Os caminhos da vida 9

Um conto erótico de Tarine
Categoria: Homossexual
Contém 811 palavras
Data: 07/06/2016 23:06:51

Fui para a sala e dividi as tarefas com os rapazes. Um pouco antes do almoço Marina se aproximou da plataforma em que eu estava:

-Tem como você descer pra eu falar com você rapidinho?

Ela estava com uma cara triste, eu me preocupei e desci rapidamente.

-Aconteceu alguma coisa linda?

-Não estou me sentindo bem, deve ser cansaço por causa da noite mal dormida. (Deu um sorriso malicioso) Vou indo pra casa.

-É, se não está se sentindo bem não faz sentido mesmo ficar aqui.

-Verdade, mas vou ficar te devendo a carona, você iria buscar seu carro depois do expediente né.

-Pode ficar tranquila, peço ao Roberto para vir me buscar. Vê se fica quietinha e melhora ta.

-Vou esperar você buscar seu carro. Piscou para mim e se foi.

Continuei o trabalho fazendo meus dois papeis, o de coordenadora e de instaladora de equipamentos. Dia estressante, já estava chegando no fim do expediente, eu não ligaria para Roberto me buscar. Como eu iria explicar o incidente com meu carro? Deu a hora, liguei para Roberto passando os horários dos funcionários e fui para o ponto de ônibus, iria em casa e depois passaria na casa de Marina para pegar meu carro, não iria para a faculdade. Tinha passado em todas as matérias e nessa semana só seria para os alunos que estavam de dependência.

Cheguei no ponto e estava lotado. Sentei no meio fio e fiquei esperando o ônibus passar, passou um, dois, três ônibus e neles não cabiam minha alma, piorou meu corpo. Entrei no Facebook e estava entretida no celular quando vejo um carro parado em minha frente buzinando:

-Demorando a passar ônibus?

-Ônibus até passa, o difícil é passar um que eu caiba. Falei sorrindo.

-Vai para o centro?

-Não. O ônibus do meu bairro passa por aqui.

-O ponto final dele é no centro?

-Sim.

-Se não tiver com pressa, eu te levo no centro e de lá você pega um ônibus vazio para seu bairro.

Eu não iria para a faculdade e do centro ficaria mais fácil de ir à casa de Marina para buscar meu carro.

-Se não te incomodar eu aceito. Vou aproveitar para resolver algumas coisas no centro.

Sentei no carona. Ela perguntou:

-O que aconteceu com seu carro?

-Amanheceu com os dois pneus furados.

-É, o bairro de Marina não é fácil.

Fiquei sem palavras, como ela sabia que eu havia dormido na casa de Marina. Ops, elas trabalham juntas. Ela deve ter contado. O celular dela começou a tocar. No visor estava escrito “Amor”. Ver aquilo me incomodava, olhei para fora da janela e ela atendeu, colocou no viva voz:

-Oi amor

-Oi. Onde você está?

A voz era firme, seca e rude. O cara nem se dava o trabalho de responder o “Oi amor” apenas “Oi”. Homens!

-Estou indo para casa, estou levando uma colega de trabalho ao centro.

-Passa na creche da Laurinha e pega ela. Demiti a babá ontem e esqueci de te falar.

Aquilo não era um pedido. Era uma ordem.

-Ela tá na escola até agora?

-Sim.

Ela parecia nervosa, mas acho que para não iniciar uma discursão apenas respondeu:

-Ok

E desligou o celular. Virou-se para mim e disse:

-Desculpa pela transtorno. Meu marido esqueceu de me falar que demitiu a babá e nossa filha tá na creche até agora. Se importa de eu desviar a rota por uns minutinhos?

Balancei a cabeça em sinal negativo, mas na verdade estava chocada com a palavra “filha”. Adoro crianças, mas meu cérebro ainda não tinha digerido o fato de Fernanda ser casada com um homem tão grosso e ainda me aparecia uma filha?

Fomos até a creche particular de maior conceito na cidade e de lá avistei uma menininha de uns 4 anos que chorava sem parar, estava de mãos dadas com uma mulher. Fernanda desceu do carro e foi em direção a mulher e a menina. Conversaram por uns instantes, Fernanda entregou uma nota de 100 reais para a mulher e se despediram. Fernanda colocou o cinto na menina enquanto nos apresentava:

-Mamãe Fernanda, quem é essa moça?

-É a tia Tarine meu amor, uma amiga lá do trabalho da mamãe.

A menina era linda, mas não parecia em nada com Fernanda. Fernanda tinha os cabelos castanhos escuros na metade das costas, lisos, tinha os olhos castanhos, lábios finos e pele clara porém um pouco bronzeada. Laurinha era loirinha de olhos azuis e cabelos ondulados, deveria se parecer com o pai. Sorri para ela e fiz um carinho na sua perninha. Fernanda parecia irada, não falou nada o caminho inteiro até o centro. Pedi que me deixasse em um ponto movimentado. Agradeci pela carona e decidi por não ir buscar o carro naquela noite. Com certeza Marina iria querer mais do que uma simples visita e eu não estava com cabeça para aquilo.

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Comentários

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Seu conto eh ótimo, parabéns!!! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

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