Eu, puto! - Cap 5

Um conto erótico de LuCley
Categoria: Homossexual
Contém 2610 palavras
Data: 01/04/2016 20:51:07
Assuntos: Amizade, Amor, Gay, GP, Homossexual

Muito obrigado pelos comentários carinhosos de todos vocês e a todos que lêem. Espero que gostem desse capítulo. Vou começar a escrever outro capítulo do Meu chefe, meu príncipe. (tem muito mais leitores do que qualquer outro que já escrevi até hoje) Bjs ... :)

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Algo que eu sempre fazia quando tinha um problema ou pelo simples fato de aliviar meus pensamentos atribulados, era caminhar sem destino. Eu apenas saia de casa e caminhava.

Eu não tinha nenhum cliente marcado no sábado à tarde e quando dei por mim, estava em frente o Centro Comercial. Vi o Sandro e resolvi dar um "oi".

Me aproximei e seus dentes já se mostraram naquela bocona de lábios fartos e macios.

" Dês, lindinho...faz o quê por aqui?". Me sentei em um banco de pedra ao lado da porta e me afundei em minha mente por instantes. " Só caminhando, aí vi você parado feito um "As" de copas e parei pra te dar um oizinho". Ele sorriu e ficamos por um tempo conversando coisas inúteis e fofocamos um pouco sobre tudo e todos. Me despedi do meu amigão e fui incumbido de passar no supermercado na volta.

Cheguei em casa embebido em suor, com quatro sacolas e uma vassoura nova. " Preciso de um banho". Joguei a roupa suja no cesto e entrei embaixo da ducha morna. Quinze minutos foram suficientes para me sentir novo em folha.

Comi qualquer coisa e esperei meu primeiro cliente da tarde. Álvaro, um alemão de 1,90 de altura, cabelos loiros, boca vermelha, e uma pele tão branca que poderia ver todas suas veias. Fomos para o motel de sempre, carinhos se sempre, sexo de sempre, elogios à minha performance também de sempre e o pagamento me foi depositado no jeans, como sempre. Ele me deixou em casa e me preparava para o cliente número dois daquela tarde de sábado.

Trabalho realizado com sucesso. Três clientes realizados e meu bolso cheio de notas de cem que guardei a sete dígitos em um cofre no fundo do meu armário.

Era dez da noite quando a Agência me ligou, perguntando se eu estava disposto à atender mais alguém, caso me procurassem. " Putos também precisam descansar, minha querida. Expediente encerrado. Tenha uma ótima noite". A secretária riu, se despediu do meu "eu" esfomeado e desligou. Resolvi pedir uma pizza. Fui até meu quarto pegar o celular, mas antes de abrir a porta, o aparelho barulhento gritava para que eu o atendesse. Pensei em deixar tocar, mas poderia ser o Sandro. Peguei o aparelho e um nome apareceu na tela brilhante, Alex, era ele, meu paai do céu! O toque parou, demorei demais...gritei de raiva...soquei meu estômago... enlouqueci. O aparelho voltou a gritar, era ele de novo...respirei fundo e atendi.

"Alô!". Meu coração batia descompassado, minhas mãos tremiam. " Oi, Dês? É o Alexandre, me desculpe por não ter te ligado antes, tive que viajar, cheguei hoje...oi, está me ouvindo?". Disse que sim e ele continuou. " Queria te fazer um convite, pode atender o convite de um amigo ou está trabalhando?". Me acalmei, não queria passar recibo de "felizinho". " Estou livre e sim, aceito o convite de um amigo".

Combinou que me pegaria em meia hora. Me arrumei, troquei de roupa umas cinco vezes e nesse meio tempo o Sandro chegou. Me viu feito barata tonta e começou a rir. " Quem te ligou pra você estar tão desesperado?". Olhei pra ele, beijei a bocona e sorri. " É o Alex, lembra dele? Me chamou pra sair, como amigo, claro. Estou bem assim?". Ele parou, me analisou e me puxou para um abraço mais que paternal. " Está lindo demais, meu menino-grande. Eu vou sair também, com aquele ursinho-pimpão que conheci na semana passada. Acho que não vou dormir em casa". Ele riu feliz e mandou que eu parasse de experimentar tantas roupas.

Me sentei no sofá, me deitei, me levantei, fui até a porta e ele ainda não tinha chegado. "Ele disse trinta minutos", pensei. O Sandro veio com uma toca de banho na cabeça, ri horrores. " Vão sair assim?". Ele me mostrou o dedo do meio e escutei uma buzina. ” Seu príncipe chegou meu lindinho", ele gritou do banheiro. Abri a cortina e era o Alex. Respirei fundo e fui me encontrar com ele.

A porta do carro se abriu. Ele estava sentado de lado, me esperando entrar. Me sentei e fechei a porta. Nos cumprimentamos. Trocamos abraços, beijinhos, sorrisos tímidos e olhares sinceros. Perguntei onde ele me levaria e sorriu sacana. "Surpresa", ele disse dando uma piscadela. Super charmoso.

Andamos toda a região até que chagamos no centro. Ele pegou a Avenida São Brás e seguiu toda vida até o cruzamento da Avenida Brasil com General Meira. Espertinho, pensei. Na esquina das duas avenidas ficava a Casa de Show mais frequentada da cidade, cujo dono estava ao meu lado, dirigindo. Mergulhei em um riso profundo e ele perguntou o porquê.

" Vai me fazer dançar?", ele deu uma gargalhada e acariciou meu rosto com a mão direita. " Dançar, beber, conversar e te conhecer melhor. Foi ótimo ouvir tua voz de novo". Fiquei de frente pra ele. O carro estava parado na vaga do dono da Casa. Eu mergulhava naquele par de olhos azuis. " Eu confesso que esperava uma ligação tua, mas você sumiu. Bom que voltou". Ele passou o corpo por cima do meu, indo até o porta luvas e pegou uma chave. Suspirei!

Entramos e o lugar estava lotado. Som alto rolando, homens amalucados e mulheres alucinadas, dançavam um esfrega-esfrega pra lá de eletrizante. Senti ser puxado por ele em meio ao povarel descontrolado e fomos direto pro bar. Ele pediu um drink, disse que não bebia e ele trocou o pedido, me oferecendo um drink sem álcool..Bebemos, conversamos; rimos de minhas aventuras e fui surpreendido com uma pergunta. " Paixões?", ele me olhava fixo. Me perdi por instantes. Coloquei o copo sobre o balcão e o chamei pra dançar. Ele gargalhou, perguntou de novo se eu nunca havia me apaixonado. " Não posso te dizer que nunca senti algo a mais por quem quer que seja, porque já senti, mas nunca me permiti ir além. Não gosto de me machucar. Putos também amam, mas é complicado. Não consigo cultivar um amor tendo meu corpo como mercadoria. É o tipo de coisa que não combina. Gosto da entrega de almas, dos olhares sinceros, dos beijos por busca de um gosto sem fim, gosto do aconchego, do carinho, das conversas prolongadas por qualquer bobagem; e não consigo expressar tudo isso, sabendo que no final, vão encher meus bolsos de notas de cem. Eu não vendo amor, meu caro Alex. Posso ser um Puto-amigo-companheiro-bom ouvinte; ser seu confidente e te dar carinho e conselhos, mas não meu coração". Ele me ofereceu mais um pouco do drink sem álcool e me levou até a pista de dança.

Nunca fui muito fã de dança, mas tive que acabar aprendendo na marra pois alguns clientes se amarravam em strip-tease. Ossos do ofício. Outro lance que não curto e não tenho tesão algum, é "pé". Cliente que mexe no meu pé acaba rindo junto comigo; não consigo parar de rir se o cara ta lambendo a sola do meu pé, mas tem que goste.

Me soltei, fui mexendo o corpo conforme o ritmo. Ele chegou mais perto, se permitiu segurar minha cintura e me puxou para mais perto. Meu corpo serpenteava. Suas mãos me acariciavam a barriga em movimento; subindo até meu peito. Ele me conquistava a cada olhar, a cada toque, a cada abraço. Eu estava cansado e parei pra tomar alguma coisa. Fiquei no bar e me pediu que esperasse um pouco. Ele subiu, esperei por dez minutos e fui informado que ele estava me chamando. Bati na porta do escritório e entrei. Ele telefonava para alguém. Estava alterado. Me sentei no sofá e fiquei esperando ele discutir com não sei quem e quando ele desligou, veio até mim. Eu estava sentado, relaxado e de pernas abertas; ele ficou entre elas e se inclinou. Ergui meu olhar acertando o seu e recebi um beijo na boca. Extremeci. " Pensei em você todos esses dias que estive fora". Sinceramente, preferia não ter ouvido; era demais pra mim. " Pensou? Pensou em quê?"

Ele se sentou ao meu lado e me deitou em seu peito. Céus, ele estava me deixando maluco com tanta atenção. Senti seus braços em volta do meu peito, me apertando, me encaixando em si e eu me cabia nele com perfeição. " Nunca ninguém fez comigo antes, você foi o primeiro". Seus lábios tocaram minha orelha. " Foi diferente contigo, eu me senti atraído por você desde o primeiro segundo que te vi. Eu nem deveria te falar isso. Eu adorei ter sido seu primeiro ativo. Adorei ser teu ombro amigo. Adorei você, ou pensa que saio por aí bebendo porra alheia?'

Ele começou a rir e me virei pra ele. Procurei sua boca e me deixei levar por um beijo carregado de sentimentos. Fiquei pensativo por instantes. Eu não poderia me apaixonar, não naquele momento, não era a hora, mas eu não conseguia sentir nada. Estávamos tão a vontade, como se estivéssemos namorando. Seus beijos, abraços, tudo nele era perfeito. " Está pensando em quê?" Voltei à minha realidade. " Pensando que preciso ir, tenho que acordar cedo amanhã". Ele suspirou, beijou minha testa e perguntou se eu realmente precisava ir, disse que sim, mas ele continuou de bico. " Não faz essa cara". " Você vai trabalhar amanhã?". Eu queria tanto dizer a ele que não, mas a agência havia me contatado no final da tarde. Eu iria para um jantar com um Executivo de uma Empreiteira e eu iria faturar por pelos menos uma semana. O cara pagava bem, eu muitas vezes ficava uma semana toda com ele viajando.

Fiquei mais uma meia hora com o Alex. Ele me pareceu um tanto chateado, mas não poderia demorar muito. Eu sairia bem cedo e tomaria um jatinho com o Roberto.

Meu coração começara a ficar apertado, quase não cabia mais em meu peito por ter que ficar um minuto se quer longe dele.

O Alex me deixou em casa. Me deu um beijo demorado e sentiu por eu não poder ter ficado um pouco mais. Bem que eu desejei do fundo de mio cuore, ter podido passar a noite ao lado do meu..."amor?"

Pela manhã fui ao encontro de Roberto. Ele teria um jantar de negócios em São Paulo e fui como seu acompanhante. Ele sempre me apresentava como seu primo. Eu era, primo, sobrinho distânte, filho de amigo de longa data, o filho da vizinha, etc... Esses eram meus disfarces na Right Socite. Depois de um coquetel exaustivo, cheio de gente chata e arrogante, nos hospedamos em um hotel que mais parecia ter sido importado de Dubai. Tudo era requinte e luxo. Eu gostava, adorava, mas naquele dia eu não estava me sentindo animado com o ambiente, nem a companhia, que mesmo sendo uma delicadeza de homem — disfarçado de mandão perante a todos — minha cabeça estava distante demais para me permitir curtir tudo aquilo.

" Você não me parece tão feliz como nas outras vezes". Ele percebeu minha indiferença um pouco antes de arrumarmos as malas. " Não que eu esteja reclamando de sua companhia, você é sempre tão amável e gentil, mas Dês, você está em outro lugar. Está acontecendo alguma coisa?"

Eu me desculpei, ele me abraçou. Disse para eu não me preocupar pois eu não precisava ser sempre todo certinho. " Eu queria ter de dado mais de mim", disse meio decepcionado comigo mesmo. " Mais de você? Você me deu mais do que estaria disposto. Mesmo não estando bem, você agiu com o mesmo profissionalismo de sempre. Se fosse outra pessoa, não perceberia, mas te conheço, garoto, sei quando não está legal. Mas não fique preocupado, qualquer coisa que esteja te afligindo e eu puder te ajudar, não hesite, me procure". Quem me dera se ele pudesse acalmar meu coração.

Apesar dos pesares, passamos um excelente fim de semana, regado a Champagne e muito sexo.

Vida que segue... fazia uns três meses que eu não ouvia falar do Alex. Pensei em ligar algumas vezes, mas meu orgulho me impediu. Se ele tivesse interesse, teria a menos me mandado uma mensagem. Talvez tenha sido melhor. Eu não alimentaria sentimentos aos quais não poderiam me ser correspondidos. A quem eu estava enganado? Nunca, um homem como ele, se apaixonaria por um garoto como eu, ainda mais Prostituto. Eu teria que descer da minha nuvem e pousar com dignidade nas estradas da minha vida.

Eu dirigia pelo centro. Estava na Avenida Bartolomeu de Gusmão. Havia umas lojas dessas que se compra pouco e paga caríssimo. Eu tinha que manter um padrão, não podia sair de qualquer jeito com meu clientes e sempre torrava alguns milhares de reais em roupas de grife. Embora muitas das minhas roupas tenham sido presentes de clientes, eu não era o tipo de cara que vivia de esmolas, a menos que me fosse oferecido a contento, mas nunca pedi absolutamente nada à cliente nenhum.

Eu acabara de entrar em uma dessas lojas quando vi o Alex entrando no privador. Fui até ele e quando esse saiu, levei um soco no estômago. Ele estava acompanhado e ajudava o carinha moreno-alto e sensual a vestir uma camisa xadrez horrorosa. Me senti péssimo. Ele sorriu tímido, me apresentou o Roger, um filhinho de papai escroto que me olhou de cima a baixo como se eu não fosse ninguém. O carinha foi até uma arara pegar um jeans e o Alex se desculpou por não ter me ligado. " Relaxa, cara", disse a contragosto. Eu queria sim que ele tivesse me ligado, mas ele, pelo jeito, estava fazendo coisa melhor. " Eu devia ter te falado que estou namorando". Como se ele tivesse obrigação. " Alex, já disse pra relaxar. Você tem a tua vida e eu a minha. Ninguém aqui deve explicações. Eu vou indo". Ele ia dizer algo, mas sai sem dar a ele qualquer chance. Eu estava destruído por dentro, por fora, e me senti um imbecil em imaginar que poderia ter uma relação com o homem que havia, pela primeira vez, despertado em mim um sentimento tão verdadeiro.

Voltei pra casa arrasado. Me joguei na cama e recebi o telefonema de um cliente. Dispensei, já que não era pela agência. Dei a desculpa de estar gripado e ele nem se importou, me desejou melhoras e que me ligava no fim de semana. Me afundei na cama. O Sandro já tinha chego do trabalho e percebeu que eu não estava bem. Senti o corpão dele, liso, se enfiando comigo debaixo do edredom e me abraçar. " Nunca te ouvi dispensar cliente. O que está acontecendo, meu lindinho?" Me virei de frente a ele e senti seus lábios tocarem minha testa. " Vi o Alex hoje. Está namorando um Playboyzinho de quinta". Suas mãos acariciavam meu cabelo.

" Você está mesmo gostando dele, minha nossa Dês. Acho que eu deveria ter te dado uns pegas. Sei lá, vai que daríamos certo?" Comecei a rir, joguei minhas pernas sobre as dele e fiquei por cima. " Vamos ver se rola aquele clima...". Beijei a bocona macia, ele correspondeu. Seu beijo era calmo, paciente...mas não avançamos, como sempre, começamos a rir, como sempre. " Dês, eu bem que tento, mas não da pra trepar com meu filho, sinto muito". Gargalhamos como se não houvesse amanhã e nos abraçamos. " Que droga, Sandro, meu destino é cruel". Ele se levantou e me puxou da cama. " Sabe, meu anjo...vamos caminhar por ai. Só andar".

Aceitei o convite meio a contragosto, mas acabei me resignando. Pelo menos, iria me distrair.

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Continua...

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