[Repost] O Lutador de Jiu-Jitsu - Capítulo 1

Um conto erótico de Adam
Categoria: Homossexual
Contém 2341 palavras
Data: 03/01/2016 03:22:44
Última revisão: 03/01/2016 03:31:34
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Gente, alguns pontos importantes antes do conto: O conto NÃO foi escrito por mim, ele foi originalmente publicado em uma comunidade do finado orkut em 2011 pelo Gabriel. Como eu sou apaixonado por essa história, salvei ela pra reler sempre que bater saudade, encontrei ele hoje aqui no meu computador e decidi repostar ela aqui pra que vocês também a conheçam e se divirtam tanto quanto eu me diverti quando li ela pela primeira vez. O conto será postado na íntegra, sem qualquer alteração. Com a queda do orkut não conseguir contatar o Biel, mas acredito que ele não se incomodaria que outras pessoas conhecessem sua história, dito isso, vamos ao conto:

Boa noite gente... sou um devorador de contos de carteirinha desta comunidade... leio TUDO... com tantas histórias lindas, emocionantes e picantes, rs, me senti seguro de escrever a minha REAL que aconteceu quando tinha 16 anos... espeto que alguem acompanhe, porque nao foi fácil pra eu decidir escrever esta história, tendo que até convencer a pessoa que está comigo atualmente...rs nao vou revelar quem ele eh para nao adiantar os fatos que vocês lerão no proprio conto espero que gostem... bjos e boa leitura...

Capítulo 1

Estava muito nervoso. Nervoso não, apavorado! Deus! Por que fui aceitar essa loucura? Por que simplesmente não fiquei calado, apenas na minha como sempre, e desempenhei meu papel comum de amigo que está solidário, mas sem me comprometer? Francamente, não sei. E agora estou ali, naquela enrascada, apavorado. Meu corpo tremia violentamente e eu estava branco, se ainda era possível ficar mais branco do que já sou! Estava me sentindo um animal no corredor frio rumo ao abatedouro. Ouvia os sons abafados ao longe, e cada vez mais meu peito ficava paralisado, como se tivesse uma pressão de duas toneladas sobre ele. A garganta estava seca! Mas ela não podia estar seca, tinha que hidratar... onde estava a maldita garrafa d’água... a ali. Um gole somente...

Garota> Gabriel? Está na hora...

Tremi ligeiramente e engasgado pensei, ferrou! Respirei fundo e balbuciei:

Gabriel> Fazer o que? Vamos…

O corredor não era longo, infelizmente... mas meus passos pareciam que estavam sendo reslizados com sapatos de cimento, junto com uma bola de ferro no pescoço... mas, consegui chegar ate a lateral do palco. Luzes meio incandescentes me cegaram ligeiramente. Paro. A garota que me conduziu sussurou no meu ouvido:

> Quando você for anunciado você entra, ok? Espera aqui.

E ai, simplesmente minha vida passou pelos meus olhos.

ANTERIORMENTE

Meu nome é Gabriel. Sou filho único. Morei até os meus 5 anos de idade em uma cidade pequena no interior do Rio Grande do Sul, onde nasci. Tenho poucas lembranças de lá. Somente me lembro de nossa casa, que era pequena com apenas dois quartos, e que meu pai trabalhava no campo e minha mãe na escola municipal como professora de inglês. Lembro-me apenas de que todos os dias, no fim da noite, quando meu pai chegava, me pegava no colo e ficava olhando pra mim de uma forma muito carinhosa até mamãe chegar do trabalho. As vezes ele cantava... uma canção tão bonita...

Cantava várias músicas, em inglês principalmente, pois meu avô foi imigrante inglês (duma cidade na Inglaterra) o que manteve a língua viva para os seus 3 filhos: papai, tio Albert e tia June. E conseqüentemente papai também manteve os costumes junto com mamãe que, embora brasileira, também dominava a língua, pois era formada em letras com especialização em língua inglesa. Meu pai e minha mãe se conheceram na faculdade de letras e, juntos, terminaram o curso.

Mamãe é natural da cidade de Recife. Tem o cabelo loiro e os olhos verdes. É uma mulher realmente bonita. Alta, pele alva. Papai também. Tem quase 2 metros de altura, loiro (xuxa, rsrsr) e de olhos azuis limpidos. Iguais aos meus.

Porém, ainda quanto tinha 5 anos aconteceu um acidente na lavoura, e grave! Meu pai faleceu. Não me lembro muito deste tempo. E mamãe não fala absolutamente nada sobre o assunto. Mas, apenas sei que seis meses depois da morte de papai, mamãe resolveu voltar a Recife, pois não suportava mais viver lá naquele lugar com as lembranças de meu pai. Meus tios e avós entenderam. Então, fomos.

Onze anos se passaram e eu me tornei um garoto interessante. Bom, vamos deixar a modéstia de lado (embora nunca tenha entendido por que exista modéstia no mundo – é uma forma falsa de você dizer, ahhh sou feio, soh pra o outro rebater e dizer você é lindo...), bom, estou com 16 anos de idade, tenho 1,80 metros de altura, corpo normal, não tenho barriga tanquinho não, mas é uma taboa. O que realmente chama atenção em mim são duas coisas, a cor do meu cabelo, loiro, muito loiro longos até os ombros, e os olhos que são de um azul intenso mas que ficam clarinhos quando estou feliz, ou seja, mudam com o humor.

A propósito, sou gay (deu pra perceber né?) desde os 7, kkkkkkkk, depois conto como foi (mas nada de pedofilia em, apenas me descobri nesta idade).

Quando minha mãe veio para Recife, ainda com uma criança nova, foi duro para ela. Ela vendeu nossa fazendinha lá no RS e assim que chegou em Recife comprou um apartamento no Pina... mas, Recife é uma cidade grande, bem diferente da cidadezinha do interior onde morávamos, com custo de vida alto, e professor não ganha muito bem, vamos salientar.

Assim ela teve que passar a trabalhar meio que três turnos. Trabalhava 6 horas como professora por dia em turnos alternados e nos demais como massoterapeuta em um clínica de estética. Essa profissão da minha mãe fez com que eu aprendesse tudo sobre massagens. Com 14 anos fiz um curso técnico e trabalho com isso até hoje, ajudando minha mãe. A propósito o nome dela é Júlia.

Passamos por muita dificuldade, embora nunca tenhamos passado fome. Minha mãe sempre foi muito competente, e com isso, ganhou crédito na escola onde lecionava e com o tempo acabou sendo coordenadora educacional da escola, um cargo abaixo apenas do de diretora (ocupado pela proprietária, D. Alba). Hoje vivemos bem, sem muito luxo, mas como conforto.

E foi por causa justamente da segunda profissão da minha mãe, a de massagista, direcionada a atletas, que simplesmente me encontro na enrascada atual. Simples, mamãe convenceu a diretora a fazer uma academia de jiu jitsu e vale tudo na escola como sendo uma forma de incentivo ao esporte e para os alunos carentes e bolsistas da escola. Essa parceria era com a maior academia da cidade, a ATLANTIS, onde minha mãe prestou alguns serviços aos atletas da academia quando eles iam na clínica de estética onde ela trabalhava, pois foi lá que conheceu o proprietário e a idéia nasceu dai.

Pois bem, hoje era a inauguração da ATLANTIS – Your Song. E quem iria cantar na abertura para um público, entre alunos e convidados - quase 2 mil pessoas! Isso mesmo, o pio-pio amarelinho aqui que por sinal, inventou o termo timidez iria cantar para 2 mil pessoas. Cara, sou tão tímido que meu esporte natural é ficar vermelho. Na realidade fico vermelho com tudo, até quando respondo a chamada na sala de aula. Rs. Mas isso vocês verão...

Garota> Vai começar...

Senti o almoço querer voltar pra panela... respirei fundo, e ainda deu tempo pra olhar de lado e ver a Juliana rindo e fazendo sinal positivo... aquela vaca que me convenceu a cantar... convenceu não! Impôs, dizendo pra mãe dela, a D. Alba e mainha que seria incrível se eu cantasse a música que deu o nome da academia, Your Song de Elton John. Ainda lembro aquela louca falando pra mainha e D. Alba...

Jú> Dona Júlia, como a academia tem o nome da música que foi tema de amor da senhora com seu Julian (sim o nome de meu pai) nada mais perfeito que o Gabi cantar pra nós... ela é linda... e a voz desse menino (dando um tapa tira catarro nas minhas costas) é fantástica... parece um tenor...

Gabriel> Sem chance... (fui interrompido)

Mãe> Mas olha que idéia maravilhosa filha, o Gabriel tem a mesma voz do pai... alias eh um pouco mais alta e ele canta essa música maravilhosamente... (já empolgada) lembra filho que era a música que seu pai lhe cantava todos os dias (seus olhos se enchem de lágrima neste momento), mas você era tão pequenininho...

Gabriel> Lembro... (num sussurro).

Vendo a tristeza que nos abateu, Jú praguejando tenta concertar...

Jú> Então tá feito. Ensaia a música visse cabeção... vou providenciar tudo, não se preocupa...

Quando ia protestar, D. Alba pega minhas duas mão e as junta nas delas, emocionada e diz:

D. Alba> Obrigada meu filho por essa alegria... não sabe a satisfação que eu tenho em ver o filho de minha grande amiga cantar na minha escola... estou tão emocionada (entre lágrimas)

Ai meu Deus, o que fazer? A mulher mais braba do mundo com os olhos em lágrimas, e eu vermelho que nem o boi garantido disse:

Gabriel> Será um prazer...

E foi assim que aconteceu... estava eu ali, apavorado, transparente, tremendo na coxia do palco no ginásio de esportes, ao lado da nova academia, entre solenidades escutando ser anunciado o momento final que daria início ao que mais tarde seria, a grande mudança em minha vida...

D. Alba> Alunos, pais e convidados. Hoje é um dia de festa. Festa porque traduz a alegria de estarmos inaugurando mais que uma fonte de lazer para nossos alunos em nossa escola. Estamos inaugurando o que pra alguns possa ser o futuro, como uma rede de pesca que colhe novos peixes e que ensina a pescar. Hoje é o dia em que selamos a parceria entre a escola Virgem de Lourdes e a academia ATLANTIS. Convido o Sr. Guilherme Nobre, proprietário da academia ATLANTIS, ex aluno.

Enquanto eu ouvia os aplausos, estava tão nervoso que não conseguia enxergar nada além do microfone em minha mão junto da minha boca. Nem escutava direito o que o tal do Guilherme estava falando junto com D. Alba, pois ficava o tempo todo passando a letra da música na mento, quando escuro no meu ouvido.

Jú> Nossa que gatooooo...

Gabriel> Nossa que gato (repeti involuntariamente – e para meu desespero, no microfone)

O silencio pairou no mesmo instante, e o tal do Guilherme olha fatalmente pros lados quando neste momento olha profundamente pra mim com aqueles olhos negros. Foi a visão mais apavorante de minha vida, recuei dois passos. Olho do lado e a prostituta da Juliana tinha dado o fora. O dono da academia com uma cara fechada com os olhos fuzilando-me vira o rosto e continua o discurso agora com a minha total atenção...

Guilherme> Nem sempre causo este impacto no ringue... (a platéia vai ao delírio e cai na risada – graças a Deus ninguém me via porque estava rubro) mas, continuando, é uma honra está em parceria com a escola Virgem de Lourdes, local onde completei meus estudos.

Guilherme> Quando aqui estudei, via a grande possibilidade de introduzir o sonho de aliar o esporte que eu pratico com as atividades escolares, além do futebol, do vôlei, basquete entre outros...

Olhando para aquele homem enorme, que possivelmente iria me quebrar ao meio na primeira chance, não pude deixar de entender o que a Jú havia dito, ele tinha acho que 1,90m de altura, os braços pareciam esculpidos no mármore e tirados de um fisiculturista; a coxa daria com certeza o meu tórax, vez que se ele se agachasse rasgaria o jeans nas laterais. Contudo o mais marcante são os olhos tão negros que penetrantes – pelo menos naquele momento pareciam me perfurar a cara - num rosto quadrado e cabelo também negro – era um gato mesmo. Mas o engraçado que não era bonito em si – tipo galã, era mais uma beleza rude. Era carrancudo, cara de homem, com algumas cicatrizes na testa – o rosto realmente não era tão bonito, mas era o conjunto que dava um charme, e a voz grossa, como o trovão.

Guilherme> As lutas de boxe, jiu jitsu, luta livre são esportes que requer disciplina, responsabilidade e acima de tudo respeito (olhou de rabo de olho em minha direção – só não corri de lá porque afinal os malditos sapatos de cimento impediam). Mas, como na época ainda não tinha tanta responsabilidade em minha vida, não consegui. Contudo, graças a uma senhora maravilhosa, que conheci este ano, D. Júlia (todo aplaudiram no mesmo instante – minha mãe arrasa na escola) Aplaudam, ela realmente merece. Bom D. Julia fez a ponte entre minha academia de a escola o que agradeço a ela e D. Alba por este momento que hoje celebramos. Obrigado. Um sonho meu se realiza hoje. Espero que eu possa realmente transformar alguns de vocês que estão na platéia, assim como fui transformado a 13 anos atrás, quando tinha 10 anos e iniciei meus estudos das artes marciais. Obrigado. (e olhando enviesado pra mim mais uma vez foi se retirando lentamente pelo lado direito do palco)

Aff, que bom que eu tava do lado esquerdo, rsrsrsrs, pois pelo olhar que ele me deu naquele momento pensei que fosse arte das trevas que ele tinha iniciado aos 10...

D. Alba> Bem, obrigada meu querido pelas belas palavras, e então chamo aqui no palco a coordenadora Julia, minha querida amiga, ela tem um lindo presente para nós, Júlia!

Todos aplaudiam de pé. Amo minha mãe...

Júlia> Obrigada Alba. Pra mim isto tudo que hoje acontece é um sonho realizado. Obrigada a todos. E principalmente a você queria amiga, e ao Guilherme, que embora jovem, parece já um homem feito. (pra mim parecia um pit bull pronto pra rasgar meu pescoço) chama-se ATLANTIS – Your Song. Que esta música seja o som maravilho de um lugar que fará diferença em nossa escola por existir. Sua música (meu Deus, tava tanto entretido no cara da academia que tinha esquecido que iria cantar...) E agora, o aluno Gabriel irá interpretar o tema de nossa academia. Your Song, seja bem vindo Gabriel.

(ferrou)

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Comentários

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Eu tb li esse conto... devo tê-lo arquivado... Muito bom... maravilhoso... vale a pena relê-lo.... Abçs

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Instigante! Soube prender a atenção de quem começou a ler. Não nos deixe ansiosos para ler o próximo capítulo.

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Gostei muito, já quero a continuação. Abraços 😄

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Acho que esse e o conto que eu ja li e procurei pra reler, mas nao encontrei. Se for, sera otimo mesmo

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