Mudança de vida 5

Um conto erótico de Bib's
Categoria: Homossexual
Contém 2241 palavras
Data: 29/06/2016 17:59:23

Rafe reprimiu um gemido. Não precisava desse problema em sua vida. Proteger nobres não era dificil, e ele já havia sido encarregado da segurança do príncipe Kardai durante três anos. Mas proteger o filho recém-encontrado do rei da Bahania não tava parecia uma boa idéia. Principalmente quando o rei tinha em mente mais do que sua proteção física. O rei Hassan não iria querer ninguém se envolvendo com Zane por motivo algum, principalmente sexo.

O que significava que sua atração física em relação a Zane poderia levar ele a perder a cabeça, embora jamais fosse permitir que isso acontecesse.

— Sua Alteza... — ele disse, tentando argumentar com o rei.

Hassan acenou com a mão, impedindo-o de falar.

— É apenas uma medida temporária, Rafe. Sei dos seus deveres com meu genro.

Zane olhava de um para o outro, obviamente confuso.

— Sobre o que estão falando?

Cléo se levantou do sofá e passou a mão pelos cabelos loiros e curtos.

— Seu pai incumbiu Rafe de te proteger à custa da própria vida. Mesmo que seja torturado por terroristas.

Hassan sorriu para Cléo.

— Rafe a protegerá também — ele afirmou. — Enquanto for minha hóspede, sua integridade também é preocupação minha. Você é a amada irmã do meu filho pela qual meu coração ansiava.

— Posso escrever isso em uma placa? — Cléo perguntou.

- Talvez em uma tapeçaria. Podemos fazer com que as tecelãs o façam. Hassan disse sério— Vocês têm tecelãs? — Cléo perguntou, visivelmente horrorizada. — Elas tecem o dia todo? — Cléo viu o rei sorrir. — O senhor está me provocando!

— Sim. Hassan disse rindo

Cléo deu de ombros.

— Ele tem bom senso de humor, gostei de você.

Zane nada disse. Olhava ao redor, como se estivesse em estado de choque.

Hassan o abraçou mais uma vez.

— Deixo você sob a proteção do seu guarda-costas. Rafe tomará providências para que se mudem para o palácio. Espero vc e Cléu lá, ansiosamente.

Dito isso, ele se foi.

Cléo meneava a cabeça, incrédula.

— Isto é incrível. Parece um filme, to adorando isso gente.

Rafe gostaria que fosse um filme. Ele levantaria de sua poltrona, desligaria a televisão e voltaria à sua vida habitual. Em vez disso estava atado. Pensou em reclamar daquela decisão, mas isso aborreceria o rei.

Zane cruzou os braços sobre o peito.

— Ele não pode estar falando sério. Ele quer que você seja meu guarda-costas?

— Sou mais do que qualificado.

— Não duvido de suas habilidades, Rafe, mas é insano. Quem iria me ferir? Ninguém sabe quem eu sou.

— Você pode ser filho do rei Hassan. E essa é uma situação temporária.

— Você não tem seu trabalho?

Rafe deveria estar coordenando o desenvolvimento da força aérea da Bahania, El Bahar e da Cidade dos Ladrões.

— Meu trabalho terá que esperar um pouco.

O príncipe Kardal, seu patrão, entenderia. Nesse ponto das negociações, ninguém queria aborrecer o rei Hassan. Isso significava que Rafe passaria as semanas seguintes à disposição de Zane, o que significava longas horas em contato com a primeira pessoa que despertara sua atenção em anos, e o engraçado é que simplesmente foi um homem. A vida tinha um estranho senso de humor.

— Olhem pelo lado bom — Cléo disse. — Pelo menos o rei não o expulsou e parece realmente feliz por ter te encontrado.

Zane concordou com um gesto de cabeça.

— Não sei o que pensar sobre tudo isso. Acho que devíamos voltar ao hotel e fazer nossas malas.

Horas depois.

Finalmente, a comitiva parou na frente de uma grande porta em um corredor que tinha muitas portas. A empregada que caminhava na frente do grupo, uma atraente mulher com aproximadamente cinquenta anos, abriu a porta e os fez entrar. Zane se virou para Rafe e impulsivamente o segurou pelo braço.

— Você ficará por perto? — Ele logo o soltou, antes que o calor emitido pelo corpo másculo de Rafe se irradiasse pelo seu próprio corpo.

Rafe o fitou com seus incríveis olhos azuis, e Zane orou para que ele não percebesse a reação que provocava nele e não olhasse com cara de idiota para Rafe. Sua piedade, para não mencionar a rejeição, era mais do que ele poderia suportar naquele dia.

— Você é minha responsabilidade — ele lhe disse. Estarei por perto, e você ficará bem.

— Eu se eu não ficar?

Ele sorriu. Um sorriso terno e amigável que fez Zane estremecer. Então, gentilmente, o empurrou em direção à porta.

— Vá — ele disse. — Você gostará.

Mentiroso.

Mas não havia volta. Zane respirou fundo e se preparou para entrar em um mundo novo.

Não haviam lhe reservado um quarto e sim uma grande e espaçosa suíte. A primeira impressão de Zane foi de que estava em um filme. As paredes cor de creme eram muito altas, havia janelas enormes e portas de vidro que se abriam para uma grande sacada e para o deslumbrante oceano.

Zane logo lembrou que a cor do oceano era a mesma dos olhos de Rafe.

Dois sofás e diversas poltronas e cadeiras estavam dispostos ao redor de uma grande mesa de centro de madeira. Grandes almofadas estavam empilhadas nos cantos da sala. Tapeçarias em azul e cor-de-rosa cobriam as paredes, e o piso era de azulejos formava um desenho confuso , mais lindo.

— Cada um de vocês terá um quarto — uma das empregadas explicou, indicando portas idênticas de cada lado da enorme sala.

— Sua Alteza achou que vocês preferissem ficar perto um do outro.Mas se quiserem mudar é só falar , que providenciaremos. Ela olhava para Zane enquanto falava. Zane olhou para Cléo que deu de ombros.

— Está bem assim. A suíte é adorável , Muito obrigada— Zane finalmente conseguiu falar.

— Pode me dizer qual é a bagagem de cada um?

Zane apontou para suas duas malas. Uma outra empregada a colocou do lado. Zane seguiu a empregada e entrou em um quarto enorme.

Uma cama de colunas estava no centro do quarto. Uma porta dupla levava à mesma sacada que vira da sala. Sobre um móvel enorme havia uma televisão e um DVD. Gavetas abaixo ofereciam uma seleção de filmes americanos e de outros países.

Atônito, Zane entrou no banheiro. Havia um jardim ao lado da banheira, e a luz natural iluminava o recinto. Havia duas pias e o chuveiro podia facilmente ser usado por seis pessoas ao mesmo tempo. Sobre a bancada, estavam cestas com xampus, loções e sabonetes, tudo muito caro e sofisticado.

Zane se virou para a empregada e exclamou:

— E tudo muito bonito. Belíssima arquitetura

A mulher sorriu.

— Direi ao rei que o senhor gostou. Deseja que desfaçamos as malas?

Zane pensou em suas roupas baratas e no estado de suas cuecas.

— Humm, não... Posso fazer isso sozinho.

A mulher fez uma reverência e saiu, levando as outras empregadas com ela. Foi apenas naquele momento que Zane percebeu que Rafe não o seguira até o quarto. Onde ele iria ficar? Não que ele precisasse se preocupar. Sem dúvida havia muito lugar no palácio para acomodar seu sexy guarda-costas temporário— Pode acreditar em uma coisa dessas? — Cléo perguntou.

Zane foi para a sala.

— Como é seu quarto?

— Venha ver. É deslumbrante. E coisa de cinema... de sonho!

O quarto de Cléo era idêntico ao de Zane.

Cléo subiu se atirou na cama.

— Nunca mais irei para casa. Isto é fabuloso. Na próxima encarnação também quero ser filha de um rei. Amando isso tudo.

Zane riu diante do prazer que a irmã sentia.

— Espere até ver o harém.

Cléo sentou-se na cama com os olhos arregalados.

— Há um harém?

Zane ergueu as mãos.

— Estou brincando. Não li nada a esse respeito, mas é possível.

— Vou perguntar ao rei na próxima vez que o vir. — Cléo se jogou novamente na cama. — Não posso acreditar no que estou dizendo. Na próxima vez que eu vir o rei. Como você é sortudo!

Zane nada disse, também estava subjugado pela suntuosidade da suíte, mas se sentia desconfortável. Era tudo muito estranho. Ainda bem que Cléo estava ao seu lado.

Uma batida na porta o fez ir até a sala, e ele se surpreendeu desejando que fosse Rafe. Seu coração se acelerou quando ele abriu a porta, mas a pessoa que estava no corredor era um homem estranho.

Zane abriu a boca para o cumprimentá, mas não encontrou palavras. Sua mente foi invadida por pensamentos confusos e muitas perguntas.

O homem à sua frente parecia ter a mesma idade que ele. Tinham quase a mesma altura, Zane era um pouco mais alto. Mas foi o rosto dele, o formato da boca e dos olhos e o ângulo da maçãs do rosto que captaram a atenção de Zane. As similaridades eram impressionantes, embora o misterioso homem fosse muito mais atraente. Zane se sentiu desconfortável, quase envergonhado.

— Você deve ser Zane — disse o jovem. — Vejo agora o que meu pai quis dizer ao me relatar que poderíamos ser gêmeos. E óbvio que somos irmãos.

Ambos tinham cabelos escuros. Nervoso, Zane empurrou os óculos para cima da testa.

— Então você deve ser o Príncipe Raj?

O homem concordou.

— Me Chame de Rafael.

Ele entrou no quarto, passando por Zane.

— Bonita suíte. Ouvi dizer que você tem uma irmã, mas ela não é realmente sua irmã, certo?

— Sou eu, Cléo.

Rafael se virou em direção da voz e viu Cléo saindo do quarto. Sorriu.

— Bem, nós não somos parecidos. A cor dos seus cabelos é natural? É linda!

Cléo passou a mão pelos cabelos loiros.

— Sim, é natural. Tentei ser ruiva por um tempo, mas a raiz loira ficava realmente estranha.

Zane fechou a porta. Não sabia o que pensar nem o que dizer. Este era seu meio-irmão ,O Príncipe Raj. Ele estava muito elegante, trajando uma calça comprida e uma camisa de seda. Zane passou a mão pela sua camisa de algodão. Rafael usava também um brinquinho de ouro e um anel de diamante e ouro branco na mão esquerda. Se Movia com elegância e graciosidade, o que lembrou a Zane sua mãe. Fiona sempre tentara ele a caminhar com elegância e graça, mas Zane nunca aprendera.

Os três ficaram parados, sem jeito, no centro da sala. Zane não pode deixar de pensar que era uma cópia apagada de um original brilhante. Como sempre, Cléo tomou a iniciativa de conversar.

— Então.., como devemos chamá-lo? Sua Alteza?

— Apenas Rafael.

— Você é realmente um Principe?

— Desde o dia em que nasci.

Rafael caminhou até um dos sofás e fez um gesto para que ele e Cléu o acompanhasse — Você fala como um americano — disse Cléo, se sentando no mesmo sofá, na extremidade oposta. — O rei tem sotaque oriental, mas você não.

— Passei grande parte da minha vida na Califórnia.

— E agora vive aqui?

— Perto daqui.

Cléo apontou para o anel de diamante.

— Seu anel é lindo!

— Obrigada.

— Você é casado?

— Sou casada com o príncipe Kardal há quase um ano.

—Você é gay? Cléu disse chocada

- Sou, para ser casada com um homem tem que ser né.

Cléu ficou constrangida e não falou mais nada.

Rafael olhou para Zane.

— De onde você é?

— Do Estado de Washington,

— Zane é professor Universitario— Cléo observou. — Ele muito inteligente. Eu vivo a oitenta quilômetros dele, onde dirijo uma loja.

— E agora estão na Bahania... — Rafael afirmou, em um tom de voz agradável, mas com uma leve entonação que deixou Zane desconfortável.

Estaria ele descontente com a presença dele e de Cléu?

Pergunta tola, pensou Zane. Ele era um completo estranho, que chegara ali com uma hipotética história de ser filho ilegítimo do rei Hassan, claro que estava.

— Sei que isso foi inesperado — Zane disse com calma. — Para todos nós. Não sei até que ponto o rei te contou sobre o motivo de estarmos aqui.

— Ele mencionou que você recentemente encontrou algumas cartas enviadas por ele a sua mãe. Aparentemente foi um belo caso de amor.

Rafael sorriu, mas não havia humor nos olhos dele e os olhos eram frios. Zane cruzou os braços sobre o peito, se sentia sem jeito e indesejado. Rafael era tudo que ele não era: elegante, belo e bem vestido. Zane se lembrou de todas as aulas de dança que frequentara com sua mãe e que não conseguira acompanhar. Finalmente, Fiona desistira de tentar fazer com que seu filho fosse um bom dançarino.

— O que não entendo é como vocês se tornaram irmãos — Rafael disse.

Cléo encolheu os ombros e começou a contar a história.

Zane escutou durante alguns minutos e, então, silenciosamente, se ergueu e caminhou até as portas duplas. Talvez alguns minutos ao ar livre clareassem seus pensamentos ou, pelo menos, o ajudasse a não se sentir tão deslocado naquele lugar.

Chegou à sacada e prendeu a respiração. A cidade se estendia dos dois lados do palácio. Viu alguns edifícios ao redor da propriedade real e a impressionante vista do oceano. Caminhou até a beirada e se encostou na grade de metal. O ar leve e morno o envolveu, e ele sentiu o aroma de flores exóticas. Nunca vira uma paisagem tão exuberante.

Mesmo assim, queria desesperadamente voltar para casa. Estava na iminência de realizar todas as suas fantasias e só pensava em sair dali. Era covarde e idiota.

Fechou os olhos e deixou o calor tomar conta do seu corpo. Era quase o entardecer, e Zane se sentia como se houvesse viajado milhares de quilômetros em um único dia.

Ouviu um som a suas costas e, antes que pudesse se virar, uma voz familiar a fez se arrepiar como se estivesse com frio.

— Quer conversar a respeito do que está sentindo?

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Bom , está ai. Obg por lerem. Tchauzinho até amanha.

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Comentários

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Muito bom o conto. cuidado só com os artigos (a)(o) casada no lugar de casado e outros

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