O amor vem de onde menos se espera. 11 ( parte 1-2)

Um conto erótico de Berg
Categoria: Homossexual
Contém 2069 palavras
Data: 07/09/2016 11:24:32
Última revisão: 07/09/2016 11:53:28

Matthew - senhor pai? (disse o filho educadamente).

Joseph - não sabia que estava com visitas.

Matthew - o sr sabia sim pai. Lembra que eu fiquei de receber o Felipe hoje?

Joseph - Hum. (disse ele fazendo pouco caso). Por um momento eu havia esquecido. Quero que você der uma analisada nesse processo. É um pouco urgente.

Sr Joseph veio em direção a mesa e entregou o envelope ao filho.

Assim que ele parou a nosso lado minha mãe desmaiou.

- Mãe. (gritei e me joguei no chão para ampará-la).

Caí ao lado do corpo de minha mãe e tentava anima-la com leves tapas em seu rosto.

- Mãe, acorda! (gritava a seu lado).

Rapidamente, Matthew saiu do conforto de sua poltrona e veio para junto de mim.

- que diabos tem essa mulher? (disse o sr Joseph, olhando de cima para baixo).

Matthew - pai, peça que o enfermeiro de plantão venha ate minha sala o mais rápido possível. (disse o homem verificando os batimentos do coração da minha mãe).

Uma sensação ruim se instaurava naquela sala. Sr Joseph saiu pela mesma porta por onde havia entrado momentos antes e solicitou que a secretária, Camila, providenciasse um enfermeiro. Depois disso não vi mais o homem pela empresa.

- Mãe, pelo amo de Deus, acorda! (Eu já estava prestes a chorar).

Matthew - calma Felipe! (disse Matthew tentando me dar força). Foi apenas um desmaio. Deve ser a pressão dela!

Eu confirmei com a cabeça, mas no fundo eu não estava nenhum pouco calmo. Só eu, ali, sabia dos esforços de minha mãe, e de sua saúde debilitada.

- Abra um espaço pra mim sr Matthew. (disse um homem de calça social e camiseta azul).

Matthew - claro. Vem Felipe. (disse ele me dando sua mão para que eu levantasse do chão).

O homem de calça social e camiseta azul começou a examinar minha mãe.

- Ela já desmaiou outras vezes? (disse ele arregalando os olhos da minha mãe, que ainda estava desacordada).

Eu - de minha lembrança essa é a segunda vez. (Lembrei do dia em que tentei matar o José).

O homem abriu uma maleta, branca, e começou a realizar alguns procedimentos ali mesmo. Não demorou muito e minha mãe começou a voltar a si.

Mãe - não, Felipe, não! (dizia ela ainda com os olhos fechados).

Eu - eu to aqui mãe. (dizia tocando com minhas duas mãos em seu rosto, gelado).

Mãe - não! eles não podem tirar você de mim.

Minha mãe falava coisas que naquele momento não faziam sentindo.

Eu - ninguém vai me tirar de você, mãe! ( eu tentava acalmá-la).

- Ajudem-me a senta-la na cadeira. (disse o jovem enfermeiro).

Eu - beleza! (falei passando meu braço por trás das costas de minha mãe).

Matthew também deu um apoio pelo outro lado.

- No três (disse ele).

E assim fizemos. Quando chegou no número três a sentamos na cadeira.

Eu - mãe? (falei olhando em seus olhos que já estavam abertos).

Mãe - Filho?

Eu - ta tudo bem? A senhora desmaiou. (falei passando as mãos em seu rosto).

Mãe - não filho. Não ta tudo bem não. Acho que é minha pressão... (dizia ela esfregando a mão no peito). Vamos embora daqui filho. (disse ela tentando se levantar, mas foi impedida pelo enfermeiro).

enfermeiro - A senhora não tem condição de sair agora não. Primeiro vamos até a enfermaria pra auferir sua pressão.

Mãe - não precisa.

Eu - claro que precisa mãe, a senhora não esta bem!

Mãe - já estou melhorando. (disse ela pondo-se de pé).

Matthew - tem certeza? (disse Matthew sentado sobre a mesa).

Mãe - tenho. (disse ela olhando para Matthew, mais que o normal).

Eu - então a senhora já pode assinar o contrato, mãe? (perguntei com medo da resposta)

Minha mãe fez um silencio.

Matthew - senhora? (Matthew tentou lhe entregar o documento).

Minha mãe não estendeu o braço para recebe-lo e continuava calada. A atitude da minha mãe era um tanto estranha.

Eu - mãe? O contrato ainda não foi assinado.

Mãe - eu não vou assinar esse contrato, Felipe. (finalmente pudemos ouvir sua voz).

Eu -como não vai assinar? (falei sem acreditar no que acabara de ouvir).

Mãe - vamos esperar mais um pouco. Não falta muito pra você se formar. (dizia ela segurando minhas mãos).

Eu - o pouco na nossa situação é muito, mãe.

Matthew - senhora, desculpe me meter, mas a senhora esta tirando uma grande oportunidade do seu filho crescer.

Mãe - você tem filhos? (disse ela, séria).

Matthew - não senhora. Eu não tenho filhos. (disse Matthew, calmamente).

Mãe - então no dia que você tiver os seus, você vai saber o que é melhor pra eles.

Eu - mãe? (falei a repreendendo). A senhora ta sendo grossa com alguém que ta apenas tentando nos ajudar.

Matthew - deixa Felipe. Sua mãe ta nervosa.

Mãe - me desculpe, me desculpe. (disse ela quase suplicando). Eu não queria ter falado assim com o senhor.

Matthew - não tem problema, senhora.

Eu - e o contrato, mãe? (falei pegando das mãos do Matthew).

Mae - sobre isso eu não irei voltar atras. (foi sua ultima palavra antes de sair da sala quase correndo).

Eu - desculpa aí cara, e obrigado pela tentativa de me ajudar. (falei com a voz falhada do choro).

O cara segurou pelo meu braço quando eu ia saindo da sala.

Matthew - espera. (disse ele).

Eu - oi. (respondi com ele ainda agarrado a meu braço).

Matthew -Fabrício, por hora você pode voltar a seu setor. (foi a primeira vez que ouvi o nome do enfermeiro).

Fabrício - tudo bem sr Matthew. Qualquer coisa é só chamar.

Matthew - pode deixar. (disse ele enquanto o funcionário saia da sala).

Eu - o que foi sr Matthew?

Matthew - Felipe, senta aqui ''rapidão''. (disse ele finalmente me soltando).

Sentei de frente para o homem.

Matthew - quando você ira completar a maior idade?

Eu - o senhor fala os 18 anos?

Matthew - exato.

Eu - daqui a dois meses.

Matthew - dois meses! (disse ele pensativo passando a mão no queixo).

Eu - o sr esta pensando em algo pra mim?

Ele balançou a cabeça que sim.

Matthew - posso confiar em você? (disse ele me olhando fixamente).

Eu - claro. (falei voltando a ter esperança).

Matthew - você topa trabalhar pra mim sem carteira assinada?

Eu - topo. (falei sem pensar duas vezes).

Matthew - você esta entendendo né!? Eu só vou assinar sua carteira quando você tiver ficado de maior. Enquanto isso eu vou te entregando o dinheiro em mãos.

Eu balançava a cabeça confirmando tudo o que ele dizia.

Matthew - mas o que será que sua mãe vai pensar disso tudo?

Eu - por enquanto eu acho melhor ela não saber né!?

Matthew - eu também prefiro. Pelo menos por enquanto.

Eu - e quando eu posso começar?

Matthew - que tal amanha?

Eu - fechou. Qual o horário?

Ele voltou a passar a mão no queixo.

Matthew - depois da sua aula. Pode ser?

Eu - o senhor quem manda.

Matthew - então fica combinado dessa forma. (disse ele me cumprimentando).

Eu - amanha eu to aqui sem falta.

O homem riu.

Matthew - ta certo. Agora corre ou você não consegue acompanhar sua mãe.

Eu - beleza! (falei levantando da cadeira).

Matthew - Felipe! (disse ele me chamando mais uma vez).

Eu - senhor?

Matthew - seus documentos. (ele esticou a mão e me entregou).

Eu - obrigado! Até amanha. (falei rindo).

Matthew - ate amanha! (disse ele retribuindo o sorriso.

xxXXXXX

Encontrei minha mãe do lado de fora da empresa.

Eu - Mãe! (falei assim que a vi sentada em um banco).

Mãe - já tava ficando agoniada aqui sem você.

Eu - o que ta acontecendo hen mãe?

Mãe - não ta acontecendo nada meu filho. Só que não acho justo você ter que trabalhar tão novo.

Eu - e por que só agora a senhora chegou a essa conclusão? Ontem, a noite, quando eu falei do emprego a senhora ficou super feliz.

Minha mãe enrolou e não conseguiu dar uma resposta convincente.

Mãe - é melhor a gente ir pra casa. Eu ainda tenho que trabalhar. (disse ela afim de evitar a conversa).

Eu - eu vou ficar aqui pelo centro mesmo, mas acompanho a senhora ate a parada. (falei quando já estávamos caminhando).

Mãe - o que tu vai fazer aqui pelo centro?

Eu - o Otávio vai pegar alta hoje, e eu vou ficar aguardando.

Mãe - que bom meu filho, diga pra ele que eu to rezando por sua recuperação.

Eu - digo sim.

Mãe - antes que eu me esqueça, amanhã nós temos uma audiência marcada com o defensor publico.

Eu - amanha? Pra que? (falei sentando, no banco do ponto de ônibus, junto de minha mãe).

Mãe - tem que ver direitinho como vai ficar aquela tua prestação alternativa. O Juiz vai dizer pra nós adonde tu vai ter que cumprir a pena.

Eu - Porra! (falei coçando a cabeça). Eu sabia que eu tava esquecendo de alguma coisa.

Mãe - mas não pode. Tem que levantar as mãos pra os céus e agradecer por você não ter ficado presso.

Eu - a senhora tem razão. Vai comigo?

Mãe - vou sim.

Eu - hen mãe, a senhora pode fazer uns bolinhos de chuvas, no domingo?

Mãe - bolinho de chuva? (disse ela estranhando).

Eu - isso.

Mãe - ta desejando é?

Eu - to mermo. (menti).

Mãe - posso, mas tu vai buscar?

Eu - vou pedir pra alguém passar lá, domingo bem cedo.

Mãe - ta bom filho. (disse ela dando um beijo em minha testa enquanto acenava com a mão para o ônibus).

Eu - se cuida ta bom!?

Mãe - você também filho.

Eu - bença!

Mãe - Deus te abençoe!

Minha mãe subiu no coletivo e eu fiquei parado olhando-a partir.

Tirei o celular do bolso e não tinha nenhuma ligação do Otávio. Enquanto esperava por noticias dele, resolvi ir no calçadão comprar umas roupas para estrear no meu trabalho novo.

xxXXXX

Já pela tarde a ligação, que eu tanto esperava, aconteceu.

*****

Eu - fala manin.

Otávio - mano? Ta aonde?

Eu - to aqui pelo centro, e tu?

Otávio - acabei de sair do hospital.

Eu - como tu ta se sentindo? (falava sentado em um banco de uma praça).

Otávio - mais ou menos mano. Acabei de discutir com meu pai.

Eu - ainda com a ideia de sair de casa?

Otávio - claro mano. Tu acha que tinha condição de continuar morando com meu pai, depois do que ele te fez?

Eu - independente de qualquer coisa ele é teu pai, velho.

Otávio - nada justifica. Agora eu queria dar uma descansada, como é que a gente combina pra ir pro apê?

Eu engoli a seco.

Otávio - vei?

Eu - oi mano?

Otávio - onde é o apê?

Eu - faz o seguinte. Tem como tu vir aqui pelo centro, e a gente conversa?

Otávio - tem sim. Em qual lugar do centro tu ta?

Eu - to na praça da bandeira.

Otávio - beleza! Em meia hora eu chego aí.

Eu - ta certo.

Otávio - falou. (disse ele desligando a ligação).

*****

Aquela meia hora parecia não ter fim. Como eu iria justificar a meu melhor amigo que eu não tinha alugado apê, nem iria morar com ele?

xxxXXX

Estava comendo uma pipoca quando um onibus parou um pouco mais a frente e avistei Otávio descendo lentamente.

- Otávio. (gritei levantando a mão).

O cara sorriu e caminhou em minha direção.

Otávio - e aí mano.

Eu - e aí velho, vai me dar nenhum abraço não?

O cara me deu um abraço meio sem jeito.

Otávio - esses poucos dias que passei no hospital pareciam anos.

Eu - eu imagino. (falei lhe oferecendo o saco com pipocas).

Otávio - o que é isso? (disse ele olhando para dentro do saco)

Eu - é minha piroca desfiada. (respondi rindo).

Otávio deu um soco em meu ombro.

Otávio - ta ligado que nós vamos passar por um momento de turbulência né!? (disse ele levando a pipoca à boca).

Eu - mais? (perguntei tocando em seu braço engessado).

Otávio - meu pai disse que se eu levasse essa ideia a serio eu poderia esquecer que ele existe.

Eu - caralho velho. E o que tu pensa sobre isso?

Otávio - eu já esqueci que tenho pai. (disse ele com a voz tremula).

Eu - mano, você precisa repensar sobre isso.

Otávio - não tenho mais nada a pensar. Eu já tenho dezoito anos e preciso encarar a vida adulta. (Ele me olhou, sério).

Eu - e o que tu vai comer? Vai dormir no chão? E as contas de água, energia? Tu acha que vai ser moleza?

Otávio - foda-se tudo isso. (disse ele um pouco emputecido). Esse mês já temos a moradia garantida. No próximo, a gente se vira.

Ele me olhou e eu fiquei mudo.

Otávio - né!? (disse isso voltando a sorrir).

Eu - tem um problema mano. (falei lhe encarando).

Otávio - qual?

Eu - eu não vou morar com você.

O sorriso do meu amigo se desfez.

Continua...

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Comentários

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Coitado do Otávio! Felipe fez ele escolher entre a amizade e o pai e ainda faz isso!

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Poxa o bichinho do Otávio Tava tão feliz =\ fiquei mal por ele. O conto tão top parabéns 😊😍

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Eita, é a agora a vaca vai pro brejo!!! continua logo!!! 👏👏👏👏✌

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O Otávio tem que por o pé no chão, nada é simples assim

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O por que não vai morar com o Otávio...não entendi.

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