Ao seu lado: Cinzas na janela. Capítulo 17

Um conto erótico de Vick_Tinho
Categoria: Homossexual
Contém 1923 palavras
Data: 21/04/2016 20:19:57
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Sete dias se passaram, desde que destruíram minha vida. A sete dias atrás eu esperava pelo amor dele, e o que recebi foi a notícia de sua morte. Confesso que os dias tem sido insuportáveis, minha casa não é mais a mesma, Leonor vive chorando pelos cantos, mas esconde a própria dor e angustia para acalentar meu choro e desespero.

Não entendo muito o que aconteceu. Depois daquela ligação. Eu desmaiei, acordei minutos depois numa ambulância, foi quando entrei em desespero e comecei a me debater, queria saber o que tinha acontecido. Mas tudo parecia estar contra mim, fui sedado, só recuperei a consciência depois de algumas horas no hospital.

Quando abri meus olhos eu estava numa cama de hospital, com Leonor chorando do meu lado, segurando minha mão. Ela disse:

- Por favor, apenas ouça. Não faça dessa situacao pior do que já está.

Olhei com cara de desespero e choro para ela. Eu estava a ponto de entrar em colapso e com a cara de quem estava segurando o último choro de sua vida.

Ela estendeu a mão sobre meu rosto e falou:

- Não há mais nada a se fazer. Agora só é nós dois.- Finalizou deixando as lágrimas caírem sobre sua face sem expressão.

Tudo que veio à acontecer depois que ela falou isso é uma incógnita pra mim, pois não lembro. Só o que sei é que as consequências do que aconteceu naquele momento deixaram meu corpo cheio de hematomas e algumas fraturas nos dedos.

Não consigo imaginar outra dor tão grande quanto a de perder alguém. Já perdi meus pais, confesso que meu mundo acabou naquele instante, mas hoje é mais que isso, eu perdi meus pais e perdi o grande e único amor da minha vida.

Quando você esta apaixonado por alguém, você sente uma felicidade plena. Quando você esta namorando a pessoa por quem esta apaixonado é a sensação mais maravilhosa do mundo, mas agora pense na pessoa por quem você esta apaixonado, e ela esta falando que não te ama, que na verdade ama outra pessoa. Imagine essa dor. É... ela é insuportável, não é?

Acredite, essa dor não é nada em comparação a perder alguém que ama.

☆☆☆

Nesse momento acabei de chegar em casa.

Vim da missa de sétimo dia de Osvaldo, Susan e William.

Há três dias comecei um tratamento. Pois desde que tudo aconteceu, eu venho tendo fortes crises de desespero, isso acontece quando eu realmente percebo que tudo o que aconteceu foi real, no momento eu sinto que William esta aqui, por isso me sinto tão bem. Mas quando percebo que isso não é verdade eu tenho essas reações inesperadas, que faz com que eu me fira e seja um risco para mim mesmo. Além disso, adquiri uma espécie de gastrite nervosa, que me faz ficar com enjoos com muita frequência. O médico diz que eu tenho que continuar com todo o tratamento, para que eu passe por toda essa dor sem causar danos a meu corpo.

Acho que todas essas sensações ruins que estou tendo é pelo fato de ele ter tido uma morte trágica, carbonizado. A única coisa que pode ser reconhecido foi o seu Rolex.

Isso faz aumentar minhas crises.

Todas as minha malditas frustrações começaram naquele maldito día. Leonor foi reconhecer o corpo e me disse que estava irreconhecível, e que o identificou pelo relógio que eu havia dado de presente a ele.

Mas essa história era muita estranha, havia três mortos, um deles era William e os outros dois eram Osvaldo e Susan, eu não consigo compreender, já que os dois estavam na festa e eu os tinha visto saindo. Eu durmo sempre pensando nos porquês de tudo isso.

Guga me disse que está correndo boatos na universidade, boatos ruins, de que William e Osvaldo eram amantes, e que Susan os ajudava em troca de ganhar uma boa quantidade de dinheiro para isso.

Mas eu não posso acreditar nisso, eu conheço meu Marido, eu sei que ele jamais faria algo assim comigo.

Mas não consigo compreender, ambos estavam na festa, porque eles haveriam de sair? Porque foram atrás de William? Talvez essas fossem perguntas que nunca eu descobriria, mas não vou sujar a imagem de alguém que não pode estar aqui para se defender, e que acima de tudo fez da minha vida mais feliz. E muito menos falaria isso para Leonor, que já estava sofrendo muito pela perda do filho e por ter que cuidar de mim enquanto estou em crise. Me dói ver a Leonor fazer das tripas-coração pra me proteger de tudo que estou vivendo e esquecer a própria dor que a cerca.

Tentei ir para a faculdade nesses últimos dois dias, mas não suportei. Os boatos que Guga havia comentado eram verdade, hoje em plena missa de sétimo dia cheguei a conclusão que no momento é melhor trancar esse período. Mas, o que mais tem me machucado é que além de está passando por essa dor, ainda existem pressões da empresa, de que tenho que tomar decisões que anteriormente estava sendo de Lucero e William.

Mas abrir mão de tudo isso no momento.

Com a morte de William quem assumiu a presidência foi o Tio Amorim, era ele quem estava concorrendo com o Will, e em consequência a assumiu. Tasso ficou com as ações do pai que não quis mais ter contato com a empresa, ele quis vender sua parte, mas Tasso não permitiu. Lucero diz que foi assassinato, mas a policia não conseguiu achar os homens que dirigiam o caminhão que tirou da estrada o carro que William vinha, a placa que estava no caminhão era fria.

O pouco que sei foi que à alguns metros de distancia do carro foi encontrado os documentos de Osvaldo e Susan, que deve ter caído com o impacto do baque, eu particularmente não sei muito sobre o assunto, pois no momento em que tudo acontecia eu estava inconsciente no hospital.

☆☆☆

O tempo vem passando dolorosamente devagar, hoje esta fazendo um mês desde que tudo aconteceu e só o que tenho a dizer é que eu já não sou mais o mesmo, eu estou frio, já não me importo com nada, nem com a empresa, por mim quero que tudo se exploda. Eu queria me mudar daqui com Leonor, mas ela me disse que fugir nunca era o caminho. Me falou que eu deveria lembrar dos momentos bons que passei com ele e não das coisas ruins.

Com o passar do tempo eu não saia mais, Diana, Tuca e Lucia vieram em minha casa e me contaram que Eric ficou revoltado com o que estão comentado na faculdade, por fim descobriu-se que ele e Osvaldo tinham começado um relacionamento amoroso que foi interrompido pelo acidente. Pelo que Diana me disse, ele havia acreditado que William e Osvaldo de fato tinham um caso, pela grande aproximação que os dois tinham e os olhares que diz Lúcia que Eric viu, mas eu me recusava a acreditar numa asneira dessas. O fato é que não estavam respeitando a minha dor, ninguém estava.

A verdade é que as vezes eu dormia e desejava que não acordasse mais, desejava que o William viesse em mim como um sonho e levasse minha alma para junto dele. Não há nada mais triste do que viver sem amor, e tão triste quão é ter encontrado amor e o ter perdido sem justa causa. Pois amor é raro. O amor é alma da vida.

Não duvido que eu possa encontrar uma outra pessoa que com o tempo me faça feliz, mas isso levaria muito tempo, pois quem viveu um amor que nem o meu saberia que isso não acontece com muita frequência .

☆☆☆

Minha vida com Leonor se resumia em isolamento e cuidados durante esse tempo. Passaram-se cinco meses e minhas crises já não eram fortes e eu tinha que cuidar de Leonor que passou a ter problemas respiratórios. Resolvi tomar posse de tudo que era meu, Leonor me disse que era o que Will ia querer que eu fizesse, voltei para a faculdade e refiz as disciplinas do período, Diana, Tuca, Lúcia e Eric também votaram, já que também pararam por conta do incidente. Mas confesso que já não era mais a mesma coisa, sempre existia um vácuo imenso, que ninguém queria falar, mas que se via no olhar de cada um. embora já não estivéssemos na nossa sala de costume, pois havíamos trancado, ainda sim era possível ver o olhar de pena que as pessoas direcionavam a nós sempre que passávamos.

Numa noite quando estávamos saindo da aula Eric me chama, e diz:

- Preciso falar com você.

Falei que tudo bem, nos despedimos das meninas e fomos para o restaurante que ficava fora da instituição.

- Acho que eu devo começar a falar, não é?- Falou ele, nervoso.- Só te peço que não me interrompa.

- Ok.-

- Creio que você já sabe que eu estava tendo uma espécie de relacionamento com o Osvaldo. Acho que toda a escola sabe, porque quando ouvi o Frank falando dos boatos entre Osvaldo e Will em voz alta eu me descontrolei, dando um soco nele, na minha euforia acabei falando muita coisa que não devia, incluindo sobre minha relação com ele.

- Desculpe, mas eu não sabia que isso tinha acontecido.- Falei

- Pois é. Minha relação com ele começou naquele dia em que conversamos, que ele te falou que queria te um amor que nem o seu. fomos para a casa dele, deitamos no chão da sala e bebemos uma taça de vinho, quando me vi, eu já estava beijando ele, fizemos amor naquela noite. Pra mim foi muito difícil, porque eu próprio não quis aceitar, mas ele não, pra ele foi fácil, falou que não se importava, que ele não dependia da boa vontade de ninguém. Então eu sair da casa dele, mas antes disso disse para ele esquecer, e no outro dia eu ia conversar com ele, na festa. Mas não conseguir.- Com a voz tremula disse - A verdade é que eu estava apaixonado por ele, e ele nem ao menos soube disso.- Finalizou ele soltando o choro em meu ombro.

O que me fez sentir toda a dor que eu senti ao lembrar da minha solidão sem William. Mas o mais triste foi quando ouvir a ultima frase sair da boca de Eric.

- Príncipe, o Gustavo me disse que Osvaldo estava beijando o William no estacionamento no dia que antecedeu a viagem dele.-

Essa ultima frase soou como uma lamina perfurando minha pele, e meu mundo pareceu desabar mais ainda. Retiro a cabeça de Eric do meu ombro e falo:

- Vamos agora mesmo na casa de Gustavo. Porque eu sei, eu sei que isso não é verdade. Eu mais que ninguém conheço o coração de William e sei que isso não é uma grande mentira, não pode ser verdade.- Falei pegando minhas coisas e indo para o carro.

Após chegar em frente casa de Gustavo vejo ele chegando no carro, jogo meu carro na frente do dele. Ele me chama de maluco, sem reconhecer que era eu. Quando ele sai do carro, fala:

- Felipe, você? porque fez isso?

- Só me responde uma coisa. Porque você disse que viu William e Osvaldo se beijando?- Finalizei.

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Obrigado gente. Vou tentar postar uma vez por semana, la pelo domingo ou segunda, porque estou escrevendo no fins de semana. Agradeço aos comentarios. E se quiserem falar comigo estou aqui eros.nyx21@gmail.com

Obrigado novamenteO AMOR É ALMA DA VIDA.

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Comentários

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Nossa tô revoltadi!! Outro conto que leio tem morte no meio aff... não posso deixar de ler, ser isso for verdade da morte vou parar de ler.....

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Morreu e um soco na tua cara bai bem brincando se ele morrer fasso vc ir junto com ele rsrsrs conto e divino muito bom o conto

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Mano, o will não morreu. Certeza que esse Gustavo e o pai dele tão com o Will e aquele corpo carbonizado não é o dele!!!! Mas se ele tiver morrido de fato, nossa, vou chorar horrores!!!

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Não acredito q will morreu,pq?coitado do Felipe.

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