. Passaram as horas já iam dar 3 da manhã, apesar do sono eu continuava a escutar, até ela me chamar pra perguntar:

- Pri? Tá acordada ainda? (Eu estava de olhos fechados, mas escutava)

- Oi Cris.

- O que você achou da minha irmã?

- Por que essa pergunta?

- Eu cheguei e vi vocês num clima animado, ela rindo com uma estranha, não é do feitio dela.

- O que é que tem? Pessoas mudam, não?

- Sim mudam. Você beijou minha irmã foi isso? (Ela pergunta do nada).

- Que pergunta, sério isso?

- Sim ou não?

- Sim, ela perguntou se eu era bi e qual a sensação de beijar outra mulher, eu disse que só ela testando pra saber, apenas isso.

- Cara você ficou com a minha irmã, comigo, falta só a minha mãe pra completar.

- Ela até que é uma coroa bem conservada.

- Sua taradaaaa. (Falou com aquele gritinho irritante e me dando tapinha no ombro).

- Parou já? (Segurei seus braços). Vão pensar que estamos fazendo outra coisa. Deita como você estava antes e me deixa dormir.

- Affs, fica com minha irmã do nada e acha normal.

- Sua irmã é linda assim como você, só que não faz meu tipo.

- E qual seria seu tipo?

- Vai dormir... (Fechei os olhos e relaxei).

- Pri?

- Oi ser humaninho, pelo visto sua bateria é feita com energia nuclear, fala...

Ela me beijou, pode ser até um clichê ou sei lá o que, mas ela me beijou, por alguma razão eu continuei retribuindo, sem usar as mãos e ficar na minha. Um beijo terno e calmo, até ela parar e dizer:

- Durma bem Pri.

- Terei bons sonhos pelo visto. Boa noite bonequinha, ou melhor, bom dia.

Eu cai no sono, mas eu de certa forma continuava a sentir aquele beijo em mim, foi tão diferente, eu senti algo tão puro, gentil, fiquei ainda sem entender o que estava acontecendo, mas acabei gostando. Acordei por volta de umas 8 da manhã, ela continuava a dormir, fiquei pensando um pouco enquanto a olhava.

“Nunca dormi ao lado de uma mulher que não tivesse transado a noite anterior, mas algo mudou, ou eu que mudei, olho pra ela e me pergunto se estou fazendo certo comigo, se estou deixando meu escudo que é minha chatice de lado e sendo legal com alguém fora do consultório. ”

Me levantei e troquei de roupa, precisava ir embora, eu não estava sendo eu. Saí de fininho e parti pra casa, no caminho todo não parava de pensar nas conversas, no beijo. Cheguei em casa rápido, sorte que não tinha trânsito. Tomei um banho e relaxei por alguns minutos, até que meu celular chega uma mensagem:

“ Sua consideração me surpreende :-/”

Nossa, ela tinha ficado chateada, e eu também, poxa ela foi legal, não devia ter saído dali daquele jeito, precisava concertar. Arrumei minha bolsa, iria passar o fim de semana lá como ela queria. Cheguei na casa dela, toquei a campainha, entrei e fui procura-la no jardim.

- Sabia que sol demais faz mal a pele? (Falei olhando pra ela).

- O que faz aqui? Se veio por causa da mensagem, esqueça, não tem mais diferença, esse é seu jeito e tenho que parar de tentar te mudar.

- Olha garota, não vim por causa da mensagem, eu precisei ir pegar roupas em casa, já que decidi passar o final de semana aqui. E claro, você não pode me mudar, mas também nunca de deixei de legal um pouco e saber retribuir o carinho das pessoas.

- Só o carinho?

- Tem mais alguma coisa pra retribuir?

- Não, nada não. (Carinha meio decepcionada).

- Mas e então? Vou ficar que nem poste segurando a bolsa, ou pode guardar pra mim?

- Ah sim claro, que cabeça a minha, mas antes...

- O que?

Ela me deu um abraço de como se não visse há anos, algo terno e fofo que deixou sem reação por um momento e logo fui reciproca.

- Da próxima, avisa. Fica me deixando triste, parece que tem prazer nisso.

- Tenho prazer com outras coisas que não vem ao caso agora, anda guarda logo e vamos curtir um pouco o dia. Se não volto pra casa.

- Se você voltar eu te arrasto até aqui sua chata.

- Vai logo sua porcelana.

Depois dela guardar tudo, curtimos o dia todo, brincamos na piscina, aprendi até a nadar. Corremos atrás dos coelhos, brincamos com os cachorros, um deles levou meu sanduíche, outro levou minha sandália, tava só melhorando e eu perdendo minhas coisas. No final da tarde estávamos sujas, cansadas, deitadas no jardim e rindo de tudo.

“Eu nunca tinha ficado tão feliz por estar perto de alguém, nem mesmo a Flávia quando éramos ‘apaixonadas’, essa guria estava me fazendo rir até de coisas idiotas, tenho medo de estar deixando ela entrar na minha vida e depois eu decepciona-la, não sou mais como antes’

CONTINUAAA...

Se alguém um dia quiser meu skype pra conversar, sobre o conto ou qualquer outra coisa, eu posso reativá-lo. Uma boa noite a todos.

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Comentários

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Adorando cada capitulo, super ansiosa pelo próximo...Muito envolvente

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Posta logooooooooo ansiosa com a continuação...... Amandoooooo *.*

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