Renato & Elias Cap.14

Um conto erótico de Gustavinho
Categoria: Homossexual
Contém 1183 palavras
Data: 23/06/2016 06:13:21

Cap.14

Ele me olhou ligeiramente atônito, e então falou algo.

-Espera aí Elias... Me conta essa história direito ?

-Bem... Tudo começou numa noite que nós estávamos bêbados. Eu fui para a casa dele com ele e lá nós acabamos transando. Em um primeiro momento eu tive uma amnésia alcoolica, não me lembrei do que houve. Mas não demorou muito e tudo voltou a minha mente. Eu fiquei enfurecido, achando que era culpa dele, você sabe, eu nunca me dei bem com essas coisas de homossexualidade. Mas depois, parando para pensar eu percebi que tinha a minha parcela de culpa nisso... E desde que isso aconteceu eu não tenho paz, estou sempre aos devaneios, pensando nele e confuso.

-Mas me responde uma coisa, você gostou do que aconteceu ?

-Gostei...

-Mas isso já tinha acontecido antes ?

-Não... Foi a primeira vez que eu fui para a cama com um homem, a primeira vez até que beijei um homem.

-Mas... Você já tinha sentido atração por um homem antes ? - eu não tinha certeza para responder aquela pergunta mais. Alguns episódios que eu havia tentado esconder na minha memória, voltavam com força e não me deixavam dizer uma palavra.

-Eu não tenho essa certeza Jorge...

-Porquê ?

-Eu lembro de durante a minha adolescência pensar em rapazes. Mas, eu, sei lá, enterrei tudo isso e esse interesse meio que sumiu.

-E agora ?

-Agora eu só reparo nele. No homem com quem eu dividi a cama uma noite.

-Mas, e seu interesse por mulheres ?

-Ele sempre foi meramente sexual. Você sabe que eu nunca namorei com mulher nenhuma, nunca me apaixonei por nenhuma. Fazia isso mais por alguma satisfação sexual.

-Mas você gostava ?

-Eu gostava... Sempre gostei... Mas depois do que aconteceu, nem mas olhar para as mulheres eu consigo – ele me olhava com feição de curiosidade.

-E quando a esse homem ? O que você sente por ele ? - olhei para um ponto fixo, e mais uma vez os devaneios vieram a minha mente e eu só fui falando.

-Eu não sei... Eu sempre tive muita consideração por ele, desde que o conheci.

-Só consideração ?

-Eu sempre o vi como um grande amigo, alguém que eu podia contar para todas as horas...

-Você não entendeu direito o que eu perguntei. Eu quero saber o que você sente quando está perto dele, quando pensa nele...

-Um frio na barriga... Uma sensação enorme de felicidade... Uma vontade de nunca separar... E isso não é de agora...

-Você quer saber a minha opinião a respeito disso, Elias ?

-Diga...

-Você pode ser bissexual, e estar apaixonado pelo Renato...

-O que ? Você acha isso ?

-Sim... Mas, isso não é algo que eu posso afirmar... Isso é algo intimo, pessoal seu Elias. Só você vai poder dizer... E mais... Não se preocupe com o que os outros dizem. A diversidade sexual é real, e não seguir o que a maioria segue não é ser anormal. É a sua natureza, caso você seja, é claro... Olha, a ciência caminha para descobrir de onde vem a sexualidade. Tudo indica que deve ser genético, assim como define-se o sexo do bebê através de cromossomos. E eu realmente acredito que seja assim, porquê eu nunca vi um gay, ou um bissexual que tenha escolhido ser o que é !

NARRADO POR RENATO

Estava terminando o meu plantão, andando pelo corredor com o celular na mão. Mandava mensagnes para André.

“-Vamos jantar hoje ?

-Claro, aonde ?

-Em algum restaurante aqui no Leblon.

-Ok, vou para aí...”

Quando de repente, sem eu prestar atenção, acabei me esbarrando com alguém... Meu celular foi parar longe...

-Ei, não olha por onde anda ? - a voz era do Elias

-Olho... Você é que não olha ! - e então ele se virou e me olhou

-Renato ?

-É, sou eu... - falei, indo até onde o meu celular havia parado – porquê a pressa ?

-Não... Por nada... - falou ele, continuando a andar em seguida. Ele parecia apressado, nervoso e ligeiramente ofegante.

-O que será que aconteceu com ele ?

MINUTOS MAIS TARDE

Eu e meu irmão jantavamos tranquilamente no restaurante.

-Pois é, mas fora esses pacientes a minha vida até que está bem tranquila – eu dizia.

-É, eu imagino. Não vou para a sua casa depois daqui, tá...

-Ok, tudo bem... Vai trabalhar amanhã cedo ?

-Adivinhou kkk

-Ai ai... Hoje o Elias estava tão estranho...

-Ah é ? Porquê ?

-Esbarrou em mim na saída do plantão, nem pediu desculpa, parecia nervoso...

-Será se ele é bipolar ein ? - ri ouvindo aquilo

-Um médico bipolar... Essa eu queria ver kkkk

-Eu não tô brincando...

-Eu acho que não... Se ele fosse bipolar com certeza já teria destratado algum paciente e este teria reclamado. Fora que médico não pode ter doenças psicológicas, caso contrário não pode atuar na função.

-É, bem pensado... - terminava de comer quando de repente escutei uma gritaria próximo ao bar do restaurante...

-Eu quero mais um drink e você vai ter que me dar ! - eu conhecia aquela voz

-O que está acontecendo ? - falei eu...

-Você já está descontrolado ! Controle-se já ou os seguranças colocarão o senhor para fora...

-Eu estou bem ! Só quero beber, só isso ! - era a voz do Elias. Imediatamente me levantei e fui caminhando até o bar. Lá me deparei com um Elias completamente bêbado.

-Elias !? - expressei-me – o que está acontecendo ?

-O senhor conhece este homem ? - o barman perguntou.

-Sim, conheço, ele é meu amigo.

-Não poderia tirá-lo daqui, ele está criando tumultos – olhei para ele com o mesmo olhar de sempre, de quando eu o resgatava das bebidas.

-Ok... Quando é que você vai criar juízo ein ? - perguntei eu...

-Me deixa Renato, eu só quero beber !

-Não vai mais beber uma gota. Vamos embora daqui já antes que você seja expulso a força... - falei, tentando puxa-lo.

-Não... Eu não quero ir – olhei para André e ele logo entendeu o recado, e veio me ajudar... Levamos ele a pontapés até o meu carro, coloquei ele lá e coloquei o cinto – eu não quero esse cinto Renato !

-Vai usar o cinto e não vai reclamar – falei, terminando de botar... - valeu pela ajuda André...

-E o que você vai fazer com ele agora ?

-Levar para a casa dele, aonde mais iria ?

-É... Então tchau irmão... Cuidado...

-Ok... Até mais... - me despedi dele e entrei no carro... Liguei, coloquei o cinto e sai. Não demorou muito e ele falou algo.

-Eu não quero ir para casa... Me leve para o seu apartamento, pelo menos eu não me sinto muito sozinho...

-Você tem certeza ?

-Absoluta... Vamos ! - falou... Naquela noite eu estava sóbrio, não corriamos o risco de acontecer o que houve da outra vez...

TEMPO DEPOIS

Já mais calmo, ele me ajudou a levá-lo até o meu apartamento. Fomos até o elevador e entramos. A porta fechou. Mas não deu 10 segundos para ele se jogar em cima de mim.

-Porque que eu não consigo ter paz, ein Renato ? - mas ele se jogou em cima de mim com força, me pressionando contra a parede, quase me tirando o ar.

-Elias !? Do que você está falando ?

-Porquê eu não consigo parar de pensar em você !?

Continua

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Comentários

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Meu Deus, esse Renato se humilha demais pro Elias. Pelo amor. E interessante que o Elias só consegue ter algo fazer algo com o Renato quand tá bêbado. O Renato não ter vergonha de só conseguir algo com o Elias assim ? Ele deve gostar de migalhas mesmo. Não tem amor próprio.

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