Pecadores - Cap. 4

Um conto erótico de Luca
Categoria: Homossexual
Contém 1612 palavras
Data: 06/09/2016 22:16:59

Eu não sabia qual era a minha orientação sexual, eu só me apaixonei por uma pessoa até agora, mas isso foi a anos, coisas que não deviam ser lembradas, mas eu nunca olhei sequer para as pessoas com outro sentindo, talvez por não dar muita importância a elas.

- Me empresta uma roupa sua, por favor? – Sim, Laura era bastante cara de pau.

Mariana, que não podia perder a oportunidade, soltou – Pensei que queria ir pelada – Laura revirou os olhos e ia começar a falar, mas Mariana a interrompeu – Pelo menos tem educação. Empreso sim.

- Tem alguma roupa de alguma grife famosa?

Mariana revirou os olhos e começou a abrir sua mala. Eu não prestei muita atenção a essa parte, me levantei do chão e fui em direção ao banheiro, carregando uma toalha, uma cueca nova e um shampoo. Eu não sei quanto tempo eu havia demorada, mas tinha sido o bastante para Mariana bater na porta umas duas vezes, me fazendo sair do transe dos meus pensamentos. Me sequei e sai do banheiro, a encarando.

Mariana olhou meu corpo dos pés as cabeças, pousando o seu olhar sobre o meu rosto – Até que enfim você saiu, garoto. Inclusive, belo corpo – já disse entrando no banheiro e trancando ele.

Eu não entendi o porquê do seu elogio, porque até onde sabia eu achava o meu corpo regular, nada comparado ao de Victor, que vivia se exercitando. Eu sempre caminhava, mas para apenas manter minha rotina.

Victor me olhava de formar estranha, espantado comigo. Eu não entendi ele, apenas passei por ele que estava de pé no meio da cabana, como se tivesse acabado de levantar do chão. Procurei uma roupa qualquer na minha mala, de preferência preta. Estava na minha fase emo. Mentira.

Me troquei no quartinho e logo quando sai me dei de cara com Laura, que estava, de certa forma, estranhamente linda.

- Belo corpo você tem – disse Laura, com uma expressão bem safada – pena que é gay.

Mariana já tinha saído e encarava Laura, se virando e indo em direção a sua pequena mala de maquiagem. Victor foi o último a entrar no banheiro, que mal tinha entrado, já havia saído, me encarando.

- Demorei metade do seu tempo nesse banheiro, princesinha – agora vocês veem o quão babaca esse pessoal era.

Fiquei surpreso, mas apenas dei as costas, já saindo da cabana sem esperar por ninguém. Ao fundo, já do lado de fora da cabana, escutei Mariana mandando esperara-los. Fingi que não ouvi e segui meu caminho até a fogueira, onde de longe dava para ver ela com o seu lindo brilho em conjunto com a constelação daquele céu a noite.

A fogueira estava enorme, com várias pessoas sentadas em volta dela. Parecia algo magico. Pessoas de diferentes classes sociais, de diferentes estilos, todas juntas curtindo aquela fogueira. Cada grupo, por mais triste que pareciam, estavam felizes com as suas companhias, uns ainda sim estavam bravos, vez ou outra escapulindo dos seus assentos e indo até onde estava os seus amigos. Cada time tinha uma cor, com o seu banco da mesma cor. Até onde sabia, não nos informaram a nossa cor, mas só havia um único banco de madeira, pintado de uma única cor: Branco.

Sentei nele, ao lado de um banco de madeira sem cor, vazio, apenas com o nome em cima “Coordenação”. Pouco tempo depois Mariana chegou, junto com Victor e Laura, que mexia no seu cabelo sem parar, preocupada com algo. Eles procuravam um banco, especialmente um banco onde eu estava nele. Paulo chegou perto deles e apontou aonde eu estava sentado. Os três chagaram no banco e se sentaram

- Custava esperar, garoto? – Mariana falava enquanto se contorcia no seu agasalho. Não estava muito frio, mas estava o bastante para o calor da fogueira ser reconfortante naquela noite.

O diretor já havia chegado e conversando com todos da coordenação ali, estava esperando apenas todos os times chegarem, e como o meu time era o último, ele pegou um microfone sem fio e começou a falar:

- Creio que cada um já saiba das regras, e espero também que não as quebre, pois isso vai acabar fazendo vocês perderem pontos, podendo colocar vocês fora da competição e passar o resto do acampamento ajudando na limpeza – A maioria dos alunos já esperava por aquilo, porem outros, como os novatos, se assustaram com aquilo. Ele deu uma pequena pausa e continuou – Essa noite nós vamos sentar ao redor dessa fogueira e nos divertimos, certo? – ele disse, já em direção ao seu lugar, o banco vazio ao nosso lado, mas ele parou antes de chegar até ele – E antes que eu esqueça, o prêmio esse ano vai ser ao seis armário duplos da escola. Dessa vez não ele não será sorteado, ele será conquistado – disse já sentado no banco de madeira e bebendo um pouco de água.

Laura, oportunista como ela só sabia ser, se virou para nós três com os olhos, de certa forma, arregalados e falou baixo, quase como um sussurro:

- Nós temos que ganhar esse prêmio.

Ela voltou a sua postura inicial, voltando a julgar cada um que estava naquela fogueira. O diretor segurava um violão, já colocando ele na sua posição, indicando que ia cantar, mas ele desistiu e voltou sua atenção aos alunos:

- Alguém sabe cantar? – perguntou, sem obter nenhum resposta, já entregando o violão, decepcionado, para alguém.

Eu sabia que eu iria me arrepender daquela decisão para sempre, mas algo me falava que era para fazer aquilo.

- Eu – disse baixinho, mas o suficiente para ele escutar e soltar um sorriso me entregando o violão.

Quando peguei o violão em meu colo, eu conseguia sentir ele e suas notas. Talvez tenha sido culpa da maconha que eu fumei, ou não. Mariana, Laura e Victor, assim como todos os alunos daquela fogueira, estavam estranhando a minha atitude. A maioria nem, sabia que eu existia, a outra metade nem sabia que eu era ainda vivo.

Aquela era a ocasião perfeita para cantar uma música que muito tempo atrás vinha em minha cabeça. Toquei nas cordas do violão, já soltando suas melodias. Minha voz rouca começou a sair, entrando na dança das melodias. Eu podia escutar cada frase se formando e se transformando em minha mente, me relembrando cenas do meu passado, das minhas saudades. Tocava nas notas de acordo com a minha saudade, dando voz a um passado feliz, e um futuro deprimente.

Eu estava em transe com o som que se formava, quando menos esperei eu estava me envolvendo na melodia. Soltei um último dó, já sentindo falta daquela maravilhosa sensação que é se entregar a algo. Devolvi o violão ao diretor, que me olhou com um sorriso de canto e boca. Ele recusou o violão apontando para mim e depois para a multidão, me mandando olhar. Eu olhei. As pessoas estavam admiradas, maravilhadas, possa se dizer, com o que acabaram de ver. Algumas delas de boca aberta. Eu olhei para os meninos e eles estavam como a maioria, supressos. Não entendi direito se isso era bom ou ruim, mas logo sons de palmas ecoaram naquele pequeno espaço ao redor da fogueira.

O diretor, cheio de orgulho, pegou o microfone e pediu que todos se acalmassem – Eu não esperava por isso..

- Luca.

- Isso, Luca! – ele continuou – Não esperava alunos com uma voz tão bonita como a sua, garoto. É por isso, que sem pressão ou sem delongas, eu lhe darei esse violão como prêmio pela sua bela voz. Mas espero escuta-la toda noite que tiver fogueira, garoto. Por consequência disso também, lhes darei dez pontos, lhes tirando do último lugar e colocando vocês no meio da corrida – ele terminou sorrindo.

Marta, toda sorridente, tomou a sua frente e roubou o seu microfone – Quem aqui sabe contar história de terror? – ela perguntou, toda alegre, já recebendo várias gritos e mãos levantadas. Mas não vale ponto – disse ela, que logo em seguida foi vaiada. Coitadinha. O próximo que vaia perde cinquenta pontos – rispidamente ela disse, fazendo se calartem rapidamenteAquela noite havia sido maravilhosa, uma das melhores noites talvez, talvez fosse realmente a melhor. Fazia tempo que não me sentia vivo, e fazia tempo que não pegava em um violão. A última vez que eu toquei tinha sido a bastante tempo, um dos motivos da minha saudade.

Estava eu, Victor, Laura e Mariana voltando para a cabana depois de uma noite ao redor da fogueira. Mariana que antes estava só estresses nem parecia se importar com a quantidade de fumaça que seu cabelo recebeu; Mariana estava calma, abraçada com laura, parecendo amigas de longa data; Victor ria das besteiras ditas por Laura, falando das suas aventuras para conseguir a sua melhor bolsa de grife, que foi preciso entra em uma briga com Kylie Jenner. Obviamente, ela que ganhou. Eu estava ao lado deles, todo feliz e sem entender muito minha felicidade, foi uma noite qualquer, mas que trouxe ótimas lembranças.

- O que vocês acham de apostar uma corrida até a cabana? – Sugeriu Mariana, enquanto arrumava a sua roupa amassada.

Todos assentiram com a cabeça, começando uma disputa para ver quem ganhava. Mariana, a que começou tudo, foi a primeira a ficar atrás, logo depois foi eu, sobrando apenas Victor e Laura na frente. Quando eu e Mariana chegamos, enfim, na cabana, encontramos Laura dando pequenos pulos de vitória, enquanto Victor apenas ria dela.

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Olha só como eu sou bonzinho. Já lancei esses dois últimos capitulo hoje, para iniciarmos os novos capítulos dos quatros mosquiteiros. Advinha quem vai aparecer nos novos capítulos? Vou deixar vocês a vontade.

Curiosidade: Sabia que para cada capitulo, e cada personagem, há uma música? Pois é. Quem ousa tentar descobrir qual a música favorita da Laura? hsuahs

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