MESA PRA TRÊS 1ª PARTE CAP 3 - BOLO PRA DOIS

Um conto erótico de Cookie
Categoria: Homossexual
Contém 3280 palavras
Data: 29/05/2016 14:13:41

1ª PARTE

CAPÍTULO 3

BOLO PRAPela primeira vez em anos, Jorge se sentiu diferente ao acordar, tinha alguém no quarto ao lado dessa vez e ele se sentiu maravilhoso por estar envergonhado pela situação da casa. Tinha acordado cedo, mas não levantado ainda, levantaria dali a 5 minutos. Se sentia estranho na própria cama. Parte dele esperava que algumas coisas teriam sumido da casa e Mickey, ou melhor, Mike teria levado e sumido para sempre, parte dele acreditava que nunca mais veria Mike e em sua mente ele já estava se acostumando com isso. Ele já conseguia se ver na delegacia novamente se estressando com coisas da cidade, café frio e documentação. Parte dele então desejava que Mike teria sumido, que aquilo que aconteceu na verdade teria sido só um sonho estranho, foi então que ouviu algo vindo da cozinha.

Jorge pegou a arma que estava no criado mudo ao lado, abriu a porta lentamente e viu o que não via a anos: a casa estava limpa.

- Eu sei que você não pediu nada, mas é que eu queria agradecer por tudo que você fez por mim até agora, então eu... eu... limpei algumas coisas e fiz café!- Disse Mike com uma voz mais adocicada do que Jorge se lembrava.

- Café? – Perguntou Jorge boquiaberto.

- É... O senhor não gosta? Tinha uma cafeteira aqui na estante, e pó nesse pote aqui – Disse apontando para um pote cor creme em cima da mesa - ...então eu achei que... - Continuou Mike.

-Tudo bem, Mickey, quer dizer Mike, eu só estou surpreso... Só isso. – Disse checando a cozinha procurando a falta de algum objeto, mas somente se surpreendendo por quão limpa a casa se encontrara.

Jorge dormia sempre só de cueca, e foi assim que tinha ido para cozinha, só foi lembrar que Mike era gay quando o pegou encarando seu peito. Jorge pegou o café e se dirigiu até quarto, 30 segundos depois saiu de lá com uma camisa branca e calça. Ele terminou de tomar o café sem manter contato visual.

- Eu vou trabalhar... e... – Jorge não sabia bem o que dizer depois disso, tampouco Mike sabia o que queria ouvir, então Jorge saiu deixando a frase inacabada, confusa, no ar – Tchau – Disse, se arrependendo logo após, saindo de casa um pouco mais satisfeito do que normalmente ia.

Como sempre era um dos primeiros a chegar e fazia a mesma coisa todos os dias: pegava sua caneca na pia da mini cozinha, completava com café e ia para sua sala, de lá voltava para o que antes era seu único problema. Em sua sala havia mais de vinte cabeças nas paredes, redigidas em papeis, algumas com um x grande e vermelho no rosto. Jorge sabia que com esses, ele já não precisava se incomodar, havia também outros documentos e fotos de alguns criminosos, dentre eles Tritão, que tinha escapado da cadeia fazia duas semanas, Jorge mesmo o prendeu pela primeira vez, foi a maior conquista da polícia nos últimos anos, Jorge recebeu prêmios de honra por isso e deu entrevistas na tv, explicando o porquê seu meticuloso plano deu certo.

Tritão, assim como Jorge, já quase alcançava a meia idade, e era muito perigoso pois, ex professor de matemática, tinha um facínio com bombas, já ameaçou vários policiais, inclusive matou alguns deles. Tritão era um bandido tão respeitado no mundo do crime como Jorge era para os policiais, a rivalidade entre eles já tinha rendido várias charges no jornal e piadinhas dentro da delegacia mesmo.

Após a notícia de queTritão escapou, todo policial da cidade havia constantemente ficado em estado de alerta.

Talvez se Elaine ainda estivesse viva, Jorge estaria mais preocupado com a fuga do ex-professor, sentia que a idade colaborava para a falta de instigação para a criação de um plano detalhadamente elaborado, levaram segundos para lembrar que agora sua casa era habitada novamente, então de repente nasceu em Jorge uma necessidade maior de captura-lo mais rápido.

- Senhor! – Aurélio entrou em sua sala.

- Sim? – Respondeu Jorge pego distraído olhando para a parede em que a foto de Tritão estava.

- Nós temos uma pista que nos leva diretamente a Tritão perto na zona sul da cidade, rastros de pólvora foi achado numa casa abandonada e três testemunhas disseram ter visto um velho barbado sair de lá com duas malas. – Disse rapidamente.

- Vamos! – Jorge abandonou o café sem ter dado um gole, reformulando um olhar obscuro que não obtinha há tempos.

10 horas haviam se passado e o dia tinha sido como todos os outros para Jorge, cansativo. As pistas que seguia não haviam o levado a lugar algum. Agora sabia que o criminoso mais procurado da cidade estava tramando alguma coisa e teria que estar a dois passos à frente dele, não importava qual fosse seu plano.

Jorge não percebeu, mas foi a primeira vez desde um longo tempo que ele não dera voltas na quadra antes de ir para casa. Da delegacia até sua moradia ele contava vinte minutos, mas hoje fez menos de nove. “Ele ainda está aqui?” Pensara consigo mesmo e ao abrir a porta se assustou com a recepção.

- Surpresa! - Gritou Mike com as mãos para cima e uma espécie de chapéu de ponta.

Jorge imediatamente sacou a arma e apontou para Mike, que tinha transformado sua reação de alegria em horror em questão de milésimos de segundos. – Jorge sou eu! - Disse, ainda com as mãos erguidas. - Não atira não! Sou eu cara!

Jorge olhou para o espaço todo e não reconheceu onde estava, pela primeira vez em anos, sua casa estava limpa, tão limpa que fez ele lembrar de coisas que nem sabia que tinha. Não lembrava que o sofá era daquela cor, sua casa agora possuía um cheiro que ele desconhecia e era um cheiro bom.

Mike ainda estava em pé com as mãos pra cima e na sua frente havia um pequeno bolo branco e rosa. Jorge foi lentamente guardando a arma.

- Porque tem um bolo na minha casa? - Perguntou Jorge olhando para os cantos e chão a procura de vestígios de que alguém estava ali.

- É que... Hoje é meu aniversário.... - Começou Mike - E... eu queria comemorar com você! – Respondeu ainda que gaguejando.

Jorge olhou para casa toda limpa e para o bolo que apesar de feio parecia delicioso.

- Aniversário é? Então quer dizer que pra Senhor Mike agora pode ir para a cadeia? - Perguntou passando o dedo no glacê.

- Você vai me levar para a cadeia? – Perguntou Mike com um olhar sério no rosto.

- Depende... – Jorge se aproximou do bolo – Se esse bolo não estiver bom, eu vou sim!

Foi a primeira vez que Mike riu desde que Jorge entrou em casa aquele dia.

- Deixa eu pego um pedaço para você!

Mike pegou um pires que estava na parte de cima do armário e quando ele se ergueu para alcançar, Jorge pode ver que havia uma espécie de cicatriz nas costas de Mike que não pode ser vista inteiramente por causa de sua camisa.

- Eu espero que você não se importe, mas eu arrumei a casa para você. – Mike foi cortando o bolo que agora se revelava possuir uma generoso pasta de creme de amendoim por dentro – Por que você nunca pediu para alguém limpar? Tinha bastante coisa, eu coloquei na garagem umas revistas e varri embaixo do tapete.

- Eu não gosto de gente estranha na minha casa – Jorge foi checando o corpo de Mike a procura de outro pedaço de cicatriz, até reparar que havia algo diferente no corpo de Mike, estava limpo, cheiroso e com roupas diferentes. – Você tomou banho...

- Ah então, eu tomei sim! Porque tudo estava limpo na sua casa... Menos eu, aí eu resolvi tomar banho, mas eu aproveitei e limpei o banheiro também, espero que não se importe, quando e....

- Eu conheço essa camisa – Jorge cortou Mike com sua voz grossa e rouca.

- É que então, minhas coisas estão lá em casa, e eu não queria voltar lá porque... você sabe... então essa camisa era a menor coisa que você tinha no seu guar...

-Eu não gosto que mexam nas minhas coisas! – Jorge cortou Mike mais uma vez.

Agora havia um silêncio e um pedaço de bolo entre eles, Jorge se sentiu extremamente confortável com essa situação, mas Mike, não.

-D.. Desculpa então, eu só queria... – Mike tirou a camisa na frente de Jorge, dobrou e apoiou em cima da cadeira que estava ao seu lado, Jorge finalmente conseguiu o que queria, verificar o corpo de Mike a procura do final daquela cicatriz e ficou surpreso ao notar que aquela cicatriz nas costas dele, havia uma continuidade até a parte de sua barriga, quase encostando no seu umbigo. Tinha mais ou menos trinta centímetros. Jorge também notou que Mike tinha o corpo bonito, definido não porque malhava e sim porque era magro. Mike era amarelo e não tinha pelo algum em seu corpo, carregava um cordão grande que terminava num pingente com o formato de uma cruz. Jorge não conseguiu disfarçar e encarava o corpo de Mike como se estivesse assistindo a um programa de culinária enquanto estivesse com fome.

- A cicatriz? - Perguntou Mike, notando que estava sendo estudado. Jorge não respondeu, mas olhou para Mike como quem acenasse a cabeça, mesmo não fazendo movimento algum. – Foi a minha primeira semana aqui.

Jorge fez um movimento com quem fosse tocar na cicatriz e alguns centímetros antes de encostar em Mike, olhou para ele como se pedisse permissão e Mike acenou dizendo que sim – Lâmina, provavelmente faca, vinte e oito centímetros, fundo, quase perfurou um órgão provavelmente, isso deve ter levado um tempo até cicatrizar.

– O namorado da minha amiga, ficou bêbado e tentou... Enfim, havia uma faca na cozinha, ele era mais forte que eu, enfim, não sou mais virgem, Yay! – Concluiu comemorando falsamente.

Jorge fez uma cara de quem já esperava ouvir algo realmente triste, evitando olhar para o olhos de Mike.

- Eu sinto muito por como as coisas foram acontecendo... nem sempre a gente consegue as coisas que quer... – Jorge parou de encostar em Mike quando prestou atenção na cruz que ele carregava – Você é religioso? – Perguntou Jorge.

- Sim, minha família toda é.... Eu fui criado na igreja com meus irmãos e.... é isso! Você tem religião? – Mike tentava manter um contato visual com Jorge, mas ele insistia em olhar para baixo, distante, perdido em memórias.

- Eu briguei com Deus a um tempo atrás... Nós não fizemos as pazes ainda... - Concluiu Jorge, passando a impressão de que não falaria mais sobre aquilo.

- Como se briga com Deus? – Mike não demonstrava constrangimento algum em fazer perguntas desse tipo, Jorge se sentia incomodado mas admirava a ousadia do garoto.

- Nós brigamos porque ele me levou coisas muito importantes... Eu não quero falar disso, me responde, como você conseguiu esse bolo?

- Eu meio que fiz... não é tão difícil assim, foi bem simples na verdade, você tinha todos os ingredientes necessários, o glacê eu fui na vizinha perguntar – Isso chamou a atenção de Jorge.

- A vizinha é? Hum, e como ela está?

- Bem, eu acho... Ela me perguntou de você, como você está, ela pareceu preocupada, porque ela estaria preocupada? – Mike tentava chegar a uma resolução mas tinha a sensação de que não chegaria a lugar algum com aquelas perguntas.

- Porque ela gosta de meter o nariz onde não é chamada, ela não está preocupado, só é curiosa, o que mais ela disse?

- Ela perguntou quem eu era e o que eu estava fazendo aqui... - Continuou Mike.

- E você... – Disse Jorge comendo o pedaço de bolo.

- Ah, eu disse que era um amigo... Que você me ajudava... Aí um cara alto apareceu e me olhou estranho, acho que o nome dele é...

-Tom? – Cortou Jorge, levantando as sobrancelhas.

- Isso! Vocês são amigos...?

- Éramos. – Concluiu Jorge com a voz rouca e alta deixando claro que não desejava prolongar a conversa – Muito gotsoso... o bolo! Como eu pude esquecer? Feliz aniversário garoto – Disse Jorge dando um tapa no ombro de Mike.

- Obrigado! – Disse Mike abrindo os braços como se esperasse um abraço.

Segundos flutuavam no ar como se ali fosse a moradia de uma situação constrangedora, o silêncio quase deixou de ser abstrato para encostar nos dois. Jorge, que não entendia muito bem o que estava acontecendo, levantou-se e se deixou ser abraçado. Há tempos Jorge não fazia isso, abraçar para ele era normalmente acompanhado pelos olhares de pena e ele evitava isso, mas dessa vez, ele forçadamente estava comemorando algo, coisa que não acontecia também fazia tempo. O abraço que durou cerca de eternos 4 segundos e meio fora logo desenlaçado por Jorge.

- Espere só, eu acho que tenho algo aqui nessa gaveta... – Comentou, largando o bolo no balcão.

- O quê? - Perguntou Mike, curioso.

Jorge se abaixou para pegar algo que Mike não pode ver.

- Sim, bom... Vai servir – Mike olhou para Jorge e viu que ele estava segurando duas velas brancas uma com o número dois e outra com o número seis.

Mike olhou praquilo feliz e rindo comentou.

- Eu agradeço senhor Jorge, mas eu não estou completando vinte e seis e muito menos sessenta e dois anos hoje.

- É o que temos para hoje e você vai assoprar e se quiser vai fazer um pedido. – Mandou Jorge, agora procurando um isqueiro no bolso de sua camisa – Aqui! – E acendeu.

O bolo branco tinha o tamanho de um melão, o pedaço que foi mal tirado fez o bolo ficar mais feio do que já estava. Agora com duas velas questionavelmente limpas em cima, o bolo parecia arte de criança. Mike fechou os olhos e assoprou aquelas velhas velas.

Se a noite tivesse terminado ali, teria sido uma conclusão agradável de um ótimo dia, mas quando estava prestes a ir para cama, Jorge notou de relance que a porta, que um dia fora do ateliê de Elaine, estava semiaberta. Jorge virou ferozmente para encarar Mike.

- Vo... Você entrou ali? – Disse pausadamente secando os lábios e abrindo mais os olhos.

- E-eu entrei... Mas... Mas foi só pra limpar. – Mike sentiu o tom de seriedade e desapontamento na voz de Jorge cujos olhos começaram a ficar vermelhos e aguados.

Jorge voou até o quarto como se estivesse invadindo algo com a intenção de quebrar as portas. Abrindo completamente a porta notou que nada tinha saído do lugar, mas o quarto estava diferente, não tinha mais aquela áurea de maçã que ele sentia toda vez que entrava, com as janelas entreabertas os lençóis trocados, aquilo cheirava a lavanda, o tapete fora levemente deixado na vertical ao invés da horizontal de sempre, as fronhas já não estavam naquela posição que ele conhecia. Não havia mais nada dela ali e, de novo, ele não pôde dizer adeus.

Passando os dedos entre os cabelos grisalhos, seu primeiro impulso foi gritar, depois havia algo em seu estômago que o fez parar de respirar, de repente fazer o ar passar pelos pulmões era difícil e pesado. Seus olhos transbordaram e ele se ajoelhou diante a cama e entre soluços olhou para Mike que não estava entendendo nada, mas também começara a chorar se sentindo culpado por algo que não fazia ideia.

- Você entra num quarto que é... e... Sai daqui, só sai! Vai embora! – Esbravejou Jorge numa fúria que o fazia estranhar a própria voz.

Palavras não conseguiam ser formadas por Mike, ele sentiu um aperto e a culpa era visível em sua afeição, ele conseguia lidar bem com o constrangimento, mas não com o fato de causar qualquer tipo de dor a Jorge, então saiu correndo, sem lembrar que estava sem camisa e descalço, saiu daquela casa sem saber direito o porquê.

Sem saber para onde ir, ele parou de correr sem saber onde estava, as lágrimas já haviam secado em seu rosto, apesar de seus olhos azuis ainda estarem marejados, ele caminhou por mais algum tempo e percebeu que as ruas estavam vazias, já devia ser tarde, mas ele não fazia ideia de que horas eram, decidiu voltar e ficar num lugar mais público e claro, desse jeito ele poderia ficar acordado durante a noite e dormir durante o dia, tentaria voltar para o que chamava de cada quando soubesse onde estava. Mas ao virar para mudar de direção, viu algumas sombras se aproximando de longe, ele não sabia distinguir uma velha senhora de um cara suspeito, mas não deveria arriscar, ele tinha tido muito azar até ali, seria estupidez tentar seguir.

Ainda tentando pensar rapidamente, Mike avistou um beco a sua esquerda, onde decidiu entrar, para sair do outro lado da quadra, era estreito mas conseguiria passar sem problemas, pois era muito magro. Foi só quando encostou na parede suja, que ele percebeu que estava sem camisa, se ainda estivesse com aquela camisa branca de Jorge, estaria estragada agora. Passando por um latão de lixo, ele avistou dois rapazes que estavam usando algum tipo de droga, ele não saberia dizer que tipo de droga exatamente era, mas sabia que já tinha visto na casa de sua amiga. Quando sua presença foi notada pelos dois, eles o chamaram, Mike decidiu ignorá-los e andar mais apressadamente, porém ao fim da saída desse beco, agora podia avistar mais três sombras vindo em sua direção, assim que eles se aproximaram, um deles disse:

-Não é você o carinha que me deve uma grana, pelas vendas do bairro sul? Não é ele, Johnny? – Perguntou para o outro que concordava com a cabeça.

- É, eu... não tô devendo nada não, quem tava devendo era minha amiga, ela... - Tentou Mike.

- E o que que o amiguinho dela tá fazendo por aqui!? – Perguntou arregaçando as mangas – Ninguém te avisou que é perigoso sair por aí assim?

- Bonita cicatriz! - Disse um deles que usava um boné virado para trás - Que tal mais uma?

Foi possível ouvir alguém dizer clarmente seu nome a pouco metros dali e antes de virar para trás, Mike percebeu que já tinha ouvido aquela voz e na esperança de estar errado, virou para ver quem era e ele estava bem ali, sorrindo e chegando perto, era um homem grande, magro e perto dos trinta, tinha os dentes tortos e sujos, vestia um moletom vermelho velho, uma bermuda preta e de canelas finas, ele chegava perto de Mike já abaixando a bermuda. Mike começou a dar uns passos para trás quando os rapazes atrás dele, lhe deram um calço, fazendo com que ele caísse no chão que estava úmido. O rapaz que o fizera a pergunta, começou a rir e, com o outro de boné virado, o virou de costas e forçou os pés em cima dele fazendo com que ele ficasse imóvel, encostando parte do rosto sobre o chão, quando de repente ouviu um barulho de um tiro.

Já chorando e de olhos ainda fechados, ele desejou que aquele tiro o tivesse atingido, pois morreria ali e o sofrimento teria um fim, mas percebeu que não sentia dor alguma. De olhos abertos viu e ouviu os cinco homens correndo na direção oposta à do tiro e quando encarou a direção daquele que o salvara, reconheceu Jorge entrando nas sombras e se aproximando com uma arma na mão.

- Você está bem? – Perguntou, sem olhá-lo nos olhos, certificando-se de que os cinco haviam fugido.

Mike não respondeu nada e começou a chorar. Jorge o olhou ainda no chão, uma figura tão branca naquele meio escuro que parecia um fantasma, Mike não conseguia se mexer, tremia apenas, apesar de não sentir frio, ele agora se apoiava em Jorge que o pegou no colo e o levou para o carro.

Não houve conversa ali dentro, mas dado momento de distração, Jorge olhou pra Mike que estava de olhos fechados e pensou:

“ Meu Deus como ele é lindo!”

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