Meu chefe, meu príncipe – Não foi dessa vez...

Um conto erótico de LuCley
Categoria: Homossexual
Contém 2347 palavras
Data: 02/03/2016 03:05:23
Assuntos: Gay, Homossexual

Atendendo à pedidos. Espero que gostem.

:) bjs

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Eu corria no calçadão, como de costume, e fazendo na minha cabeça um video da minha história com o Edu. Agora, no auge dos seus cinquenta e cinco anos, de muita experiência e safadeza, percebi o quanto éramos felizes apesar de tudo. Não que brigassemos o tempo todo, longe disso, mas de nossos conflitos no trabalho, nossas pequenas discussões domésticas por causa de sua teimosia em não aceitar que sua pressão teimava em subir se não tomasse os remédios, as discussões por eu não deixar ele tomar conta da própria vida, que eu teimava em achar que a sua vida, era minha também; e de seus pequenos ataques, típicos da idade, de que nada e ninguém, pode atrapalhar seu sossego. Ele esquecia que crianças brincavam e que cachorros latiam, era inevitável, mas nem por isso eu deixei de amar o Senhor Carlos Eduardo, um dia se quer na minha vida.

Lutamos por dois anos a mais importante de nossas batalhas, e não estou falando de negócios e sim do nosso bem mais precioso que é a nossa filha. Tivemos incansáveis reuniões com assistentes sociais. Foi exaustivo, mas compensador.

Tive a sorte de poder deixar um pouco os negócios de lado e dedicar minha vida às duas pessoas que eu amo. Estamos felizes, mas as vezes ele tem uns ataques de rabugisse e me faz perder a paciência por instantes.

Difícil mesmo é não amar esse homem que me faz rir de coisas bobas, até mesmo de seu mal humor. As vezes acho que fomos feitos da mesma forma, só que com duas décadas de diferença, porque mesmo com suas doses de mal humor, eu sabia muito driblar o Edu e trazê-lo de volta a nossa deliciosa realidade.

Eu voltava caminhando para a cobertura, quando meu celular tocou, era a Maria. Atendi e fui correndo na mesma hora para o hospital. Peguei meu carro no prédio e fui do jeito que estava vestido: um short curto de caminhada, tênis e regata. Ainda não consigo me lembrar como consegui chegar até onde ele estava. Não havia nada na minha frente, apenas cheguei e entreguei a chave ao manobrista do estacionamento.

Corri para a recepção e disse nervoso o nome dele. A moça pedia pra eu me acalmar, mas eu tremia como vara verde.

— o seu pai está no quarto 312. — ela disse e eu fiz cara de limão azedo, coitada da moça.

— não é meu pai, é meu marido, o homem da minha vida, o pai da minha filha.

A coitada não disse mais nada e mais que depressa peguei o elevador e corri pelo corredor, até chegar no bendito quarto. Bati e uma enfermeira veio abrir a porta. Ele estava deitado, coberto por um lençol e a Maria ao seu lado, segurando a mão dele. Ele não morreu! Obrigado por não ter levado a razão da minha vida, disse agradecendo aos céus.

Abracei a Maria com toda a força do mundo e pedindo licença, tomei meu lugar de direito, que era ao lado dele. Antes da enfermeira começar a falar, adiantei.

— ele não é meu pai, é meu marido. Esse cara teimoso, é meu marido.

— eu entendi, senhor. — ela riu e me acalmou.

— o que aconteceu com ele?

— ele tem pressão alta. Provávelmente não tomou os remédios como deveria e desmaiou, não foi nada grave, mas aconselho que o faça tomar os remédios diariamente.Ah, outra coisa, nada de exageros, ele está com o colesterol alto. Vou chamar o médico pra você poder conversar melhor.

— tudo bem, muito obrigado.

Fiquei esperando o médico e perguntei a Maria, onde estava a Bruna. Queria saber se nossa filha estava bem e se tinha visto o pai passar mal. Infelizmente, foi a coitadinha que avisou a Maria que o Edu estava desmaiado. Ela assistia desenho no nosso quarto, quando viu o Edu vindo do banheiro. Pobrezinha, deveria estar aflita. Peguei meu celular e liguei pra minha cunhada. Pedi que chamasse a menina.

— oi.. — disse.

— oi, pai. Como está o papi?

— o papi está bem. Ele está dormindo, tomando remédio e vai acordar logo.

— eu quero ir ai, posso?

— vou perguntar pro médico se pode. Você está bem?

— uhum, mas eu fiquei com medo quando vi o papi caindo.

— posso falar pro papi que você mandou um beijo pra ele?

— pode. Fala pra ele vir logo pra casa, eu to com saudade.

— o papai, fala.

Desliguei e assim que coloquei o celular no bolso, o Edu abriu o olho. Ele sorriu quando me viu e me abaixei devagar pra dar um selinho.

— ainda não foi dessa vez. — ele disse.

— não brinca, Edu. Você sabe o medo que eu senti quando a Maria me ligou?

— eu imagino, me desculpe. Como está a Bruna? Só me lembro dela sentada na nossa cama, depois eu apaguei.

— ela está bem, mas está preocupada com você. Te mandou um beijo e quer o papi de volta.

— tadinha, deve ter ficado aflita. Maria, vem aqui... — ele chorava.

Agradeceu a Maria por ter ficado com ele e pediu desculpas por ser tão teimoso. Os dois viviam em guerra. Um querendo mandar mais que o outro e a Maria sempre conseguia fazer o que eu mandava. Então, ele acabava me obedecendo indiretamente. Os dois eram como Tom e Jerry, mas no final, acabavam se perdoando.

O médico chegou e conversamos bastante. Foi uma longa conversa e fiz o Edu entender que ele poderia ter sofrido um AVC. O medo chegou até ele e parecia ter clareado suas ideias.

— amor, você tem que se cuidar. Como vai continuar cuidando de nossa pequena se você se for? Lutamos tanto por ela, Edu. Ela só quer o papai e o papi, juntos. Pense nisso.

— eu sei. Acha que não me preocupo com ela? Quem foi o primeiro que ela chamou de papi? Foi eu. Ai ela parou e pensou: você eu vou chamar só de papi, o Lauro, eu vou chamar de papai, você lembra?

— rsrs, lembro. Ela só tinha cinco anos e era tão esperta. Já se passaram dois anos, Edu. Por isso eu te imploro, não me engane mais. Se eu te ver jogando remédio no vaso outra vez, eu vou embora.

— você não é doido de ir embora. Eu corro atrás de você, nem se for de bengala. — não tinha como segurar o riso.

— você não tem jeito.

Pedi a Maria que fosse pegar a Bruna e que a levasse pra casa. Eu dormiria com o Edu no hospital e precisava tomar um banho. Liguei pro motorista da empresa e pedi que me trouxesse uma troca de roupa. Ele foi buscar a Maria no hospital e depois voltou pra me entregar o que tinha pedido. O Edu estava sentado na cama e esperava o almoço. Disse que tomaria um banho e ele me segurou.

— não. Quero você assim. Gosto do teu cheiro quando volta da corrida, gosto da tua pele salgada e do cheiro do seu suvaco. Fica assim, só mais um pouco.

— você não tem jeito, está aí todo furasi de agulha e ainda tem ânimo pra me secar.

— você gosta quando eu te desejo, não gosta?

— eu adoro...Agora te digo uma coisa, não quero te ver nunca mais numa cama de hospital, entendeu?

— sim, meu rapaz. Me da um beijo decente. Porque aquele selinho foi bem michuruca.

— kkkkkk.

Antes que eu o beijasse, ele me pediu que lhe arrumasse creme dental e escova de dente. Pedi a enfermeira e trouxe imediatamente. Aí sim, fiz como ele me pediu. O beijei com toda a força do meu amor e não pude resistir, toquei seu cacete que já armava barraca sob o fino avental.

— obrigado por me amar, mesmo eu sendo um velho chato.

— fazer o quê? Não tenho nada melhor pra fazer...

— hahaha. Ainda bem, sobra tempo pra me dar atenção.

— Edu, é sério, não quero que a menina veja o que viu hoje, nunca mais. Ela está assustada.

— será que podem trazer ela aqui? Ou só quando eu tiver alta.

— só na alta.

— estou me sentindo um mal pai. As vezes reclamo por ela correr igual uma maluquinha pela cobertura e é apenas uma criança querendo viver.

— então faça direito daqui em diante. Tome seus remédios na hora certa e é pra tomar e não jogar fora, como já te peguei fazendo. Não brinque com a sua saúde. Vai acabar me deixando pros tubarões. Pense, eu, lindo, gostoso e com esse pauzão...viúvo aos trinta e cinco anos?

— aí, mané...quer que eu levante e te dê uma surra? Ainda consigo te dominar...

— kkkkk, descanse e chega de bobagens, amanhã a tarde já vamos estar em casa.

Ele passou o resto do dia e o dia seguinte todo em observação e sendo medicado. Pedi ao motorista que levasse roupa limpa pro Edu e assim que o médico assinou a alta, fomos pra casa. Saiu todo impetuoso do hospital como se nada tivesse acontecido e vi enfermeiras suspirando de amores por ele. Senti uma pequena ponta do velho e conhecido ciúmes, mas passou quando ele pegou na minha mão e saímos juntos daquele lugar que cheirava à éter.

Fomos pra casa e nem bem saímos do elevador e vimos uma ruivinha com sardas no rosto já nos esperando no hall. Ela, com todo o seu amor e carinho, pulou no colo do papi. O Edu a abraçou e entramos.

— papi, você está aqui. Que felicidade.

— o papi sentiu saudades da Bruna. Obedeceu a Maria?

— obedeci, né Maria? — a Maria fez que sim com a cabeça e entreguei à Maria uma lista com tudo que o Edu não podia comer. — filha, vai tomar banho, pede pra Maria colocar um pijama bem bonito em você. — disse.

— papi, posso dormir com vocês hoje? Só hoje...

— pode sim, mas agora, obedeça o papai e vá tomar banho. — o Edu disse e ela saiu correndo.

A Maria foi ajudar a menina e ficamos sozinhos na sala. Ele se deitou no sofá com a cabeça no meu colo e eu acariciava seus cabelos acinzentados. Chorei por instantes, um choro silencioso e profundo. Agradeci não sei quem pela vida do Edu e por tê-lo em meus braços mais forte que um touro. Só eu sabia o quanto aquele homem era importante na minha vida. Meu destino estava ligado ao dele de todas as formas possíveis. Ele abriu os olhos e viu minha última lágrima cair.

— nãaaaao, Lauro, por favor amor...não chore.

— olha aqui seu velho rabugento e xarope, não me faça te bater... caramba, Edu.

— ei, já passou...eu estou aqui com você, com a nossa filha...prometi que vou me cuidar direitinho. Aprendi minha lição, depois de velho, mas aprendi. — ele riu.

— não tem graça. Eu não sei o que faria sem você, de verdade.

— meu amor, não se preocupe. Não vou te deixar desamparado... — eu o interrompi.

— eu não estou falando em dinheiro, Edu. Estou falando emocionalmente. Porque eu sinceramente não sei se aguentaria. Minha tábua de salvação hoje é a nossa filha, mas homem, como você me completa, você não faz ideia.

— eu sei sim. Acha que não sei o quanto dedica sua vida à nossa família e a mim? Meu querido, você é a base de sustentação dessa casa, nosso porto seguro, o capitão desse navio que é a nossa vida e o dono do meu coração. Sei de cada detalhe seu em tudo que a Maria faz nessa casa, até nos arranjos de flores. Você adora tulipas vermelhas, por isso mando entregar toda a semana, pra alegrar nosso lar com suas flores favoritas. Você cuida da minha vida mais que eu mesmo e como te agradeço por isso, mesmo eu reclamando as vezes. Eu te amo como nunca amei ninguém nessa vida, por isso eu expus sem medo, nossa relação, pois eu sabia que contigo seria pra sempre. Agora me faz um favor?

— claro, pode pedir ...

— me beije com toda a safadeza que você guarda aí dentro, porque daqui a pouco, àquela serelepe vai lá pro nosso quarto e já sabe, né?

— hahaha, sim. Deitar e dormir.

Seu pedido foi atendido de imediato. O conduzi a um beijo que o levou a galáxias distantes. Ele me arrastou pro quarto e sua boca acariciava meus mamilos. Nossos corpos buscavam prazer em perfeita sincronia, mas teríamos que deixar para outro dia todo nosso desejo. Escutei um barulho no corredor e uma mão pequenina abria a porta. Já estávamos deitados e ela nos partiu ao meio, como sempre fazia. Se apoderou do meio da cama e trouxe consigo um coelho azul, dentuço e de orelhas enormes. Dormimos os quatro o sono dos justos, sorte a cama ser king-size.

De manhã bem cedo a Maria entrou no quarto e me acordou. A Bruna precisava ir pra escola. Chamei a pequena e o papi parecia estar desmaiado de tanto sono. Ela me olhou e voltou a olhar o Edu.

— o papi ronca. Ouviu?

— rsrs, ouvi.

— como você consegue dormir com ele a noite toda? Eu acordei três vezes.

— o papai as vezes cutuca o papi e empurra ele da cama, aí ele pára. — ela ria.

— noooossa...tadinho.

— é brincadeira filha. Dá um beijo no papi pro papai te levar pra escola.

— ta.

Ela deu um beijo no Edu e a levei pra tomar café e trocar de roupa. Eu a levei pra escola e quando cheguei, o Edu estava dormindo agarrado com o "Orelhas". Liguei pra Construtora e disse que ele não iria. Achei melhor ele descansar mais um dia em casa, ele precisava.

Me deitei na cama tirei o coelho de perto dele, era a minha vez de sentir àquele corpo me aquecendo. Ele acordou e me beijando a nuca disse que me amava.

— tão bom acordar e sentir teu cheiro. — ele disse.

— ela reclamou do seu ronco.

— hahahaha, tadinha. Ela já foi? E nem se despediu de mim?

— foi, mas te deu um beijo. Ela não quis te acordar.

— que amor...

— quer ir à praia comigo? Bebemos alguma coisa e vamos buscar ela na escola.

— claro. Toma um banho comigo?

— humm, com toda a certeza.

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Comentários

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Amo muito tudo isso, desejo pra mim!

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Adoro esse casal,lindos :) Continua voltando com histórias deles pfv

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Amei esse conto, e fico feliz que vc de vez em quando coloque um extra dele. Obrigado pelo presente.

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Queremos segunda temporada, queremos saber sobre o sobrinho do Edu e etc... faz isso por nós! Sim?????

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Que delicia!!! Já estava com saudades desses dois. Adora esse conto, sempre me deixa pra cima. Mas chega de sustos ok, só felicidades daqui pra frente, pois a vida já tá dura de mais. kkkk

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Muito bom, vlw por ter atendido nossos pedidos, mas não pare por ai e tbm não mate o Edu, pq ai eu nãi iria aguentar e choraria tbm hahahahahaabrços

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