Folhas Secas - Capítulo 11

Um conto erótico de Hunno Saggie
Categoria: Homossexual
Contém 2263 palavras
Data: 14/11/2015 12:53:11
Última revisão: 14/11/2015 15:55:07
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Eu vi um comentário no conto anterior do Lipe*-* que achava meu conto "inteligente", não sei deveria agradecer, mas enfim, nem acho inteligente, acho ser uma estória comum, talvez eu só não conte de modo tão simples, aí é coisa de estilo meu mesmo. Porém, obrigado pelo comentário, também os do Ruanito, O J Carmo, Geomateus, LC Pereira e Targaryen

Um aviso! Esse conto provavelmente tem mais 4 capítulos apenas.

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Folhas Secas

Capítulo 11 – O Depois.

— Muito lindo mesmo, mas acabou?

— Não, claro que não.

— Tá, desculpa.

— A vida sempre tem mais peças.

— Então as minhas...

— Shhhh! Continuando...

*

*

*

Semana Santa

Bobos, essa é a palavra certa para descrever como os dois se sentiram depois do inédito beijo, e não foi roubado, partiu dos dois. Ficaram minutos naquele intenso e doce beijo na frente do túmulo.

“É, isso foi bom”, comentou Igor se desvinculando de Cristóvão.

“Muito bom!”, expressou Cristóvão resfolegando.

“Mais um?”, indagou Igor com olhar sedento.

“Só se for agora!”, anunciou Cristóvão em ímpeto indo para cima de Igor.

E o próximo beijo foi muito diferente do primeiro, era voraz, tinham fome um da boca do outro, suas línguas brigavam, comiam-se insaciáveis de tanto líbido. Igor se assustara com a pressa que o jovem tinha. Mas se seguiram beijos e mais beijos desse tipo, até a boca de Igor cansar e cair em razão, que aquilo não era certo ali.

“Tá, tá bom”, dizia ofegante Igor se soltando de Cristóvão.

Os dois se entreolharam e ficaram constrangidos depois de tantos beijos, muita intimidade e tão rápido. Logo foram se recompondo.

“É, acho que tenho ir já”, falou Cristóvão percebendo a hora.

“Tudo bem, eu também tenho, almoço.”, avisou Igor também.

“Nos falamos?”, perguntou Cristóvão.

“Nos falamos.”, respondeu Igor.

E assim, os dois bobos partiram cada um para um lado, mas sedento um pelo o outro em seus íntimos, estavam com certeza muito apaixonados.

*

*

*

Cristóvão chegou em casa na hora almoço, Domingo sua mãe Lorena era mais presente, ainda mais naquela semana, ela poderia estar lá ainda, foi quando ainda viajando em seus pensamentos no que acontecera, que viu sua mãe no sofá da sala em frente à TV. O som da porta se abrindo era claro, Cristóvão sabia que ela ouvira, ele estava metros atrás dela no sofá de pernas cruzadas com um controle na mão. Então o jovem achou melhor subir de fininho e sorrateiramente pela escada.

“Aonde você estava?”, perguntou Lorena quando ele pisava no primeiro degrau, nem virou para atrás.

“Ah...”, expressava Cristóvão perdido. “Por aí “, respondeu ele ainda perdido, não conseguiu resposta melhor e foi subindo rapidamente até chegar em cima.

“É até um milagre você sair”, esbravejou Lorena com a cabeça para cima.

“Uma hora eu tinha que sair, não é?”, falou Cristóvão entrando no papo da mãe parado no último degrau e no corrimão.

“Só estou comentando que é um evento raro”, disse Lorena examinando as unhas.

“Assim como você em casa?”, replicou Cristóvão cutucando a fera.

“Ah, Cristóvão! Não me venha com reclamações de novo!”, Exclamou ela mudando sua posição. “Sabe que durmo quase todo dia em casa, me esforço para ter dias como hoje para ficar com você. “, falava ela categórica.

“Tá, tá.”, expressou Cristóvão impaciente fazendo menção de ir para seu quarto.

“Espera um pouquinho!”, esbravejou Lorena. “Não vai dizer onde tava não? Arranjou amigos que não sejam satanistas, sabe, amigos “reais””, gesticulou ela fazendo aspas. “Ou é alguma namoradinha? Depois da Luana já tava na hora, não diga que ainda tá com ela”, falava a mulher sem parar.

Luana era ex-namorada de Cristóvão, namorada da escola enquanto fazia o ensino médio, era mais interesse por terem os mesmos gostos que paixão da parte dele. Lorena mal soubera desse breve namoro, e estava a incomodar Cristóvão que desceu mais alguns degraus só para falar com sua mãe.

“Como sabe da Luana? Mal sabe de mim, agora sabe das minhas ex?”, indagou Cristóvão desconfiado.

“Ah Cristóvão, eu não sou boba, tá? Eu vi no seu Facebook “, revelou Lorena lixando as unhas.

“Como assim?!?”, falou Cristóvão. “Eu nem tenho você no Facebook. “, confessou Cristóvão desacreditado.

“Pois devia!”, arfou Lorena apontando a lixa e apontando para ele. “Eu tenho meus contatos”, disse ela lixando as unhas novamente.

“Ah mãe, tá usando fake para ver meu face, ah droga!“, resmungava Cristóvão subindo novamente.

“Se não for assim, como vou saber do meu filho? Você não me conta nada!”, expressou Lorena indignada.

Ele estava de saco cheio das intromissões de Lorena, ele finalmente entraria em seu quarto, mas foi quando começou a sentir um odor peculiar e esfumaçado.

“Que cheiro é esse?”, questionou Cristóvão descendo a escada e vendo fumaça.

“Aiiii o peixe!”, gritou Lorena do Sofá. “Segura esse forno!“, esbravejou ela saindo do sofá.

E Cristóvão a seguiu até a cozinha e vendo a cozinha cheia de fumaça para todo lado com Lorena tirando uma bandeja com um peixe salmão queimado toda estropiada.

“Você cozinhando? E Peixe no Domingo?”, falava Cristóvão afastando a fumaça com a mão.

“Eu tava em casa, eu podia cozinhar, né”, respondia atrapalhada afastando a fumaça também. “E também é semana santa”, ressaltou ela tirando as luvas.

“Que eu saiba peixe é só para quarta e sexta, e peixe ainda é carne.”, disse Cristóvão incrédulo. “E você não é cristã devota nem aqui e nem em Marte.”, disse ele ironicamente.

“Ai, Cristóvão, colabora!”, dizia Lorena chateada. “Só tô tentando ser uma mãe solteira do High Society, e só cristianismo ou ateísmo é alternativa dentro do High Society”, expressava Lorena lamentando o peixe tostado. “Sabe que não tenho culhões para ser atéia, né? Logo só me sobra ser uma cristã devota”, disse ela por fim.

“Humpf”, expressou Cristóvão sempre rindo dos dramas e peripécias de sua mãe.

“Meu peixeeee”, lamentou Lorena olhando para o peixe queimado de novo com as mãos nos cabelos.

Então a cota de Cristóvão de Lorena acabou, não ligou para as artimanhas de sua mãe, subiu finalmente a escada para entrar no seu quarto. Ficou parado olhando seu quarto depois de fechado a porta, imaginando o que fazer. Sua cabeça estava somente no beijo de Igor. Então deitou em sua cama e como a repassar prazerosamente em sua mente cada cena, até receber uma mensagem no seu celular, quase pulou de alegria ao perceber que se tratava de Igor.

Mensagem de Igor

“Estou ainda pensando direito no que aconteceu

Mas gostei muito do que aconteceu 💓”

Respondeu Cristóvão

“Eu também curti muito ;)”

*

*

*

Encontrava-se Igor em sua casa preparando seu próprio almoço, mas a cabeça obviamente em outro lugar, cortava cebolas lacrimejando até receber a visita inesperada de sua amiga Pâmela naquele horário.

“Já vai!”, gritou Igor indo abrir a porta.

“Aaaaai migooo!”, gritava Pâmela pulando e se atracando em Igor.

“Espera um pouco!”, dizia Igor atrapalhado em sua dificuldade.

Igor se soltara do abraço de urso de Pâmela, que estava bastante emocionada com o reencontro.

“Que cheiro de cebola, eu hein!”, resmungou Pâmela fazendo cara feia.

“Eu tava cozinhando.”, respondeu Igor voltando para cozinha.

“Ai, olha isso aqui”, disse ela estendendo a mão. “Ouro e diamante”, exibia seu anel de noivado.

“Nossa!”, suspirou Igor impressionado segurando a mão e reparando.

“Lindo, né?, inferiu Pâmela. “Ai meu Deus, mal posso esperar para casar!”, ressaltou ela dramaticamente.

“Mal posso imaginar você numa igreja”, Igor disse ironicamente e riu.

“Ai, migo, sabe que igreja não é meu barraco, né.”, falou ela seguindo Igor.

“Falando nisso. Por que tá assim?”, indagou Igor se virando se vendo sua amiga de saião e toda coberta.

De repente para surpresa de Igor, Pâmela mudou seu semblante para uma estranha seriedade, despertando atenção de Igor na cozinha.

“Deixa eu te contar meu drama”, avisou ela se sentando numa cadeira. Igor também se sentou, para acompanhá-la e ela começou: “Eu tava numa missa!”

“Ué?”, expressou Igor incrédulo.

“Aí, migo, aquele lugar não tem uma música agitada para dançar, decoração de velho”, disse ela indignada. “Eu prefiro baile funk”, disse ela se levantando. “Sobe, desce, empina e rebola!”, cantarolava ela dançando e remexendo.

“Um dia você vai pro inferno assim ahah”, disse Igor rindo da situação da amiga.

“Cruz credo! Vira essa boca pra lá!”, reclamou ela parando e se sentando novamente. “Tenho fé no meu Jesus Cristo, é o bastante”, falou ela mexendo no cabelo dos dois lado e se sentando. “Mas aquele negócio lá era muito chato mesmo, nem sei o aquele velho de vestido tava falando, ainda tive que comer aquele aquela bolacha sem gosto e um vinho sem graça, nem pra ser vodka. Tudo só por causa da família do Ivan, aí que família mais enjoada”, Relatava ela em seu drama.

“Hóstia”, disse Igor corrigindo.

“Isso, isso”, replicou ela gesticulando. “Se eu não tivesse sido os bambans lá da igreja que fiz orfanato quando criança, nem poderia casar com Ivan na igreja, pra minha sorte tava tudo certo.”, comemorou Pâmela.

“Crisma e primeira comunhão”, corrigiu Igor novamente ainda dando atenção a sua amiga.

“Isso, isso “, repetiu ela. “Aquela família do Ivan é um porre, acho que não gostaram de mim, mas tô me lixando pra eles, vou casar de qualquer jeito com o bofe”, falou ela levantando os seios.

“Isso é muito bom, sem interferência da família eu espero”, disse Igor se levantando e voltando para o balcão onde cortava cebola, mas virado para Pâmela. “Já marcaram a data?” disse Igor recebendo a resposta de Cristóvão.

“Claro, né Igor. Vai ser dia 25 de Setembro.”, respondeu ela ansiosa. “Já planejei a festa do casamento toda...”, contava ela.

Igor não prestara mais atenção em Pâmela que contava seus planos para o casamento sem perceber a distração de Igor no celular, sorria como um bebê lendo a pequena mensagem de Cristóvão, pensava em responder algo com muita figura e coraçõezinhos, até digitou, mas Pâmela começara perceber a falta de atenção do amigo.

“Vou chamar o Jean, a Vanessa, todo mundo do orfanato, vai ser só funk e todo mundo vai rebolar até o chão... “, dizia ela entusiasmada. “Igor!? Igor? Tá me ouvindo?“, chamava ela reparando no amigo.

“Sim, sim!”, respondia Igor de súbito acordando e colocando o celular em cima do balcão.

Pâmela estranho o amigo levantou da cadeira e se aproximou de Igor sorrateiramente.

“Que sorriso é esse de mamãe to apaixonada?”, questionou ela de frente ao amigo que mudou seu semblante para irritadiço.

“Ah não vem, só tava pensando em umas coisas”, replicava ele se virando.

“Deixa eu ver!”, esbravejou Pâmela abrupta pegando o celular do amigo.

“Me dá isso!”, pedia Igor percebendo o feito da amiga.

Deu-se numa pequena correria pela casa com Pâmela com o celular na mão gritando coisas como: “Cristóvão é o nome do bofe? O que vocês andaram fazendo, safadinhos!? Aí que fofo coraçõezinhos!”, ao passo que Igor gritava: “Me dá isso, sua puta! Não é da sua conta!”, e o resto da tarde de Igor se seguiu descontraída assim com sua velha amiga de infância.

*

*

*

No dia seguinte, Igor voltava ao seu trabalho, não poderia tirar uma folga durante a semana, e chegando a sala de enfermagem que encontrou Eliza com roupas comuns saindo do banheiro depois de se trocar.

“Oi Eliza pode...”, falava Igor chegando até ser interrompido.

“Desculpa, Igor tenho que ir ajudar a Doutora Alessandra na fisioterapia no pátio”, dizia ela nervosa fechando um armário e saindo rapidamente.

“Então tá”, sussurrou ele sozinho.

Igor não entendeu nada, também achou ser nada demais, então voltou ao trabalho, onde fazia sua visita à Hilda para tomar seus remédios, abrindo a porta com uma bandeja se deparou com Cristóvão sentado em cima da mesma perto de sua vó que estava na janela, e voltou a sorrir distraído.

“Você aqui tão cedo?”, expressou Igor olhando só para ele.

“Sim, por quê? Não posso?”, replicou Cristóvão naturalmente.

“Não, claro. Pode sim”, falava Igor atrapalhado despertando de sua distração.

Hilda virou-se para olhar o breve papo dos dois, estranhando Igor não ter dado seu tradicional “olá” para ela ao entrar.

“Acho que vou passar o resto do dia com vocês aqui”, disse Cristóvão fitando Igor com um sorriso.

E Igor sorriu bobo como estava se tornando comum frente à Cristóvão, ficaram alguns segundos entreolhando com Igor parado com uma bandeja de remédios em mão, até serem interrompidos.

“Vocês dois tão estranhos hoje”, resmungou Hilda cortando os dois e indo para perto de sua cama.

Foi quando notaram a presença de Hilda e trataram de se recompor, tentavam agir naturalmente, mas estavam encabulados com que Hilda havia dito, pararam de se olhar, e nem falaram nada.

“Hilda, seus remédios!”, avisou Igor colocando a bandeja ao lado de Cristóvão e conferindo os remédios. “Donepezila, rivastigmina e galantamina...”, contava ele ao preparar um copo de água.

Hilda prontamente se preparou indo para direção da porta.

“Aqui Hilda!”, falava Igor indo até ela e a levando para perto da mesa.

“Onde? Ah sim”, expressou ela confusa.

Cristóvão ficou a observar entre olhares e piscadas o trabalho de Igor com sua vó durante seu turno. O garoto pretendia algo em sua mente, tanto que esperou anoitecer para Igor sair do trabalho.

“Oi”, disse Cristóvão do lado de fora da instalação.

“Ainda aqui?”, indagava Igor surpreso já com roupas comuns por cima.

“É, tava te esperando.”, contou Cristóvão com um sorriso.

“Por quê?”, perguntou Igor intrigado.

“Que tal hoje ir para minha casa?”, sugeriu Cristóvão maliciosamente.

Então Igor em sua confusão entendera algo, ele certamente queria ficar com Cristóvão, nem precisou pensar direito, queria também conhecer a casa do garoto e muito mais de sua vida.

“Opa, claro. “, respondeu Igor concordando.

Era dado o início de uma grande noite.

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Comentários

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Eu ri com a parte da mãe dele, foi engraçada kkkk... Hmmm, se encontrar em casa, sem ninguém...

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