Sangue Quente: Um erro

Um conto erótico de v.
Categoria: Homossexual
Contém 2698 palavras
Data: 20/01/2016 21:31:23

O salão era bem iluminado e no centro havia uma figura recurvada, encarando o chão. Era dela que vinha os gritos agoniantes. Ela parecia estar sofrendo uma dor que eu não tinha entendido, até o momento em que uma janela no alto, parecido com um alçapão era aberto e a luz do sol entrava.

Eu tremi com o grito, Thomas estava atrás de mim. Tentei permanecer quieto, eu não tinha direito de falar ali. Aquele era um país longe da minha juridição. Aquela cena era agoniante. Olhei ao meu redor e só via mantos negros, feito estatuas sombrias. Em frente a figura eu pude notar um trono de madeira com vários detalhes entalhado. Sentado nele estava Baltasar, pai de Thomas, Caius e Samantha. Ele parecia presunçoso, estava gostando da cena que via.

Seu rosto era impassível, como um deus caído na humanidade e mostrar a sua força e soberâniedade. Não usava um terno como no outro dia, agora vestia um manto vermelho sangue. Um verdadeiro rei das sombras. Não conseguia desviar meu olhar do seu rosto. Era tão perfeito como seus filhos. Mas um pensamento me veio na mente. Onde estava os outros dois filhos dele? Caius e Samantha. Também procurei por minha irmã. Agradeci por não te-la visto naquele recinto. Menos um trauma para sua memória.

Percebia que tinha prendido minha respiração. Soltei com um pouco de cuidado, não queria fazer movimentos bruscos, eu sentia que o clima do lugar não era dos melhores.

- Você está sendo condenado por matar por prazer e não por sede. Essa acusação confirma?

- N-Não... Eu sou inocente... - Disse o homem.

- Abra a comporta - Falou Baltasar com o mesmo tom de voz.

A luz voltou, junto com o grito de agonia. Eu pude perceber que saía fumaça do homem. Ele estava queimando. Era possível ver a pele sendo queimada e sua carne aparecer, depois chegava a momentos que aparecia os ossos. Me perguntei por que ele não fugia daquilo. Só que eu sabia a resposta. Baltasar o mantinha ali sobre o poder da mente. Thomas havia me contado que seu pai, por ser o primeiro vampiro, por ele ter dado a alma para o próprio demônio, fazia com que ele tivesse poderes inimagináveis.

A luz havia sumido de novo. Acho que isso ia durar um bom tempo, O corpo caiu no chão, contudo o homem conseguia se curar dos ferimentos.

- Você está sendo acusado de matar por prazer. Isso confirma criança? - Baltasar parecia tão calmo. Era assustador, quase medonho. Ele deve ter escutado meu pensamento, porque olhou diretamente para mim por um segundo e voltou a encarar o condenado. - Eu posso fazer você sentir uma dor pior do que essa. Só quero a verdade. Você matou a mulher e seu filho?

- N-não... - O homem já se encontrava cansado. O rei das trevas fez um movimento com a mão para um de seus guardas abrir a janela de novo. - NÃO! - Gritou o semi-morto. - Eu me rendo, sim eu matei aquela vadia, e o sangue dela era maravilhoso e o de seu bebê foi o melhor sangue que eu bebi. - Um riso distorcido saiu de sua boca.

- Otimo, julgamento terminado. Samantha, ele é todo seu. - Então um dos capuzes foi abaixado e eu consegui vê-la.

Samantha tinha um manto que cobria todo o seu perfeito corpo, mas era fácil reconhecer o seu rosto. Seu cabelo estava todo penteado para trás e ela parecia contente com o término do julgamento. A garota andou sem a menor pressa até o assassino. Quando percebi, seus olhos ficaram vermelhos e seus caninos haviam se alongado. Com um movimento muito rápido ela rasgou a garganta do vampiro, depois com mais outro golpe arrancou-lhe a cabeça. O corpo, já sem vida, caiu no chão com um som abafado. Ela deu um de seus sorrisos maliciosos, com sangue escorrendo de seus lábios e se virou como se nada tivesse acontecido. Segurei o vômito com a maior força que conseguia e sai daquele lugar.

Thomas me seguia enquanto eu ia para o banheiro. Vomitei o máximo possível na privada. Aquilo me enojara muito, não só pelo fato da morte da criatura, pois já havia cortado uma conta bem grande de cabeças, mas sim por que ele tinha morrido. Ele era um assassino cruel, monstruoso. Um demônio.

- Mas é isso que eu sou também nick. - Falou Thomas. - Um demônio.

- Por favor thom, vai embora. - Mais vômito. - Não precisa e não quero que veja essa cena. - Não do desse jeito, por favor vai embora.

- Meu amor, você não acha que é meu momento de te proteger? As vezes penso que eu sou um pária para você. Ter que sempre me salvar.

- Qual o problema minha donzela? - Thomas revirou os olhos e eu vomitei mais. - Ai eu odeio vomitar. - Mais uns minutos e meu estômago estava vazio. Eu estava ótimo de novo. - Aquilo acontece com frequência?

- O que? Um julgamento? As vezes, tem períodos que é quase toda semana. Mas tentamos manter o tratado. O país é nosso, e não matamos... Muito. - Falou Thomas com certa repugnância.

- Sabia que eu te amo? - Disse. - Mesmo sendo sua natureza matar, você prefere caçar animais em vez de pessoas.

- Mas isso não me faz melhor... - Sua cabeça encarava os sapatos. - Não, não te faz melhor... Te faz perfeito. - Dei um sorriso e vi que meu namorado também sorria. - Eu te beijaria, só que devo estar com um hálito péssimo. - Comecei a rir. - Cadê minha escova de dentes? - No caso era a única no banheiro. Vampiros não precisam escovar os dentes.

Algo ainda me incomodava. Não sabia o que era, parecia como seu eu estivesse sendo chamado para algum lugar. Algum perigo. Paranoia não era mais, eu sabia que aquele sentimento era de que algo estava para acontecer. Encontrei os olhos cinzas que eu tanto amava e ele pareceu entender. Estremeci. Meu mundo nunca seria normal.

- Thom - Chamei por ele. - Me faz um favor?

- Todos que você quiser. - O vampiro me beijava. Ele podia sentir meu medo. - Nada vai acontecer, sabe disso ?

- Sei... Vai ver é só saudades de casa. Pode me dar um celular para eu ligar para Miah? Sinto falta da minha amiga. - Se tinha alguém nesse mundo que podia prever o futuro e me contar tudo era ela. A minha melhor e favorita bruxa.

- Claro, mas só depois disso. - Thomas encostou de novo seus lábios nos meus.

Agora não era algo como medo ou receio. Agora o beijo era de ternura e paixão. A mesma paixão que sentíamos um pelo outro desde o momento em que nos vimos nos corredores daquele colégio, que parecia ter acontecido um século atrás. A mesma eletricidade passava quando nossas línguas se encostavam. Podia senti-las chegando até as pontas dos dedos dos pés. Meu coração acelerou mais e ficava quente. Minha temperatura aumentando, logo agora. Isso era um mal presságio. Só acontecia com um perigo, e Thomas nunca foi um perigo para mim. Mas tentei me entregar o máximo ao beijo. Eu puxava seus cabelos da nuca e ele me empurrava ainda mais ao seu encontro.

Enrosquei minhas pernas no tronco dele - o lado bom de ser mais baixo que seu namorado - e intensifiquei a carícia. Senti o meu desejo por ele aumentar. Eu o queria, mais que a mim mesmo, mais que o ar que respirava. Ele era o que me prendia nesse mundo, a minha gravidade. O meu astro rei. Eu o desejava dentro de mim, ele pareceu notar o meu libido crescer. Quando estava beijando meu pescoço a porta bateu. Fingimos não notar, contudo a batida era mais rápida, urgente e forte. Eu gemi de angústia e Thomas me separou de seu corpo.

- Quem é? - Gritou ele, nervoso.

- Octavian. - Disse a voz. Eu podia sentir o o grunido vindo da garganta de meu vampiro. - Eu sei que o Nicco está ai também. Preciso falar com ele.

- Eu não tenho nada para falar com você Octavian, vai embora. - Falei com o tom de voz mais ameaçador que eu conseguia.

- Por favor nick... Eu preciso falar se não... - Uma pausa. - Eu vou morrer de tortura. Ou eu derrubo a porta e faço você me ouvir por mal também. A opção é sua.

Pensei por um minuto inteiro. Thomas me fitava, com um olhar ansioso. - Ok, thom, vou dar uma chance para ele. - Senti em seus olhos a dor que eu causava com aquelas palavras. - Ta bom Octavian, vou conversar com você.

Abri a porta do banheiro e sai. Me perguntei como deveria estar. Vermelho com certeza, com uma temperatura bem alta, até para um humano. Cabelo todo desarrumado, com os lábios inchados e com várias marcas de chupão pelo pescoço. Mas eu notei que não ligava.

Comecei a andar pela casa, até ver que era Octavian que fazia o caminho. Estávamos nos encaminhando para o jardim. O sol brilhava bastante naquele dia, fazia meus braços arderem um pouco.

- Então, o que você quer? - Falei me virando para ele.

- Eu não vou falar aqui... - Ele me olhou com um olhar perverso. - Venha, antes que ele me pegue. - Octavian agarrou minha cintura e saltou paa longe da casa. Fomos direto para um bosque pequeno e quando percebi estávamos em cima de um prédio, bem longe da casa grande.

- Como.. Como cheguei tão rápido?

- Eu sou rápido, querido. - Ele piscou um olho para mim. - Sabe, as vezes o sol é meio irritante. - Ele revirou os olhos. - Melhor descanar um pouco, parece que vai cair a qualquer momento.

- Mas eu estou perfeitamente be..- Octavian estalou os dedos e eu dormi profundamente.

Tive um sonho medonho. Tinha voltado para a minha cidade. Na verdade meu melhor amigo e irmão de luta me olhava com um jeito penoso. Akira não parecia bem. Então percebi que minha boca babava. Não! Não era saliva, era sangue. Eu estava engasgando com meu próprio sangue. Ele estava imóvel, não conseguia se mexer. Eu ouvia gritos ao longe e meus lhos ficaram negros. Acordei com um sobressalto. Octavian me observava. Seus olhos negros misturados com violeta faziam seus olhos serem únicos. Combinava perfeitamente com seus cabelos grandes lisos como água. Tudo estava escuro, já era noite. Uma noite fria cheia de nuvens. Octavian jogou sua jaqueta de couro para mim. Peguei por reflexo e a coloquei.

- Você me dopou? - Minha garganta arranhava um pouco.

- O nome disso é domínio da mente, eu treinei com o tempo. - Ele falou de maneira irônica. - Sabe, a noite seria linda sem essas nuvens. Hoje é lua cheia. - Octavian fechou os olhos e senti o poder emanar dele. O rapaz era muito poderoso. Sabia disso desde a primeira vez que o vi. Poderoso e perigoso. - Pronto bem melhor.

Olhei para o céu, não havia mais nuvens. A lua grande e branca brilhava na escuridão de estrelas. Uma noite linda.

- Co-como fez isso?

- Não importa. - Balançou a mão. - Eu queria ter uma conversa com você sobre... Rebekah. - Aquele assunto. O tabu que não queria falar.

- Você, seu maldito, roubo ela de mim! - Gritei. - Eu te odeio tanto, você não tem noção. - Saltei em cima dele, acertei-o com um dos meus socos e pude escutar uma costela se quebrar. - O que mais amava.

- Nicco - Disse Octavian, com uma irritação na voz. - Me escuta! - Ele segurou meus pulsos. - Meu deus. Você me dá nos nervos as vezes. Eu tinha que fazer isso!

- O que? - Paralisei por um momento.

- Isso mesmo. Eu fui mandado para isso. Bem... - Começou a falar. - Eu devia ter feito isso muito antes de ter acontecido. Muito antes de Thomas aparecer naquela cidade.

- O que você quer dizer com isso?

- A cidade precisava de um caçador para protege-la. Não sabíamos como tinham conseguido sobreviver sem um protetor lá, naquela linha cruzada de energia.

- Não... Estou entendo Octavian.

- Ah, nick... Você era para ser meu... - Ele não me olhava mais, parecia estar se lembrando de algo. - Eu fui lá para causar algo que fizesse seus... Hormônios de caçador se ativarem, mas não consegui fazer isso. Eu acabei apenas observando você e sua família. Estava maravilhado com você... Um humano tão lindo como... Mas então ele foi mandado...

- Quem? - Eu sabia a resposta só não queria acreditar.

- Thomas... Ele foi mandado para justamente para fazer o que não fiz. Ordens de nosso pai, e quando um criador manda você é obrigado a obedecer. Contudo, aconteceu o mesmo comigo. Ele se apaixonou por você no momento em que te viu dentro do carro dele. Aquilo me deixou tão irritado, porque era para ser eu. Era a mim que você deveria ter amado. Eu te conhecia melhor do que ele naquele momento. Eu... - Ele segurou no chão, enfiou seus dedos no concreto de puro ódio.

- Calma Octavian... Eu...

- E de puro ódio eu matei sua irmã. Queria incriminar ele, mas não consegui. Queria que você sentisse a dor que eu sentia. Eu sou um monstro. - Ele fechou os olhos e riu, como se fosse uma piada sombria. - Porém eu cumpri minha missão afinal. Você virou um caçador.

- Eu... Eu não sei o que dizer... - Eu sentia raiva, ódio, só que tinha mais. Eu queria abraça-lo, reconforta-lo. Falar que estava tudo bem. Eu queria... Beija-lo.

- Só diga que estou absolvido. Isso já basta para mim. - Ele estava chorando agora.

- Você está Octavian. Eu não poderia odiá-lo. Nunca! - Minha garganta se apertou. Era podia ser um anjo. Mas era um anjo tolo, eu deveria odiar tudo isso, só que o que sentia era o contrário, eu o..

- Você me ama... - Ele parecia estar contemplando cada palavra. - Isso é bom... Porque eu também te amo. Niccolau... - Ele aproximou seu rosto do meu. Nossas bocas se encontraram para um beijo.

O beijo era diferente do de Thomas, era mais urgente, mais sensual. Quase animal. Não era sentimento que estava sendo retratado e repassado ali. Aquilo era atração. Ele despertava isso em mim. O meu lado selvagem das coisas.

- Eu posso despertar muito mais do que isso Nicco, só me dê uma chance. - Disse ele.

- Para de ler meus pensamentos! - Falei e voltei a beija-lo por um momento. Aquilo era realmente bom, quase tão bom quanto o de Thomas. Mas ele não era o meu Thomas. Me afastei. - Tem uma coisa... Você pode...

- Libertar Rebekah? Fazer ela se lembrar das coisas? - Ele leu minha mente de novo e eu revirei os olhos. - Isso é impossível. Ela ainda vai me obedecer, mas não se preocupe, eu não mando nela. Sobre as lembranças, ela pode acabar se recordar das coisas. Dê tempo ao tempo.

- Entendo. - Estremeci. Minha temperatura aumentara de novo naquele momento. - Melhor voltarmos, eu preciso falar com uma pessoa.

Dessa vez voltamos andando. O nosso humor estava bom naquele momento. As coisas pareciam fáceis para nós dois. Poderíamos ter nos dado bem em algum outro universo paralelo, se em vez de Thomas fosse Octavian naquele carro. Balancei a cabeça de novo. Eu ainda ia preferir o meu Thomas... Será? Chegamos um pouco depois das nove da noite. Senti meus músculos ficarem tensos.

Algo estava acontecendo, naquele momento. Quando passamos pelo portão comecei a correr para a mansão. Eu precisava ver Thomas, precisava de um telefone naquele momento. Entrei na casa e subi as escadas. Ele estava imóvel no quarto, encarando o jardim por onde eu havia passado correndo alguns segundos antes. Thomas tinha um telefone em suas mãos. Mas parecia que estava absorto em seus pensamentos e não percebeu minha entrada silenciosa no cômodo.

O telefone tocou em suas mãos. Eu pressenti aquilo. Algo ruim estava acontecendo. Eu sabia. Thomas virou rapidamente para mim e jogou o aparelho na minha direção. Peguei-o no ar e apertei para poder atender.

- Alô? - Disse a voz, que eu amava, do outro lado.

- Miah?

- Nicco! Graças a Deus você atendeu! - Percebi que sua voz estava tremula e urgente.

- O que esta havendo? - Eu agora estava desesperado.

- Nicco, você precisa voltar, urgente! Sua tia... Ela ... Sua tia foi raptadaOi galera!!! Voltei, desculpem me, porque semana passada não postei esse cap, mas é pq foi uma semana meio difícil e tals, mas agora eu estou postando esse e espero não perder mais nenhuma semana. Tomem cuidado porque as coisas vão ficar borbulhantes de tão quentes. Mortes estão por vir, melhor fazerem suas apostas nos sobreviventes hahaha

bjbj do v

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