Louco amor - metido a machão pegador 31

Um conto erótico de Lipe
Categoria: Homossexual
Contém 5650 palavras
Data: 20/01/2016 20:00:25

Olá meus amores, tudo legalzinho?

Bem, confesso que o capítulo que se segue foi uns dos mais difíceis que eu escrevi, na hora que comecei bateu um branco daqueles que durou dias, eu tinha todo o roteiro em minha cabeça, porém não estava conseguindo encaixar as palavras de forma que dessem uma coerência boa a história, por isso desde já peço a compreensão de vocês se notarem um decaída na minha qualidade de escrever (que já não é muito boa).

No capítulo 29 eu comentei sobre uma surpresinha para quem leu “A carta”, na verdade é uma participação pequena dos dois protagonistas nesta série que deveria ter ocorrido no capítulo anterior, mas que por questão de tamanho não foi possível como não será possível nesse também, mas garanto a participação deles no próximo. Espero que gostem. ^^/

Flor de Lis: Fagner é um cara forte ;) Bjs :*

Ms_Cleiton: Fico até sem jeito assim ^^ Bjs :*

Hello: Calma, sua curiosidade vai ser saciada, assim espero rsrs. Bjs :*

Amordestinados2: Você não sabe o quanto vai>< Bjs :*

Chele: kkkk quero te matar nada, se você morrer, quem vai me elogiar? (Brincadeira viu kkk) Fico feliz que consegui te passar tantas sensações :) Bjs :*

CDC-LCS: Cara eu não sei fazer esse avianhãozinho rsrs. Pedão. Concordo com a parte do velho chato e fico feliz se realmente achou o capítulo bom ^^ Bjs :*

Martines: Sua ansiedade acaba agora meu amigo ^^/ Bjs :*

Leandi: Nem me fale, vai ser um Deus nós acuda quando ele descobrir... Se me agredir eu te processo em (brinqs kkk) Bjs :*

Mr.John: Dá muito medo>< E sobre a surpresa, seria apenas uma pequena participação dos protagonistas no próximo capítulo como expliquei lá em cima. Bjs :*

LC..Pereira: Só um segredo nosso: “Eu também não gosto dele” rsrs. Bjs :*

Ru/Ruanito: Valeu ^^/ Bjs :*

Grazy s2: Mesmo bêbada não deixa de ler, isso sim é amor ^^/ só espero que não tenha se esquecido do que leu no outro dia. rsrs Bjs :*

S2DrickaS2: Desculpas pela demora, mas quando fico sem ideia não gosto de escrever de qualquer maneira e publicar, por isso às vezes demoro – sempre né rsrs. Fico feliz que esteja gostando :) Bjs :*

Vi(c)tor: Velho chato mesmo kkk Muito brigadão pelos elogios ^^/ Bjs :*

Prireis822: Também espero que não interfira cara, não é porque eu os crieis, mas ele são mesmo muito fofos ^^ Bjs :*

Pandinha67: Talvez Caio não estivesse preparado... Bjs :*

Plutão: Ama mesmo? ^^/ Seus dias de curiosidade terão fim hoje. Rsrs Bjs :*

LipM: Huuum, será que Vini é filho do Caio? Será possível? Não sei, mas se for ele terá muito que se explicar rsrs. Obrigadão pelos elogios cara ^^/ Sua ansiedade terá fim hoje. rsrs Bjs :*

R.Ribeiro: Pena mesmo :’( Bjs :*

BOA LEITURA!!!

LOUCO AMOR – metido a machão pegador 31

Anteriormente:

Seu Joaquim por sua vez ainda estava com um sorriso malicioso que já estava me irritando no rosto. Com certeza ele teria falado mais algo se não fosse sua esposa que mudou de assunto propositalmente pra evitar mais desconfortos.

– E aí filho (Caique), onde você mora lá na cidade grande?

Agradeci aos céus o novo rumo da conversa, mas ainda sim me sentia muito desconfortável e só conseguia pensar no momento que aquilo acabaria...

Se eu soubesse o que ainda iria acontecer naquele dia iria ter preferido ficar o dia todo ali sentado ouvindo seu Joaquim falar.

Continuação:

Como prometido ao pequeno Vinicius, estávamos na frente do casarão, Caio, Caique e eu brincando, especificamente de futebol. Aquela criança sorridente que corria de um lado a outro atrás de nós para poder tirar a bola de nossos pés em nada se parecia com aquele menino tímido de quando chegamos ali mais cedo.

Fagner por não poder correr muito, apenas observava de longe sentado em um banco de concreto enquanto conversava com Laura que decidiu lhe fazer companhia.

Era tão bom ver meu moreno sorrindo e se divertindo, era melhor ainda quando ele esbarrava em mim de proposito e dizia “Eu te amo moleque” com aquela voz máscula de forma que só eu e ele poderíamos escutar, depois se afastava com a bola nos pés driblando o pequeno Vinicius como se nada tivesse acontecido.

Era incrível como Caio era diferente de Caique fisicamente, dificilmente algum desconhecido arriscaria em afirmar que os dois são irmãos, Caio era moreno assim como a mãe e Caique branquinho assim como o pai, Caio tinha um rosto de moleque mesmo aos dezoitos anos enquanto Caique tinha um rosto mais sério, de um verdadeiro adulto, os olhos de Caio eram pretos escuros, já os do irmão, castanhos claros, ambos tinham músculos, mas Caio fazia um estilo quanto maior melhor, enquanto Caique era, digamos um magrinho saliente.

Depois de um tempo, já cansados e bastante suados, decidimos que era hora de parar.

Com exceção de Caique que foi ao encontro de Fagner, caímos todos ofegantes um ao lado do outro sobre a grama verde.

– Um banho agora até que cairia bem – digo.

– Vamos para a Lagoa! – Diz Vinicius apoiando os antebraços na barriga de Caio, dividindo seu olhar entre nos dois – Vamos, vamos, vamos! – finalizou entusiasmado com a ideia que dera.

– Boa ideia – Caio diz se sentando.

– Que lago? – pergunto a ninguém em particular também me pondo a sentar.

– É muito lindo amo...

– Amor? – Vinicius indaga confuso – Meu pai chama minha mãe de amor.

Olho para Caio meio apreensivo e sem saber o que responder. Ele me responde com o mesmo olhar.

– E quem foi que falou a palavra amor aqui? Em, em – Caio disse em tom de brincadeira, começando a fazer cocegas na barriga do menino que caiu deitado no chão se acabando de rir – Não tá lavando as orelhas né seu sujinho.

Era uma forma de distração, boa, aliás. Tomara que dê certo.

– Eu... eu lavo... sim – ele responde com dificuldades por causa das cocegas que Caio lhe fazia.

Era impossível continuar apreensivo vendo um sorriso tão doce e inocente como aquele.

– E então, vamos ou não? – pergunto.

– Siiiim – Vinicius responde empolgado.

– Ouviu o garoto né – Caio diz sorrindo. Visivelmente mais aliviado.

Nós juntamos aos outros e demos as boas novas. Eles assim como eu acharam a ideia ótima, ainda mais quando Caio descreveu como era o lugar.

Enquanto Fagner e Laura se trocavam em um dos quartos com roupas mais confortáveis para a ocasião que iria se seguir, eu, Caio – que já tínhamos nós trocados por causa do futebol – e o pequeno Vinicius com a ajuda de dona Cleusa – acho que seria ao contrário, mas tudo bem – preparávamos um lanchinho – que não tinha nada de inho – pra levar para o passeio.

– Acho que já tá bom né?! – digo por fim fechando a cesta que por sinal estava pesada.

– Vão para a lagoa? – pergunta a mãe de Caio entrando na cozinha.

– Sim mãe – Caio responde.

– Se divirtam, só tenha cuidado, tem algumas cobras por lá.

– Nem uma anaconda não né – pergunto em tom de brincadeira, mas eles não sorriem e me olham sério como se eu realmente existisse uma anaconda lá ou sei lá o quê – Tem anaconda lá? – pergunto ficando sério.

Como se eu tivesse falado algo engraçado eles começam a ri, todos eles, inclusive Vinicius que responde com sua voz angelical:

– Claro que não seu bobo.

Caio por sua vez se aproximou do meu ouvido e sussurrou ainda rindo:

– Só a minha.

Rio e disfarço.

Depois da enorme lista de dona Cleusa de cuidados a ser tomado com o pequeno Vinicius enquanto estivéssemos na lagoa podemos nós encontrar com os demais na frente do casarão.

Basicamente todos nós usávamos calção de praia, blusa sem manga com apenas diferenças de cores e havaianas, Laura usava shorts, blusa sem manga e uma sandália da coca-cola.

– Cadê Caique? – Fagner pergunta assim que percebe que ele não estava entre nós.

– Ah, ele disse que iria pegar algo no carro de Caio – explico – ah olha ele vindo ali.

– Estou aqui, esperem por mim – ele diz vindo apressadamente em nossa direção com um violão nas costas, que julguei ser dele.

– Uhu, vai ter muita serenata hoje – digo brincando.

– E muita comida também – retruca sorrindo ao perceber que eu e Caio dividíamos o peso da cesta – vamos?

– Siiim – Vinicius diz entusiasmado fazendo todos nós rir.

Caio com a mão livre bagunça o cabelo do menino para então finalmente partirmos rumo ao lago, a floresta ficava atrás do casarão, as arvores eram enormes, muito juntas uma na outra, apenas um trilha permitia adentrar na mesma com certo conforto. Ao longo do caminho reversávamos entre nós quem levaria a cesta, agora quem a levava era Caique e Laura que estavam logo atrás de mim, Caio e o pequeno Vinicius que segurava em minha mão.

– Não vai nos perder aqui não né Caio – Laura brinca depois de cinco minutos de caminhada.

– Eu conheço esse lugar como a palma de minha mão – se gaba – já estamos chegando.

Mais cinco minutos e já avistávamos a Lagoa. Eu, Caio e o pequeno Vinicius fomos os primeiros a chegar com alguns segundos de antecedência.

– Ual – foi o que eu conseguir dizer ao me aproximar do penhasco a margem da lagoa de cor cristalina, parecia uma fenda aberta em plena mata fechada, realmente como Caio havia falado.

– Eu não falei – ele diz ao meu lado pegando em uma corda levemente grossa suspensa do seu lado que se elevava até um galho de uma arvore torta em direção a Lagoa. – que Tal?

– Não é perigoso? – pergunto já sabendo para que servia.

– Se souber nadar, não é.

– Ual – ouço pela segunda vez. Olho para trás e avisto Laura que finalmente se aproximava junto a Caique e Fagner.

– Muito bonito – Fagner fala tirando o cilindro de oxigênio das costas e o colocando no chão.

– Pensei que nunca iriam chegar – Caio brinca.

– Fica meio difícil andar depressa com uma cesta dessas, tão pesada, tem o que aqui? Chumbo? – Caique retruca.

– E aí o que é mais pesado, 1kg de chumbo ou 1k de algodão doce? – Vinicius pergunta na expectativa de caímos na pegadinha.

Laura se agacha próxima a ele e faz uma cara de quem está pensando na resposta.

– É muito difícil, alguém aqui sabe? – ela nós pergunta piscando o olho de maneira que ele não visse. Entramos na brincadeira e dissemos não em resposta – Não tem nenhuma pista pra nós dá Vini?

O menino sorri e balança a cabeça dizendo que não.

Laura estrala os dedos como se tivesse descoberto a resposta.

– Já sei, o mais pesado é chumbo – diz apontando para o garoto com uma cara engraçada que ri com a resposta.

– Peguei vocês, os dois tem o mesmo peso: 1kg – ele responde rindo de nós.

– Pegou mesmo – Fagner fala sorrindo.

Caio por sua vez se abaixa e afoga a boca na barriga do menino o fazendo rir ainda mais.

– Seu sacana, nós pegou direitinho.

As vezes eu tinha a vontade de abraçar aquela fofura de gente e não soltar mais. Tão novinho e já tão esperto.

– Qual é a dessa Corda? – Caique pergunta se aproximando dela.

– Ah, digamos que é uma maneira mais divertida de mergulhar – Caio explica voltando a fica de pé – eu e meu pai elaboramos alguns anos atrás, vamos?

– Parece divertido – Caique fala passando o violão para Fagner que indaga preocupado:

– Não é perigoso?

– Não se ele souber nadar – Caio diz.

– Eu vou ficar bem – diz sorrindo pra Fagner, um sorriso tranquilizador, um sorriso apaixonado, era possível ver nós seus olhos um brilho todo especial – Está certo? – pergunta a Caio se referindo à forma de pegar na corda.

– Tá, só vai um pouco mais para trás pra poder pegar impulso.

– Assim? – pergunta indo pra trás.

– Sinta a adrenalina meu irmão – Caio diz abrindo os braços e sorrindo.

Ele corre e então se joga no penhasco segurando na corda que o leva até o centro da lagoa, ele se solta e então cai desaparecendo lá no fundo.

Caio e Vinicius, ambos ao meu lado vibram ao ouvir o barulho da água se agitando. Pareciam estar bem habituados com aquela brincadeira.

Segundos depois Caique volta a superfície fazendo Fagner suspira tranquilo.

– A água tá muito gostosa, venham! – Caique incentiva.

– Que ir amor? – Caio diz apenas batendo a boca sem som na parte “amor”.

Sorrio.

– Eu não sei nadar – admito.

– Vamos mudar isso hoje. Laura, quê se aventurar?

– Pensei que nunca fosse oferecer – ela brinca pegando na corda ao mesmo tempo em que pegava distancia.

E lá se foi ela, repetindo o mesmo feito que Caique.

– Uhu – ela vibra ao aparecer na superfície segundos após.

– Vem brother, a água tá ótima! – Caique gritou.

– Não antes do seu “amigo” – gritou de volta fazendo o sinal de aspas com as mãos entre a palavra amigo. Claramente se referindo a Fagner. – vai ou vai amarelar – o desafiou levando a corda em sua direção.

– Caio, eu não acho uma boa ideia – Caique grita de volta.

– Eu também não. – digo preocupado.

– Qual é? Ele não é feito de vidro – Caio retruca.

– Realmente não sou – Fagner diz tirando a cânula para logo em seguida pegar na corda.

Me assusto um pouco.

Isso não era uma boa ideia, nem de longe.

– Você realmente não precisa fazer isso Fagner.

– Não vai acontecer nada demais, eu só tenho câncer, não estou morto. Parem com isso.

– É isso aí – Caio incentiva.

Lanço lhe um olhar ameaçador numa clara reprovação do que ele estava fazendo, ele ver, mas finge ignorar. O que só aumenta minha raiva.

– Tem certeza Fagner? – Caique pergunta.

– Absoluta.

Ele corre e então se joga repetindo o feito de Caique e Laura.

Vejo todos prenderem a respiração enquanto ele ainda não volta pra superfície. Do lugar em que ele caiu só se via a água agitada que foi se acalmando.

– Oh meu Deus. Caique ajuda ele – grito desesperado.

Ele no mesmo estante inspira o máximo de ar que consegue e mergulha fundo, Laura por impulso vai atrás, coloco a mão na cabeça sem saber o que fazer a não ser torcer para que não acontecesse o pior.

Em questão de segundos avisto os três emergindo, Caique segurava Fagner que estava consciente, porém tossindo muito.

Nesse momento olho para Caio com um olhar furioso, lutando contra o ímpeto de falar algo que eu pudesse me arrepender depois.

– Trás o tanque dele Lucas – Laura grita pra mim.

Mas Caio é mais rápido e o pega próximo a uma arvore e então desce na minha frente numa estrada a nossa direita cheia de pedregulhos que levava até uma margem mais próxima da água.

Ele estava com medo, provavelmente arrependido da provocação e queria de alguma maneira se redimir.

Vinicius estava do meu lado e parecia meio perplexo com tudo que acontecia.

Me agachei próximo a ele e falei:

– Vai ficar tudo bem tá bom? Só quero que você me espere aqui, promete?

Ele assentiu com a cabeça. Lhe dei um beijo na testa e então desçi o mais rápido que pude, o mais rápido que aquele monte de pedras no caminho me deixaram ir sem cair.

Quando me aproximei Caique já o colocava sentado na parte raza da lagoa enquanto se atrapalhava na tentativa de colocar a cânula no nariz de Fagner que tossia sem parar, desesperado na tentativa de expulsar a água dos pulmões. Laura que chegou logo em seguida toma a cânula da mão de Caique e então com mais calma a coloca de maneira adequada.

– Respira amor, respira – Falava Caique já começando a chorar.

– Respira com calma fa – digo me agachando próximo a ele – inspira fundo e solta o ar com calma, estamos aqui, calma.

A tosse foi diminuindo gradativamente, ele se acalmava a cada segundo até só sobrar o choro reprimido pelo medo que começava a vir à tona.

Ele abraça Caique que retribui com um abraço ainda mais forte e carinhoso.

Suspiro aliviado e então relanceio meu olhar em Caio em pé próximo a mim, observando tudo com apreensão, ele parecia nervoso. Decepção descrevia o que eu sentia por ele naquele momento, as frases se formavam em minha mente e lutavam para escapar de minha garganta. Eu não poderia deixar. Palavras ditas com cabeça quente só servem para destruir tudo e eu não queria aquilo. Queria sim, repreende-lo, mas de maneira mais sóbria. Fechei os olhos e inspirei tentando organizar tudo dentro de mim, de sentimentos a pensamentos.

– ONDE VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA?

Obro os olhos em sobressalto e quase caio sentado, vejo Caique de pé olhando com raiva pra Caio, punho fechado e pele começando a ficar vermelha. Tremi na base naquele momento – eles não podiam brigar – me levantei assustado e fiquei ao lado de Caio sem saber o que fazer, para quem olha, ou até mesmo a quem apoiar.

– ELE PODERIA TER MORRIDO E A CULPA IRIA SER SUA! – gritou visivelmente controlado pela raiva. Se aproximava a medida que falava e apontava o dedo na direção de Caio que também não sabia como reagir.

– Calma Caique, vamos conversar, nada se resolve assim – digo querendo amenizar as coisas.

– CALA A BOCA.

Meu coração quase saiu pela boca nesse momento, meu corpo agora todo tremia por dentro, em parte pela surpresa daquela repreensão e em parte por não está acostumado a discutir com amigos.

Caio se pôs na minha frente e antes que eu pensasse o que significava aquela atitude ou o que iria acontecer em seguida, ele se pronuncia com a voz tremula.

– Ele não tem nada a ver com isso... Eu não sabia... Que era tão grave a situação, eu... Sinto muito... Eu...

– VOCÊ É UMA CRIANÇA IDIOTA E INSEGURA, SEMPRE FOI.

Laura que até então observava tudo, a menos assustada de todos nós, creio eu, se pós no meio dos dois.

– Já deu Caique, para com isso, você não é assim. Eu não estou defendendo ele, sei que ele errou, mas nada se resolve de cabeça quente ou no grito. Ele – apontou para Fagner sentado ainda claramente abalado – precisa de você.

Ele mantem o olhar raivoso, mas nada mais diz. Dá as costas para nós e então se senta perto de Fagner e lhe abraça de lado.

– Eu só faço merda – Caio diz passando por Laura e indo embora por um caminho oposto ao que tínhamos vindo.

Em um primeiro impulso tenho vontade de ir atrás dele, o confortar, mas me detenho, ele estava errado e merecia sofrer um pouco.

– Vai atrás dele, eu cuido do Vinicius – Laura diz.

– Mas...

– Ele é seu namorado, vai. Ele precisa de você.

Ela tinha razão, olhei uma ultima vez de onde eu tinha vindo só pra me certificar que Vinicius ainda estava lá. Ele estava nos olhando.

– Eu já volto – digo a ele.

Narrado por Fagner:

– Me desculpa, eu estou aqui – ele diz depois de ter perdido o controle com o irmão. Ele me abraça meio que de lado e eu ainda meio atordoado e com medo de tudo que acabou de acontecer deito minha cabeça em seu peito e tento não chorar muito, mas é em vão.

Sinto alguém se agachando próximo a nós, levantei os olhos e vi Laura me olhando, um olhar maternal.

– Tá melhor?

Balancei a cabeça em sentido positivo mesmo sem acreditar muito.

– Desculpa Laura – ouço Caique falar.

– Fica tranquilo, eu entendo. Bem, eu vou levar o pequeno ali para casa, deixar vocês um pouco a sós. Sabe o caminho de volta né?

– Sei sim, é fácil. Estou com o celular, qualquer coisa me liga.

– Digo o mesmo.

Vejo ela se afastar.

Permanecemos em silencio por um tempo, o medo que me fez chorar praticamente inexistia agora, tinha a clara suspeita que era aquela sensação de proteção que ele me passava naquele momento. Ainda sentia um pouco de dificuldade pra respirar mesmo com a ajuda de meu oxigênio sintético. Meu peito chegava a doer pelo esforço que estava sendo feito.

Levantei a cabeça e fiquei olhando para onde antes tinha sido fonte de meu terror.

– O que foi? – perguntou estranhando minha atitude.

– Não gosto de parecer fraco.

Ele suspira.

– Porque aceitou a provocação se não sabia nadar?

– Eu sei nadar, só não sei o que aconteceu, me faltou ar na hora da descida, acabei engolindo um pouco de água também, enfim acho que foi a falta de prática – falei sem olha-lo.

Ele encostou seu rosto no meu ombro.

– Não faz mais isso, tá?

– Isso o que?

– Aceitar as provocações de meu irmão.

– A gente nem começou a namorar e já quer mandar em mim, menos 1 ponto – disse brincando. O que era impressionante depois do que aconteceu.

– É sério. Tive medo, ou melhor, fiquei horrorizado só de pensar na possibilidade de... ah, deixa pra lá.

Ele juntou as palmas de nossas mãos e então entrelaçou nossos dedos.

– Seria estranho uma pessoa está apaixonada novamente em tão pouco tempo depois que deixou de gosta de outra pessoa?

Ele levantou a cabeça de imediato e a afastou para poder me olhar, seu olhar cético deixava claro que ele havia entendido onde eu queria chegar com aquilo.

– Você quer falar o que eu estou pensando que vai falar?

Eu sorrio e afirmo com a cabeça.

Ele coloca as mãos na boca e sorri, acho que por causa do nervosismo.

– Oh meu Deus, tem certeza?

– Eu já tenho certeza do que sinto por você, ainda mais quando o primeiro pensamento que me veio a cabeça quando eu estava me afogando foi você, por isso eu não quero mais perder tempo... Eu te amo Ca.

Ele paralisou nesse momento, seus olhos era a única parte do corpo que se movimentava, eles se encheram de lágrimas momentos depois, ele assim como eu não soube como reagir ao ouvir um “eu te amo”.

– Repete...

– Eu te a...

Não conseguir terminar a frase, pois seus lábios haviam colado nos meu antes mesmo que eu terminasse a frase, abri a boca deixei que sua língua explorasse cada canto dela.

Sua mão encontrou minha nuca assim que encerramos o beijo, ele ainda mantinha os olhos fechados e sua testa colada com a minha quando disse:

– Eu pensei que esse dia iria entrar pra história como o pior dia de todos.

Eu sorri e ele abriu os olhos.

– Não sai daqui tá? – pediu.

– Onde vai?

Ele se levantou e seguiu pela estrada de pedras, subiu até onde havíamos pulado antes, pegou seu violão e a cesta com as comidas e voltou, colocou a cesta em cima de uma pedra atrás de nós e voltou a se sentar na água com o violão na mão. A água ali naquela parte rasa não chegava nem na nossa cintura então não teve problemas.

– Parece que vamos ter que comer tudo aquilo sozinho – brincou enquanto tirava o violão da capa, mas parou no meio e me olhou – quero que feche os olhos.

Sorri imaginado o que seria e então obedeci.

– Não ouse espiar – alertou.

Segundos depois:

– Agora sim pode abri-los.

Ao abri-los, meus olhos foram quase que automaticamente em direção a sua mão estendida, era uma caixinha de veludo azul retangular, lá dentro não tinha duas alianças como imaginei, mas sim duas pulseiras de prata lindas, uma com meu nome e a outro com o nome dele.

– Espero que tenha acertado seu nome – sorriu de forma nervosa e abaixou a cabeça para poder continuar – Bem, eu comprei há alguns dias atrás só que estava com receio de entregar, por dois motivos, você ainda não é assumido e outra que não tinha certeza que nosso lance iria pra frente até porque você gostava de outro, eu sei que só um problema foi resolvido e vou entender se não for querer usa-la em publico, mais queria muito que ficasse com isso como símbolo do que sinto por você – ele me encarou nesse instante com os olhos marejados continuou: – eu quero muito que seja meu namorado, aceita?

Se eu pudesse ver meu rosto agora, descreveria que estava parecendo um bobo apaixonado – no melhor sentido – que meu sorriso era de orelha a orelha, que de meus olhos havia lágrimas que caiam vez ou outra, mas que neles também tinham um brilho especial.

– Claro que sim.

Ele dá um sorriso que faz com que uma lágrima caia. Ele coloca a caixinha em seu colo e tira a pulseira que estava escrita com seu nome, estende na minha direção.

– Posso?

– As opiniões dos outros não me interessam – dito isso estendo meu braço para que ele colocasse a pulseira.

– Sua vez – sorrindo e emocionado estendeu o braço para mim.

Peguei a caixinha em seu colo e então tirei a pulseira com o meu nome e então coloquei em seu braço, percebi sua pele se arrepiando ao meu toque.

– Olha o que você é capaz de fazer comigo só me tocando – comentou.

Corei de vergonha e sorri.

– Tem certeza que vai querer anda com esse nome feio estampado no braço? – brinco.

– Cê é louco? É o nome mais bonito que eu já vi... É o nome da pessoa que eu amo.

– Você não existe – digo indo o beijar.

Ao desgrudamos os lábios, ficamos com a cabeça a poucos centímetros uma da outra sorrindo bobo até ele começar cantar baixinho:

– Sabe, quando a gente tem vontade de contar

A novidade de uma pessoa

Quando o tempo passa rápido

Quando você está ao lado dessa pessoa

Quando dá vontade de ficar nos braços dela

E nunca mais sair...

– Sabe, quando a felicidade invade – continuei a cantar, ele pegou o violão e me acompanhou – Quando pensa na imagem da pessoa

Quando lembra que seus lábios encontraram

Outros lábios de uma pessoa

E o beijo esperado ainda está molhado

E guardado ali...

Ao acabar, rimos ainda mais.

– Somos dois bobos – comentei ainda sorrindo.

– Apaixonados – complementou.

– E com fome.

– Pensei que nunca fosse falar essa palavra – ele disse se levantando pra pegar a cesta em cima da pedra.

Mas ao olhar para a cesta foi como se as lembranças do momento em que eu estava horrorizado e que não fizeram tanto sentido assim viesse a tona em minha memória.

– É melhor a gente sair da água se não vai estragar tudo – ele disse se referindo aos alimentos.

– Ah sim – falei me levantando.

– O que aconteceu? – ele perguntou ao notar a minha mudança repentina de humor.

– Estou me sentindo mal.

Ele imediatamente soltou a cesta novamente em cima da pedra e veio pra perto de mim todo preocupado me examinando.

– O que está sentindo? Quer se sentar?

– Não é nada disso Caique. Você brigou com seu irmão por minha causa – digo enfatizando o “por minha causa”.

Ele ficou sério como se pensasse no assunto.

– E não me arrependo. Você não deveria se sentir mal por ele. Ele tem que crescer também, deixar de ser tão inseguro.

– E o Lucas? Você também gritou com ele.

– A ele eu devo desculpas. Ele realmente não merecia.

– E sua relação com seu irmão? Como é que vai ficar?

Ele olhou para o lado e depois tornou a olhar pra mim.

– Não sei.

Narrado por Lucas:

Quando pensei que meus pedidos para que ele parasse de andar e me esperasse não iriam dá em nada, o vejo se deter em frente a uma arvore, ele a soca com raiva e então desmorona em frente a ela. Seus ombros largos se sacudiam e sua mão direita agora se encontrava na boca abafando os ruídos do choro que em vão tentava conter.

– Por favor, não me julga... Você não. – ele disse ainda de costas ao perceber que eu me aproximei.

Fiquei totalmente sem reação depois daquele pedido, mesmo que eu quisesse o julgar agora provavelmente não seria possível até porque todas as palavras se esvaíram da minha mente. Naquele momento eu só queria conforta-lo mesmo estando errado.

– Ei, olha pra mim. – peço segurando em seu braço esquerdo.

– Não... não quero que me veja assim. – ele disse com dificuldade pra se controlar.

Não insisti, apenas abracei o seu braço e apoiei minha cabeça no lado esquerdo de suas costas.

Esperava ele se acalmar. O que aconteceu uns cinco minutos após. A última vez que o vi tão abalado assim foi quando iriamos dá um tempo. Antes quando não o conhecia tão bem como hoje, pensava que era impossível um homem daquele tamanho chorar. Agora vejo que era besteira e que eu estava felizmente errado. Afinal qual é o tipo de humano que não chora?

– Eu quase matei uma pessoa – ele disse – e agora meu irmão me odeia. Tudo por se uma criança imatura e idiota.

– Todos nós cometemos erros e esse seu erro, você pode concertar. Seu irmão não te odeia, ele apenas está com raiva, quando a poeira baixar, eu sei que vocês vão se acertar.

Ele se virou pra me olhar, não falou nada, encostou-se a arvore e suspirou com a mão na cabeça. Apenas me aproximei dele e fiz o que eu iria querer que ele fizesse quando eu estivesse mal, o beijei. Ele retribuiu, mas de uma maneira meio desajeitada.

– Desculpa, estou com a cabeça longe.

Balanço a cabeça.

– Tudo bem. Pra onde pretendia ir?

– Vem, eu te mostro – disse pegando em minha mão.

Andamos poucos até que outro “ual” saísse novamente de minha boca.

– Sabia que iria gostar – ele diz um pouco atrás de mim.

Eu estava de frente pra uma clareira recheada de flores brancas. Era no mínimo uma das sete maravilhas do mundo.

Me agachei, peguei uma e cheirei, foi algo totalmente inebriante.

– Sempre venho aqui quando não me sinto bem ou quando quero ficar sozinho, o que normalmente acontece ao mesmo tempo. – ele diz fazendo voltar minha atenção a ele – Me sento exatamente aqui – diz se dirigindo a uma arvore grossa um pouco a direita – e tento relaxar, o que normalmente consigo, esse lugar é incrível. – diz por fim se sentando aos pés da arvore.

– Posso ser sincero? – digo me levantando e indo em direção a ele.

– Claro.

– Isso não faz muito a sua cara.

– Também acho – diz sorrindo.

Ele passa a mão por minha cintura e eu encosto minha cabeça em seu ombro, ele em minha cabeça. Ficamos apenas observando aquela maravilha natural a nossa frente por longos minutos até ele romper o silêncio com um assunto que eu sinceramente esperava que ele tivesse esquecido:

– Porque você ficou todo estranho hoje mais cedo? Sabe, quando eu estava brincando com o Vini.

Levantei a cabeça e fique por alguns segundos em silencio, pensando se valeria a pena falar.

– Antes me responde uma coisa. – disse me virando pra encara-lo – Você sonha em ser pai?

Ele me encarou e pareceu pensar no assunto.

– Porque isso agora?

– Porque eu não posso te realizar esse sonho! – desabafei de uma vez – Porque me atormenta o fato de outra pessoa realizar isso pra você, porque eu estou inseguro de você ficar com ela (Teresa) em algum momento da vida, por pressão de uma família perfeita.

Falei como se pensasse nisso há dias, o que na verdade só fazia algumas horas.

– A única família perfeita que eu quero e pretendo ter é com você. Realmente não faz ideia de como me completa? Eu te amo mais que a mim mesmo, eu acordo pensando em ti, durmo pensando em ti, respiro pensando em ti, enfim Lucas, deixa de paranoia cara, eu nunca que te trocaria pra viver com outra pessoa, principalmente com Teresa – disse fazendo uma careta como que insinuasse “nem pensar” – o que eu sinto por ti, ultrapassa qualquer barreira, principalmente a do meu preconceito, lembra? – sorrindo balanço a cabeça. Ele acaricia a lateral do meu rosto e olhando fundo nos meus olhos continuou – nunca pensei que fosse capaz de sentir algo tão forte por outra pessoa. É verdade que não podemos ter um filho sangue de nosso sangue, mas e daí?

Eu sorrio.

– Podemos adotar.

Ele sorri e aproxima seus lábios dos meus.

– É, podemos.

E me beija. É envolvente, é um beijo apaixonado daqueles que te faz esquecer o que tem ao redor, que te faz esquecer os problemas.

– Ainda se sente inseguro?

– Nem um pouco – digo sorrindo. Era verdade.

– Faço tudo errado e mesmo assim tem medo de me perder, eu que deveria ter esse medo.

– É o que o amor causa em nós – digo.

– Prometo que vou me tornar uma pessoa melhor, assim que chegarmos em casa vou tentar consertar as coisas entre eu e meu irmão, principalmente com Fagner.

– Ficaria imensamente feliz – digo passando minhas duas mãos pelo seu pescoço.

Ele sorri e me beija.

– Sabe, me sentir tão protegido quando se pós na minha frente depois que Caique surtou comigo.

– Nunca vou deixar ninguém te fazer mal algum. Mesmo que esteja errado, irei te defender – falou me olhando fundo.

Com um sorriso de bobo apaixonado no rosto digo:

– Digo o mesmo.

– Promete que vamos cuidar um do outro independente do que aconteça?

– Independente do que aconteça – afirmo.

Nós beijamos mais um pouco até um trovão cortar o céu e tudo a nossa volta se iluminar, com tanto amor para dá nem havíamos percebido que o tempo fechava.

– É melhor irmos embora. – ele aconselha olhando o céu.

– Tem razão, vamos. – digo já me levantando, mas ele segura em meu pulso no meio do processo.

– Espera – ele agora olhava um pouco assustado pra trás de mim, o que me fez olhar de imediato na respectiva direção.

Havia uma cobra há pouquíssimos centímetros de mim, pela minha pouca experiência no assunto, sabia que ela estava pronta para dá o bote.

– Fica calmo – aconselhou.

Tarde demais, o pânico já tomava conta de mim. Quando percebi já estava chutando a cobra, senti minha pele queimar logo em seguida, ela havia me picado.

Desequilibrei e caí gritando com medo e dor em cima de Caio que me segurou.

– Porque fez isso? – Ouço perguntar em tom de desespero, mas sua voz me pareceu distante e confusa, assim como seu rosto que estava dividido em dois, era engraçado, eu quis lhe responde, mas minha boca estava pesada assim como meus olhos que foram se fechando até a escuridão tomar contar de tudo.

Ali, mesmo estando grogue eu sabia que iria morrer, era fato.

Exagerado? Poderia ser!

Continua...

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Comentários

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olha se isso é sem inspiração e n conseguir organizar as palavras eu nem quero ver quando vc estiver perfeitão KKKKK. só não demora mais pq eu sou cardiaco e fico ansioso haushaua

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Lipe parabens, mais um capitulo de tirar o folego, valeu nota 10.

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Exagerado mais poderia ser kkkkkkkkkkkkkkkkk. . . Muito bom cara.

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Já tava com saudades. Capitulo perfeito. Tava sem inspiração para escrever, mas ficou muito bom! Coitado do Lucas pra que foi chutar essa cobra? Vamos ver o que vai acontecer no próximo capitulo. Beijão!

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Chutar uma cobra é assinar a "sentença de picada" né... Cara, não se preocupe em fazer o aviãozinho não, fique tranquilo. Excelente capítulo. Continue looogo!!! 👌👏

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Imaginei que uma cobra iria aparecer kkk tava na cara isso! To adorando muito isso, até o próximo!

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***uma cobra. Essa coisa deveria estar aberto a edição kkk Deslizes na língua portuguesa

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Meu Deus, como ele chuta um cobre. É picada na certa. E esse Caio hein nem pensou na doença do Fagner. Eu quero un Caique pra mim, onde compra??? Amo seu conto Lipi, parabéns pela excelente escrita e pela bela história. Na próxima quero um personagem com o meu nome tá! Beijos seu lindo.

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a não meu Deus ele chutou a cobra kkk... gostando muito

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Amando o conto. Nossa esse cap.foi cheio de emoçoes espero que o lucas fique bem. bjos ps: nao sou um cara sou uma moça rsrs.

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