Amor Que Não Se Mede

Um conto erótico de samusam
Categoria: Homossexual
Contém 1981 palavras
Data: 08/12/2015 02:38:17
Assuntos: Gay, Homossexual

Ano deO lar do presbítero José Roberto parecia ser perfeito. Noemi, era a quarta e única filha dos cinco filhos dele com sua esposa Maria Lúcia, os outros quatro eram homens. Estavam todos servindo na igreja para a alegria e satisfação daquele pai de família cristão e dedicado.

Noemi por ser a única filha, da mesma forma que era mimada pelo seu pai também era muito cobrada pela família. Seus irmãos mais velhos ficavam na sua cola.

Os planos e projetos do seu pai era que ela aos 18 anos se casasse com o um dos netos do pastor titular da igreja da qual a família tradicionalmente há muitos anos fazia parte.

A igreja naquela ocasião, enfrentava um momento muito bom, rentável, de grande expansão e crescimento, aumento da membresia e sucessivamente as finanças também cresciam.

O momento era propício para que os seus planos de que seu neto se tornasse um futuro sucessor do pastor daquela igreja, se concretizasse. Ter como genro o neto do pastor mais influente da região já era um ótimo começo e tudo parecia estar conspirando a favor. Afinal, entrar para aquela família através desse casamento mudaria e muito para melhor a situação financeira deles e traria um status cobiçado por muitos naquela igreja. As duas famílias apostavam muito no casamento da filha do presbítero com o neto do pastor, quando estes completassem maior idade.

Noemi como todo filho de cristãos muito convictos foi uma menina criada com muita rigidez, ensinada desde a tenra idade junto com seus irmãos a trilhar os caminhos da igreja. As amizades tinham que ser construídas apenas com crianças e adolescentes que professassem a mesma fé para que els não sofressem assim, as más influências mundanas. Porém trancada em seu quarto escondida dos olhos de seus pais, Noemi segurava e amarrava o Tchan, jogando os longos cabelos e subindo e descendo até o chão, influenciada por um grupo musical que estourava nas paradas de sucesso da época e que embalava o sonho das garotas de se tornarem bailarinas e dançar na TV como a Sheila Carvalho e a Carla Perez.

Na casa do presbítero José Roberto era terminantemente proibida a entrada do caixote falante, vulgo televisão. Os aparelhos de rádio e som da casa ficavam o dia todo sintonizados naquelas FMs gospeis ou naquelas AMs com aqueles programas em que o locutor joga bastante confete para determinada igreja, além de bajular seu fundador, um certo missionário e entrevistar pessoas que receberam uma bênção, ao som de fundo, de um irritante e interminável chiado. O que seus filhos viam e ouviam além desses programas chatos em casa e dos longos sermões pregados na igreja, era quando iam na casa de algum colega ou vizinho que tinha televisão em casa e mesmo assim temendo muito que isso chegasse aos seus ouvidos. Se isso acontecesse, a sessão de penitência, uma oração de sete "Pai Nossos" debaixo de uma surra de vara de marmelo ungida era certeira.

Se o planos de seu pai eram que ela se casasse, Noemi tinha outros planos que seguiam bem na contramão quando completasse maior idade. Ela não queria casamento. Não tinha muita afinidade com o seu prometido apesar de as famílias tanto dela quanto a do rapaz, já estarem trabalhando pra esse acontecimento.

Seus irmãos flertavam com as garotas da rua, da igreja e da escola mas isso passava batido diante do seu pai mas ela era monitorada em todo o tempo. Os cuidados eram redobrados quando algum rapaz se aproximava dela. Thiago, seu irmão mais velho que já tinha até engravidado a filha de uma vizinha, era o que mais lhe atazanava. O caso na ocasião foi abafado com a total cobertura do seu pai e dos seus tios, que eram também membros da igreja. Ele impedia que Noemi se aproximasse de qualquer rapaz principalmente se ele desconfiasse que o dito cujo tivesse algum interesse nela. Assim como o pai, ele também era um cara ambicioso e galgava um cargo importante na igreja.

Noemi tinha horror à ideia de ser separada para um homem de quem ela não gostava, como acontecia no Oriente Médio. Sua vontade às vezes era de sair de casa e sumir no mundo. Não suportava mais aquele teatro de santidade, só para evitar a ira dos pais, dos irmãos mais velhos e dos tios entrometidos.

Mesmo com 16 anos de idade, sua mãe ainda cuidava do seu vestuário. As saias e vestidos eram comportados como se deve vestir uma moça crente, filha de um presbítero e de uma líder do grupo de senhoras. Jardineiras por cima de blusas de mangas compridas que ela odiava usar. No cabelo longo, um coque ou grossas tranças.

Noemi era uma garota bonita porém a sua beleza era ofuscada pela imagem estereotipada de uma caricatura de uma jovem cristã.

De alguns dias pra cá, Noemi estava se sentido bastante estranha. Umas tonteiras, uns desejos dos mais esquisitos e muita náusea. Tudo que ela comia batia no estômago e logo voltava. Ainda assim ela conseguia esconder de todos da sua casa tais sintomas.

Na igreja, no grupo jovens do qual Noemi participava, Raquel uma outra integrante que fingia ser sua amiga e confidente, no fundo a odiava. Raquel era loucamente apaixonada pelo neto do pastor mas sabia como todos alí que ele se casaria com Noemi.

Numa tarde de sábado, na hora do ensaio no salão da igreja, Noemi teve uma queda de pressão e desmaiou. Foi um momento de alvoroço mas em poucos instantes, com muitos abanos e seus colegas lhe dando água com açúcar, ela voltou ao estado normal.

---- Amiga, o que está acontecendo contigo?

---- Raquel, vou me abrir com você porque eu sei que tu é minha amiga. Minha menstruação não veio e ultimamente eu venho sentindo umas coisas esquisitas . Eu acho que tô grávida.

Raquel arregalou os olhos e tapou a boca entreaberta com a mão em concha num sinal de apreensão.

---- Meu Deus, Noemi? Ficou louca, menina?

---- Ai amiga, tô tão louca com essa história de ter que casar com o neto do pastor, que eu acabei cometendo uma loucura sem pensar. Eu transei com um colega da escola. E agora, o que eu faço? Meus pais não sabem ainda. Nem desconfiamNoemi, as meninas dessa igreja fazem de tudo pra casar com ele e você tem essa chance e está desperdiçando? Ele adora você.

---- Será Raquel, que ele me aceita mesmo com filho de outro?

---- Ah! você está sonhado né? Aterrize Noemi! Você já fez a merda agora é tarde, querida. Ele pode gostar de você mas também não é pra tanto. Você acha mesmo que ele vai assumir filho de outro? você está querendo demais, não acha?.

---- Ai Raquel, não tripudia, tá?! Ah! Também eu não gosto tanto assim dele. Não vou comentar nada e pelo amor de Deus você me ajude hein? Não comente nada com ninguém. Do tamanho que é a língua do povo dessa igreja, eu vou ser crucificada. Se a gente tiver de ficar juntos, que seja mas se não for também, seja o que Deus quiser.

Aquela era a oportunidade de Raquel se dar bem. Imediatamente ela procurou a regente do grupo de jovens e contou tudo sobre a gravidez de Noemi, deixando-a estupefata. Ela agora teria menos uma concorrente na sua disputa pelo cobiçado neto do pastor.

Uma reunião foi convocada com o grupo de jovens e a presença da irmã Maria Lúcia mãe de Noemi foi solicitada.

Nessa reunião, Noemi teve a sua vergonha exposta diante de todos. Logo o escândalo chegaria ao conhecimento de toda a igreja como de fato chegou. A filha do presbítero José Roberto estava cheia, buchuda era o boato que rolava entre as irmãs. Ela foi excluída do grupo de jovens. Não cantaria com eles e nem sequer sentaria mais nos assentos que eles tinham reservados na igreja.

Em poucos dias, Noemi virou assunto, a pauta principal nas rodas de conversa dos irmãos. Na igreja ela chegava tímida e se sentava nos últimos bancos e era escoltada pelo olhar de soslaio de todos. A pobrezinha vivia com os olhos inchados de tanto chorar de desgosto.

---- Pois é! Quem vê cara não vê coração. Quem diria que aquela menina comportada, de blusa com a gola até no pescoço e o saião lá no pé com um pai todo quadrado cheio de discurso em cima do púlpito julgando a vida dos outros ia acabar assim, grávida de um mundano filho do Diabo!

---- Bem que eu sempre tive vontade de ver o que ela guarda debaixo daquela saia ---- diziam os rapazes cheios de malícia.

---- Oh coitada da Irmã Maria Lúcia! A pobrezinha não tem aonde enfiar a cara de tanta vergonha! Ela vai ficar tão desmoralizada como líder das mulheres. Essa juventude de hoje, é só Jesus!E ela ainda pensa que vai casar buchuda daquele jeito, com o neto do pastor? Só se o pai e o avô dele forem otários de consentir uma pouca vergonha dessas.

Quando as mães da igreja dirigiam algum conselho para suas filhas rebeldes, elas diziam:

---- olhe a filha do Presbítero, você que acabar igual a ela?

Em casa, as providências já estavam sendo tomadas. Os pais de Noemi e seu irmão Thiago, estavam muito decepcionados e seu pai ainda mais envergonhado. Sua filha tinha matado seus sonhos e como se não bastasse ainda o deixou desmoralizado diante da igreja. O que o pastor iria pensar daquela família?

---- Você é a vergonha desta casa, Noemi! A única filha moça que em vez de me dar orgulho, só está me dando desgosto. Isso é culpa minha e de sua mãe que deixamos você solta demais ---- esse era o lamento desconsolado do pai. Noemi escutava calada e de cabeça baixa.

---- Aonde foi que eu errei? Sempre ensinei pra você o caminho certo. Nunca permiti que entrasse nesta casa nada que distraísse vocês do caminho da verdade. Nem a maldita da televisão com essas novelas indecentes eu jamais permiti entrar nesta casa justamente pra não influenciar vocês no caminho da perdição e mesmo assim você ainda conseguiu "mijar fora do penico"? Veja só, você iria se casar com o neto do pastor e ter uma vida maravilhosa em família, um futuro promissor. Estávamos todos torcendo pra isso, mas você preferiu botar tudo a perder por causa desse fogo do demônio debaixo das saias.

E com as mãos na cabeça ele exclamava!

---- Oh, meu Deus! porque tu não me destes somente filhos varões! Como sempre uma mulher para atrapalhar tudo assim como lá no Éden aquela mulher fez Adão pecar!

Noemi chorava baixinho sem revidar. Logo veio a sentença:

---- Você vai embora desta casa antes que essa sua pança cresça e aumente mais a minha vergonha, sua desfrutável!

---- Pai, eu não tenho pra aonde irCale essa sua boca! Vá atrás do infeliz do homem que te fez, do pai dessa criança. Aqui nesta casa você não fica mais. Thiago, arranje uma mala e coloque os trapos desse lixo dentro. Eu não tenho filha. Essa vadia agora vai cassar seu rumo bem longe daqui.

---- Sim meu pai! Uma infeliz sem vergonha que nem essa daí tem que morar sabe aonde? num puteiro ou debaixo da ponte ---- dizia ele lançando um olhar de ódio para a irmã.

No seu quarto Maria Lúcia estava deitada em sua cama sob efeitos de medicamentos antidepressivos. Seu estado era deplorável e vez ou outra vinha alguma irmã que fazia questão de ficar de fora das panelinhas de conversa que envolviam o caso de sua filha, a fim de lhe consolar.

---- Mamãe está mal e qualquer coisa pior que acontecer com ela você será culpada sua miserável!

Noemi saiu de casa arrastando sua mala sem ter para onde ir. Não sabia aonde iria passar aquela noite e nem o que seria da sua vida e daquele bebê em seu ventre, dali pra frente

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Comentários

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Obrigado pelo seu comentário. Eu estava um pouco triste, mas você me animou obrigado amigo <3

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o Taciturno obrigado. vc tanbem é mestre na arte de escrever. vou ler seu conto e comentar

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<3 >3 <3 >3 Como você consegue escrever tão bem?! Nota máxima. Por favor, leia meu novo conto.

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o conto é gay. Agurdem surpresas nos próxumos capitulos

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