Once in USA - Capítulo 08

Um conto erótico de onceUpon
Categoria: Homossexual
Contém 3326 palavras
Data: 07/02/2016 17:38:33

Capítulo 08

Caminhei o mais rápido que pude ao avistar a caminhonete estacionada ao lado do celeiro. Olhei para todos os lados e não vi ninguém. Pela janela percebi que vovô estava na cozinha. Corri para o celeiro e depois para o galinheiro. Nada.

Meus ombros arriaram em sinal de desistência. Caminhei para casa e entrei. Não queria chamar atenção ou denunciar uma curiosidade excessiva. Tirei os tênis, tomei um café e então fingi considerar: - Ué, vô. O Noel não vinha trabalhar com o senhor hoje?

- Pois é meu filho... – Disse ele apoiando na pia também desgostoso. – Ele veio mais cedo devolver a caminhonete e me disse que precisava visitar o pai por uns dias. Por sorte ele já indicou um outro rapaz, mas infelizmente ele só pode vir amanhã e cobra um pouco mais.

Tentei esconder meu desapontamento. – Se o senhor precisar de ajuda... pode falar.

- Obrigado meu filho.

Um barulho de ranger de porta ecoou às minhas costas e ouvi um TOC TOC de sapatos contra o piso. Virei a cabeça rápido com um sorriso já se formando. Mas era mamãe. Ela viu meu sorriso se transformar em desapontamento. – Que isso Guilherme! Tanto tempo sem me ver e não fica feliz em encontrar sua mãe?!

Levanto e a abraço. Como já disse nossa relação não era das melhores. Lembro que nós nos dávamos muito bem. Mas houve um ponto em nossas vidas entre a infância e a adolescência, entre os meus problemas pessoais e os problemas do casamento dela no qual simplesmente nos perdemos um do outro. O vínculo parecia ter se quebrado e eu não conseguia mais me abrir com ela. Ela não conseguia mais dirigir três frases a mim sem me criticar ou me colocar pra baixo em duas delas.

- Viu papai – começou ela sentando à mesa e desabando a cabeça sobre um braço. A dramática. – Isso que eu ganho por me sacrificar por esse garoto... Ingratidão.

- O Guilherme é um bom garoto, minha filha. – interrompe vovô sem dizer que é ele quem está me sustentando e que minha mão não fez de fato nada a não ser me largar ali e mudar pra cidade vizinha. – E está indo muito bem na escola, sabia? Já tem até uma namoradinha.

- É O QUÊ??? – Dissemos mamãe e eu, em coro.

- Jenna Dawkins, a neta da Flor. A menina que veio de algum canto de Oklahoma, contou pra gente quando perguntei como você estava, Guilherme. Ela disse que você anda pra cima e pra baixo abraçado com a menina Wilson.

- Wilson? – considerou mamãe – aquela meio esquisita? Eu nunca gostei da mãe dela.

- Não é nada disso. – me defendi – A Tiffany e eu somos amigos. Só isso. E não fale assim dela, mãe. Ela é uma pessoa muito boa e não tem nada de esquisita.

- Ela fuma, Guilherme. Isso não é boa influência para você. – falou mamãe sem olhar para trás – Fora o que dizem. Não se apegue àquela ali. Se ela puxou à mãe não é flor que se cheire.

Fiquei furioso e andei em direção á escada. Não tinha jeito de conversar com ela.

O telefone tocou. Eu estava próximo a ele e atendi com raiva. “- ALÔ!” Mas a ligação estava muda. Desliguei.

Subi para meu quarto e fechei a porta. Sábado e domingo voaram. Ajudei vovô com as tarefas no primeiro dia. Minha mãe hibernou no quarto do vovô. Só saía de lá para comer, tomar banho e enxugar o estoque de bebidas da casa.

Conheci Leonard Crane, O rapaz enviado por Noel. Ele não tinha mais de 20 anos, era ignorante e vivia mastigando algum pedaço de capim. Tentou puxar algum assunto comigo uma ou duas vezes sobre os peitos de alguém. Assenti e me afastei nas duas.

No domingo estava no meu quarto analisando o livro que Noel me dera aquele dia quando ouvi o telefone tocar e embora o quarto de vovô fosse ao lado da sala minha mãe chamou lá de baixo: “- Guilherme... Não tá ouvindo o telefone!?”

Levantei e desci. Ela não estava no quarto. Estava sentada na mesa da cozinha com um copo de café fumegante na mão, vestindo um roupão azul e com olheiras enormes encarava a janela com cara de quem havia bebido todas.

TRIIIIM

- Alô?

O telefone permaneceu mudo mais uns segundos, mas eu podia ouvir a respiração ao fundo. Alguém estava na linha.

- Alô? Eu não tenho o dia todo... vou desligar...

- Guilherme? – Uma voz fraca e entrecortada. Seria um pano sobre o microfone? Era uma voz masculina, com certeza.

- Quem fala?

- Amanha... quando você for à escola... – pigarreou – eu conhecia o tom daquela voz – Sente na mesa do canto. Atrás da porta.

- Oi? Quem está falando? É você, Ben? Eu estou conhecendo a sua voz! Não seja besta!

O telefone ficou mudo. A ligação caiu.

Lá estava estresse de novo. Pensei em nem ir à aula no dia seguinte. Mas daí teria que ficar em casa e aturar mamãe por mais 7 horas, quando podia só voltar a tempo de me despedir. Pois ela voltaria amanhã pra casa de Meg na cidade.

À tarde vovô me entregou um pacote marrom endereçado do Brasil. Meu pai tinha me mandado alguma coisa. Que milagre!

“Feliz aniversário.” Uma mensagem curta e direta depois de quase um ano de afastamento, assim era ele. Será que sua secretária tinha escrito? Aquela por quem ele trocou mamãe?

- Olha! Um aparelho celular! Que legal! – Dizia vovô enquanto eu abria na varanda o pacote.

Naquela época nem todo mundo tinha aparelhos celulares. Embora já estivesse bastante popular.

- Realmente ótimo. – Disse mamãe. – fabuloso. É tudo o que nós precisamos pra nos sustentar até o próximo ano, não é mesmo?

Ignorei o comentário. Pouco antes de dormir mamãe veio ao meu quarto. Eu estava deitado, abraçado ao livro de Noel. Não houve tempo para escondê-lo. Mamãe veio silenciosamente.

- Guilherme... Nós precisamos conversar.

- Sim...

- Seu pai me ligou semana passada...

Assenti com medo do que ela pudesse dizer.

- No brasil nós estamos ainda em processo de divórcio, no qual ele se recusa a nos pensionar. Até agora ele está sendo obrigado a mandar pelo menos a sua parte, e, pra evitar nos mandar isso, ele acabou de pedir a sua guarda. O processo deve ser julgado até o fim do ano. Tudo pode acontecer até lá. Mas ele é um homem influente e... você sabe... Eu sou uma pessoa desempregada. Você nem tem ideia do que eu tenho passado. – Ela começou a chorar toda a sua vida em histórias que repetia sempre. Ela era sempre a vítima de tudo.

- Mãe, você sabe que o juiz não tiraria a minha guarda de você se você ficasse por aqui. Se você parasse de beber tanto. – Sabia que tinha tocado em seu ponto fraco.

- Você está dizendo que a culpa disso tudo é minha? – ela se exaltou – Eu não bebo tanto... “beber tanto!”... quem houve você falar acha que eu sou uma péssima mãe, Guilherme.

- Eu estou tentando conversar com você. – respondi.

- Você é igual ao seu pai! – Ela levantou indo até a porta e apontando pra mim. – Sabe, talvez seja bom você passar um tempo com ele pra aprender a me dar mais valor.

Não pude aguentar. Levantei e sentei. – Eu não quero ir pro Brasil, mãe. Não quero passar um tempo com meu pai. Mas também não estou passando nenhum tempo com você. Você não conversa comigo. Não sabe nada de mim. Você não abre a boca pra falar comigo sem me fazer sentir mal. Você me largou aqui e só aparece uma vez a cada 2 ou 3 meses.

- Cala a boca, Guilherme! Você sabe o que eu tenho feito. Quanto tenho trabalhado? Pra ficar com você?

- Ficar aonde, mãe? – Eu segurava meus sentimentos para não demonstrar fraqueza. – Você e papai estão disputando a minha guarda a ferro e fogo na justiça. Pagando advogados e expondo um ao outro. Isso é uma queda de braço entre vocês. Mas de verdade... no mundo real... nenhum de vocês dois quer de fato ficar comigo. Nenhum de vocês dois sabem sequer quem eu sou.

Levantei e bati a porta, trancando ela do lado de fora.

- Guilherme, ABRA JÁ ESSA PORTA! – Ela esmurrava a porta e meu avô subiu apressado.

- Guilherme! – ela dizia irritada por ouvir a verdade – Se você não abrir essa porta eu não vou mais falar com você, seu ingrato!

Apaguei a luz e deitei com o livro nos braços. Abracei-o, pois não tinha a quem abraçar. Nunca tive. Ela desistiu tempos depois e foi conversar com vovô na cozinha.

Talvez eu tivesse cruzado todos os limites, mas tinha dito tudo o que estava entalado em minha garganta. Adormeci e surpreendentemente dormi muito bem.

*******

Na manhã seguinte o silêncio reinava na casa. Eu sentado de um lado da mesa tomava meu café esperando o ônibus, mexia no meu celular jogando o jogo da cobrinha. Eu não gostava muito daquilo, mas sabia que mostrar que apreciava o presente do meu pai deixava minha mãe puta da vida.

Ela, sentada do outro lado da mesa, tomava seu café. O mesmo roupão do outro dia, fazia questão de ficar de cara virada. Minha mãe era tão infantil que às vezes eu não sabia como ela sobreviveu sozinha até hoje.

- Sabe, papai. – dizia ela ao meu avô que observava a cena enquanto fazia a lista de compras. – diga a seu neto que talvez eu não volte aqui na semana que vem. Eu estou muito cansada de ser maltratada. E não mereço isso.

- Deixe de ser infantil, mãe. – coloquei o celular na mesa e olhei pra ela que continuava de cara virada. – Você sabe que eu disse a verdade. Eu sei que a verdade dói, mas ajuda a gente a mudar.

- Mudar o quê, Guilherme? Eu estou bem, você que é dramático demais, como se o mundo girasse em torno do seu umbigo. – Ela me olhou pela primeira vez.

- Você quer que eu diga qual o seu problema? Você quer que eu levante e cheire esse seu café? Não são nem oito horas da manhã, mãe! Como você vai se levantar desse jeito?

Ela lacrimejou sabendo que de fato era verdade. Mas ela era dura e não admitia o problema que tinha.

- O papai abandonou a gente. E você está me abandonando aos poucos. Quer saber? – falei levantando, mas falei calmamente em uma voz baixa – Prefiro que seja de uma vez só. Quando você resolver voltar aqui... Se você não tiver parado com o álcool.... Me faça um favor e nem venha.

Saí deixando ela para trás. Vovô não se intrometeu. Ele não tinha pulso firme com mamãe e eu sabia que ele também sofria ao ver a filha se afogando em sua própria vida.

********

Eu até tinha me esquecido do telefonema até a hora do intervalo na escola. Chris Diangelis veio com a notícia de que Benny Roberts, do primeiro ano, tinha sido pego tentando roubar o gabarito das provas de sexta.

- Isso nem faz sentido... – dizia Tiffque já tinha se inteirado mais do assunto – Benny é do primeiro ano e ele foi pego roubando o gabarito da sala do terceiro ano.

- Será que ele pretendia vender? – Perguntei a ela.

Olhei para a minha mesa de sempre. Uma grande mesa de tampo azul com bancos aos lados. Típica de refeitório. Tiff sempre sentava encostada à parede. Ela comia rápido e me esperava encostada lendo. Nós sempre sentávamos ali. Haviam no refeitório diversas mesas. Umas quatro a mais do que o necessário para que os alunos sentassem. Se não houvesse essa divisão de grupos sociais, mas quem arrumou as mesas sabia que umas seriam lotadas e outros alunos, solitários, seriam excluídos a sentarem sozinhos em uma única mesa grande.

Lembrei da voz de Ben. Olhei para a mesa das líderes de torcida e os jogadores estavam todos lá. Rindo e comentando alguma coisa. Olhei para a mesa atrás da porta, era a única mais afastada. Fora de vista. Será que Ben não queria nem me ver mais? Foda-se. Eu não tinha que me esconder pra ele ter um almoço agradável sem mim em seu campo de visão.

Ele me observou disfarçadamente. E então vários olhos me olharam cruzar o salão com Tíffany. Sentamos ali no lugar de sempre. Comemos. Conversamos e...

Quando tentei levantar não consegui. Minha bunda estava colada no banco. A mesa era de ferro. Muito pesada e o banco era soldado a ela. Não tinha como sequer chamar ajuda.

- Tiff, eu estou colado! –falei baixo.

- O que?

- No banco, caramba. Logo vai tocar o sinal.

- Disfarça gui, mas todos os meninos da mesa da Regina estão olhando pra cá e segurando risadas. Foram eles! Eles querem te humilhar de novo! – Tiff espiou fingindo ler. – Olha!... o Todd sussurrou algo no ouvido do David, do grupo de química. Eles estão sussurrando um pro outro. Eles estão se virando e olhando todos pra cá.

Olhei pro lado. Minha cara deveria estar completamente vermelha. Jenna, a piriguete fofoqueira que falou de mim pro vovô se aproximou de nós e sentou ao lado de Tiff.

- Gente, disfarça, mas tá todo mundo comentando que os garotos jogaram algum tipo de cola superpotente no seu banco, Guilherme! Não se assuste. Mas isso não vai soltar. Eles estão esperando a sua reação.

Ela parecia de fato preocupada comigo.

Engoli em seco. Olhei pra mesa deles diretamente para o Ben. Ele estava me olhando com uma cara de susto. Era isso... ele já sabia do plano e tinha tentado me avisar ontem. Ele não ria como todos os outros, mas também não impediu o ato.

Respirei fundo voltando os olhos para minha mesa. Eles não me atingiriam assim tão fácil. Assenti afirmativamente para Tiff e Jenna, como quem pede “Me acompanhe!”.

Descalcei os sapatos. Desabotoei a minha calça Jeans. Abri o zíper e fui saindo de dentro delas da melhor forma que pude.

Alguns caras riam demais, quase só os da mesa da Regina, mas o resto da escola estava em silêncio absoluto. Todos os olhos em mim.

Por incrível que pareça saí da calça sem muitos problemas, ela não era uma calça justa. Tornei a enfiar os pés nos tênis, levantei. Minha camisa era quadriculada vermelha e preta hoje.

- É um bom dia pra ter um belo par de pernas! Sorte minha. – falei para as meninas que riram sem parar e levantaram me acompanhando enquanto eu cruzava o salão com a bandeja nas mãos nem aí pro que pensariam das minhas cuecas boxer pretas, que aliás eram novas e bem bonitas.

Deixei as calças pra trás. Não me sentia nervoso. O prazer de não me abalar era maior. Colocamos as bandejas na bancada. Caminhamos pra porta, mas virei enfim e fiz uma reverência à minha plateia. A escola explodiu em gargalhadas e aplausos. A mesa dos atletas não pareceu feliz com a reação provocada. Mas vi um resquício de sorriso contraído nos lábios do Ben.

- Você é maluco, Garoto! – gritou Jenna batendo no meu ombro.

Rimos bastante e eu tive que passar o resto do dia usando um par de calças que a diretora me emprestou do uniforme do zelador, depois de se desculpar pelo ocorrido. Ela sabia bem quem tinha feito aquilo, todos sabiam, mas ela fingiu não saber e disse que investigariam o caso para o responsável me dar um par de calças novas.

Ao fim do dia todos pegamos o formulário do acampamento e Jenna veio caminhando conosco. Porque afinal ela também estava deslocada e ela se mostrou ser uma pessoa legal afinal de contas.

- Acampamento do índio Jack? Que tipo de índio se chama Jack? – perguntei lendo o panfleto.

- Isso vai ser um porre! – Tiff reclamou.

- Ei, nós vamos ficar juntas! - Jenna mostrou a pulseira amarela.

Elas foram pelo caminho da casa de Tiff e eu ia seguir meu caminho pelo campo e depois atravessar a estrada até em casa. Johny ainda não tinha trazido nenhuma novidade. Mas eu não tinha pressa agora. Nada feito com pressa dava certo.

Atravessei a estrada. Tudo era campo e não havia ninguém. Continuei meu caminho, onde um carro preto parou encostando e abaixando o vidro. Para a minha surpresa era Ben. – Entra aí!

Mais uma. Mas ok. Ele tinha me avisado do banco. Ele não estava completamente contra mim. Entrei.

- Fecha o vidro. – Falou ele rápido passando a mão por cima de mim e levantando com a manivela. Os vidros eram escuros de modo que de fora não se via quem estava dentro. Mas quantos carros daquele haviam naquela cidade?

Ficamos em silêncio enquanto ele dirigiu sem me olhar ou falar.

- Sabe... se você queria me ver de cuecas, era só falar com jeitinho. - Quebrei o silêncio.

Ele riu contrariado. – Você nem tem ideia do que fez. Você é mesmo doido! – parou o carro em um canto a poucos metros da minha casa. Olhou pra mim. – Eu tentei te avisar.

- Eu lembro. Sabe, como referência pra próxima, um pano no microfone não transforma a sua voz na do Darth Vader.

Ele riu de novo abaixando os olhos. Achei graça dele ter entendido a referência ele não parecia o tipo nerd. – Guilherme, você parece ser um cara legal, mas a escola vai te massacrar se você continuar agindo dessa forma.

- De que forma? – perguntei, notando uma cicatriz quase imperceptível no canto do seu maxilar.

- Afrontando os líderes da escola. Você não entende como as coisas funcionam aqui. Você vai acabar se machucando.

- Não, Ben. Você não entende. – respondi. Tirei o cinto. Segurei sua mão que estava repousada em sua coxa. – Você vai acabar me machucando. Porque você é assim. Você chama “levantar depois de levar uma porrada” de afronta, porque você está acostumado a bater e ver as pessoas caídas no chão.

Ele pareceu atingido. – Eu não sou esse tipo de pessoa. Mas a gente tem que sobreviver, Guilherme. Pra você sobreviver você vai ter que mudar.

- Deixa eu adivinhar... – soltei sua mão, o que pareceu causar um efeito nele – Você não vai estar lá pra me defender se isso for te sujar. Entendi. Mas eu nunca tive ninguém pra me defender, Ben.

- Você fala como se tudo fosse fácil assim.

- Nada é fácil, Ben. Mas só é impossível, quando a gente não tenta.

Abri a porta do carro pra descer. – Guilherme!...

- oi?

- Deixa pra lá.

- Pode deixar. Eu não vou te expor pra ninguém, senhor machão. – Falei. Tirei um papel da bolsa e fiz algo sem pensar. Anotei ali um número – E tome! Esse é o meu celular. Se você quiser me mandar mais algum recado maluco desses, não precisa matar o meu avô do coração achando que é uma alma penada.

- E você vai confiar em mim? – ele perguntou sorrindo um sorriso torto e levantando uma sobrancelha.

“Filho da puta, gostoso, desgraçado” – Vou pensar. – respondi.

Desci do carro. Bem ficou com o papel na mão. Ele gostava de mim. De algum modo doentio e retorcido. Mas ele era um cara complicado e enrustido. Eu não sabia por quê estava dando corda pra aquilo. Mas sentia que estava errado e que, em algum ponto, me arrependeria.

Cheguei em casa, troquei de roupa e estudei até dormir.

Nos próximos dias na escola todos me trataram como algum tipo de celebridade da cueca, rs. Era o pior pesadelo de qualquer aluno perder as calças na escola. Quem nunca sonhou com isso? Mas eu tinha tirado de letra e eles sabiam que eu tinha enfrentado os Garotos do time. O que contava muito naquela escola.

A semana passou voando, na sexta tivemos provas durante o dia inteiro e no dia seguinte acordaríamos cedo para pegar o ônibus que nos levaria para o acampamento do campeonato. Me despedi de Tiff e Jenna, que meio que já lanchava com a gente todos os dias agora, e fui pra casa.

Quando cheguei já estava escurecendo, precisava fazer a mala. Seria um final de semana longe. Abri a porta da sala e meu queixo quase despencou no chão. Noel estava sentado no sofá conversando com vovô.

Continua....

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Comentários

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De certa forma, a mãe de Guilherme está certa sobre ele achar que tudo é sobre ele. Ben avisou e Guilherme foi extremamente pré-potente.Tô amando a fic.

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Prefiro o peludo do Noel. mas vejo que essa vingança vai fazer ele ficar sem os dois.

manda essa machaiada peluda pra mim.kkk

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Pelo menos o Ben tentou avisar, ja mostra algo, seja lá o que for...

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