Louco Amor TP2 CP10 - O bem sempre vence o mal.

Um conto erótico de Lipe
Categoria: Homossexual
Contém 3954 palavras
Data: 23/06/2016 21:09:30

LOUCO AMOR TP2 CP10 – O bem sempre vence o mau.

_ Espera! – me levantando pedi, ele próximo a porta, eu tinha que arriscar. – Não vai nem me... me dá um abraço de despedida?

Ele deu aquele sorriso de lado, o famoso sorriso filha da puta que me deixava todo bobo mesmo sendo de deboche.

_ Está passando muito tempo aqui, cuidado com a viadagem, isso pega. – disse e se foi, sem nem ao menos dá um tchau.

Porque eu amo esse idiota?

***

***

***

Bem, como já perceberam, meu nome é Vinicius, tenho vinte e um anos, sou branco, tenho cabelos enrolados – como um anjo, como sou chamado as vezes – olhos castanhos perdidos em baixo de um óculo com grau exageradamente alto, e não tenho pelos no rosto, o que contribui junto aos meus setenta quilos para que eu aparentasse ainda ser um adolescente de dezesseis. Moro com Lucas e Caio na casa grande como se fosse um filho deles desde a morte de minha mãe quando eu tinha apenas dez anos de idade, estou numa boa faculdade de engenharia química atualmente e só conquistei o que conquistei até aqui graças a eles que sempre me deram tudo do bom e do melhor, e é por isso que me sinto um lixo agora por está compactuando com uma coisa tão absurda que é separar os dois, os amo como amei minha mãe, mas também amo aquele idiota mimado, não posso ficar em cima do muro, eu tenho que escolher um lado, mesmo que isso signifique perder alguém.

Horas mais tarde, ainda indeciso sobre o que fazer, decidi me sentar no sofá da sala e tentar ler um livro, mas segundos após, percebi que não tinha como me concentrar na história com tanta coisa na cabeça, então deixei-o de lado e afundei a cabeça entre as pernas enquanto minhas mãos se encontravam a cima da mesma, a hora do “jantar” se aproximava rapidamente me deixando ainda mais apreensivo e consequentemente nervoso, sentimentos esses que refletiam em minha perna que chacoalhava sem parar. Estava tão perdido dentro de mim mesmo que mal escutei alguém se aproximando, a voz chamando o meu nome foi o que me despertou e assustou um pouco.

_ Está tudo bem Vinicius? – Era Lucas, ele estava bem arrumado, camiseta, um blazer azul, um Jeans escuro e um sapatênis, a hora enfim havia chegado e eu ainda não tinha me decidido em que lado ficar.

_ Ah, nossa, nem te vi. – falei tentando regular as batidas do coração.

_ Desculpa, não quis te assustar, mas está tudo bem contigo?

_ Está... Está sim. – disse balançando a cabeça, muito mais que o necessário. – É, só as provas da faculdade que estão se aproximando. – menti.

_ Ah sim, não sei por que se preocupa ainda. – Ele veio até mim e bagunçou o meu cabelo, eu por um segundo consegui relaxar e sorrir – Você é um gênio. Mas não acho que esse seja o motivo. – e lá se foi meu sorriso e meu segundo de tranquilidade. – Não precisa esconder de mim a verdade, eu sei, isso não é motivo de ter vergonha Vini.

Sabe? Como assim? Como ele ficou sabendo? Quem havia dito?

Estava a ponto de ter um colapso de tanto me esforçar para não transparecer meu nervosismo.

_ Sa...Sabe? – gaguejei.

_ Eu sei que você gosta do Aquiles, talvez na mesma intensidade que eu, e é por isso que está assim né? – mesmo ainda tentando acompanhar o que era dito ali, confirmei com a cabeça. – Isso se chama saudades, eu também estou sentido isso, possa ser que não acredite por eu ter...

_ Não, eu acredito. – disse o interrompendo.

Ele me olhou triste por um segundo e então continuou:

_ E porque amamos ele Vini, se ele parece ser incapaz de perceber as várias faces do amor?

Lembrei da forma bruta dele de me tratar, sem nunca demonstrar afeto – pelo menos não com uma pessoa do mesmo sexo – e vi que ele tinha razão.

_ São mistérios. – me limitei a dizer.

Foram muitas as vezes que tentei decifrar a razão de meu amor por ele, muitas mesmo, até o dia que resolvi dá de ombros para isso e aceitar que o amo e ponto. Nós somos melhores amigos, contamos tudo um ao outro – ou quase tudo – mas ele nunca me deu espaço para afetividades, apesar de eu já tentado o abraçar inúmeras vezes, ele sempre recuava e tirava sarro da minha cara.

Tio Lucas havia paralisado o olhar em mim, mas não propriamente me encarava, ele estava pensado em algo e isso durou alguns segundos até ele dá um sorriso de lado e dizer:

_ Bem, tenho que ir, estou muito atrasado, eu vou a um jantar na casa de um amigo, a mãe dele vem para cidade e acabou me convidando, avisa ao Caique, para mim, por favor.

Se eu saísse na rua, corria o risco de ser confundido com um saco de lixo e ser jogado em um carro que recolhe esses dejetos.

_ Aviso sim.

_ Obrigado meu anjo. – ele disse vindo me beijar na testa. Em seguida se virou e começou a andar em direção a saída.

Sem pensar direito resolvi lhe impedi, eu precisava contar a verdade a ele.

_ Tio!

Ele se deteve e virou-se para me olhar. Um frio fez todo meu corpo se arrepiar.

_ Sim?

Ali entre a cruz e a espada eu já não tinha mais tanta certeza se queria opor a Aquiles.

_ Vini? – ele me chamou novamente quando percebeu que eu demorava pra falar.

_ Bom jantar. – disse.

_ Ah, valeu. Eu acho. – ele disse franzindo a testa como se achasse estranha aquela atitude (e o pior que era) e então se foi finalmente me deixando ali com parte da consciência pesada.

Narrado por Lucas:

Não saiu muito a noite de carro sozinho, pois é sempre muito perigoso aquela área, por ser zona rural as casas, no caso, as fazendas eram bem distantes uma da outra, quilômetros se seguiam sem se ver uma alma viva naquela escuridão que sempre rodeia o carro, frequentes eram os assaltos por essas características, uma realidade triste, pois é muito reconfortante para mim todo aquele verde sobre a luz pálida da lua tendo a cima de si um céu todo estrelado. Eu e Caio logo quando viemos mora na fazenda, sempre que dava nós distanciávamos um pouco das luzes da fazenda e nós sentávamos em baixo de um enorme cajueiro localizado em um ponto mais elevado daquela área onde tínhamos um visão privilegiado de tudo ao nosso redor, inclusive do emaranhado de luzes que era a cidade mais a frente, aquilo enchia meus olhos e ele sabia, pois era sempre nosso local de namoro após seu dia corrido na fazenda, mas com o tempo isso foi se perdendo. Hoje no local só existe um tronco morto e apodrecido que sempre me deixava triste quando eu passava de carro, na maioria das vezes evitava olhar pela janela, justamente para não voltar ao passado.

Eram sete horas em ponto quando estacionei em frente ao pequeno prédio onde Marcelo morava, anunciei meu nome ao porteiro e ele rapidamente me deixou subir, lá em cima, não precisei bater muito na porta, parecia que ele já me esperava do outro lado.

_ Entra. – ele disse sorridente enquanto saia da frente.

_ Com licença.

Dei alguns passos para dentro, mas logo parei, pois havia algo errado ali.

_ O que é isso? – perguntei me referindo ao fato de velas estarem fazendo o papel das luzes e de uma música relativamente romântica está tocando no ambiente. – Cadê sua mãe?

Ele fechou a porta e se virou para mim tentando fazendo o máximo de esforça para não me assustar.

_ Ela não vem, isso na verdade foi tudo um grande pretexto pra você vir até aqui.

_ Por quê? – perguntei surpreso com a revelação.

Ele abaixou um pouco a cabeça enquanto causava uma pequena briga entre suas mãos e então deu alguns passos a frente, meu coração e mente a mil, eu acabei recuando.

_ Bem. – ele levantou o olhar. – Vamos jantar? Eu te falo tudo, prometo. – disse juntando as mãos como se fosse rezar.

_ Ok. – disse depois de alguns segundos de analise em suas expressões faciais.

_ Senta aqui. – ele disse passando por mim e indo até a cozinha onde puxou uma cadeira para eu pode sentar. A mesa como era pequena, dois lugares apenas, estava assim como o restante do apartamento, impecavelmente decorado, a toalha era branca com uma listra preta no meio onde havia algumas palavras em inglês – nada de “I love you” ou coisa do tipo – encima dessa listra havia uma espécie de calha de madeira onde comportava algumas velas grossas, pratos, talheres e taças de ambos os lados.

_ Por favor me fala que a qualquer momento alguém que você gosta vai chegar e que eu só estou aqui para lhe dá conselhos. – disse me aproximando dele. Sei que isso que falei não tinha sentido, pois para isso ele não precisaria ter mentido e nem pedido conselhos meus para tal, pois ele sempre foi pegador, mas é que eu queria ver algo em sua face que me dissesse que Caio sempre esteve errado ao afirmar que ele (Marcelo) não me via apenas como amigo.

_ Só se senta, vai tudo ficar esclarecido em minutos, eu prometo.

Olhei a cadeira e novamente para ele, naquele momento tentava decifrar se valeria a pena ouvir o obvio e acabar com anos de amizade, mas se bem que essa dúvida ficaria no ar e de qualquer forma estragaria nossa amizade, precisávamos conversar, esclarecer tudo. Entre o sair correndo e me sentar, eu escolhi a segunda opção.

Ele balançou rapidamente a cabeça em sinal de aprovação e então foi até a geladeira onde pegou um vinho.

_ Olha, não precisa, só me fala o que está rolando. – disse tentando impedi-lo de colocar o vinho em minha taça, mas ele foi mais rápido.

_ Eu preciso dessa preparação. – disse deixando a garrafa sofre a mesa e indo até o balcão onde havia algumas coisas em tigelas de vidro. Estavam com uma cara e cheiro ótimos, mas com certeza eu não iria conseguir comer.

_ Então liga as luzes, por favor. – pedi me sentindo incomodado.

_ Eu também preciso disso. – se limitou a dizer enquanto colocava algo parecido com macarrão em meu prato. – eu quero me lembrar desse dia com carinha, independentemente do resultado, tenta entender essa minha loucura um pouco tá?

_ Marcelo, eu tenho ma...

_ Por favor, só curte o momento. – ele disse enquanto colocava a tigela ao lado da mesa e se sentava.

Que momento???

Minha total confusão?

Só pode.

_ Ok, o que você fez com meu amigo? – parecia brincadeira, e era na verdade, mas eu perguntei tão sério que tive medo da resposta.

Ele sorriu.

_ Não posso ser romântico?

_ Não sei. Você está sendo?

Ele enrolou no garfo o que parecia ser macarrão e então levou a boca, isso sem tirar os olhos de mim.

_ Huuuum, muito bom, experimenta, foi eu que fiz.

Olhei para o prato a minha frente e então para ele novamente; aquilo não fazia sentido.

_ Eu não vou comer nada enquanto não me falar algo racional, qual é Marcelo? Seja você mesmo, isso está me assustando.

_Tudo bem, ok, ok...

Ele largou o talher em cima da comida e então levou a mão até a cabeça onde massageou as têmporas.

_ Não sei nem por onde começar. – no fim olhou para mim, ainda meio que de baixo para cima.

Suspirei impaciente enquanto a palma das minhas mãos começava a suar.

_ Eu... eu...

“Por favor, não fale o que eu estou pensando, não fale” – pensei em desespero.

Na hora quando iria finalmente completar a frase, ele sentiu seu celular vibrar no bolso, olhou o visor e depois voltou a guarda-lo. Eu tinha mais alguns segundos.

_ Vamos pular essa parte? – falei antes que ele pudesse abrir a boca – tudo isso que você preparou já fala por si só... Me dê algum sinal de que eu esteja entendendo errado. – ele não deu, seus olhos negros fixos em mim só serviam para confirmar que não havia sinal algum. – Eu tenho marido, eu amo ele Marcelo.

_ Mas ele não te ama, está sempre ausente. – argumentou de forma assustadoramente calma.

Eu fiquei sem palavras, pois aquilo desceu nos meus ouvidos como uma bomba.

_ Eu não posso ser tão rico quanto ele...

_ A questão não é dinheiro Marcelo, assim até me ofende – ele iria abrir a boca, mas acabei cortando-o – A questão é que eu amo ele e não você, me desculpa, mas só somos amigos, eu não tive a intensão de fazer você se apaixonar por mim... Só me desculpa tá. – disse me levantando, não sei o que deu em mim, mas aquele ambiente, toda aquela situação inesperada começou a me incomodar em um nível extremo, eu precisava sair dali. – Amanhã a gente conversa. – e me virei para sair, mas a sua mão em meu pulso segurou, foi tudo tão rápido que quando percebi ele estava me beijando e a porta sendo abruptamente aberta por alguém, lhe dei um tapa que fez com ele me soltasse, olhei em direção a porta e vi aquele moreno alto, cabelo estilo militar e barba por fazer usando bermuda e uma camiseta branca gola V de mangas longas bem justa a um corpo bem mais desenvolvido de que quando nós conhecemos e calçando chinelas, ele olhou para mim e então para Marcelo com uma raiva genuína no olhar, ele bufou e então avançou para cima de Marcelo como um touro, tentei lhe segurar mas ele se desvencilhou rápido de minhas mãos com um empurrão que quase me fez ir ao chão. Marcelo até tentou se defender, mas não conseguiu desviar do primeiro soco que atingiu em cheio seu rosto, o barulho foi tão alto que com certeza algo havia se quebrado.

_ Seu merda, eu vou lhe matar. – Caio gritou enquanto o imprensava sobre a mesa do jantar romântico.

_ Aaaaaaah. – Uivou de dor. Logo percebi que ele estava sendo queimado pela cera das velas que agora estavam em baixo dele.

Na mesma hora avancei para cima de Caio e segurei em seu braço, mesmo sabendo que seria em vão alguma tentativa de remove-lo um centímetro do lugar.

_ Está queimando-o Caio, as velas. – disse desesperado.

_ É pouco para esse viado nojento! – Vociferou sem dá sinal que o soltaria. Muito pelo contrário, ele agora apertava o seu pescoço.

_ Você vai mata-lo, solta Caio. – gritava tentando tira-lo de cima de Marcelo.

_ Para de defendê-lo, ele armou tudo isso para que eu te pegasse aqui em clima de romance com ele. Vinicius me confessou tudo.

No momento senti como se a minha cabeça entrasse em curto circuito na tentativa de entender aquilo que ouvi, parei tudo que estava fazendo, inclusive a tentativa de tirar Caio de cima dele, armação? Vinicius? O que Vinicius tem haver com isso?

Quando fui pedir mais explicações, vi Caio gruí e se contorcer de dor agarrado com as partes baixas, Marcelo se levantou da mesa e avançou rapidamente para cima de Caio sem me dar a mínima chance de tentar impedi-lo, os dois agora se embolavam no chão trocando chutes e pontapés.

_ Parem com isso! Parem agora! – gritava desesperado enquanto os seguia rolando pela casa, não para separa-los, pois era obvio que eu não conseguiria, mas sim para apagar as velas.

Foi quando nesse momento, para o meu alivio vi entrar pela porta uns dois caras – provavelmente vizinhos – que rapidamente conseguiram separar os dois, na entrada não demorou muito para se formar um aglomerado de vizinhos curiosos.

_ Me solta, me solta. – Caio gritava totalmente tomado pelo ódio enquanto tentava se desvencilhar dos braços não tão resistentes do cara que tentava o levar para fora.

_ Já deu Caio. – disse tentando ajudar o cara a leva-lo para fora.

Marcelo com a cara toda amassada e lambuzada de sangue da boca e do supercílio direito só respirava fundo e sorria debochado do outro lado da sala.

_ Tira esse viado daqui. – gritou.

_ Vou te ensinar a ser um homem de verdade seu merda. – Caio disse o fuzilando com os olhos por sobre meu ombro quando já estávamos a um passo de cruzar a porta. – A mim – batendo no peito – Você nunca enganou.

Fechei a porta atrás de mim e ele finalmente pode ser solto, pelo incrível que pareça não tentou entrar, ao invés disso saiu pisando fundo e desceu as escadas, eu disse obrigado ao homem pela ajuda e o segui.

_ Espera. – pedi enquanto descia de dois em dois degraus. – Não precisava daquilo, espera, Caio! Você está sangrando.

Em uma das curvas ele parou e me encarou, ali eu pensei seriamente que fosse levar um murro também.

_ Eu te avisei milhares de vezes sobre aquele cretino. – ele disse colocando o dedo em meu peito. – Você nunca me ouviu, dizia que ele só queria amizade e olha só no que deu a porra dessa amizade.

_ Você é ciumento com todos os caras e até mulheres que falam comigo, nem por isso todo mundo da face dessa terra está afim de mim, ele nunca deu em cima de mim, como eu queria que eu soubesse?

Ele não me respondeu, apenas me deu as costas e apressou o passo.

_ Vamos conversar, para de ser criança... Eu não quero ter perder por causa disso.

Ele não parou, seguiu até a sua quatro por quatro e deu partida me deixando ali sem saber o que fazer e com medo dele querer acabar tudo. Peguei meu carro e o segui, o caminho que ele pegou era o da fazenda, então menos mal.

Foi no silêncio de meu carro que comecei a pensar em tudo que aconteceu.

Primeiro me surpreendo com a atitude de Marcelo, depois ele me beija e Caio nós pega, ele por alguma razão não pensa que eu talvez pudesse ter um caso com ele há algum tempo, eu nem precisei me explicar e isso é muito estranho. Ele também falou algo que pode ter haver com a sua confiança em mim: “ele armou tudo isso para que eu te pegasse aqui em clima de romance com ele. Vinicius me confessou tudo”. Mas mesmo assim isso não fazia muito sentido para mim. Um barulho horrível então me fez voltar à realidade, o pneu havia furado. No mesmo estante freei o carro ainda assustado e olhei para a frente onde o carro de Caio se distanciava ainda mais, temendo que eu talvez estivesse em alguma tentativa de assalto buzinei freneticamente, ele porém com raiva ou sei lá o que dobrou mais a frente na estrada, havia o perdido de vista.

_ Tá, calma Lucas, calma... – repetia pra mim mesmo enquanto olhava ao meu redor a procura de alguém que quisesse me fazer mal, foi quando vi um farol mais a frente que me deixou bem mais aliviado, ele estava voltando.

Parou o carro bem em frente ao meu e saiu sem hesitar mesmo eu pedindo com gestos para que esperasse um pouco mais dentro do carro – eu sempre fui medroso gente. Ele veio com um taco de beisebol em mãos, sua cara ainda não era das melhores e ele ainda me olhava torto, na verdade ele nem me olhou direito, só se agachou para analisar o pneu e ver o que poderia fazer. Com as chances de ser um assalto quase em zero, resolvi descer do carro.

_ O que acha que causou isso? – perguntei.

_ Buracos. – disse.

Ergui um pouco o olhar para o caminho de onde vim e vi uma serie de buracos, um maior que outro, estava tão distraído que nem desviei.

Depois de analisar o pneu furado ele se levantou e foi até o porta malas.

_ Abre. – pediu.

Acionei um botão no carro e o porta malas se abriu, de lá ele pegou o estepe e algumas ferramentas e voltou, dessa vez olhando disfarçadamente pra mim, quando agachou, falou:

_ No meu carro tem um casaco, se quiser...

Nem havia percebido que eu estava de braços cruzados e massageando os braços até ele oferecer o casaco, realmente estava fazendo frio, mas mesmo assim não quis sair de perto dele.

_ Estou bem.

Ele arregaçou as mangas da camisa e pões a mão na massa, vários minutos se passaram e nada dele conseguir tirar o pneu furado, estava emperrado em algo, não sei direito, mas quanto mais ele tentava, mais o pneu ficava em um ângulo esquisito e não saia, ele já estava com raiva do que aconteceu e aquilo só veio para irrita-lo de vez, pois ele se levantou e começou a chutar o pneu em um ataque de fúria.

_ Droga! Que merda! Sai, sai. – e tome pontapés.

_ Ei, não é da mãe Joana não. – disse quando ele bateu com força no capô antes de parar. Ele Apoiou a mão no capô e baixou um pouco a cabeça pra recuperar o folego.

Coloquei a mão em seu ombro, mas no mesmo momento ele tomou posição, pegou as ferramentas e o estepe e foi guardar no porta malas, fechou a mesma e passou sem olhar por mim. Ele ainda estava com raiva por eu não ter escutado seus avisos.

_ Vem. – chamou.

Eu fui e quando ele estava abrindo a porta para entra eu a fechei e sem dá chance para reclamações, o beijei, ele resistiu no começo, mas logo já estava me imprensando contra o seu corpo.

_ Me desculpa por não ter te ouvido, eu sei, eu pude ter sido ingênuo e tudo mais. – disse olhando em seus olhos enquanto segurava carinhosamente sua cabeça. – só não me trata desse jeito, faz duas semanas que a agente não se ver, era pra gente está se abraçando e matando a saudade e não sem nós falar.

Ele balançou a cabeça positivamente e então beijou minha mão antes de dizer:

_ Você tem razão, me desculpa também.

Sorri vitorioso e então voltei a lhe beijar.

_ É melhor a gente ir. Em casa agente mata toda a saudade.

_ Ok. – lhe beijei e quando estava a prestes a dar a volta para entrar no carro percebi onde estávamos; logo mais a frente além das cercas em uma subida íngreme, o bom e velho cajueiro se fazia presente.

_ Olha só amor. – disse apontando quando ele já estava prestes a entrar no carro. Ele sorriu na mesma hora ao olhar para o local indicado. – Lembra?

Olhou pra mim ainda sorrindo e disse:

_ Vamos lá reviver um pouco daquele tempo? – sugeriu para minha total alegria.

_ Está falando sério?

_ Está com você. – ele tocou em meu ombro e saiu em disparada, pulou a cerca de forma atlética e subiu.

O que me restou? Voltar a ser criança novamente e esquecer por um tempo o que aconteceu e todas as minhas indagações a respeito de algumas coisas que eu ainda não entendia muito bem. Corri atrás dele.

Só o alcancei próximo ao cajueiro quando pulei em cima dele e juntos caímos no chão aos beijos.

_ Espera. Não consigo tirar da cabeça o que me disse, a coisa da armação e de Vinicius, não sei porque mais algo me diz que...

_ Shh. – disse colocando o dedo em minha boca. – depois eu digo, agora vamos aproveitar, ok?

Sorri.

_ Ok.

Continua...

Oi gente linda, vou nem falar mais sobre os atrasos, pois sei que são chatos kk só passando para dizer obrigado a todos aqueles que leem meu conto e que me incentivam mais e mais a continuar. Muito obrigado!!!

Bom São João a todos, até a próxima!!!

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Comentários

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Até que enfim. Ainda bem que o vini é bom menino, mas o coitadinho tá ferrado nas mãos do Aquiles quando ele descobrir. Falta agora aparecer alguém para o vini fazer ciúmes no Aquiles. E o Caio ficar mais presente, ele se afastou muito do lucas.

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Q bom q o Vinicios decidiu falar a verdade. Estou adorando o conto, um capitulo melhor q outro... Mas ñ demora ñ q minha ansiedade è grande pelo proximo capitulo!!!

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Que bom,que Vinícius resolveu falar a verdade.

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Amo bastante essa estória, porém você demora demais pra postar. Espero que volte com outro capítulo o mais rápido possível.10!!!!

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