Estradas Paralelas Parte II

Um conto erótico de J Marcos
Categoria: Homossexual
Contém 1675 palavras
Data: 07/12/2015 21:02:08
Última revisão: 08/12/2015 20:26:28

. Confesso que bateu uma certa angustia antes de abrir as fotos...

A primeira das quatro fotos que me foram enviadas por um numero desconhecido mostrava o dia no momento em que a tarde ia embora e um horário bem específico 17:40 h do final da tarde. Rodrigo aparecia na foto chegando a um determinado lugar.

Na segunda foto que chegou dois minutos após a minha verificação o mostrava num bar já envolto por um toalha branca e um homem com o peito nu o servia uma bebida qualquer.

A terceira foto o mostrava em conversa com um garoto bem jovem e musculoso no que parecia ser uma sala de descanso.

E por fim a última foto o mostrava entrando num determinado quarto ou algo equivalente na companhia do garoto da foto anterior.

Todas as fotos tinham uma péssima qualidade por se tratara de fotos muito escuras e com imagem um pouco tremida... Só que o conteúdo não me deixava margem para dúvidas sobre o modelo retratado e o que supostamente ele teria feito ou ainda estaria fazendo devido o ignorar de minhas chamadas e mensagens.

Respirei fundo e num ato meio que automático retornei a ligação para o numero desconhecido que havia me enviados todo o material sobre o meu namorado? e não tive exito algum.

_ Por que, cara? Me diz apenas o porquê disso tudo...

A TV mostrava um jogo de futebol americano que apesar de gostar de assistir, não me interessava de jeito nenhum. Coloquei o celular em cima do criado mudo e retornei até a cozinha para beber água, a garganta estava literalmente seca. Quando estou voltando pelo corredor escuro ouço passos que pararam em frente a porta do meu apartamento e a maçaneta ser girada.

" Ele voltou ", foi tudo que eu pensei de imediato e entrei no quarto antes de ser visto. Corri até a cama e deitei com as mãos servindo de suporte para a cabeça em cima dos travesseiros.

_ Oi amor... Foi tudo o que ele disse enquanto se despia e vinha pra nossa cama.

_ Olá paixão... Respondi sem nenhuma emoção na voz. Se ele notou o tom seco e impessoal, nada disse.

_ Tava na casa da minha irmã. Ela mandou um beijo pra você... E ele tratou de me beijar a bochecha.

_ Você não viu minhas ligações? O papo na casa da sua irmã estava tão bom assim? E nossos olhos se cruzaram.

Ele sabia que eu sabia que esse papo de irmã estava muito longe de ser verdade.

_ Ficarei sem resposta? E automaticamente sentei na cama apoiando as costas nos travesseiros.

_ Juro que não vi, amor. Ela ta cheia de problemas e chorou muito enquanto conversava comigo.

_ Engraçado esse rompante de vocês dois. Se não me engano, paixão, a maior das razões para que sua irmã entrasse em conflito com você, foi justamente o fato da gente ter se assumido para sua família e ela chegou inclusive a jurar de pés juntos que jamais voltaria a falar com você ou comigo. E devo lhe dizer que comigo ela esta cumprindo a risca sua promessa.

Manoela de Farias lima era enfermeira na Clínica em que eu trabalho e desde que assumi meu caso com seu irmão Rodrigo ela jamais voltou a me dirigir a palavra.

_ Ela esta querendo te pedir desculpas...

_ Dá uma olhada numas imagens que me mandaram agora a noite... Falei enquanto pegava o celular que estava em cima do criado mudo.

Ele então pegou meu celular e viu rapidamente as imagens em que era o modelo principal. Era possível ver uma gama de reações que ele tentava controlar sem muito sucesso. Ele por mais que quisesse jamais conseguiria me enganar sobre o que acontecia internamente em seu corpo e mente. Sua mão tremia e o tom de sua pele rapidamente ficou pálido.

_ Nos conhecemos há quanto tempo, Rodrigo? Quatro anos... Talvez quatro anos e meio?

Ele nada dizia e meu celular repousava em nossa cama como se zombasse de mim.

_ FALA, CARALHO...

Meu grito o assustou deveras. Ele apenas me olhou e pude ver em seus olhos uma verdade que talvez sempre estivesse na minha frente e eu não percebi por estar envolvido demais com meu trabalho ou mesmo por ser e estar completamente apaixonado... Eu estava diante de um completo e total estranho.

_ Eu juro, Ciro...

_ Juro? Como assim, Juro? Você é louco ou um tremendo filho da puta? Automaticamente me levantei e pude ver em seus olhos o desejo que os mesmos tinham ao me ver em trajes bem íntimos...

_ Eu não bastava pra você, é isso? Eu não fodia o teu rabo o suficiente... É ISSO, PORRA?

_ Foi um deslize, eu juro que isso jamais voltará a acontecer... Eu fui fraco e estava com raiva por você não poder...

_ Por acaso tá escrito na minha testa a palavra IDIOTA? Deslize? Fraqueza? Juras? Faça-me rir...

Ele levantou e veio até onde eu estava e me abraçou. Seu corpo tremia e quanto mais seus braços me apertavam cada vez mais forte, mais eu queria que ele me soltasse. Era possível sentir o cheiro barato do sabonete que fora usado para o banho naquele local imundo e após seguras seus braços com força o afastei de mim...

_ Você colocou a minha vida em risco? E se colocou, desde quando?

_ Do que você ta falando, amor? E seu olhar era de vergonha e surpresa.

_ EU QUERO SABER PRA QUANTOS MAIS VOCÊ DEU SEM PROTEÇÃO, ENTENDEU?

_ Eu jamais colocaria nossa vida em risco... Me respeita, Ciro...

_ Respeito? Você se acha né cara? Como você pode pedir respeito se você não respeita nem a você mesmo?

_ Já vi que não poderemos mais conversar. Você não ta preparado pra me ouvir...

_ Você esta certo. Não haverá conversa nem hoje, nem nunca mais. Você tem uma hora pra arrumar tudo o que te pertence e esta guardado nos armários desse quarto e vazar... Fui claro?

_ Você não pode fazer isso, Ciro. Eu não tenho pra onde ir nessa hora da noite... Eu não...

_ Eu posso tudo, Rodrigo. Sabe por quê? Porque eu tenho como seguir em frente. Eu sou o dono da minha vida e de tudo o que você vê aqui dentro desse quarto e desse apartamento. Meu trabalho me deu essa condição. Minhas conquistas me dizem que eu posso fazer o que bem quiser e do jeito que eu quiser. Minha vontade é de quebrar sua cara... Só não farei isso por temer um processo da sua parte. Eu vou lá pra sala e assim que eu cruzar essa porta o tempo começará a ser contado contra você. Se apresse... E por favor, não esqueça de nada porque cedinho as fechaduras serão trocadas e sua entrada aqui no prédio será proibida.

_ Eu errei. Eu admito que errei... Foi hoje. Foi apenas hoje... Nunca tinha feito isso antes... Juro pra você. Te amo, cara. Te amo muito... Eu não sei o que deu na minha cabeça pra ir naquele lugar... Por favor, Ciro... Por favor acredita em mim. Eu...

_ Cala a porra da tua aboca... Você ta tão desesperado que ta me dando pena. Se não tem pra onde ir posso te dar uma dica... THERMAS APOLO... Que tal? Saí sem esperar resposta alguma.

Meu corpo tremia, minhas mãos estavam geladas e minha cabeça parecia que ia explodir. O celular tocou em minhas mãos e no visor mostrava um nome, Rafael Ferraz.

_ Boa noite Rafa... O que você manda?

_ Desculpa te incomodar em casa depois de um dia cheio aqui na Clínica, Ciro. meu avô acabou de acordar e quer falar com você.

_ E como ele esta? Perguntei automaticamente.

_ Aparentemente bem. Esta completamente lúcido e com ideia fixa em falar com você. Por isso que liguei.

_ Sem problema, amigo. Você me dá pelo menos uma hora? Se der, chego antes desse prazo por aí.

_ Sem problema, Ciro.

Nos despedimos cordialmente e mesmo procurando manter um tom de voz calmo e baixo, meu corpo e mente estavam em ebulição.

Antes do prazo final terminar vi meu conjunto de malas ser colocado na sala uma por uma perfazendo um total de quatro malas. Rodrigo parou a minha frente e deixou as chaves em cima do aparador próximo a porta de entrada e saída do apartamento.

_ Não precisa trocar as chaves.

_ Você parece que não me ouviu.

Saí da sala e trouxe da área de serviço cinco embalagem de 20 kg dos sacos de lixo.

_ Você só leva daqui o que for seu e essas malas são minhas. Quanto as chaves leve-as pois você pagou por elas. Garanto que asa fechaduras serão trocadas.

Ele então jogou tudo o que lhe pertencia dentro dos sacos pretos e se dirigiu à porta de saída...

_ Você não esta esquecendo mais nada, cara? Perguntei me aproximando dele.

_ Não, já esta tudo aqui...

_ Quero os três cartões de crédito que por burrice te dei um dia e as chaves do carro. Eu paguei por ele, não lembra? Se não lembra posso mostrar um documento que comprova que ele me pertence...

_ Você não teria coragem de...

_ Você não faz a menor ideia do que eu sou capaz de fazer.

Eu o olhei com o maior ar de superioridade que pude enquanto ele retribuía com todo o ódio que poderia sentir por mim.

_ Não ficará assim, Dr. Ciro Fernandes.

_ Você tem razão Rodrigo de Farias Lima, as coisas ainda podem piorar e muito. Agora saia da minha casa e nunca mais me dirija a palavra. Peguei três dos sacos preto e fiz questão de jogar no corredor do andar em que morava e após sua passagem pela porta a fechei e desabei no chão com a maior dor da minha vida.

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O meu obrigado a todos vcs que leram e o abraço especial aos amigos TAY CHRIS, KZIN, RU/RUANITO, AFONSOTICO e HELLO.

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Comentários

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Bem feito, traidor, miserável ainda vem fingir teatrinho

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CARALHO...Isso ainda vai da uma treta maligna, mal posso esperar pra ler o próximo capitulo e ver o que o nosso Grande DR. Ciro e capaz de fazer, agora e so esperar pra ele da uns pega no Rafa Ferraz (minha opinião)

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