Glass roof

Um conto erótico de Rafa :)
Categoria: Homossexual
Contém 2416 palavras
Data: 19/08/2016 00:18:28

CAPITULO UM – O BALANÇO.

Eu tinha 12 anos quando nos mudamos para o interior do estado. Não entendi bem o porquê, mas não liguei muito. Acho que foi por causa de um tornado muito forte que atingiu a cidade. Depois disso nunca mais voltei para lá. 7 anos se passaram desde então, minha mãe havia sumido no mundo, sem deixar vestígios e meu pai acabou nos criando sozinho.

Estava voltando pra casa, após minha ultima aula aquele dia, quando percebi que dois homens me seguiam. Fiquei com medo, a principio, e apertei o passo. Os dois homens começaram a andar atrás de mim mais rápido também, o que me deixou mais apreensivo ainda. Eles passaram à minha frente e anunciaram o assalto. Para meu espanto maior, não tinha ninguém na rua. Fiquei com mais medo ainda quando o homem maior sacou uma arma. Mas nesse momento, o tempo se fechou e uma tempestade forte começou a cair. O homem menor começou a gritar comigo, mandando que eu me apressasse ou seu parceiro me mataria. Eu estava sem reação, e esse mesmo homem fechou sua mão e se preparou para me dar um murro. Quando ele avançou sobre mim, uma arvore que estava no meu rumo se chocou contra o chão, impedindo que ele me encostasse. Mas magicamente, essa mesma arvore voltou ao seu devido lugar, sem dano algum. Tal como eu, os dois homens se assustaram e o que estava com o revolver, atirou e correu. Seu parceiro correu junto. A bala não passou nem perto de mim e eu também corri, mas para o lado contrario ao deles. A tempestade passou e eu cheguei a um parquinho infantil. Sentei em um dos balanços para respirar e refletir sobre o que tinha acontecido. Enquanto pensava no ocorrido, o clima começou a esfriar bastante, mas de forma gradativa e rápida. Chegou a seu ápice quando um garoto branco, com uma jaqueta de couro e jeans preto se aproximou de mim.

- Posso? – Perguntou ele, apontando para o balanço ao lado do meu. Só então reparei nele. Era um homem bonito. Devia ter seus vinte e poucos anos, era alto, com pele pálida, olhos pretos e uma barba de dar inveja.

- Fique a vontade. – Respondi, levantando-me para ir embora

- Não. – Disse ele, encostando em minha pele com sua mão fria. – Fica mais um pouco. – Pediu. Sentei novamente no balanço. – Meu nome é Peter.

- Prazer. Sou Rafael. – Respondi.

- Eu sei. Sei quase tudo sobre você. E sei que você é muito especial. Especial como eu. E tem mais como a gente.

- Você não sabe nada sobre mim. – Respondi. Mais uma vez eu me levantei, mas dessa vez, comecei a caminhar.

- Você tem 19 anos, 1,68, pesa 64 kilos e mora com seu pai. – Disse ele, enquanto eu caminhava. – Você se mudou pra cá há 7 anos e desde então não sabe nada a respeito de sua mãe... E você provocou aquela tempestade e fez aquela arvore cair e voltar ao mesmo lugar, para te proteger.

As ultimas palavras dele me deixaram intrigado. Parei por um tempo, me virei e caminhei rumo ao balanço. Como ele sabia essas coisas? E de onde ele tirou que eu fiz as coisas acontecerem?

- O que você disse? – Perguntei, sentando-me novamente ao seu lado.

- Rafael, você é especial, já te disse. E não se preocupa, ninguém viu nada.

- Velho, para de falar isso. Eu não sou especial porra nenhuma.

- “ Velho” – Disse ele, me imitando. – Acredita em mim, você é sim. Eu pertenço a um grupo chamado Facção. Lá, pessoas como nós, são acolhidas e ajudadas. E eu quero te levar pra lá antes que eles te levem.

- Eles quem?

- O Exercito Branco.

- Olha, o papo ta legal, mas eu realmente tenho que ir. – Disse a ele.

- Você provocou o tornado que atingiu sua cidade natal. Uma carga emocional muito forte fez com que você o produzisse. É difícil perder um cachorro que cresceu junto com você.

- Cara, quer um conselho? Vá se tratar. Primeiro você me diz que eu derrubei uma árvore, depois com um papo estranho de “Exercito de sei-lá-que-cor” e agora vem me dizer que eu faço tornados também? Tenha a santa paciência. – Levantei-me e comecei a caminhar. Mas ele foi me acompanhando.

- Olha, por algum fator genético, nós nascemos assim. E isso é lindo. Devemos nos ajudar, e você contará muito em nosso time. – Disse ele, dando uma leve corrida até mim.

- Olha, moço...

- Peter. – Disse ele, me cortando.

- Tanto faz, - Continuei. – Eu não estou muito interessado em entrar para sua igreja. Agradeço o convite, mas vou recusar.

- Não somos uma igreja. – Disse ele, rindo de mim. – Somos um lugar de pessoas como você.

- Eu sou uma pessoa normal, tá bom?

- Mentir pra si mesmo é sempre o pior tipo de mentira. – Retrucou. Parei de andar e olhei pra ele. Respirei fundo e continuei andando. Ele continuou andando e me falando as mesmas coisas. Mas nem dava ouvidos a ele mais.

- Olha, cara, aqui eu me despeço de você. Moro bem aqui. – Disse a ele, abrindo o portão da minha casa. Ele estava olhando para os lados e de repente, surpreendeu-me com sua mão fria me puxando o braço.

- Rápido, vem comigo. Eles estão ai na sua casa. Vou te tirar daqui.

- Para com isso. – Disse, puxando meu braço de volta. – Não tem ninguém aqui. E eu não vou com você, você é um completo estranho pra mim. – Dito isso, fui um pouco rude e fechei o portão na cara dele. Caminhei até a porta de entrada e tamanha foi minha surpresa quando vi um homem de terno e gravata sentado no sofá, conversando com meu pai.

- Boa noite. – Disse, sem pretensão alguma. O homem que estava sentado me olhou e, por um instante, me analisou de cima a baixo, mordendo disfarçada e sedutoramente seu lábio inferior.

- Boa noite. – Disse ele, levantando-se do sofá. Me peguei fazendo a mesma analise que ele fez sobre mim quando cheguei. Era um homem muito atraente, alto, com cabelos negros, pouco mais curtos que os meus (que batem pouco abaixo dos ombros). Ele, sem sombra de duvidas, um dos homens mais elegantes que eu já tinha visto na vida. Ele havia levantado sua mão, no intuito de pegar a minha. O fiz. – Meu nome é Joaquim Skov, sou do terceiro departamento de ciência e anatomia humana da embaixada Inglesa no Brasil. E vim até aqui só pra te ver.

- Para me ver? – Indaguei, meio confuso. Por que um Deus grego daqueles iria querer me ver?

- Sim. Podemos conversar?

- Claro, mas sobre...?

- Bem, senhor Rafael. Nós vimos o que o senhor fez hoje, agora a pouco, e, como já conversei com seu pai, vim te buscar para se juntar a nós.

- Olha, moço, eu vou dizer a mesma coisa que disse ao seu amigo agora cedo. Não tenho interesse algum em me juntar à vocês. E eu não fiz nada. Só desfrutei de sorte. – Respondi. Já estava ficando farto dessa história sem sentido.

- O senhor deve estar se enganando. Nenhum amigo meu veio falar com você.

- Ah, não sei. Mas já disse ao tal do Peter e agora estou dizendo à você. Não quero me juntar à sua igreja.

- Peter?

- Sim. Mas meu recado ta dado. Não vou me envolver com vocês. Agora, se me da licença, preciso fazer muitas coisas.

- Claro, mas antes posso te falar o porquê de eu estar aqui? – Disse-me, de maneira tão cordial que não consegui negar.

- Ok.

- Em 1940, no auge da segunda grande guerra mundial, o governo inglês decidiu investir no projeto T. Esse projeto tinha como objetivo mudar alguns códigos genéticos humanos, dando à essas pessoas alguns dons extraordinários. Foram, então, escolhidos 22 agentes de confiança do governo e, nessas pessoas, foi realizado esse projeto T. 20 desses 22 agentes sobreviveram e mostraram uma experiência que deu certo. Com o fim da segunda guerra mundial, esses agentes foram deslocados para diferentes áreas, afim de que ninguém descobrisse sobre eles. À medida que o tempo foi passando, esses agentes geneticamente modificados foram gerando descendentes. Em nenhum dos filhos foi detectado algum dom advindo desse experimento. Porém, com os últimos estudos, vimos que esse gene ficou adormecido até a terceira ou quarta geração dessas pessoas. E você, Rafael, é da terceira geração de um desses agentes. E de todos os seus primos e filhos de seus primos, você foi o único que expressou o gene. Há 7 anos, nós trouxemos você e seu pai para cá, afim de que você não levantasse suspeitas sobre um tornado que você havia criado. E hoje eu vim te buscar para te levar para um lugar onde pessoas como você são tratadas e curadas.

- Cara, na moral, para de fazer hora com a minha cara. – Respondi, incrédulo.

- É verdade, filho. – Disse meu pai, entrando pela primeira vez na conversa.

- Pai, você sabia disso? – Perguntei.

- Desculpa, meu filho. Eu devia ter contado, mas não tive coragem.

- Velho, isso é algum tipo de pegadinha? Porque é uma brincadeira de bastante mau gosto.

- Não é brincadeira. – Disse Joaquim. – Mas podemos te fazer ser normal. Basta vir comigo. Vai requerer alguns meses, ou talvez anos, mas todas as suas despesas serão custeadas por nós.

- Ok. Eu vou com você. Mas com uma condição.

- Qual? – Perguntou-me.

- Eu posso sair de lá e vir pra casa sem que vocês nunca mais me procurem quando eu quiser.

- Desde que você complete a fase um, que é onde vamos conhecer seus dons juntamente com você, eu aceito.

- Ok. Vou pegar minhas coisas.

- Não precisa. Já está tudo na sede.

- Como assim? Você nem sabia se eu ia.

- Sabia sim. Porque é a coisa certa a se fazer. – Disse ele, dando uma piscada para mim. Apenas sorri, meio envergonhado.

Entrei no carro de Joaquim, junto com ele, no banco de trás. Ele pediu que o motorista nos levasse à um restaurante para jantarmos e logo depois, guiasse para a tal sede. Em menos de 20 minutos chegamos ao tal restaurante. Era um lugar freqüentado por pessoas bem elegantes e, aparentemente, ricas. Descemos do carro e entramos no local. Era lindo por dentro. As pessoas pareciam nem conversar, de tão baixo que era o tom de voz delas. Lustres grandes desciam do teto, iluminando o local. Era um lugar bastante fino, digamos. Nós nos dirigimos à uma mulher loira, com um vestido vermelho, em um tipo de mesinha mais alta.

- Boa noite. Fiz uma reserva pra dois. – Disse Joaquim à mulher.

- Boa noite, qual é o nome que está na reserva?

- Joaquim Skov.

- Só um momento. – Disse ela, olhando em um tipo de caderneta, para verificar seu nome na lista de reservas. – Podem me acompanhar, por favor. – Disse a mulher depois de um tempo. A acompanhamos até uma mesa e ela se foi. Joaquim puxou a cadeira para que eu me sentasse.

- Espero que goste de massa. – Disse ele.

- É meu prato preferido. – Respondi. Nesse meio tempo, um garçom chegou até nós e nos ofereceu um cardápio.

- Posso? – Perguntou- me ele, pegando o cardápio.

- Fique à vontade. – Respondi. Ele pegou deu uma lida rápida e fez os pedidos. O garçom que estava ali anotou-os e saiu.

- Você não falou muito desde que saímos de sua casa. – Indagou Joaquim.

- Não tinha muito o que falar. – Respondi.

- Seu senso de humor é incrível. Você consegue ser grosso e extremamente adorável e apaixonante ao mesmo tempo. – Respondeu ele, rindo. Fiquei meio vermelho com isso. – Que tal fazermos um “ping-pong”? – Continuou.

- Pode ser. – Respondi.

- Bem, deixe-me ver... hmm... Tenho 26 anos. – Disse ele.

- Tenho 19. – Respondi

- Sou escorpiano com ascendente em gêmeos e lua em áries.

- Virginiano, ascendente e lua em escorpião. – Retruquei.

- Minha cor preferida é Verde.

- A minha é azul.

- Prefiro doce ao sal.

- Também prefiro.

- Meu doce favorito é brigadeiro.

- O meu também.

- Nossa, vejo que nos daremos muito bem. – Disse ele, sorrindo. – E, na verdade, espero que isso aconteça desde que coloquei os olhos em você da primeira vez.

- Também espero que isso aconteça. – Respondi, meio sem jeito e envergonhado.

- Voltando ao jogo, estou solteiro atualmente.

- Eu também. – Respondi. E isso arrancou dele o que parecia ser um sorriso de vitória.

- Sou ativo e gosto de dominar meu parceiro.

- Sou virgem. – Respondi. Esse foi o ápice da minha vergonha no jogo. Não esperava que evoluísse para esse lado sexual. A chegada do garçom com nossa comida aliviou um pouco o ar. Terminamos de comer e conversamos mais um pouco. Levantamos para sair e, inesperadamente, sinto a mão de Joaquim segurando a minha. Não tentei tirar. Deixei que ele conduzisse o jogo. Ele pagou a conta e saímos do restaurante. Como um cavalheiro, Joaquim abriu a porta do carro para que eu entrasse. Entrei e, por um segundo, pensei que tivesse o visto reparar minha bunda. Talvez tenha sido só impressão.

Assim que entrou no carro, Joaquim passou o braço em volta de meus ombros e começou a acariciar meus cabelos. Estava tão cansado, tão exausto, que sem querer deitei-me em seu ombro. E aquilo foi tão aconchegante, tão confortável. O motorista dirigia numa velocidade não muito alta nem muito baixa. O lugar para onde iríamos era em outra cidade, não muito longe da minha. Joaquim não mais acariciava meus cabelos, mas agora minha barba. Eu estava de olhos fechados e, ao abri-los, vi como ele me fitava sedutoramente. Seus olhos brilhavam sobre mim. apenas fechei meus olhos novamente e senti a respiração de Joaquim chegando cada vez mais perto do meu rosto. Foi quando nossos lábios se tocaram pela primeira vez. Era um beijo calmo, sereno e doce. O melhor da minha vida até então. A única coisa que consegui fazer foi me entregar a ele. Joaquim parou de me beijar, olhou no fundo dos meus olhos e sorriu. Eu fiz o mesmo. Seus olhos eram chamativos, como se me convidassem a me afogar neles. Foi então que o silêncio de nossa conexão tão profunda foi quebrado pelo motorista que nos guiava. Havíamos chegado ao destino. Estávamos na tal Sede.

Olá, lindos do meu core S2. Primeiramente, fora Temer. Tava ficando com uma puta saudade de escrever pra vocês. Massssssssss, nesse conto vou precisar muito que vocês comentem se eu devo ou não continuar ou se é só um delírio meu, afinal, escrever sobre ficção é meio difícil e se não houver uma aceitação boa, eu paro. Espero que gostem dessa primeira parte e comentem bastante, pois to com umas idéias muito bacanas pra esse conto. Então, lindos, é isso. Espero que gostem. Beijoooooos

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Comentários

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Mdds cara continua, esta ótimo!! Parabéns, e já estou esperando o próximo viu rs

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