Continuação...
Estávamos fechando a loja, quando alguém chega e me dá um susto, tocando meu ombro. Me viro rapidamente para ouvir aquela voz conhecida dizer:
-Será que vc poderia me atender? -E sorriu em seguida. Olhei pra minha patroa e ela fez sinal pra eu atender.
Sorri de volta dizendo:
-Mas é claro, Felipe. Em que posso ajudá-lo? -Falei observando-o, ele ainda estava de farda.
-Bom, na verdade eu vim pra saber como vc está e também por que eu precisava comprar uma camisa. -Falou parecendo perdido.
-Eu estou bem... E as camisas estão aqui... -Falei virando um corredor, com ele me seguindo. -Nós estamos com uma promoção: uma camisa por R$49,90 e se vc levar duas ou mais, cada uma sai por R$34,90... Hum... Aqui está... Qual o seu tamanho? -Falei, sentindo um olhar diferente de Felipe sobre mim, enquanto respondia:
-GG, por favor. Vc teria alguma preta?
-Sim... -Respondi. -Temos essas. -Falei mostrando alguns modelos de camisa preta.
-Eu acho que vou ficar com essas duas e aproveitar a promoção. -Falou sorrindo.
-Tudo bem. -Falei dobrando as camisas.
-Quer sair comigo? -Falou Felipe do nada, me dando um susto que me fez arregalar os olhos.
-O quê? -Perguntei atônita.
-Vc gostaria de sair comigo hoje, pra jantar? -Perguntou novamente empolgado. Fiquei com pena de responder e deixá-lo sem graça, mas tinha que falar... Eu não tava com cabeça pra sair...
-Helena? -Felipe chamou me tirando de meus devaneios.
-Me desculpe Felipe, mas não posso... Eu preciso voltar pra casa, tomar um banho e dormir, estou muito cansada e... -Felipe me interrompeu:
-Tá cansada por ter passado a noite em claro na cama da Valéria não é? -Falou Felipe, num tom que parecia de ciúmes, não entendi direito. Fiquei boquiaberta na hora, por ele saber sobre isso, mas acabei respondendo:
-Não é isso...
-Não minta pra mim Helena... Eu sei que vc caiu nas graças da Valéria de novo... -Falou nitidamente triste e irritado.
-Ela te disse isso? -perguntei curiosa.
-Não precisava. Eu vi quando vcs saíram ontem da delegacia de mãos dadas. E hoje, ela trabalhou o dia todo com um sorriso no rosto. -Resmungou Felipe, me deixando vermelha com seus comentários. -Olha Helena... Eu sei que vc tá gostando dela, mas toma cuidado com a Valéria... Ela pode apenas querer se divertir com vc. É só um aviso. -Falou pegando a carteira e me entregando os setenta reais das camisas ainda no corredor.
-Tchau Helena, até logo. -Falou num tom frio, se virou e foi embora. Eu nada respondi, fiquei parada, perplaxa, pensando nas palavras que Felipe disse, para eu tomar cuidado com a Valéria... É, ele tinha razão... Eu estava gostando dela. E provavelmente, nunca mais nos veríamos...
Ouvi quando Felipe passou por dona Joana e Lucrécia (patroa e dona da loja), avisando que já havia pago as camisas pra mim e as desejando boa noite, educado como sempre.
Assim que voltei para perto das duas, para guardar o dinheiro no caixa, Lucrécia começa a me falar entusiasmada:
-Menina! O que foi isso? Que gato Helena! E ele veio te ver!
-Não Lucrécia... -Ela não gostava que a chamasse de "dona Lucrécia", pois tinha apenas quarenta e poucos anos. -Nós nos conhecemos faz poucos dias -menti -e viramos amigos.
-Eu acho que ele tá afim de vc Héli, não é mesmo Joana? -Lucrécia me chamava assim, de "Héli"...
-Claro filha, a Lucrécia tem razão. -Falou a senhora de cabelos brancos sorrindo.
Depois de ouvir os conselhos delas e terminar de fechar a loja, o segurança também foi dispensado e como sempre, Lucrécia me deu uma carona até em casa, já que sua casa ficava no caminho.
Chegando em casa, abracei e beijei o rosto de minha mãe, pedi benção, tomei banho e fui jantar algo que minha mãe havia preparado, ela já havia comido, acho que não notou nada de diferente comigo, ainda usava o lenço que Valéria me deu, o coloquei mesmo depois do banho, isso, porém, ela notou:
-E esse lenço filha? Não ta com calor não?
-Não mãe, esse lenço, eu peguei lá na loja por que gostei, achei bonito e foi barato... -Menti.
-Hum é muito bonito mesmo.-Falou tocando o tecido. Em seguida ela foi pra sala ver algo na TV.
Eu não via a hora de ir dormir, estava muito, mas muito cansada mesmo. Depois de comer, lavei e sequei os objetos que usei e fui deitar. Demorei mais do que queria pra pegar no sono, mas acabei dormindo.
Acordei de manhã exausta, havia sonhado a noite toda com Valéria e muito... Sexo... Nem nos meus sonhos teria mais paz?
-Droga! -Resmunguei baixinho, olhando o relógio. Eram 6:30. Virei pro lado e voltei a dormir.
Acordei novamente com meu celular tocando, já era dez e alguma coisa. Era um número desconhecido, mas atendi, para saber quem era.
-Alô? -Disse, mais parecendo uma pergunta.
Do outro lado, uma voz conhecida, apenas me lançou:
-Helena, vc vai sair comigo hoje a noite e não aceito não como resposta. Apenas me envie por mensagem o lugar onde posso te buscar e antes das nove estarei lá. -E desligou sem me dar chance de recusar...
Continua...
Estou desconfiada de que vcs não tão gostando do conto :/ bjs e até logo...
