A Nova Droga : Amor Cap.4

Um conto erótico de Gustavinho
Categoria: Homossexual
Contém 1112 palavras
Data: 13/07/2016 04:42:24

Cap.4

TRILHA SONORA: ONE LAST BREATH – CREED

E eu realmente fiz. Uma assessora do meu pai procurou uma faculdade em Nova York, eles aceitaram todos os termos de transferência e assim que eu chegasse lá assinaria os termos de contrato e matrícula. Eu já falava Inglês desde os 10 anos, então esse era o mínimo problema. O problema maior se chamava Renan. Eu e meu pai fizemos isso tudo pelas costas dele, eu sabia que ele sofreria muito e julguei que seria melhor que fosse de uma vez. Ele saberia que eu iria embora poucos dias antes de eu ir.

-Quando você chegar lá vai visitar alguns apartamentos com a Assessora e escolher o que você mais gostar e decorar. Também vai providenciar a sua carteira de motorista, já que eu desconfio que você queira dirigir livremente por lá como dirige aqui.

-Ok papai... - dizia eu, recebendo a passagem dele. Contando dali, seriam 5 dias.

-E... Quem vai dar a notícia para o Renan ? Eu, ou você...

-Eu direi... - falei, já prevendo que choraria dali a minutos.

TEMPO DEPOIS

Ele estudava quando eu entrei no quarto.

-Renanzinho ?

-Oi Flávio... - falou, olhando na minha direção – e então, do que se tratava a conversa misteriosa que você teve com o papai ?

-Enfim vai contar. O que era ? - respirei fundo... Caminhei, me sentei na cama.

-Acho que você já deve desconfiar... - falou ele.

-Você vai embora, não é ?

-Sim... Irei fazer faculdade lá em Nova York – durante alguns segundos ele ficou calado.

-Quando você vai embora ?

-Daqui a 5 dias... - ele virou de uma vez para mim, atônito.

-Não me dá nem tempo de me despedir direito ? Como você teve coragem ? Você disse que nunca íamos nos separar ! Você prometeu ! - falou, já lagrimando.

-E não vamos !

-Como não ? Você vai estar a 7 mil km de distância de mim !

-Mas isso não importa ! Nós estamos eternamente unidos Renan ! Nós somos irmãos de alma, você esqueceu ? E você vai poder me visitar sempre que puder e quiser. Eu estarei lá da mesma forma como estarei aqui. Falarei com você diariamente, prometo. Eu não vou me esquecer de você. Até porquê... Eu não poderia... Eu não conseguiria me esquecer de você... Você é a pessoa mais importante da minha vida !

-Então porquê você vai embora ?

-Porquê... Porquê é o melhor !

-Como o melhor ? Você quer se distanciar de mim, é isso ?

-Não... Mas... - aquilo que nós havíamos feito aquela noite ainda circundava a minha mente, e me deixava imerso em dúvidas – é o melhor para a minha vida. Para as nossas vidas – na minha cabeça só se passava uma coisa. “Eu não quero ser taxado de aliciador de adolescentes”. Tinha medo do que poderiam pensar de mim se eu continuasse ali.

-Mas eu não quero viver longe de você – dizia ele, chorando... Eu puxei a cadeira que ele estava sentado para perto de mim. Deslizei as mãos pelo rosto dele, limpando as lágrimas.

-Nada vai mudar entre nós, você está ouvindo ? - olhei nos olhos dele, ele nos meus. Vendo ele chorar daquela forma, também acabei lagrimando. De repente então ele me abraçou fortemente e subiu no meu colo. Apenas chorou.

DIAS DEPOIS

Durante os dias seguintes, a casa parecia um velório. Enquanto na maioria das outras famílias, todos ficariam felizes pelo filho estar indo estudar no interior, na minha todos estavam preocupados com o meu irmão. Durante aqueles dias ele ficou monosilábico. Ia pra escola, voltava, trancava-se no quarto. No fim da noite quando todos dormiam ele abria a porta para mim. E dormia agarrado a mim, como se passados os cinco dias eu fosse ser abduzido por alienígenas e nunca mais iria retornar.

-Flávio ? - ouvi batidas na porta. Era o dia da minha viagem. Me arrumava frente ao espelho. Meu coração estava apertado. Eu sentia que iria desabar a qualquer hora.

-Entra... - era o Renan. Entrou, fechou a porta, parou, me olhou.

-Eu ainda não acredito que isso vai acontecer de verdade... - dizia, também arrumado – lembro-me do dia que você chegou. De como nós nos aproximamos, de como eu criei em você a figura mais importante da minha vida. E agora, você vai embora – virei-me e o olhei.

-Não faz isso ficar pior do que já está Renan...

-Pior do que isso ? Impossível... Vou ficar só nessa casa, sem a pessoa que eu mais amo na vida – olhei para ele, vi o colar que ele usava. Era aquele das iniciais, que eu também usava.

-Você não vai estar sozinho... Eu vou estar aqui – falei, apontando para o colar- e aqui... - Falei, apontando para o peito dele, no local aonde fica o coração...

E então eu parti. Entrei no avião me segurando. Mas bastou eu sentar na poltrona para acabar a minha segurança. Começei a chorar, copiosamente. Eu podia não demonstrar, mas estava sofrendo tanto ou mais que ele naquela partida. E era tudo por um motivo, ele. Eu só queria entender o porquê de estar sofrendo tanto...

TEMPO DEPOIS

Cheguei em Nova York com o emocional muito ruim. A assessora lá me esperava, com uma plaquinha.

-Flávio, hey ! Bem vindo ! - dizia ela, arriscando um português. Mas logo veio o Inglês – Espero que tenha uma boa estadia aqui em Nova York.

-Obrigado... - respirei fundo. Olhei tudo ao meu redor.

-Está tudo bem ? - ela perguntou.

-Sim, está... Podemos ir ?

-Claro... Vamos...

Nos primeiros dias eu fiquei hospedado em um hotel. Ela mostrou-me os apartamentos nos dias seguintes a minha chegada. Todos tinham dois quartos, já prevendo que eu receberia visitas. Até que me encantei com um, que tinha uma linda vista.

-Vou ficar com esse – dizia, olhando pela janela.

Fiz toda a decoração. E durante aquela decoração, era impossível não lembrar dele. Acabei colocando ele em cada canto da casa. Retratos, papel de parede,cor das cortinas, alguns detalhes, tudo conforme ele escolheria. E coloquei uma foto grande que haviamos tirado no meu aniversário de 20 anos, no centro da sala.

-Ahhh... Vai ser tão difícil viver sem você Renan...

TEMPO DEPOIS

Fiz a minha matrícula no curso de Administração na faculdade. Nos primeiros dias foi estranho. Eu não tinha ninguém para conversar, de modo que passava um grande tempo do meu dia livre conversando com o Renan pelo Skype, ou então passeando pela cidade. Além disso, estava num país ligeiramente diferente do meu, de modo que estranhava algumas coisas. Porém, tão logo conheci algumas pessoas na faculdade, e talvez também pela posição do meu pai, diversas pessoas começaram a aparecer na minha vida. Apesar disso, eu não esqueci do Renan um minuto que fosse.

-Você promete que não vai me esquecer ? - ele perguntava, no Skype.

-Prometo...

Continua

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Comentários

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Adorei o capítulo! Acho que a promessa que ele fez talvez ñ vai ser cumprida!

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Estou gostando muito do conto, aliás, como todos os contos que você escreve! São lindas suas estórias, cheias de realismo, de cotidiano e sem apelar para o lado erótico vulgar que tanto tem aqui na CDC. Meus parabéns! Dê um "oi" em fpb-sga@hotmail.com

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Que tristeza, isso não vai adiantar nada. Só vai fazer os dois sofrerem.

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